“Antes do lançamento, nossa opinião era de que tudo estava bem. Mas nos equivocamos”, o chefe da agência espacial, Michael Griffin. A NASA reconheceu neste domingo (31) que falhou nos testes de segurança do vôo do Discovery, mas está confiante na volta da nave e dos tripulantes à Terra. “Os testes de segurança prévios ao vôo não foram bem realizados”, reconheceu o chefe da Nasa, Michael Griffin. “Antes do lançamento, nossa opinião era de que tudo estava bem. Mas nos equivocamos”. Ele disse que foi “sorte” o material desprendido do tanque externo do Discovery ter caído em uma trajetória que não provocou danos maiores. O diretor de vôos da Nasa Paul Hill informou neste domingo que um dos dois tripulantes que sairão aos espaço nos próximos dias -o japonês Soichi Noguchi ou o americano Stephen Robinson- deve tentar reparar as placas isolantes danificadas. O comandante do Discovery, Eileen Collins, manifestou, sua surpresa com o desprendimento do material isolante do ônibus. “Estamos simplesmente surpresos com o que aconteceu, realmente não esperávamos”, afirmou. Os astronautas deram entrevista à rede de televisão Fox neste domingo, direto do Discovery, que está acoplado à ISS a mais de 320 quilômetros da Terra. “Não vou dizer que podemos seguir voando desta forma, pois sabemos que há algo que necessita ser consertado”, disse Collins.
Ela afirmou que a NASA tomou a decisão correta com o lançamento do Discovery para a 114ª missão ao espaço do programa dos ônibus espaciais. “Acredito que o programa dos ônibus espaciais tomou a melhor decisão com a informação que tinha disponível, mas estamos aprendendo”, disse. Consultado sobre o potencial dano, o tripulante Charlie Camarda disse que havia analisado o ônibus através de seqüências de imagens e inspeções a laser durante os últimos dois dias. “Pelo que vimos parece que há pouquíssimos danos, apenas alguns indícios. Pode ter havido pequenos impactos, que estamos analisando cuidadosamente”. Segundo ele, tudo indica que o veículo parece estar em ordem. “Estamos bem para regressar para casa”. Dois tripulantes do ônibus espacial americano Discovery começaram nesta segunda-feira (01) uma segunda caminhada espacial, desta vez para fazer consertos no casco da Estação Espacial Internacional (ISS), informou o Centro de Controle de Vôos Espaciais (CCVE) da Rússia. O americano Steve Robinson e o japonês Sochi Noguchi abriram a escotilha do Discovery e saíram ao espaço exterior às 8h42 GMT (5h42 de Brasília), com 28 minutos de atraso em relação ao previsto, informou um porta-voz do CCVE, situado na cidade de Koroliov, 35 quilômetros ao noroeste de Moscou.
“Não ocorreu nada extraordinário. Simplesmente é necessário realizar uma revisão de todos os sistemas e preparar os equipamentos”, disse para explicar o atraso um porta-voz da missão da Nasa no CCVE entrevistado pela agência oficial russa Itar-Tass. De acordo com o programa da caminhada, Robinson e Noguchi permanecerão no espaço exterior seis horas e meia para realizarem trabalhos na parte exterior do segmento americano da ISS. O objetivo desta caminhada ou atividade extra-veicular [IVA, na sigla em inglês] é desmontar do casco do módulo Unity um dos quatro giroscópios que a ISS tem que deixou de funcionar há mais de três anos.Em seu lugar Robinson e Noguchi assistidos por seus colegas no interior do Discovery instalarão um novo que chegou à ISS junto com outras cargas na nave. Os giroscópios são instrumentos indispensáveis para controlar a orientação e estabilidade da nave espacial. Depois de concluírem o trabalho, os dois astronautas podem realizar outros trabalhos de reparação complementares.