Um simples muro não nos deixa maravilhados ou assombrados, nem nos chama a atenção, a não ser que nele existam certas inscrições, pinturas ou sinais em particular, capazes de catalizar nossa curiosidade. Mas o que dizer de um muro existente num outro planeta do Sistema Solar? Esse parece ser um caso especial, recentemente fotografado pelas lentes do robô Pathfinder. As fotos foram tiradas pela câmera da parte dianteira do veículo e mostram a superfície de rochas espalhadas entre ele e a Duna Sirena. Algumas das pedras mais próximas têm fraturas atribuídas à erosão e à ação do vento, enquanto outras têm estranhos sulcos. Mas uma atenta análise das fotos nos mostra também uma espécie de muro detrás dessas rochas – e suas características não são de algo natural.
Estas imagens impressionam pela clareza e podem ser vistas no site da NASA [http://mars.jpl.nasa.gov/MPF/ops/13.gif]. Elas evidenciam a existência de construções artificiais verticais, e não simples faixas uniformes de cor cinza, situadas horizontalmente em relação ao solo onde se encontram. A linha mais clara na parte alta destas faixas é devida à iluminação. A luz solar, de fato, chega do alto e da esquerda, como testemunham as rochas circundantes, batendo sobre os contornos dos objetos e evidenciando a verticalidade da construção. É visível, contudo, na extremidade direita da faixa cinza mais longa, uma interrupção mais escura que, por não estar iluminada, põe em evidência a parte reta e retangular típica de uma forma geométrica, um paralelepípedo.
Ousados cientistas acreditam tratar-se de uma construção elevada sobre o terreno artificialmente. Por suas características, a estranha construção passou a ser chamada de Muralha de Marte. Uma ampliação das imagens da Pathfinder evidencia que as rochas do local se encontram em segundo plano em relação à Muralha que, logo, parece como um obstáculo colocado diante das pedras. É óbvio que as estranhas construções, polidas e lisas como concreto, como se tivessem sido erigidas um dia antes, aparecem posicionadas sem nenhum sentido em meio às rochas. Somadas às evidências anteriores de que Marte comporta em sua superfície pirâmides e uma construção que lembra um rosto humano – a Esfinge –, e às recentes descobertas relativas à Cidade Inca em sua região polar, estas Muralhas nos levam a questionar com maior ênfase se o Planeta Vermelho já foi ocupado por alguma forma de vida inteligente. O que faz um muro em Marte? Quem o construiu e por quê? São perguntas que permanecem sem resposta.
Marte é o quarto planeta do Sistema Solar a partir do Sol, com uma atmosfera quase exclusivamente formada por anidrido carbônico. Seus ventos são capazes de desencadear violentas tempestades, fortes o suficiente para remodelar a superfície do planeta, com seu solo avermelhado por causa da presença do óxido de ferro. Sua temperatura média é de 55 graus negativos. Estima-se que há muito tempo possuía água em abundância, distribuída em rios caudalosos, lagos e um oceano, o Borealis, provido de uma grande ilha vulcânica. É nela que está o maior vulcão de todo o Sistema Solar, o Monte Olimpus, com cerca de 24 km de altura e 600 km de diâmetro. Estudiosos acreditam que toda a água, antes existente no planeta, se encontre agora no subsolo.
Foi em uma região marciana chamada de Cydonia, outrora coberta pelo Oceano Borealis, que a sonda Viking I fez, em 1976, a foto de uma colina parecida com um grande rosto humano, imediatamente chamado de Esfinge. Para os cientistas da NASA, habituados a negar quase tudo, essa figura não passa de um morro sobre o qual incide um jogo de luzes e sombras causadas pela baixa resolução da imagem. Mas para dois cientistas que se afastaram da agência espacial norte-americana, tal colina é uma evidência conclusiva de que Marte foi habitado. Vicenti di Pietro e Gregory Enlamear descobriram também outras duas faces com características humanas na superfície do planeta, na região chamada Utopia, e em outros lugares foram fotografadas numerosas pirâmides e estruturas triangulares, geralmente alinhadas umas em relação às outras. Em abril de 1998, a Mars Global Surveyor forneceu uma nova imagem de alta resolução do local onde a Esfinge foi encontrada, mas sem adicionar novidades às suas características.
Para a NASA, tudo não passa de estruturas naturais, frutos da erosão causada pelos ventos de Marte. Mas há quem sustente, no entanto, que a agência deliberadamente falsificou as informações que obteve com a Surveyor. Um reduzido grupo de estudiosos acredita que o pedaço de superfície fotografada agora seja, na realidade, outra região, situada à 10 km de Cydonia – e não aquela onde se encontra a Esfinge. O prestigiado Laboratório de Propulsão a Jato (JLP) teria confirmado o deslize. A questão está reaberta, ganha força e a polêmica aumenta. Por diversas vezes a NASA foi pega em flagrante, fazendo adulteração de imagens captadas através de suas missões espaciais, que deveriam ir ao ar imediatamente e ao vivo. Ao contrário, a maioria dessas imagens tem um atraso proposital, chamado de image delay, para que os analistas da agência possam vê-las antes e ter tempo para censurá-las, se algo inexplicado surgir.
Imagens Censuradas — No site The Enterprise Mission [http://www.enterprise-mission.com/pasadena3.html], do estudioso Richard Hoagland, existe evidências dessa manipulação. Hoagland mostra uma foto feita pelo Pathfinder e publicada posteriormente pela NASA, em comparação com as imagens mostradas ao vivo pela CNN, no programa Live from Mars [Vida Vinda de Marte]. Depois de ter transmitido através da rede de tevê norte-americana imagens não censuradas, alguns minutos depois os técnicos da agência alertaram sua diretoria para o fato de que várias delas poderiam chocar a opinião pública. E logoforam feitos cortes repentinos, alegando-se dificuldade nas comunicações com o robô atuando no solo do planeta vermelho. Mas as imagens já haviam sido registradas e capturadas, e assim, segundo análises efetuadas pelo grupo de Hoagland, algumas rochas mostradas posteriormente seriam, na verdade, máquinas tecnológicas degradadas, pedaços de artefatos, formas geométricas nítidas e até uma pir&
acirc;mide, da qual se podem determinar as proporções.
Hoagland conseguiu identificar, entre as imagens não censuradas e acidentalmente transmitidas pela CNN, objetos que lembram tubos, plataformas, cabos, caixas metálicas e objetos cilíndricos espalhados por toda a paisagem. Seriam restos de uma antiga cultura tecnologicamente desenvolvida, que teria habitado Marte e sucumbido por alguma razão? É extremamente árdua a tarefa de se provar isso. E até que alguém desça ao solo do planeta para ver de perto a situação, ou alguma sonda se aproxime o suficiente para explorar estes artefatos, sem que a NASA esconda novamente suas imagens, permanecerá a dúvida se tudo não se trata somente da ação dos ventos. Existem numerosas fotos publicadas na internet que parecem cenários de ficção científica. Hoagland não é o único a defender a tese de que muitas delas sofreram manipulação e retoques, a fim de que não se pudesse observar os detalhes citados anteriormente. Mas é o mais ardoroso defensor da hipótese.
Cidade Inca em Marte — Mas as muralhas não são a única novidade sobre o polêmico planeta vizinho. Há também a chamada Cidade Inca, nome informal dado pelos cientistas da NASA para um grupo de cumes retilíneos e cruzados, que estão localizados entre as camadas sedimentares da região polar sul de Marte. O tema volta agora à tona com novas revelações. As construções foram fotografadas pela primeira vez pela sonda Mariner 9 e sua origem nunca foi entendida. Agora, no entanto, novas evidências fotográficas, com muito mais precisão, mostram como a Cidade Inca se encaixa num enorme e inexplicado complexo de estruturas, formando um círculo perfeito na superfície do planeta vermelho. Isto está sendo considerado uma prova inequívoca de construções inteligentes feitas em larga escala em nosso vizinho. Se as inexplicáveis figuras da Planície Cydonia já eram suficientemente desconcertantes para o meio científico, os novos achados já estão fazendo um grande estrago em tudo o que se sabia sobre Marte.
As enormes estruturas foram inicialmente identificadas como ruínas de uma cidade pelo doutor Dan Burisch, nos anos 90. Por sua incrível similaridade com povoados existentes no Peru, acabaram sendo chamadas de Cidade Inca. Pesquisas intensas levaram à descoberta de muitos artefatos anômalos naquela região marciana e resultaram na publicação do livro Eagles Disobey: The Case of Inca City, Mars [As Águias Desobedecem: O Caso da Cidade Inca, Marte], pelo autor B. J. Wolf. Mas as estruturas no estilo de fundações, vistas nas imagens que o doutor Burisch usou em suas pesquisas iniciais, não eram grandes o suficiente para mostrar em detalhes a extensão total e o alcance da descoberta. Na ocasião, vendo a repercussão que o assunto teria, a NASA passou a sonegar informações e imagens da área. Mas novas fotos agora mostram claramente como a Cidade Inca realmente tem características artificiais.
Graças aos impressionantes avanços da tecnologia, e ao que parece ser uma ligeira mudança na atitude da agência espacial norte-americana, no que se refere à liberação de imagens de Marte, as coisas mudaram de figura. A Mars Global Surveyor, a recente sonda enviada ao planeta, com a Mars Orbiter Camera (MOC), ou câmera orbital de Marte, nos permite ver a área total ao redor da cidade. Como resultado, podemos agora avaliar que ela é apenas uma pequena parte do mistério que há numa coleção de construções em formato perfeitamente circular sobre o solo daquele planeta. No início, muitos investigadores pensaram que poderiam ser dunas de areia, mesmo que recentes, ou que foram enterradas, endurecidas e expostas ao Sol. Outros consideraram ser diques formados por rocha derretida (magma vulcânico), ou sedimentos moles dentro de rachaduras abaixo da superfície que, em seguida, endureceram e foram expostas pela erosão causada pelos ventos.
A MOC da Mars Global Surveyor forneceu novas informações sobre algumas notáveis construções na Cidade Inca, embora as imagens em si ainda não resolvam o mistério definitivamente. Uma interessante informação recentemente obtida veio na forma de uma moldura vermelha em ângulo aberto, observada em meados da primavera meridional de Marte. A imagem mostra claramente que os diques da cidade, localizados a 82º S e 67º W, são parte de uma estrutura circular que tem cerca de 86 km de diâmetro. É possível que este formato tenha sua origem em uma antiga cratera erodida, formada pelo impacto de um meteoro, que foi preenchida, enterrada e depois parcialmente exposta. Neste caso, a se levar em consideração as teorias que advogam a origem natural das construções, os diques poderiam ser remanescentes de fraturas preenchidas no leito rochoso, no qual a cratera se formou, ou das quebras preenchidas do próprio material que ocupou a cratera.
Forma Circular — Os cientistas, no entanto, estão cautelosos. No Malin Space Science System, por exemplo, há alguns estudiosos que garantem que ambas estas explicações poderiam estar erradas. “Enquanto a nova imagem da MOC mostra que a Cidade Inca tem um contexto maior como parte de uma forma circular, esta não revela a exata origem destas desafiadoras e incomuns formações na superfície de Marte”, revelou o porta-voz do instituto. De fato, o meio acadêmico anda receoso de prestar informações precipitadas sobre uma eventual origem natural das construções, e ter depois que se contradizer, como aconteceu com as descobertas de um rosto humano e pirâmides gigantescas em Cydonia. Mas até quando perdurará tal temor? A história nos mostra que é melhor encarar a realidade agora do que ter que escondê-la para sempre.