A descoberta do planeta-anão 2015 TG387 ou Goblin (Duende), foi anunciada essa semana pelo Centro de Planetas Pequenos da União Astronômica Internacional, com a ajuda do telescópio japonês Subaru, e pode ser a chave para se chegar ao chamado “Planeta 9” ou “Planeta X”, que ficaria muito depois de Plutão.
A órbita do novo objeto, que está muito longe do Sol, sustenta a ideia da existência de um planeta ainda mais distante e maior, uma “superterra”. Os cientistas afirmam que o Duende seria um pequeno indicador da presença do hipotético “Planeta X”, um gigante que eles acreditam existir nos confins do Sistema Solar. O estudo que localizou o pequeno planeta de cerca de 300 km de diâmetro ficou a cargo do Instituto Carnegie para a Ciência, da Universidade do Norte do Arizona e da Universidade do Havaí.
O Duende está 2,3 mil vezes mais distante do Sol do que a Terra e aproximadamente duas vezes e meia mais longe do que Plutão está do Sol. Como resultado, o planeta-anão leva mais de 40 mil anos para dar uma volta ao redor do nosso astro. Ele é um dos poucos objetos conhecidos que nunca chegam perto o suficiente dos planetas gigantes do Sistema Solar, como Netuno e Júpiter, para ter interações gravitacionais significativas com eles.
Este objeto supermassivo poderia ser o chamado “Planeta X” ou “Planeta 9”. Inclusive, os cientistas descobriram o Duende enquanto estavam em busca desse planeta. Segundo o Instituto Carnegie, a pesquisa que resultou na descoberta é “a maior e mais profunda já realizada em objetos distantes do Sistema Solar”. “Esses objetos distantes (como o Duende) são como as migalhas de pão que nos levam ao Planeta X”, disse o chefe do estudo, Scott Sheppard, da Carnegie, em um comunicado.
“Quanto mais pudermos encontrar, melhor poderemos entender o Sistema Solar externo e o possível planeta que acreditamos estar moldando suas órbitas”, acrescentou. Sheppard afirma que “essas descobertas redefiniriam nosso conhecimento da evolução do Sistema Solar”.
O astrônomo David Tholen, da Universidade do Havaí, complementa: “Achamos que poderia haver milhares de pequenos corpos como o Duende nas margens do Sistema Solar, mas a distância deles torna muito difícil encontrá-los”. Chad Trujillo, astrônomo da Universidade do Norte do Arizona e codescobridor dos planetas anões, acrescenta que a descoberta “não prova que há outro planeta massivo em nosso Sistema Solar, mas é mais uma evidência de que pode haver algo grande lá fora”.
Veja o vídeo da apresentação de Goblin pelo Carnegie DTM:
Fonte: Carnegie Science Press Release
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