A NASA anunciou nesta quarta-feira, 02 de junho, que selecionou duas novas missões para Vênus, um de nossos vizinhos planetários mais próximos, com o objetivo de obter uma compreensão mais profunda de como o planeta se transformou na estufa que é hoje.
O objetivo das missões, denominadas DAVINCI + (Deep Atmosphere Venus Investigation of Noble gas, Chemistry, and Imaging) e VERITAS (Venus Emissivity, Radio Science, InSAR, Topography, and Spectroscopy), é estudar os fenômenos pelos quais Vênus passou até criar um potente efeito estufa planetário, de pressão e temperaturas absurdas.
É um divisor de águas na exploração espacial dispersar a “maldição de Vênus” após décadas de esforços enfraquecidos para enviar espaçonaves ao nosso vizinho planetário, como aponta a revista Scientific American. “Estamos acelerando nosso programa de ciência planetária com intensa exploração de um mundo que a NASA não visita há mais de 30 anos”, disse Thomas Zurbuchen, administrador associado da NASA para a ciência, em um comunicado oficial.
O DAVINCI + envolverá uma espaçonave investigando a composição da atmosfera venusiana. Uma esfera descendente fará o seu caminho através da atmosfera extremamente densa do planeta, medindo sua composição química à medida que avança. A atmosfera do planeta há muito fascina os pesquisadores. Os planos surgiram depois que cientistas descobriram fontes significativas de fosfina na atmosfera de Vênus em setembro de 2020. A fosfina é um gás incolor e inodoro que dizem ser um possível sinal de vida dentro das nuvens de Vênus.
Algumas missões, como a soviética Venera 13, chegaram a pousar em Vênus, mas não duraram muito, sendo destruídas pelas altas temperaturas e pressão.
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A sonda DAVINCI + também tirará as primeiras fotos de alta resolução de “tesselas”, que são o equivalente venusiano dos continentes da Terra, de acordo com a NASA. VERITAS, a segunda missão selecionada pela NASA, tentará mapear a superfície do planeta para descobrir mais sobre sua história geológica e registrar as emissões infravermelhas de sua superfície para descobrir do que é feito.
“Usando tecnologias de ponta que a NASA desenvolveu e aprimorou ao longo de muitos anos de missões e programas, estamos inaugurando uma nova década de Vênus para entender como um planeta semelhante à Terra pode se tornar uma estufa”, disse Zurbuchen. “Nossos objetivos são profundos”, acrescentou. “Não é apenas compreender a evolução dos planetas e a habitabilidade em nosso próprio sistema solar, mas estender além dessas fronteiras aos exoplanetas, uma área emergente e empolgante de pesquisa para a NASA.”