Supernovas, as espetaculares mortes de classes determinadas de estrelas, estão entre os fenômenos mais extremos do universo e foram classificadas dentro de dois tipos. Supernova Tipo 1 ocorre em anãs brancas, que são astros pequenos e densos. Já o Tipo 2 representa o final do ciclo para estrelas gigantes, pelo menos nove vezes mais pesadas que o Sol, que esgotam seu combustível, colapsam em si mesmas e explodem.
Pequenos grãos de supernovas de Tipo 2 já haviam sido encontrados em meteritos, mas não de Tipo 1. Agora um estudo liderado por Nicolas Dauphas, cientista da Universidade de Chicago, Estados Unidos, e publicado na revista Astrophysical Journal, anuncia a descoberta de restos de uma supernova Tipo 1 no meteorito chamado de Orgueil. O pedaço de rocha espacial caiu na França em 1865, contém muito cálcio 48, produzido em grandes quantidades em supernovas Tipo 1, mas ausente no Tipo 2.
A supernova detectada no meteorito ocorreu há 4,5 bilhões de anos, quando nosso Sistema Solar estava em formação. O estudo pode ainda auxiliar os cientistas a determinar a variação na quantidade de elementos entre planetas e meteoritos. Antes acreditava-se que esses elementos químicos eram uniformemente distribuídos na nuvem de gás e poeira a partir da qual se formaram o Sol e os planetas. Agora, diante da composição do meteorito Orgueil, essa parece não ter sido tão uniforme. A supernova cujos restos foram encontrados deve ter lançado os grãos analisados no meteorito, de menos de 100 nanômetros de extensão, desordenadamente no espaço, sendo incorporados nos corpos celestes e nos planetas que se formavam ao redor do Sol.