A região habitável ao redor de uma estrela, também conhecida como zona Goldilock, tem sido há mais de vinte anos o parâmetro para definir se um planeta pode abrigar ou não vida. Ela postula a distância que o planeta deve ter de seu astro principal para que não seja nem muito quente nem muito frio, a fim de que seja possível a presença de água líquida, essencial à vida, em sua superfície.
A nova zona habitável foi demarcada tendo como base novas informações baseadas em centros de dados, chamados de HITRAN [absorção de transmissão molecular de alta resolução] e HITEMP [parâmetros de absorção espectroscópica de alta temperatura]. Essas informações postulam os parâmetros de absorção de água e dióxido de carbono, dois elementos de grande influência na atmosfera de exoplanetas, e que determinam a possibilidade de presença de água líquida. Os cientistas alertam que essa definição ainda não leva em conta os efeitos de nuvens, que também podem afetar a habitabilidade.
James Kasting, membro da equipe que apresentou os novos parâmetros, foi o responsável pela definição anterior apresentada há 20 anos. Desde então, os números mais recentes dão conta de 863 exoplanetas confirmados, e somente o telescópio espacial Kepler da NASA localizou 2740 candidatos a mundos alienígenas.
A nova definição não é tão diferente da anterior. Se tomarmos o exemplo de nosso próprio sistema solar, nos parâmetros antigos a região habitável do Sol se estendia entre 0,95 e 1,67 AU [unidades astronômicas]. Pela nova definição, o alcance fica compreendido entre 0,99 e 1,7 AU. Uma unidade astronômica é a distância média entre a Terra e o Sol, cerca de 150 milhões de quilômetros.
Abel Méndez, astrônomo da Universidade de Porto Rico e autor do Habitable Exoplanet Catalog, que não participou do estudo, afirma: “É uma surpresa a Terra estar tão próxima da borda interior da região habitável”. Ele confirma que serão necessários ajustes em sua lista de mundos habitáveis, com alguns mundos sendo excluídos desta, e outros admitidos. Ele mencionou o exoplaneta Gliese 581d que anteriormente estava na borda exterior de sua zona habitável, mas que agora deve cair precisamente no meio desta.
“Será uma grande mudança para este planeta em particular. Isso significa que a perpectiva de vida nesse mundo será bem maior”, diz o astrônomo. O novo estudo com a nova definição de região habitável, cujo autor principal é Ravi Kumar da Penn State University, será publicado em breve no Astrophysical Journal.
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