Diante de tantas requisições midiáticas querendo saber minha opinião sobre a recentemente formada Comissão de Investigação de Fenômenos Aeroespaciais (CIFA) pela Força Aérea Argentina (FAA) [Veja Apresentada comissão oficial para estudo do Fenômeno UFO na Argentina] e se eu fazia parte dela ou não, penso que devo esclarecer definitivamente meu critério frente a tamanha avalanche jornalística gráfica, radial, televisiva e “internetiana”, nacional e internacional, com reportagens em redes como CNN, Univision e Televisão Oficial Russa.
O jornalista José Montero do diário Muito, pertencente ao Grupo Clarin, me fez perguntas concretas sobre o tema e respondi conforme transcrito abaixo:
Qual é sua opinião sobre a decisão da Força Aérea de criar uma comissão investigadora de Fenômenos Aeroespaciais? Parece muito boa, conforme o que está ocorrendo no mundo inteiro com as desclassificações (liberações) de documentos secretos governamentais da presença extraterrestre no planeta. Um grande exemplo é nosso vizinho, Brasil, de forte abertura desde 1958 em sua declaração oficial, e que segue ainda à vanguarda dessa iniciativa, como demonstrou o grande pesquisador brasileiro Ademar José Gevaerd [Editor da Revista UFO] no recente Congresso Internacional de La Pampa (Argentina). Esperamos que os governantes argentinos estejam em conformidade a estes tempos.
Que expectativas tem sobre essa comissão? De paciência e espera. Porque vivi na década de 60 a tentativa de desclassificar arquivos secretos, nomeando tanto na Marinha de Guerra como na Força Aérea Argentina, chefes de departamentos ufológicos. Mas, como sempre, passados poucos anos, servidores públicos posteriores apagaram toda a atuação – que foi imensa -, com uma declaração oficial incluída. Eu estive pessoalmente trabalhando com meus amigos, o capitão de fragata Omar Roque Pagani, que por sua vez era engenheiro civil, e o brigadeiro Eduardo J. Palma, mas agora tenho paciência e esperança. Felizmente, hoje são outros tempos sociais e culturais, para que eu tenha esta ação pessoal.
Alguma autoridade lhe consultou em relação a essa comissão da Força Aérea? Não. E não importa. Não é relevante que Fabio Zerpa esteja nessa comissão. O fundamental é que precisam estar nela pesquisadores realmente sérios e devidamente documentados na disciplina da Ufologia, junto a cientistas com abertura mental, que funcionem com a realidade atual deste tema, que muitas vezes não é tomado como tal. Sem preconceitos nem prejuízos aos pontos de vista de ambas as partes. Eu estive com as forças militares do Brasil, México, Espanha e França, ajudando em investigações concretas sobre a problemática, comprovando uma inquietude autêntica por pesquisar algo, que já faz parte da cultura popular, não só de nossa contemporaneidade como sob raízes históricas muito importantes. Lamentavelmente, não notei essa abertura nas forças militares argentinas, que durante tantos anos consultei. No entanto, sempre está a esperança de mudança, inexorável para nosso presente. “Os novos tempos têm vindo”, dizia-me permanentemente meu amigo e irmão espiritual, o grande profeta argentino Benjamin Solari Parravicini. Desejo que se dêem conta disso, tanto ufólogos como cientistas, e se ponham em dia com a realidade cultural atual. As dúvidas, tenho-as, e muito profundas, devidamente assentadas em fatos nos meus 52 anos de pesquisador, mas sou dono da esperança e da paciência, como me ensinaram as culturas aborígenes de nossa América.
Poderia dizer sua idade? Sempre disse e nunca a escondi. Tenho 82 anos e vou para 83 em 04 de dezembro próximo. Nota da Redação UFO: O veterano ufólogo Fabio Zerpa concedeu extensa e exclusiva entrevista à Revista UFO em sua edição 173, clique aqui para acessá-la.