
Cuba é um arquipélago formado por mais de 1.500 ilhas situado no Mar do Caribe. Sua população é de pouco mais de 11 milhões de pessoas e sua economia é baseada no comércio do açúcar, banana e na indústria do turismo, além de seus famosos charutos. Quanto aos discos voadores, a maioria dos ufólogos da ilha não podem compartilhar com a Comunidade Ufológica Mundial informações precisas sobre sua verdadeira incidência em território cubano, devido ao seu isolamento do planeta desde 1962 — um bloqueio total de contato com o resto do globo, que perdura até hoje.
Vários pesquisadores estrangeiros de renome realizaram estudos sobre a casuística ufológica do país, ao lado dos poucos ufólogos cubanos. Entre eles estão os norte-americanos Bob Pratt, autor de Perigo Alienígena no Brasil [Código LIV-014 da Biblioteca UFO. Confira na seção Shopping UFO desta edição e no Portal UFO: ufo.com.br] e Mike Birds, o espanhol Sergio Cervera, o canadense Stanton Friedman [Correspondente internacional da Revista UFO], o francês Jacques Vallée e Virgílio Sánchez-Ocejo, um cubano exilado nos EUA e diretor do Miami UFO Center (MUFOC).
Detecção em radar e pânico
A década de 60 foi marcada, para Cuba, pelo quase iminente conflito entre o Bloco Capitalista, liderado pelos norte-americanos, e o Bloco Comunista, comandado pela extinta União Soviética. Se tivesse havido quaisquer precipitações de qualquer um dos lados, certamente aconteceria uma guerra mundial e provavelmente teríamos visto o fim do mundo — e isso não deve ter passado despercebido de nossos vizinhos cósmicos. Os pontos extremos ficaram conhecidos como o Incidente da Baía dos Porcos, de 19 de abril de 1961, e a Crise dos Mísseis Cubanos, em outubro de 1962.
A história dos UFOs na ilha tem ligações com seus aspectos políticos. Em 1963, por exemplo, Fidel Castro acusou o governo dos Estados Unidos de enviar um zepelim para espionar o quartel La Cabaña, em Havana. As baterias antiaéreas começaram a disparar no objeto, que voava lentamente e sem causar dano algum. Mas, segundos depois, o aparelho sumiu numa velocidade incrível. Conforme testemunhas militares, tinha janelas iluminadas nos dois lados e a hipótese de se tratar mesmo de um zepelim acabou sendo descartada, já que nenhuma aeronave daquele tipo poderia alcançar tamanha velocidade.
Em março de 1967 os radares cubanos detectaram um sinal dirigindo-se para a ilha. Dois caças Mig 21 foram enviados para interceptar o suposto intruso, que havia entrado no espaço aéreo do país a uma altitude de 10.000 m e velocidade de Mach 1. Quando se aproximaram, o líder da formação relatou que se tratava de uma esfera metálica brilhante sem qualquer tipo de identificação. Depois de uma tentativa infrutífera de comunicação, o Comando de Defesa Aérea de Cuba ordenou ao piloto disparar contra o invasor, que, por sua vez, informou que estava com mísseis armados e prontos. Segundos depois, o outro piloto gritou em pânico para o controle de terra e informou que o Mig 21 do líder havia simplesmente explodido!
Depois de recobrar sua racionalidade, o aviador relatou que não houve fumaça ou fogo: a aeronave tinha sido desintegrada no ar. O radar cubano registrou que o UFO acelerou e subiu para 30.000 m de altitude e rumou na direção da América do Sul. Um relatório desse caso foi enviado para a Agência de Segurança Nacional (NSA), dos EUA, que realizou os procedimentos normais em casos que envolvem a perda de aeronaves inimigas. No ano seguinte, outro encontro desconcertante com UFOs, relatado por um soldado do Exército de Cuba, levou Fidel Castro a pedir que especialistas da inteligência soviética investigassem a ocorrência. Como se vê, há casos de incidentes alarmantes no espaço aéreo do país, envolvendo contatos dos mais variados graus, desde simples avistamentos até abduções, incluindo uma possível queda de UFO [Veja artigo detalhado na edição UFO 090, disponível na íntegra no Portal da Ufologia Brasileira: ufo.com.br].
Mas o fato que mais atraiu a atenção da Comunidade Ufológica Mundial para a região aconteceu em 15 de outubro de 1995. Naquele dia, a rádio oficial cubana informou que às 09h30, sobre a cidade de Torriente, na província de Matanzas, um fato extraordinário ocorrera. Adolfo Zárate, um fazendeiro de 74 anos, informou à polícia que estava trabalhando em sua horta quando um UFO parecido com uma concha e sem rodas desceu das nuvens e pousou perto dele com uma chama azul.
Invadindo oceanos
Detrás de arbustos, Zárate observou pequenos homens, um dentro do objeto e o outro do lado de fora. Os dois pareciam estar conversando, embora ele não tenha ouvido sons — as entidades pareciam vestir roupas de mergulho. O ser que estava do lado de fora coletou muitas malangas [Espécie de batata típica de Cuba] e embarcou novamente no aparelho, que decolou emitindo uma fumaça branca e desaparecendo entre as nuvens. No dia 30 de outubro daquele ano, o Ministério do Interior de Cuba investigou seriamente o evento, informando o fato ao público. Essa foi a primeira vez que o governo admitia publicamente a existência dos UFOs. A confirmação foi feita através de um comunicado divulgado pelo governo.
Assim como no Brasil, Cuba também tem registros de objetos submarinos não identificados (OSNIs). Esses aparelhos são vistos saindo ou mergulhando no mar a grande velocidade. Isso fez com que surgissem teorias de que pudessem existir bases extraterrestres em nosso planeta. Os casos de OSNIs são muitos em todo o mundo, inclusive em solo cubano [Veja o livro OSNIs, código LIV-022 da Biblioteca UFO. Confira na seção Shopping UFO desta edição e no Portal UFO: ufo.com.br].
Se o Fenômeno UFO já enfrenta problemas mesmo quando se tem uma infinidade de informações disponíveis, o que dirá em um lugar onde os pesquisadores raramente têm acesso a elementos que enriqueceriam seu trabalho. Mais do que isso, a Ufologia Mundial sofre danos com essa ausência, pois não se trata apenas de um ponto isolado, mas sim de um lugar com uma intensa casuística. Entretanto, aos poucos, a muralha cubana vai cedendo e oferecendo frestas, das quais ufólogos locais acabam se aproveitando para divulgar o que sabem, fornecendo pistas sobre a também intensa movimentação ufológica do arquipélago.