Lançado em 24 de abril de 1990 pelo ônibus espacial Discovery, o telescópio espacial Hubble completou 23 anos de operação. Embora a última missão para reparo e atualização tenha ocorrido em 2009, designada como STS-125 e a cargo do shuttle Atlantis, os astrônomos e especialistas da equipe da NASA que o controla esperam poder operá-lo até depois de 2020.
Ken Sembach, comandante do Centro da Missão do Hubble, afirma: “Neste momento, essa meta parece possível. Pode ser que ele passe a não operar bem como hoje, devido à natural degradação ao longo do tempo, mas é nossa esperança, e esperamos que seja possível”. Lamentavelmente, o plano de trazer essa peça da história da ciência de volta para a Terra foi abandonado com a aposentadoria dos ônibus espaciais.
Embora o Hubble seja conhecido pelas extraordinárias imagens que produziu, e também por ter revolucionado nosso conhecimento sobre o universo, o começo foi muito atribulado. O lançamento foi atrasado devido à tragédia do ônibus espacial Challenger em 1986, e logo após ser colocado em órbita foi constatado um defeito em seu espelho principal que desfocava as imagens. Em meio a muitas críticas e sátiras, a NASA lançou a missão STS-61 do shuttle Endeavour, em dezembro de 1993, que corrigiu os problemas.
Outras visitas aconteceram em 1997, 1999, 2002 (a STS-109 foi a última missão bem-sucedida do Columbia) e a missão final de manutenção, após insensa pressão popular e da comunidade científica, em maio de 2009. Após a tragédia do Columbia em fevereiro de 2003, a NASA desistiu de enviar novas missões ao Hubble dizendo serem perigosas, mas a campanha pelo telescópio a fez mudar de ideia.
Batizado em honra ao astrônomo Edwin Hubble, responsável pela descoberta de que havia outras galáxias além da Via Láctea, e que o universo está em expansão, o telescópio foi o responsável pela descoberta da aceleração na expansão do cosmos, obteve algumas das primeiras fotografias de planetas extrassolares e análise de suas atmosferas, flagrou o impacto do cometa Shoemaker-Levi 9 com Júpiter, e obteve a famosa imagem do Campo Ultraprofundo (HUDF), contendo cerca de 10.000 galáxias dos primórdios do universo, a uma distância de 13,2 bilhões de anos-luz.
A NASA gasta cerca de 98 milhões de dólares na operação do Hubble, garantidos até 30 de abril de 2016, mas Sembach afirma: “Enquanto o observatório estiver cientificamente produtivo, o país continuará disposto a apoiar a fabulosa ciência que ele tem produzido”. Com o lançamento do Telescópio Espacial James Webb (JWST), programado para 2018, a continuidade da operação do Hubble irá proporcionar um inédito trabalho em equipe, visto que o Webb trabalhará na região infravermelha do espectro, podendo enxergar ainda mais longe que o instrumento veterano. Contudo, infelizmente suas fotos não terão a extraordinária beleza daquelas do Hubble.
Sembach complementa: “É difícil analisar o impacto que o Hubble teve. Há fotos obtidas por ele em salas de aula por todos os Estados Unidos. Em filmes ou na televisão vemos também imagens do Hubble, em livros, na arte. Tornou-se parte de nossa cultura”. Mario Livio, astrônomo também ligado ao projeto, acrescenta: “Pergunte a qualquer pessoa nas ruas o nome de um telescópio, ele responderão Hubble. Isso mostra o nível do impacto que esse telescópio teve”.
Site oficial do Telescópio Hubble
Artigo sobre o aniversário de 18 anos em órbita do Hubble
Imagens obtidas em 23 anos de operação
Infográfico mostrando o funcionamento do Hubble
Imagens da missão STS-125 do Atlantis ao Hubble
Saiba mais:
Livro: Dossiê Cometa
DVD: Destino Terra 2