A estrela KIC 8462852 ganhou as manchetes mundiais em outubro de 2015, quando um estudo sobre dados obtidos pelo telescópio Kepler da NASA, analisados em estudo liderado pela astrônoma Tabetha Boyajian, da Louisiana State University, apontaram que esse sol distante exibia estranhas diminuições de brilho, tendo ocorrido dois episódios nos quais o brilho estelar diminuiu respectivamente em 15 % e 20 %. Jason Wright, professor assistente da Penn State University e coautor do novo estudo, foi o primeiro, também em 2015, a aventar a possibilidade de que estivéssemos testemunhando a construção de uma Esfera ou Enxame de Dyson, e a partir de então mesmo sites científicos de elevada reputação passaram a se referir a esse astro como “a estrela da megaestrutura alienígena”.
KIC 8462852 é uma estrela cerca de 50 % maior que o Sol e quase 600º C mais quente, e está a cerca de 1.500 anos-luz de distância. Entre as sugestões apresentadas para explicar seu estranho comportamento estão uma nuvem de cometas ou asteroides despedaçados, um planeta gigante, uma planeta com um imenso sistema de anéis, e mesmo um planeta que foi estilhaçado e consumido pela estrela. Nenhuma destas conseguia explicar integralmente o comportamento desse sol, e a teoria da megaestrutura de uma civilização alienígena avançada, sendo construída para captar a maior parte da luz estelar, ainda se mantinha. Estudos de registros astronômicos também comprovaram que o brilho da estrela vinha diminuindo cerca de 20 % entre 1890 e 1989. Tabetha Boyajian iniciou uma campanha no site de financiamento coletivo Kickstarter, sendo auxiliada nisso e nos estudos científicos por cidadãos cientistas, especialmente os membros do Planet Hunters, que foram os primeiros a observarem os dados obtidos pelo Kepler.
Assim foi financiada uma campanha de observação em vários telescópios, principalmente o Observatório Las Cumbres situado em Goleta, Califórnia. KIC 8462852 foi observada regularmente entre março de 2016 e dezembro de 2017, e a partir de maio de 2017 quatro episódios de redução de brilho foram observados pela primeira vez em tempo real. A equipe logo constatou que essa diminuição ocorria em diferentes intensidades em diferentes comprimentos de onda, e essa foi a primeira indicação de que o responsável pelo fenômeno não poderia ser um objeto sólido, ao menos não um feito com os materiais que conhecemos. As novas observações permitiram constatar que o material que está bloqueando a luz da Estrela de Tabby (referência ao apelido de Tabetha), absorve a luz azul, avermelhando o espectro da estrela. Caso fosse um objeto ou objetos sólidos toda a luz da estrela seria absorvida, e o material emitiria radiação infravermelha ou calor em decorrência disso. O próprio Jason Wright explicou: “Caso houvesse objetos opacos bloqueando toda a luz, a estrela deveria apresentar queda de brilho igual em todos os comprimentos de onda. Em vez disso descobrimos que as quedas de luminosidade azuis são duas vezes mais profundas do que quando observamos comprimentos de onda infravermelhos”.
DESCARTANDO A POSSIBILIDADE DE UMA CIVILIZAÇÃO ALIENÍGENA
A equipe então chegou à conclusão de que a queda de luminosidade não pode ser decorrência de grandes objetos opacos, mas por nuvens de partículas muito pequenas, calculadas como menos de 1 mícron. Também foi descartada a presença de gás ou um objeto em órbita da estrela. Tabetha Boyajian acrescentou: “Poeira é a mais provável explicação para as constantes diminuições e aumento de brilho. Os novos dados mostram que diferentes cores de luz são bloqueadas em diferentes intensidades. Portanto o que está entre nós e a estrela não é opaco, como seria o caso se fosse um planeta ou uma megaestrutura alienígena”. Eles apontam que KIC 8462852 é possivelmente orbitada por uma nuvem de poeira que completa uma revolução a cada 700 dias terrestres. Wright aponta que os novos dados são também consistentes com a presença de cometas, e lembra que alguns astrônomos defendem que é a própria estrela que varia sua luminosidade, o que ainda deve ser analisado. A hipótese da avançada civilização alienígena sempre foi considerada a menos provável, e vale recordar as palavras de Carl Sagan: “A ausência de evidência não é evidência de ausência”. A estrela mais misteriosa da galáxia ainda tem segredos a serem descobertos. O artigo com as novas descobertas foi publicado no Astrophysical Journal Letters.
Confira o novo artigo de Tabetha Boyajian e Jason Wright
Apresentada nova teoria para explicar comportamento da estrela da megaestrutura alienígena
Cientistas ainda debatem o mistério da estrela KIC 8462852
Estrela KIC 8462852 mostra comportamento ainda mais estranho
Estudo revela que a humanidade reagiria bem à descoberta de vida extraterrestre
Trânsitos planetários podem ser formas de comunicação de civilizações extraterrestres
Saiba mais:
Livro: Guia da Tipologia Extraterrestre
Há séculos a espécie humana assiste à chegada de estranhos seres geralmente bípedes e semelhantes a nós, que descem de curiosos veículos voadores sem rodas, asas ou qualquer indício de forma de navegação. Quase sempre estas criaturas têm formato humanoide e não raro se parecem com uma pessoa comum, mas com um problema: elas não são daqui, não são da Terra. O que pouca gente sabe é que existem dezenas de tipos deles vindo até nós, alguns com o curioso aspecto de robôs, outros se assemelhando a animais e há até os que se parecem muito com entidades do nosso folclore. O Guia da Tipologia Extraterrestre faz uma ampla catalogação de todos os tipos de entidades já relatadas, classificando-as conforme sua aparência e características físicas diante de suas testemunhas, resultando num esforço inédito para se entender qu
em são nossos visitantes.