Novas pesquisas indicam que o tamanho do satélite da Terra em relação ao tamanho do próprio planeta pode ter sido fundamental para o desenvolvimento da vida. Além disso, essa proporção pode se aplicar a outros sistemas planetários, fornecendo aos pesquisadores um potencial guia na busca por vida extraterrestre.
“A Terra é o único planeta conhecido que hospeda vida e tem várias características exclusivas do nosso sistema solar, incluindo placas tectônicas ativas, um forte campo magnético e uma lua grande em relação ao seu tamanho”, explica o estudo publicado. “A presença da Lua controla a duração do dia e as marés oceânicas, o que afeta os ciclos biológicos terrestres. A Lua também estabiliza o eixo de rotação da Terra em vários graus. Assim, pelo menos para a Terra, a Lua também contribui para um clima estável e potencialmente oferece um ambiente ideal para a vida se desenvolver e evoluir.”
Na tentativa de determinar como o tamanho de um planeta influencia na formação de seu satélite e como isso pode afetar a habitabilidade do planeta, os pesquisadores por trás do estudo modelaram vários cenários para a formação da Lua na Terra. O mais popular é um modelo de acreção, onde o material ejetado da Terra (provavelmente de um evento de impacto maciço) criou um disco de acreção que lenta, mas seguramente, formou a Lua. No entanto, quando os pesquisadores modelaram planetas cerca de seis vezes maiores que a Terra, como as inúmeras “super-terras” já encontradas fora do nosso sistema solar, o modelo de acreção para a formação da lua falhou. Com efeito, todo o material ejetado foi vaporizado ou caiu de volta no planeta hospedeiro, resultando em um disco incapaz de se formar em uma lua. Como resultado, os pesquisadores determinaram que um planeta menor pode ser necessário para suportar vida alienígena.
“Aqui propomos que um disco de formação inicialmente rico em vapor não é capaz de formar uma lua grande em relação ao tamanho do planeta, porque as micro-luas, que são blocos de construção de um satélite, experimentam forte arrasto de gás e rapidamente caem em direção ao planeta”, explica o artigo. Essa situação “(…) indica que (1) nosso modelo suporta os modelos de formação lunar que produzem discos pobres em vapor e (2) exoplanetas rochosos e gelados cujos raios são menores que 1.6 são candidatos ideais para hospedar grandes luas fracionárias.”
Nova proposta para encontrar vida lá fora pode mudar o foco na busca por exoplanetas.
Fonte: Stardate.org
Essa proporção é essencial, dizem os pesquisadores, porque uma lua de tamanho fracionário significativo em comparação com seu planeta hospedeiro é necessária para os efeitos em grande escala, como placas tectônicas, marés, mecânica orbital e outros efeitos que ajudam a sustentar a vida na Terra. Esse tipo de Lua, dizem eles, é incapaz de se formar em torno de planetas muito maiores que o nosso.
Com o lançamento bem-sucedido do telescópio James Webb, a busca por vida em outros planetas avançou rapidamente. E com base nesta pesquisa mais recente, essa busca deve se concentrar em planetas de tamanho mais próximo da Terra. “A busca de exoplanetas normalmente se concentra em planetas maiores que seis massas terrestres”, disse o principal autor do estudo, Miki Nakajima, da Universidade de Rochester. “Estamos propondo que, em vez disso, devemos olhar para planetas menores porque eles provavelmente são melhores candidatos para hospedar luas fracionárias grandes.”