Desde a descoberta do primeiro exoplaneta, em 1995, boa parte dos 1932 mundos alienígenas confirmados até o momento é classificado na categoria de Júpiteres quentes. Nossas tecnologias de observação atuais funcionam melhor para localizar grandes mundos gasosos situados próximos de suas estrelas, e os modelos de formação planetária apontam que tais mundos são formados distantes de seus sóis, migrando depois para junto deles. Com isso, é grande o perigo de mundos menores e rochosos, como a Terra, terem suas órbitas perturbadas e até mesmo serem lançados desses sistemas.
Contudo, com a evolução das tecnologias e das técnicas de observação, além da criação de novos métodos, mundos menores e similares ao nosso puderam ser encontrados, e estão listados até o momento 30 exoplanetas que podem abrigar vida. Agora, um grande passo na localização de planetas menores, do porte da Terra, veio com a confirmação do achado de HIP 11915b. Este é um gigante gasoso, do porte de Júpiter, situado em um sistema a cerca de 200 anos-luz de distância. Um dos fatores que tornam o achado importantíssimo é sua distância em relação a sua estrela, similar aquela que existe entre Júpiter e o Sol. Além disso, a estrela HIP 11915 é também muito semelhante em tamanho e composição à nossa.
Outro dado fundamental dessa descoberta é ter sido feita com participação brasileira, de uma equipe da Universidade de São Paulo (USP), liderada pelo professor Jorge Meléndez, co-autor do estudo. De acordo com ele: “Estamos muito entusiasmados por fazer parte desta investigação de vanguarda, tornada possível pelas infraestruturas observacionais disponibilizadas pelo ESO”. Megan Bedell, da Universidade de Chicago e autora principal do artigo, completou: “Após duas décadas de busca de exoplanetas, estamos finalmente vendo planetas gigantes gasosos de período longo semelhantes aos do nosso próprio Sistema Solar, graças à estabilidade de longo termo de instrumentos \’caçadores de planetas\’ como o HARPS”.
BUSCANDO A TERRA 2.0
O HARPS é o Buscador de Planetas por Velocidade Radial de Alta Precisão, um espectrógrafo instalado no telescópio de 3,6 m do Consórcio Europeu do Sul (ESO), de La Silla, no Chile. O instrumento consegue medir um desvio do movimento de uma estrela de até 3,5 km/h, resultado da atração gravitacional de um planeta em órbita, e já contribuiu na descoberta de mais de 130 mundos alienígenas. O professor Meléndez explica que a presença de um mundo similar em tamanho e localização a Júpiter indica a possibilidade da existência de um planeta semelhante à Terra nesses tipos de sistema, aumentando a possibilidade de encontrar mundos capazes de sustentar vida extraterrestre. O achado igualmente aponta a necessidade premente do fechamento do acordo do Brasil com o ESO, recentemente ratificado pelo Congresso Nacional. O artigo foi aceito para publicação pelo periódico Astronomy & Astrophysic.
Enciclopédia dos Planetas Extrassolares
Catálogo de Exoplanetas Habitáveis
Site do Astronomy & Astrophysic
Relato da descoberta no site do ESO
Confira uma reportagem da TV Globo sobre a descoberta
Média de exoplanetas habitáveis em sistemas solares pode ser dois
Obtida a melhor imagem de um sistema planetário em formação
Número de exoplanetas confirmados supera a marca de 1.000
Cientista do Hubble afirma que próximo telescópio irá procurar vida extraterrestre
Saiba mais:
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