O maior planeta fora do nosso Sistema Solar já detectado é também o menos denso. Essa combinação de fatores surpreendeu os cientistas que divulgaram o achado em 06 de agosto, porque, na teoria, um planeta assim não deveria existir. Chamado apenas de TrES-4, o planeta tem uma densidade tão baixa que não consegue manter o controle sobre sua própria atmosfera, que escapa como uma espécie de cauda de cometa. A 1.400 anos-luz da Terra, na direção da constelação de Hércules, ele é 70% maior que Júpiter [O “grandalhão” de nosso Sistema Solar]. Sua densidade média, no entanto, é de apenas 0,2 gramas por centímetro cúbico – menos do que uma rolha.
Uma improbabilidade teórica, o TrES-4 também está com os dias contados, pois sua estrela já gastou todo o hidrogênio de seu núcleo e está prestes a se tornar uma gigante vermelha. Em menos de um bilhão de anos, ele será engolido. Os cientistas observaram o planeta conforme ele passava em frente à sua estrela e bloqueava parte de sua luz. Para isso, usaram telescópios nas Ilhas Canárias, no Arizona e na Califórnia – e depois confirmaram a descoberta com outros aparelhos, do Havaí e de novo do Arizona. A equipe do Observatório Lowell publicará seus resultados na revista especializada Astrophysical Journal.