A agência espacial conseguiu realinhar a antena com um sinal forte, restaurando o contato
Após a detecção de um sinal reminiscente de um “batimento cardíaco” proveniente da sonda em 01 de agosto, pesquisadores vinculados ao Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA conceberam e transmitiram uma transmissão vigorosa à sonda, com o propósito de reorientar manualmente sua antena na direção terrestre.
Transcorridas aproximadamente 37 horas, distribuídas em 18.5 horas para que o sinal oriundo da NASA alcançasse a sonda na sua fronteira interestelar e igual período para a Voyager 2 estabelecer uma resposta, constatou-se que “(…) a nave espacial iniciou a transmissão de informações de cunho científico e telemétrico, denotando o seu estado operacional regular e a sua contínua adesão à trajetória antecipada”, conforme veiculado na declaração oficial do JPL.
A NASA experimentou, de modo temporário, a privação do contato com a sonda Voyager 2, artefato humano que se posiciona como o segundo objeto mais remoto da Terra no universo, navegando correntemente pelo âmago do espaço interestelar a uma distância aproximada de 19.9 bilhões de quilômetros do planeta de origem.
Conforme comunicado oficial do JPL, a desconexão comunicativa com a sonda, consumada em 21 de julho, obteve origem em uma sucessão de diretrizes planejadas que inadvertidamente resultaram na modificação do alinhamento da antena da Voyager 2, desviando-a da orientação terráquea em aproximadamente dois graus.
Incapaz de efetuar a transmissão ou recepção de mensagens provenientes da Rede de Espaço Profundo da NASA – uma rede internacional composta por imponentes antenas radiofônicas que prestam suporte a uma pluralidade das missões interplanetárias promovidas pela NASA – a sonda Voyager 2 encontra-se, de maneira essencial, em um estado de deriva e isolamento na vastidão obscura do espaço sideral, tendo já ultrapassado o perímetro exterior do nosso sistema solar no mês de novembro do ano 2018.
A sonda Voyager 2 foi concebida com um programa de reconfiguração de alinhamento de sua antena, uma operação que é realizada de forma periódica e múltipla ao longo do ano, visando a manutenção do elo comunicativo com o planeta Terra à medida que a sonda gradativamente se distancia.
As sondas gêmeas Voyager foram lançadas consecutivamente em agosto e setembro de 1977, com um intervalo temporal de 16 dias entre os respectivos momentos de lançamento.
Em um desdobramento contraintuitivo, nota-se que a Voyager 2 foi lançada antes da Voyager 1. Ambas as sondas empreenderam trajetórias de exploração que envolveram sobrevoos pelos planetas situados na periferia do sistema solar antes de, por fim, atravessarem o limiar mais distante da heliosfera — a região mais externa da atmosfera solar que demarca a fronteira entre o nosso sistema solar e o espaço interestelar circundante.
Vale salientar que a sonda Voyager 1 obteve a distinção de se tornar a primeira a ingressar no espaço interestelar, ultrapassando os limites da heliosfera no mês de agosto do ano 2012. Nessa condição, a referida sonda representa o artefato de origem humana mais remoto em relação à Terra até então produzido, estabelecendo-se a uma distância presente de aproximadamente 23.8 bilhões de quilômetros da Terra.
Consequentemente, é importante ressaltar o caráter contínuo de expansão dessa distância ao longo do tempo. Ademais, é pertinente destacar que as operações comunicativas com a sonda Voyager 1 perduram de forma ininterrupta. Ambas as sondas Voyager ostentam recursos elétricos e reservas de combustível suficientes para sustentar suas operações atuais até, no mínimo, o ano de 2025, conforme assinalado pela NASA.
Contudo, no desenrolar do futuro, quando as sondas inevitavelmente cessarem definitivamente sua comunicação com o planeta Terra, sua missão com destino às constelações estelares ainda prevalecerá.
Cabe ressaltar que nas estruturas de ambas as sondas estão acondicionadas réplicas idênticas de um disco confeccionado em cobre revestido de ouro, o Disco Dourado Voyager — uma espécie de mensagem sonora concebida com o propósito de compartilhar a herança natural e musical do nosso planeta com possíveis entidades extraterrestres dotadas de inteligência que porventura venham a se deparar com as sondas.
Tais registros abarcam um conjunto de 27 composições musicais, englobando peças de Bach e Chuck Berry, além de 22 minutos de sons provenientes da natureza e vozes que dialogam em 59 línguas humanas. Ademais, é pertinente observar que as sondas estão equipadas com um dispositivo reprodutor de áudio dotado de instruções representadas de forma imagética, conjuntamente com um mapa estelar que delineia a posição geográfica da Terra no espaço cósmico.