Enquanto a Terra gira, o centro dela gira ainda mais rápido, dizem cientistas, confirmando uma proposição feita pela primeira vez em 1996. Segundo uma dupla de geofísicos, o globo metálico – maior que a Lua – que forma o núcleo do planeta pode dar um giro extra a cada período de 700 a 1.200 anos. Paul Richards e Xiaodong Song, que fizeram a primeira proposição e agora garantem tê-la confirmado, afirmam que essa volta extra do núcleo em relação ao resto do planeta pode ajudar a explicar como a Terra gera seu campo magnético.
Em seu novo estudo, publicado na Science, a dupla relata medições mais precisas de terremotos moderados que se originaram no Atlântico Sul. Comparando tremores com o mesmo epicentro e o mesmo padrão, e analisando a propagação das ondas sísmicas até o Alasca, eles viram indícios de que algo nas profundezas do planeta havia mudado entre a evolução de um e de outro terremoto.
A tese de Richards e Song, que iniciaram seus estudo no Observatório Lamont-Doherty da Universidade de Columbia, se baseia no fato de o núcleo da Terra ser uma grande esfera de ferro envolta por um mar de metal líquido quente, no qual ela flutua sem obstáculos. A proposição da dupla foi questionada por outros cientistas, que duvidaram da precisão de suas medições de ondas sísmicas avançando sobre o planeta. Richards e Song garantem que, agora, conseguiram obter indícios muito mais fortes.