Um novo conjunto de galáxias, até então desconhecido, pode existir nos confins do universo a uma distância tal que a luz teria levado mais de 13 bilhões de anos para chegar até nós, afirmou um estudo publicado no Astrophysical Journal em 11 de julho. O relatório também afirma que a idade das sombras do universo é menor do que pensava. O conjunto de galáxias teria se formado 250 milhões de anos antes do mais antigo conjunto de estrelas observado até então. Se existir realmente, significará que estas três antigas galáxias se formaram na tenra juventude do universo, então com apenas 500 milhões de anos, ou seja, menos de 4% de sua idade atual, declarou a equipe internacional de astrônomos, que conta com a participação do francês Jean-Paul Kneib, do Laboratório de Astrofísica de Marselha (CNRS). Segundo eles, 300 mil anos após o Big Bang, nenhuma estrela brilhava ainda – motivo pelo qual essa época é chamada de “idade das sombras”.
A descoberta das primeiras estrelas e galáxias que brilharam é um dos grandes objetivos dos cientistas, mas como os atuais telescópios não permitem isto, recorrem a técnicas que se baseiam em fenômenos naturais e nas leis fundamentais da física. Uma destas técnicas, que permitiu a possível descoberta das três galáxias, utiliza um efeito conhecido por miragem cósmica, segundo o qual a luz procedente de um objeto é desviada por um campo gravitacional. Por meio desta técnica, a equipe identificou, após três anos de observações com o telescópio Keck, situado no Havaí, as galáxias a 13 bilhões de anos-luz da Terra.