De acordo com a análise de dados espectroscópicos do Very Large Telescope (VLT), a coluna de gás ao redor do objeto mostra uma presença surpreendente de níquel sem uma assinatura de ferro correspondente, uma descoberta que o astrofísico de Harvard Avi Loeb acredita que cada vez mais aponta para uma possível origem tecnológica do 3I/ATLAS. O estudo relata que, em cometas naturais, ferro e níquel frequentemente ocorrem juntos, visto que ambos os elementos são produzidos simultaneamente em explosões de supernovas.

No entanto, a detecção de níquel isolado é uma característica distintiva da produção industrial de ligas de níquel na Terra. Embora o artigo científico sugira uma formação química rara através do canal de carbonila de níquel como uma possibilidade exótica, Loeb enfatiza que este é precisamente um método padrão no refino industrial de níquel.
Esta anomalia química se soma a uma lista crescente de características incomuns observadas no 3I/ATLAS. Observações anteriores dos telescópios espaciais SPHEREx e Webb já haviam revelado que sua pluma de gás é composta por 95% de CO₂ e apenas 5% de H₂O, uma proporção muito diferente da dos cometas ricos em água conhecidos em nosso Sistema Solar. Além disso, dados do Telescópio Espacial Hubble mostram que o 3I/ATLAS não possui uma cauda cometária proeminente.
Isso contradiz a hipótese de que seu grande brilho se deve a uma densa nuvem de poeira refletindo a luz solar, já que essa poeira deveria ser empurrada pela radiação solar, formando uma cauda visível.

De acordo com a interpretação de Loeb, se o brilho do objeto se deve principalmente às reflexões de seu núcleo sólido, ele teria um diâmetro estimado de 46 quilômetros. É estatisticamente improvável que um objeto natural dessa magnitude seja o primeiro visitante interestelar em tal escala, considerando que “um milhão de objetos do tamanho 2I/Borisov” deveriam ter sido detectados anteriormente.
Os novos dados quantificam a taxa de perda de massa do 3I/ATLAS, estimando uma emissão de níquel em cerca de 5 gramas por segundo e de cianeto (CN) em cerca de 20 gramas por segundo a uma distância de 2,8 unidades astronômicas (UA) do Sol. Notavelmente, a produção de ambos os compostos aumenta drasticamente à medida que o objeto se aproxima do Sol, com uma dependência da distância de -8,43 para o níquel e -9,38 para o cianeto.
Em resposta a essas descobertas, o astrofísico de Harvard reitera sua sugestão de que uma origem artificial não deve ser descartada. Em sua opinião, a trajetória do objeto, finamente alinhada com o plano da eclíptica do sistema solar, juntamente com essas anomalias químicas, podem sugerir um design tecnológico intencional. A comunidade científica aguarda ansiosamente o dia 3 de outubro de 2025, quando o 3I/ATLAS se aproximará de Marte e a câmera HiRISE da sonda Mars Reconnaissance Orbiter poderá obter imagens com resolução de 30 quilômetros por pixel.
Essas imagens podem ser cruciais para determinar com maior precisão o verdadeiro tamanho e a natureza de seu núcleo. Ao mesmo tempo, recomenda-se observar o 3I/ATLAS com radiotelescópios em busca de possíveis transmissões de origem tecnológica, tratando esse encontro, nas palavras de Loeb, como um “encontro às cegas de proporções interestelares“.
Fonte: Mystery Planeta Argentina