Quinze anos depois da inauguração, o Parque da Santa Cruz, localizado no município de Santa Cruz do Sul (RS), é o ponto turístico cotado para oferecer mais uma atração além dos 12 hectares de área verde, diferentes tipos de rochas, anfiteatro e cruzeiro iluminado. Desde 2010, um projeto para a construção de um mirante astronômico – denominado Mira – no morro é estudado pela Prefeitura. Embora sem data definida para se concretizar, a idéia, de autoria do Núcleo de Estudos Ufológicos de Santa Cruz (NEUS), segue na lista de pautas discutidas pela administração. “Vamos entrar em contato com uma arquiteta que fará um projeto em cima do que nos foi apresentado. Após, o resultado passará pela apreciação da prefeita, para então buscarmos os recursos, possivelmente federais”, explicou a secretária municipal de Turismo, Marla Hansen.
Conforme o projeto, o mirante consiste em um observatório de alvenaria e materiais reciclados para servir de apoio aos estudos de Ufologia e de ciências como a astrofísica e astronomia. No local, será possível perceber o movimento dos planetas, fenômenos como passagens de cometas, chuvas de meteoros e ainda realizar debates, palestras e exposições sobre os temas.
De acordo com Marla, essa seria a segunda obra desse porte existente no Estado – a primeira está localizada em Santa Maria – e teria também como proposta a atração de turistas para o parque, independente do interesse, por exemplo, pela Ufologia. “Queremos incluir, além do observatório, espaços de conveniência para a população, como um restaurante, café ou pub. Também vamos construir sanitários, sempre com a preocupação de oferecer acessibilidade para deficientes físicos”, acrescentou.
Segundo o coordenador do NEUS e membro da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU), Rafael Amorim, o projeto de construção do Mira foi elaborado em parceria com um núcleo do Chile e está avaliado em US$ 40 mil. “É um projeto barato, mas provavelmente o orçamento será alterado em função das adequações para adaptar a arquitetura ao morro”, acredita. Quanto aos equipamentos astronômicos, como os telescópios, o estudo prevê aproveitamento das ferramentas produzidas na região.
Com uma visão panorâmica da cidade, do cinturão verde e do Lago Dourado, o Parque da Santa Cruz é ponto estratégico para observações celestes. Em 1998, um possível objeto voador não identificado teria sido avistado por uma pessoa no morro, que gravou com uma câmera o que teria sido o episódio. Segundo os ufólogos, a gravação de 30 minutos foi considerada autêntica conforme avaliações de profissionais. Atualmente, o NEUS conta com seis integrantes efetivos e uma sede própria junto ao Ginásio Poliesportivo.