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O estudo do Fenômeno UFO de uma forma ética e coerente

Equipe UFO

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Para ser ufólogo é necessário seguir no mínimo uma das três regras básicas da Ufologia
Créditos: NASA

O que é um ufólogo? A resposta a este título parece singela, apenas parece. O fácil seria esboçar um modelo idealizado de como deveria ser um ufólogo, coisa que se resolve apelando ao critério de “ufólogo sou eu e quem pensa igual a mim, os outros então não são, ainda que falem o tempo todo de discos voadores”. Por enquanto não há nenhuma universidade que emita diplomas válidos de ufólogo. Se houvesse facilitaria muito as coisas, derrubaria as barreiras educacionais que impedem apropriar tal estudo. Ufólogo pode ser qualquer um, não importa sua idade, sua formação acadêmica, nem a quantidade de tempo empregado ao tema Ufologia, mas deve seguir algumas regras essenciais.

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• Ufólogo é todo indivíduo que se autodenomina como tal, porque não existe nenhuma instituição que outorgue, homologue, matricule ou dê curso regular para tal título. Seguramente, alguém que se julgue ufólogo fará e deverá fazer algo mais que ler livros ou devorar vídeos sobre UFOs.
• O ufólogo é aquele que encara, de maneira autodidata, tarefas de investigação, recopilação ou estudos relacionados aos UFOs, sem importar seu método ou enfoque particular.
• Ufólogo é quem se comunica com outros colegas e que seja pertencente a um grupo que compartilhe temáticas afins.

Esses três critérios parecem hábeis, mas muitos não seguem à risca, seria necessário que fosse cumprido no mínimo um destes para alguém se intitular ufólogo. Serrat dizia que a verdade dos fatos obriga a revisar as idealizações bem intencionadas. Os líderes da abordagem cientificista do Fenômeno UFO preconizaram conceitos do tipo “é necessário depurar a informação e converter o estudo dos dados virgens numa verdadeira tarefa científica”. É obrigatório que o ufólogo tenha uma atitude científica? A rigor ninguém o exige, já que a Ufologia está fora do circuito acadêmico e, pode ser que alguém prefira a investigação jornalística, alheia ao rigor e aos longos espaços de tempo do método científico, ou, a busca de contato com possíveis visitantes cósmicos, o que é lícito que outros se aprofundem no tema com o único fim de ratificar suas íntimas presunções pessoais. Vicente-Juan Ballester Olmos propôs “que se enfoque o estudo desse fenômeno desapaixonadamente e, sobretudo, sem idéias pré-concebidas”. Mas é possível não ter idéias pré-concebidas? A resposta é não, a tal ponto que quando Olmos escreveu o livro Ovnis, o Fenômeno Aterrissagem, sugeria no título o pressuposto de que alguma coisa tinha aterrissado. Acontece que na vida, toda experiência capitalizada nos condiciona para enfrentar com maiores ou menores recursos as situações futuras que nos provê de uma determinada disponibilidade psicológica. Quanto mais diversas, enriquecidas e tumultuosas forem essas idéias pré-concebidas que adquirimos, melhor será o arsenal de respostas possíveis as eventualidades que nos apresentam. Logo, não é mau ter muitas idéias, o mal é ter poucas e más idéias.

Quando um ufólogo propõe que o Fenômeno UFO faz parte de um mito moderno, o faz com idéias obviamente aperfeiçoadas por sua experiência e conhecimentos, e, o mesmo acontece a quem sustenta que os UFOs vêm de outras galáxias. É possível ser ufólogo e achar que naves tripuladas por seres extraterrestres visitam nosso planeta. É possível ser ufólogo, mas cético total com respeito a tais intrusões alienígenas. Também serão ufólogos aqueles que pensam que os UFOs são viajantes do tempo, ou manifestações plasmáticas, ou hologramas cósmicos com o propósito de aplicar conceitos à população e um fenômeno psicossocial. A lista segue. E a Ufologia segue. Diante desse panorama, um referente máximo do tema, como Jacques Vallée, resolveu se retirar “dos bastidores”, segundo suas palavras, a tal ponto que em seu site pessoal omitiu qualquer referência a sua vasta produção ufológica. “Não encontro a forma de justificar o porquê de ficar sócio a essa Ufologia tal como ela é apresentada ao público hoje em dia” disse, porque, segundo resume o jornalista Gregory Gutierez “a cena ufológica fica liberada em mãos dos piores aficionados, que mordem todos os anzóis, e se preocupam seriamente com as teorias mais fantasiosas em detrimento de uma investigação racional e científica”. A citada frase “pesquisar desapaixonadamente” é outro mandamento difícil de cumprir. É a mesma coisa que dizer “vá ver a sua equipe favorita jogar, mas não ponha nada de paixão, e, observe o jogo sem sentir nada”. Em realidade, o conceito de Olmos não é isolado e quase todo manual do ufólogo aconselha paternalmente ser desapaixonado, totalmente objetivo, sem preconceitos, racional, inquisidor, capaz de fazer perguntas com armadilha, perspicaz, analítico e de mente fria.

Desde o momento em que a Ufologia é uma afeição voluntária, a paixão, o entusiasmo, o compromisso emocional com o tema e o gosto de conversar com outros ufólogos são condições fundamentais para desfrutar da tarefa. Pelo contrário, se essa paixão decrescesse, se num momento a Ufologia nos acarreta mais desgostos que prazer, então, será melhor deixá-la rapidamente de lado e se dedicar a coisas mais gratas. Outro dilema que trás discussões é o fato do ufólogo ganhar dinheiro com Ufologia. Milton Hourcade afirmou que um ufólogo “não vive dos UFOs senão para os UFOs”, quase as mesmas palavras que disse também o contatado Carlos Salerno. Longe de ter a mesma cosmo visão, é possível que ali terminem todas as coincidências entre Hourcade e Salerno. Guillermo Roncoroni tinha empreendido uma valente cruzada pessoal contra os mercenários do tema que lucram enganando o público. Isso não elimina que em outras épocas, ufólogos considerados como sérios tenham recebido honorários por editar livros, publicar artigos, intervir em programas de TV, ditar conferências e assistir a congressos internacionais. E toda companhia editorial ou televisora que paga pontualmente os seus colaboradores, também o fará se um deles eventualmente é ufólogo. No fundo, cobrar dinheiro pelo que se faz não parece contraditório num mundo onde o capitalismo derrubou algo mais que um muro de cimento em Berlim.

Mas tudo isto é bom ou é mau? Que cada um busque sua resposta e a leve para seu alforje. Temos evitado dentro do possível, fazer julgamentos de valor, no sentido de que as coisas são o que são, ainda que, às vezes, se afastem do que alguém quisesse. Em outras palavras, a verdade nunca é triste, o que não tem, é remédio.

TÓPICO(S):
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