Eram 8:00 h do dia 1º de outubro passado quando o carro do Centro de Pesquisas Ufológicas (CPU) chegou ao local onde, novamente, segundo um beato, deveria descer a Virgem Maria. O local fica no município de Brejo, na Serra de Baturité, interior do Ceará. O ambiente era místico: pessoas com terços, adoremos e Bíblias nas mãos, além de cegos e paraplégicos entoando cânticos marianos, procuravam um lugar mais próximo do local onde deveria ser erguido o altar para a Virgem. Lá – segundo o beato – a mãe de Jesus já havia estado anteriormente, na data de 1° de setembro passado.
O pesquisador Marcos Rabelo, do CPU, também esteve em Brejo naquela data e documentou o acontecimento, sem que, no entanto, nada de real pudesse ser confirmado. Segundo Rabelo, o que se observou, na hora pré-determinada pelo vidente, foi apenas uma nuvem que cobriu o céu do lugarejo e raios multicoloridos que esparramaram-se no espaço, descendo até a copa das árvores. Esse conjunto de fenômenos nos obrigou, diante das inúmeras fotografias e declarações coletadas, a tentar esclarecer o que de verdade existia sobre esse episódio. Nossa grande oportunidade seria a data seguinte marcada para a volta da Virgem, 1° de outubro passado.
O local de todos esses acontecimentos é o Sítio Labirinto, uma baixada cercada por serrotes [Editor: pequenas serras] e com imensa plantação de cana-de-açúcar e mandioca. Na data determinada, o local apresentava um calor insuportável de 40 graus. Vez por outra, nuvens escuras encobriam rapidamente o sol, sem que, entretanto, isso amenizasse o clima. De qualquer forma, devidamente instalados com filmadoras, máquinas fotográficas, detectores de energia estática e de campo magnético, nossos pesquisadores iniciaram entrevistas a populares que preenchiam o recinto de cânticos religiosos. Já pelas 11:00 h, o local estava repleto. Pessoas chegavam com lancheiras e garrafas d\’água. Vinham a pé, a cavalo, bicicleta ou ônibus, das mais longínquas paragens – Maranhão, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte e outras cidades. Era uma loucura: mais de 5 mil pessoas aguardavam ansiosas pelo horário marcado pelo beato – 14:00 h em ponto. Segundo ele, a Virgem desceria dos céus a cata dos confiantes devotos.
Ordem expressas – O local era cercado por cordas e guardado por escoteiros de Baturité, que haviam recebido ordens expressas para não permitirem que ninguém se aproximar do recinto, nem mesmo a Imprensa. Faltando 10 minutos para as 14:00 h, uma procissão se aproximou. À frente, o beato José Ernani dos Santos, de 25 anos, acompanhado por duas auxiliares, reza um terço e posta-se no ponto em que deveria ser avistada a Santa. O rapaz pedia calma a todos e solicitava aos mais próximos que não o tocassem, pois, segundo suas palavras, “era apenas um pecador escolhido pela Virgem para transmitir as mensagens e que não obraria nenhum milagre”. Cinco minutos para as 14:00 h, José Ernani se ajoelha e reza. Falando ao microfone, diz aos fiéis que, ao se benzer, a Santa estaria benzendo a todos os objetos e animais que ali estavam. Na segunda vez, a Virgem abençoaria os presentes e, na terceira, ela estaria abençoando a cidade de Baturité e em especial os monges do Mosteiro dos Jesuítas.
O ambiente era místico: pessoas com terços e Bíblias nas mãos, além de cegos e paraplégicos, entoavam cânticos marianos e procuravam um lugar mais próximo do local onde deveria ser erguido o altar para a Virgem. Lá, segundo o beato José Ernâni, a mãe de Jesus já havia estado anteriormente, na data de 1° de setembro passado
Foi um espetáculo deslumbrante. Faltando dois minutos para as 14:00 h, o povo olhava para o céu aguardando o sinal do beato. No alto, nuvens estavam sendo curiosamente levadas pelo vento para o local marcado para a aparição. As duas maiores, como que levadas por “algo superior”, encaminharam-se uma para a outra e, parecendo moldadas para tal, juntaram-se numa só. Essa misteriosa nuvem resultante era escura e carregada, chegando a esconder o sol – que naquela ocasião estava “a pino”, no zênite. Essa nuvem parecia ainda diminuir de velocidade, enquanto que as demais seguiam normalmente seu trajeto errante. Uma brisa agradável tomou conta do local – estava carregada de energia eletrostática e eriçou nossos pêlos. A brisa circulava entre os presentes como se desejasse refrescar os devotos cansados e suados. À essa altura, com este fenômeno da mudança brusca de temperatura, todos rezavam e gritavam histericamente, pedindo a Virgem perdão para seus pecados.
Pessoas caíam de joelhos ou rolavam pelo chão quente sempre com os olhos voltados para o céu, vidrados como que em transe. A nuvem parecia parada sobre o Sítio Labirinto. O sol, pelas bordas da nuvem, jogava raios multicoloridos sobre a copa das árvores. Um círculo prateado, do tamanho da lua, formou-se ao lado do sol, deixando-se ver normalmente e desaparecendo vagarosamente, emocionando a todos. O histerismo foi total: gritos de perdão, choros e cânticos criavam um clima místico indescritível e perturbador. O beato, ajoelhado e com a cabeça pendente para trás, em transe, escrevia rapidamente a mensagem que, segundo ele, estaria sendo ditada pela Mãe de Jesus.
Por volta das 14:05 h tudo voltou ao normal. O povo, no entanto, continuava histérico, enquanto o beato se levantava e passava a ler a mensagem recebida. Repentinamente, nova nuvem se formou e tudo voltou a acontecer. Desta feita, mesmo temerosos de queimar a retina, olhamos fixamente para o local, no céu. De forma fantástica e desconcertante, lá estava um disco prateado do tamanho da lua e ao lado do sol, enquanto que raios saindo pelas bordas da nuvem davam um toque artístico jamais imaginado. Em minutos, como que por milagre, lentamente tudo desapareceu, ficando o céu normal e com algumas nuvens a adorná-lo. Em seguida, o padre Andrade, do mosteiro de Baturité, reza uma missa e o povo, devoto, entoa cânticos marianos, sempre a olhar para o alto a fim de ver se algo ainda poderia acontecer.
Poderes de Deus – Era o fim de tudo. Depois da missa, o beato informou que a Virgem havia prometido que, no dia 5 de novembro de 1994, estaria ali novamente para mais uma vez confirmar os poderes de Deus sobre os incrédulos terrestres [Editor: essa data foi posterior ao fechamento dessa edição, razão pela qual qualquer fato significativo ocorrido em Brejo será publicado em detalhes em nossa próxima edição, de janeiro – UFO 35]. Quando, no clímax dos acontecimentos, alguém apontou para o céu e gritou “olhem as contas do rosário da Virgem”, nossos pesquisadores Paulo César Távora e Hélio Loyola apontaram suas câmeras fotográficas e documentaram a existência de 4 UFOs camuflados que, pela distância, foram calculados em 30 m de diâmetro. Três deles estavam enfileirados e o outro, afastado, estava menos encoberto e mostrava ser discoidal, sólido, metálico e bem delineado. Desse último UFO escapava uma espécie de fumaça na parte esquerda. Os objetos e
stavam parados, como se observassem o acontecimento – ou talvez, quem sabe, estivessem provocando o fenômeno.
As nuvens deslocaram-se ainda mais, no mesmo movimento suspeito, deixando à mostra os objetos que, pelas características, eram autênticos discos voadores. Depois de novamente encobertos por nuvens naturais, os UFOs desapareceram da visão, possivelmente aproveitando-as para se afastarem de nossas câmeras – deixando, entretanto, a prova fotográfica de que ali estiveram. O fato foi presenciado por mais de 5.000 pessoas e algumas, depois, quando entrevistadas por nós, declaram acreditar que de fato foi a Virgem Maria quem desceu dos céus e que nunca aquele fenômeno poderia ter sido provocado por discos voadores… Os UFOs foram identificados pelos crentes ora como “lágrimas” da Virgem, ora como “contas” de seu colar.
Enquanto conseguimos ótimas fotos de todo o acontecimento, nossa filmadora infelizmente não captou a presença dos UFOs. Entretanto, documentou 3 colunas de alguma coisa parecida com poeira, que desciam do alto por trás das duas palmeiras em que a Virgem deveria estar. O fato é que algo incrível aconteceu no Sítio Labirinto e que nós, pesquisadores do CPU, não temos duvida de termos presenciado o mais empolgante fenômeno ufológico dos últimos tempos, especialmente quando nuvens, clima, céu, imagens e pessoas foram controladas por uma inteligência superior e sob testemunha de mais de 5.000 pessoas. Esperamos, agora, no dia 5 de novembro próximo, novamente documentar exaustivamente os fenômenos que, segundo o beato, voltarão a aparecer nos céus da Serra de Baturité.
Interferências eletro-magnéticas – O engenheiro eletricista Paulo César Távora, um dos membros do CPU no local, espalhou pela área alguns aparelhos de sua fabricação, afim de observar a possível existência de interferências eletromagnéticas alheias ao ambiente. Eram detectores de campo magnético dinâmico, energia eletrostática e infravermelho. Na ocasião em que o beato disse estar conversando com a Virgem Maria (quando ocorreu o fenômeno da brisa circulante entre os presentes), o detector de campo magnético dinâmico não se alterou. Entretanto, o de campo eletrostático apresentou registro de 10 pulsos por segundo, confirmando assim a presença de forte eletricidade estática no local. “O que causou maior surpresa foi o fato dessa eletricidade se apresentar pulsada e não com intercalação mais prolongada, como deveria ser”, informou o Dr. Paulo César. “Antes do acontecimento, os aparelhos permaneciam mudos, sem pulsação. A aparelhagem foi testada antes e após o fenômeno e constatamos que não estava defeituosa. Não sabemos explicar o que aconteceu no Sítio Labirinto”, completou o estudioso.
O coronel José Celso Cutrim Luande, vice-presidente da Estação de Lançamentos de Alcântara, no Maranhão, declarou que o fenômeno foi causado pelo lançamento dos foguetes Niko Tomahawk, da Operação Guará. Segundo Luande, a 300 km de altitude esses mísseis liberam bário para medir a luminescência nas camadas superiores. “Temos realizado essas experiências nos últimos meses”, concluiu. Realmente, o CPU, em dias anteriores, recebeu inúmeros telefonemas de pessoas testemunhando bolas de luzes multicoloridas nos céus cearenses. Nós as explicamos como resultado das tais experiências com bário, que acompanhamos em companhia dos membros do Observatório Astronômico Herschel-Einstein, sob a direção do astrônomo e professor Cláudio Pamplona e seus auxiliares. Tais experiências, que são efetuadas sempre entre 18:00 h e 18:30 h, quando o céu não está mais iluminado pelo sol, apresentam um espetáculo fantástico, mas totalmente diferente do fenômeno documentado pelo CPU em Baturité.
Ionosfera – Segundo o professor Pamplona, uma experiência com bário entre 12 e 17 horas seria inútil para pesquisas de luminescência na ionosfera. E para que tivéssemos um espetáculo no “alto do céu”, visível em Baturité, o lançamento dos foguetes deveriam acontecer na Barreira do Inferno, no Rio grande do Norte, pois se lançado em Alcântara, no Maranhão, o fenômeno provocado deveria ser observado no horizonte a noroeste e não no zênite, como no local em que aconteceu. “Outro detalhe” – segundo observou Pamplona – “é que o fenômeno seria visto em vários pontos do Estado do Ceará, e não seria localizado somente no Sítio Labirinto. Inclusive, o teríamos observado em Fortaleza”.
Seria interessante que o responsável pelos lançamentos de foguetes em Alcântara informasse a comunidade cearense e brasileira o que eram os objetos metálicos e sólidos que se camuflaram e saíam das nuvens à grandes altitudes, devidamente fotografados pelo CPU. Também, seria oportuno que explicasse como aconteceu a união das nuvens no Sítio Labirinto, como que “empurradas” uma em direção da outra, ou mesmo a brisa agradável que envolveu o ambiente, isso sem falar da necessidade de esclarecermos a presença do curioso campo eletrostático que surgiu repentinamente no local, além das três colunas de fumaça direcionadas ao solo, vistas por todos. Estes são fenômenos totalmente alheios a lançamentos de foguetes ou experiências com bário.