A Agência Espacial Norte-Amerinaca (NASA) lançou a espaçonave Cassini, com 20 anos de idade, na atmosfera de Saturno, onde foi incinerada para nunca voar novamente. Cassini já estava praticamente sem combustível e trabalhando “hora extra”, por mais anos do que deveria durar. Porém, a queda serviu para propósitos científicos: pela primeira vez, Cassini pôde estudar o espaço entre os anéis de Saturno e o planeta.
Na última quinta-feira (4), o periódico Science publicou uma coletânea de estudos sobre as órbitas finais da Cassini: há informações sobre o campo magnético de Saturno e cinturões de radiação que cercam porções do planeta. Além da surpresa da descoberta de que o anel D de Saturno – o mais próximo do planeta – está fazendo chover moléculas orgânicas como metano, feito de carbono e hidrogênio. Antes do mergulho de Cassini na região entre Saturno e seus anéis, cientistas acreditavam, através de observações óticas de muito longe, que a região era livre de poeira.
Mas estas novas descobertas deixam claro que “10 toneladas de materiais estão entrando na atmosfera de Saturno por segundo através de seu anel mais próximo”, afirmou um dos co-autores do estudo. Isso muda a forma como cientistas pensam sobre a química acima da atmosfera de Saturno, já que agora eles sabem que algumas das moléculas atmosféricas dali provém dos anéis.
Como muitas descobertas do tipo, ela levanta mais questões do que responde. Por exemplo: por que a poeira que chove dos anéis é composta de materiais orgânicos se são feitos de água congelada? Ademais, os pesquisadores não têm certeza se o anel D de Saturno irá eventualmente desaparecer, ou se há algum processo que irá preenche-lo novamente com outros tipos de materiais.
Porém, o mais empolgante é que Cassini descobriu que em Encélado, uma lua de superfície complexa de Saturno, existe água subterrânea e um ambiente propício para o surgimento de vida. A NASA confirmou que há evidências de que a lua em questão possui moléculas essenciais para o desenvolvimento de vida.
Em estudo publicado no periódico científico Nature, os pesquisadores contam que, ao analisar dados de espectrometria da Cassini, descobriram que moléculas orgânicas e ricas em carbono são expelidas das rachaduras da superfície de Encélado. A hipótese deles é de que essas moléculas sejam o resultado de reações químicas entre o centro rochoso do satélite e seu oceano subterrâneo.
Com as novas moléculas, a lua Encélado se torna o único objeto além da Terra a ter os elementos essenciais para o surgimento de vida como a conhecemos e Cassini, nossa grande desbravadora espacial.
Acesse o artigo sobre Encélado no periódico Nature
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Assista: Cassini End of Mission Broadcast, vídeo da NASA:
Fontes: Galileu, Science, NASA
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