A Lemúria surgiu como teoria científica na segunda metade do século XIX, propondo a ideia de que um continente perdido antes existira no Oceano Índico ou no Pacífico. A teoria foi totalmente desacreditada quando ficou comprovada a existência das placas tectônicas e da deriva dos continentes, embora certas correntes místicas ainda defendam sua existência, berço de uma civilização primordial muito avançada. O mito da Lemúria, entretanto, ressurgiu em tramas publicadas a partir de 1945 na revista Amazing Stories. O editor e escritor de ficção científica Ray Palmer recebeu a carta de um homem alegando que havia decifrado uma antiga linguagem, e o editor escreveu ao autor da carta, Richard Sharp Shaver, pedindo esclarecimentos.
Richard Shaver, morador da Pennsylvania, respondeu prontamente, alegando ter realizado essa e outras descobertas a respeito dos mistérios do mundo, escutando mentalmente as comunicações de seres vivendo em extensas cavernas nos subterrâneos da Terra. Shaver não era um bom escritor, mas Palmer sentiu o potencial das histórias e os dois passaram a construir uma narrativa juntos. A história foi finalmente publicada na edição de março de 1945 de Amazing Stories, sob o título I Remember Lemuria (Eu Lembro de Lemúria). O sucesso foi estrondoso, levando Palmer e seus colaboradores a, sempre se baseando no relato de Shaver, prosseguir com a publicação de muitas sequências para essa história. Shaver sempre assegurou que suas comunicações com seres dos mundos subterrâneos eram reais, o que deu uma enorme contribuição para a popularidade das tramas, coletivamente reunidas sob o título de O Mistério de Shaver.
A publicação de Ray Palmer recebia poucas dezenas de cartas por mês, e com a publicação das histórias de Shaver as correspondências chegaram a 50.000. Além disso, muitos dos leitores passaram a narrar suas próprias experiências estranhas, como a de uma mulher que, servindo na França durante a Segunda Guerra Mundial, se encaminhou aos subterrâneos de um velho edifício pelo elevador. Ela alegou ter sido capturada por criaturas monstruosas que viviam em profundas cavernas, sendo libertada por entidades benignas e muito semelhantes aos seres humanos. O escritor Harlan Ellison aparentemente se inspirou nesse estranho relato para escrever o conto The Elevator People (O Povo do Elevador), no qual descrevia como havia centenas de prédios nos Estados Unidos cujos elevadores iam mais fundo que o porão destes. Ellison, contudo, era crítico das histórias do Mistério de Shaver e da insistência de Palmer em publicá-las. Shaver, em seus relatos, diferenciava os habitantes do submundo em dois grupos, os maléficos Deros e os benignos e semelhantes aos humanos Teros.
O MISTÉRIO DE SHAVER E OS DISCOS VOADORES
O próprio Ray Palmer ficou curioso quanto à insistência de Richard Shaver em qualificar seu relato como totalmente factual, e finalmente decidiu visitá-lo na Pennsylvania. Após a refeição Shaver convidou o editor a ficar em um dos quartos, porém este depois alegou que, ao longo da noite e da madrugada, ouviu vozes falando sobre o assassinato de uma mulher. Palmer alegou que conseguiu distinguir cinco vozes, de homens, mulheres, crianças e de um homem velho e rude, e escutou menção ao fato de tudo isso ocorrer a mais de 6 quilômetros abaixo do solo. Palmer ficou aterrorizado e, quando contou a Shaver sobre a experiência, este comentou que pedira ao seres para não incomodá-lo muito. Palmer depois alegaria que a experiência o havia convencido da realidade dos contatos de Shaver. As dúvidas quanto à sanidade de Richard Shaver foram diminuindo progressivamente o interesse em suas histórias, e Palmer passou a se dedicar ao estudo dos discos voadores após o avistamento de Kenneth Arnold em 24 de junho de 1947. Palmer esperava conseguir provar as experiências de Shaver pelo estudo ufológico, defendendo que os UFOs viessem dos subterrâneos do planeta. Contudo, logo essa ideia entrou em desuso, e o Mistério de Shaver permanece como uma curiosidade para os estudiosos.
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Livro: Cataclismo
Por todos os cantos do planeta encontramos evidências de que a trajetória da espécie humana teve uma paralisação em algum momento da Antiguidade. São abundantes os artefatos e monumentos construídos há milhares de anos que parecem ter sido atingidos por este momento crucial de nossa história. O autor de Cataclismo: A Tragédia que Apagou a História Humana, o consagrado pesquisador e escritor canadense Brien Foerster, astro da série Alienígenas do Passado, do History Channel, sustenta que este episódio raro teria se dado por volta de 12 mil anos atrás.