Os países do Caribe viveram por vários meses uma onda de terror provocada pelas agressões de uma estranha criatura. Conhecido como Chupacabras – responsável pela mutilação de animais no México, Porto Rico e Miami –, o fenômeno agora se generalizou por todas as ilhas caribenhas. E mais: acabam de aparecer os primeiros casos de agressões a seres humanos. Reunimos uma equipe de pesquisadores para ir ao interior da Costa Rica para investigar alguns ataques da famigerada criatura. Já devíamos ter imaginado que aquele terreno costarriquenho, coberta por uma vegetação espessa na qual se despontam áreas ocupadas por vacas e ovelhas, só podia se chamar La Trampa (a armadilha).
De fato, até nosso potente carro, com tração nas quatro rodas, teve que render-se às complicações de declives quando nos encontrávamos a duas horas do cenário onde – até aquele momento, 09 de abril de 1996 – teria ocorrido o último ataque do Chupacabras. Sem ir muito longe, a armadilha natural onde esta criatura ainda não identificada havia atuado convertia-se definitivamente contraditória à hipótese de que as recentes mortes de ovelhas, denunciadas na região, se devessem a arruaceiros. Mas então, quem ou o que devemos responsabilizar pelos ataques? Uma criatura extraterrestre ou multidimensional? Ou talvez um animal saído de algum laboratório genético?
O Rio Lajas, a erosão provocada pelas chuvas torrenciais que se sucedem todos os anos no país e o declive do terreno foram os obstáculos que obrigaram Dulamar Chávez – um camponês de 38 anos –, três jornalistas do diário Extra e nossa equipe a descer do veículo em que viajávamos e percorrer a pé o penoso caminho que nos separava de La Trampa. Apesar de exaustos e ensopados, conseguimos interrogar Orlando Rubi, pesquisador do caso em questão e o primeiro a denunciar como, em março de 1996, no distrito de Domingo de Ramos, cinco ovelhas apareceram mortas perto de sua choça de pedra e madeira. “Os ataques se produziram às 22:00 ou 23:00 h”, declarou sem acrescentar mais nada. Insistimos, então, dizendo que ultimamente havia acontecido vários outros. “Sim. Ontem mesmo encontrei três ovelhas mortas, próximas à minha casa, que ainda não tive tempo de enterrar”, respondeu secamente a testemunha.
Orlando, mesmo que contrariado, acompanhou-nos até as últimas vítimas do misterioso agressor. Tratava-se de três corpos – ou do que restavam deles –, que jaziam, já em um estado avançado de decomposição, a menos de 30 metros da casa. Todos mostravam sobre a pele do pescoço um pequeno orifício circular. “Como o buraco de uma bala de calibre 22”, precisou Alonso Gómez, do Extra. Tal orifício parecia ser a causa ou conseqüência da morte dos animais. Enquanto Orlando erguia uma das ovelhas mortas com a mão direita, Alonso, ao lembrar-se do vento produzido previamente aos ataques do Chupacabras em outros países, perguntou-lhe se não havia percebido ruídos perto de sua casa. “Como não!”, disse a testemunha, soltando o cadáver. “Ouvi uma espécie de furacão, porém muito suave. Tanto que nem dei importância a ele”, completou.
Era notória, assim como a nossa, a perplexidade de Orlando diante da falta de sangue nos corpos dos animais. Somente a descoberta de uma pequena pegada – de uns dez centímetros –, próxima ao lugar das mortes, animou as investigações. Tratava-se da pata de um animal, com quatro garras bem afiadas, mas que praticamente não esclarecia nada sobre a natureza do mesmo. Descrevemos os primeiros rascunhos desse hábil predador: silencioso, capaz de paralisar suas vítimas e impedi-las de gritar, assim como um voraz sanguessuga. “Isso não é deste mundo, pois se comporta como se estivesse fazendo uma espécie de investigação. Vocês não se deram conta de que, diferente de qualquer animal, essa criatura não come suas vítimas?”, comentou, convencido, o guarda da Reserva Natural de Crara, Daniel Beita, quando interrogado sobre os detalhes de La Trampa.
Conspiração puriscal – Se não tivessem surgido novos ataques do Chupacabras durante nossa estada em Costa Rica, o assunto teria sido dado por encerrado em La Trampa. No entanto, menos de 24 horas depois da expedição àquela região, novos ataques dessa criatura nos levaram até Puriscal, um povoado escondido em pleno centro do país. A Imprensa costarriquenha levou uma semana para informar aos telespectadores sobre os ataques, o que não impediu que o termo Chupacabras – importado de Porto Rico, onde ataques semelhantes começaram a ocorrer no final de 1995 [Editor: UFO 45 apresentou uma extensa matéria sobre os ataques no México e Porto Rico, pesquisados por Jorge Martín] – fosse usado pela população. Naqueles primeiros dias de abril, em Puriscal, todos pareciam estar esperando a visita do Chupacabras, que se concretizou também em Domingo de Ramos.
Os fatos que chegaram ao nosso conhecimento, segundo as informações da Oficina de Investigación Judicial (OIJ) – uma espécie de FBI local –, sucederam-se nos terrenos do colégio agropecuário da cidade. Mais precisamente nos currais onde habitualmente os alunos fazem suas aulas práticas com animais domésticos. “Apareceram 12 ovelhas mortas naquele domingo”, começou a falar o segurança do colégio, Blas Solano, depois de se negar em fazer comentários sobre tal caso. “Bom, pelo menos estava claro que algo as havia matado”, descreveu como encontrou as ovelhas. “A maioria estava espalhada em um raio de 100 m, embora algumas mais adiante. As ovelhas são animais muito covardes e, definitivamente, algo as assustou”, explicou Blas. A única coisa concreta que se sabe é que os animais apresentavam um buraco no pescoço do tamanho de um dedo, sendo que o restante do corpo estava em perfeito estado. Somente uma das ovelhas foi mordida pelos zopilotes (uma espécie de abutre local).
Outro mistério coligado que intrigou Blas foi a inexistência de sangue perto dos cadáveres dos animais. Havia somente pequenos coágulos em torno das feridas. As ovelhas que apareceram mortas dentro do colégio não foram mordidas por cachorros, contrapondo-se ao que não tardaríamos a constatar: a versão oficial do diretor do estabelecimento, José Luis Retana.
Na ocasião da entrevista, conforme comprovamos de imediato, Retana fez uso de um álibi para explicar o incidente em Domingo de Ramos. Sem medir palavras, o diretor nos apresentou a opinião médica de um veterinário do Ministério da Agricultura, segundo o qual apenas um dos animais morrera em função de feridas “típicas de mordidas caninas, possivelmente de cachorros de rua”. No entanto, Retana estendeu essa mesma causa ao restante dos cadáveres.
Um porta-voz da OIJ de Puriscal desmentiu essa suposição horas mais tarde e acusou sutilmente os responsáveis do colégio agropecuário de precipitarem-se em enterrar os cadáveres, provavelmente para abafar um escând
alo. “Porém há um dado a mais”, acrescentou o agente da OIJ. “As feridas eram límpidas. Não tinham os clássicos hematomas ao redor, como os que uma mordida ou uma bala produziria”, concluiu.
Os dias subseqüentes a este ataque foram um inferno em Ramos. Não houve um só dia em que a Imprensa de San José não abordasse novas ações do Chupacabras. Sem dúvida, Costa Rica não é o único lugar onde estas mortes estavam acontecendo. Ao mesmo tempo, Alberto Leyes, jornalista do programa de televisão Ocorrió Así, da Telemundo, em Miami, multiplicava seus esforços para que este animal esquivo ocupasse espaço na mídia do México e Estados Unidos. “O assunto está fora de controle”, comentou Leyes. “Começo a acreditar ainda mais que tudo não passa de uma campanha organizada com o intuito de assustar a população, contando com a ajuda de nós, jornalistas, para semear a inquietude”, concluiu. Espalhar medo? Para quê?
Enquanto isso, nos países centro-americanos, a polêmica sobre o Chupacabras crescia à medida que se passavam as semanas. Uma recente reportagem, elaborada na Guatemala pelo advogado e tabelião Óscar Rafael Padilla Lara, advertia que os ataques do Chupasangre (chupa-sangue) – como a Imprensa local batizou o desconhecido atacante – se iniciaram em meados de outubro de 1995. Testemunhas, como a professora guatemalteca Alicia Fajardo Cabrera, perderam 150 frangos de uma só vez, durante as incursões saqueadoras. As aves, que pereceram sem deixar sinais de luta, exibiam dois orifícios no pescoço.
Os testemunhos inclusos nesse artigo descreveram uma criatura alada com um aspecto de morcego gigante, olhos vermelhos, capaz de romper cercas de arame e de enfiar-se em pequenos buracos, como se fosse um animal invertebrado. Um ser semelhante também foi observado por testemunhas em El Salvador – onde recebeu o nome de Sacalenguas (arranca-língua). “As contradições nas descrições das testemunhas poderiam ser explicadas pelo fato da criatura disfarçada ser de outras dimensões”, insinuou Alberto Leyes ao comparar os dados do último ataque.
E não lhe faltam razões. Enquanto em Porto Rico e Miami o Chupacabras é descrito como uma entidade de aproximadamente 1,10 m de altura, cabeça de serpente e uma espécie de asinha no dorso, no México foi caracterizado como um ser peludo, de estatura pequena e que, em algumas ocasiões, apresenta pequenas asas. Até agora, o único detalhe comum são seus fortes olhos vermelhos.
Buracos profundos – Treze de abril de 1996 não será um dia esquecido com facilidade pelos costarriquenhos. Naquela data, Alonso Gómez, nervoso, nos alertou sobre a aparição de outro animal morto, não muito longe de San José. Depois de 20 minutos, chegamos à fazenda acompanhados pelos ufólogos costarriquenhos Carlos e Ricardo Vílchez, e pelos repórteres do jornal Extra. O fato de terem transcorrido apenas 20 horas desde a morte daquela cabra – a única da família Muñoz, do povoado de Jericó – permitiu-nos que a examinássemos dentro de uma margem temporal mais do que razoável. “A cabra apareceu no campo ontem, lá pelas 17:30 h”, explicou-nos Cinia Bermúdez, completando: “Meu filho de oito anos foi vê-la e voltou muito assustado, dizendo que o animal estava caído e tinha um buraco no pescoço”.
Adrián Muñoz – a testemunha – não acrescentou nenhum detalhe substancial às declarações de sua mãe. Não obstante, acompanhou-nos até o local onde estava a cabra, ainda totalmente intacta. E o curioso: sabe-se que os abutres saem do bosque para se alimentar quando sentem a presença de bichos mortos. Aquela vítima do Chupacabras (assim como onze das doze ovelhas de Puriscal) sequer foi tocada por eles. Os orifícios eram perfeitamente visíveis de um lado do pescoço. Tratavam-se de covas com 5 cm de profundidade cada, que atravessavam nitidamente os tecidos, permitindo o vazamento de sangue e uma parte de gordura.Infelizmente, não havia pistas que pudessem nos apontar o criminoso. Como era possível que, estando a cabra a 100 m da casa, ninguém tivesse visto nada?
“Na noite anterior, vi algo estranho”. Essas poucas palavras de Maurício Cruz, vizinho dos Muñoz e dono de um cafezal limítrofe, fizeram com que direcionássemos todas as nossas atenções ao seu relato. Ele contou que seus cachorros estavam muito inquietos, “… assim que passou de 00:30 h, abri uma das janelas e vi, perto da porta de entrada, uma sombra com um pouco mais de um metro de altura e totalmente negra. Tinha os olhos completamente vermelhos”, declarou.
Quando Maurício rabiscou os contornos do vulto que viu, ficamos perplexos. Aquele retrato era virtualmente idêntico ao do monthman (homem traça), uma estranha criatura alada, de olhos vermelhos, vista na Virgínia (EUA) em 1966, da qual não se soube mais nada durante os últimos 30 anos. Quem descobriu as estranhas manifestações daquela criatura e as relacionou com as últimas aparições de UFOs – como também acontece hoje com o Chupacabras – foi o investigador John Keel. A origem do monthman como a do Chupacabras, a coincidência de suas aparições com as respectivas ondas mundiais de avistamentos ufológicos e seu comportamento semelhante ao de humanóides extraterrestres despertaram várias suspeitas, tornando-se possível uma intrínseca relação entre eles.
O ministro fala – A investigação sobre o Chupacabras não se ateve somente a Jericó. O ministro de Segurança Pública da Costa Rica, Juan Diego Castro, reuniu-se finalmente conosco para debater este assunto, em San José. “Esse é o primeiro caso que acontece aqui”, comentou um tanto perturbado diante das informações mostradas. Interrogado sobre que atitude pretendia tomar com relação ao fato, disse-nos: “Posso assegurar que a partir do momento em que algum membro da Força Pública ou da Imprensa informar um novo caso, nós iremos intervir e mediaremos para que instituições como a Escola Veterinária tomem parte e digam o que está acontecendo de verdade”.
O que mais poderia dizer? Oficialmente, seu Ministério ainda não havia se inteirado desse assunto. Desde que o ministro Castro fez essas declarações, até agora, novos ataques ocorreram na Costa Rica, México, Guatemala e Estados Unidos, sem que se tenha feito qualquer investigação oficial nesses quatro países. Se as autoridades necessitavam de razões para começar a agir, agor
a já as têm. As últimas informações tratam de recentes agressões do Chupacabras a seres humanos. O que, sem dúvida, supõe uma repercussão ainda maior acerca do assunto, sobre o qual esperamos seguir informando. Fora os ataques a animais domésticos, agora o Chupacabras também está atrás de sangue humano. A notícia foi dada no dia 01 de maio de 1996. Teodora Ayala Reyes, uma moradora do povoado mexicano de Alfonso Calderón, denunciou ter sido atacada por uma estranha criatura voadora que deixou-lhe marcas no rosto e pescoço.
Ataque a humanos – No dia 02 de maio, José Ángel Pulido, de Tlatomulco (Jalisco), mostrou publicamente a mordida que recebeu de uma enigmática criatura. Eram dois orifícios com marcas de ventosas que haviam se cravado em seu corpo. A testemunha descreveu seu atacante como um ser humanóide de apenas 60 cm de altura, sem um só pêlo e com pele gelatinosa. Se não bastasse, em Costa Rica, uma moradora de Tarcolitos, no distrito de Gabarito de Jacó, declarou que no dia 07 de maio tinha sido agredida por um ser alado que a abordou através de uma janela semi-aberta. Erlinda Vega o descreveu como uma espécie de morcego gigante, peludo e com olhos muito brilhantes. De fato, a OIJ pegou amostras no local da agressão de uma substância incolor e insípida que supostamente teria se desprendido do ser.
Durante essas semanas, Costa Rica se lembrou também de um episódio ocorrido em 1976. O caso foi protagonizado por Íris Álvarez, uma dona de casa que denunciou que seu filho havia sido ferido em janeiro daquele ano por uma estranha criatura voadora que lhe perfurou a fronte, deixando-o praticamente sem sangue. Na época, os médicos que o atenderam não descreveram as feridas, porém, agora, podemos constatar que eram muito parecidas com as que o Chupacabras deixou em suas vítimas animais e humanas.
Oferenda aos deuses?
As hipóteses nascidas à sombra do Chupacabras são as mais diversas. Recentemente o jornalista Enrique de Vicente relacionou e apresentou em Madri a estranha coincidência entre os animais atacados pelo Chupacabras – isto é, ovelhas, cabras, galinhas e outras aves de curral – e as oferendas que antigamente se faziam aos deuses. O sangue, tanto em seu sentido literal como simbólico, segundo assegurou Vicente e outros pesquisadores, tem um papel chave nesse mistério. “O sangue é extraído com propósitos ritualistas ou com finalidades de investigação genética”, explicou o ufólogo Ricardo Vílchez, afirmando que a segunda possibilidade é mais provável.
Ao levar esta hipótese em consideração, a especialista em mutilações Linda M. Howe interveio recentemente na polêmica afirmando que o Chupacabras poderia ser uma espécie de robô biológico criado por alguma super inteligência. Linda acrescentou ainda que esta criatura tem como objetivo recolher amostras de sangue de animais terrestres. Em todo o caso, a variedade de formas e aspectos deste fenômeno obriga os especialistas a manterem abertas as possibilidades sobre sua natureza. Resta-nos esperar que futuras investigações esclareçam se se trata de uma espécie desconhecida, uma mutação de laboratório ou uma criatura extraterrestre.
Criaturas chegam ao Brasil
Percorrendo o México, Porto Rico, Miami, Caribe, Costa Rica e Portugal, o Chupacabras vem demostrando sua sinistra maneira de atuar sobre as vítimas que agride, causando-lhes a morte. Agora, ao que tudo indica, está chegando a vez do Brasil testemunhar os ataques e agressões, embora nada tenha sido ainda confirmado. O fato é que a Polícia Militar da pequena cidade de Brotas, interior de São Paulo, distante 250 km da capital, foi acionada no último dia 08 de fevereiro para fazer uma diligência em uma fazenda da região. O proprietário, informando aos militares sobre a série de ruídos estranhos que tinha escutado na noite anterior, pediu para que eles vasculhassem a área. Os oficiais encontraram um pequeno cordeiro morto no topo de uma colina. O animal apresentava alguns orifícios no crânio e o corpo completamente seco. Durante a procura do que poderia ter causado tanto alvoroço e, provavelmente, a morte do animal, um dos cabos da PM reportou ter visto uma “forma escura”. O vulto movia-se entre um canavial onde, mais tarde, foi encontrado um líquido esverdeado.
Na manhã seguinte, a jovem Angelinha Fagundes Montt, na hora em que saía da igreja com sua família, testemunhou um raro acontecimento nos céus: “Um vôo anormal de helicópteros”, conforme declarou a jovem, impressionada com o número de aeronaves que compunham aquela esquadrilha. “Não é comum vermos tantos helicópteros sobrevoando esta região”, completou. Alguns aparelhos Angelinha identificou como sendo da Força Aérea Brasileira; outros, de fuselagem negra, não faz idéia da origem. Aparentemente, parece não haver relação alguma entre os dois casos, porém os moradores insistem em afirmar que o primeiro se trata de mais uma mutilação efetuada pelo Chupacabras. Por enquanto, não há conclusões sobre as pesquisas realizadas no local, mas alguns ufólogos já se prontificaram a investigar tal relação.