
No ano passado o país pôde acompanhar um dos maiores debates que já se fez sobre Ufologia em nosso país, uma discussão que mostrava o quão perigoso era o fanatismo com que as pessoas encaram a manifestação do Fenômeno UFO. No mês de março, o mundo se arrepiou ao ver 39 membros da seita Heaven\’s Gate se matarem por instrução de um guru de poderes duvidosos. Logo em seguida, foi exposto ao público nacional um movimento que surgia aqui no Estado em que a Revista UFO é produzida, o Mato Grosso do Sul, envolvendo outro personagem igualmente controverso.
Este senhor, Urandir Fernandes de Oliveira, erigiu ao seu redor a crença de que era capaz de ter contatos com extraterrestres quando bem desejava e que esses seres eram seus \”amigos\”, camaradas que o haviam \”escolhido\” para algo muito grande aqui na Terra. Milhares de pessoas o ouviram – e ainda o ouvem – e o seguiram cegamente, como se fossem verdadeiras suas afirmações de que é capaz de atrair UFOs a todo instante, de que viaja para muitos planetas do Universo e que chega a falar no idioma dos ETs.
Essa situação, absolutamente infeliz para a Ufologia Brasileira, foi mostrada em detalhes em várias de nossas edições que, ao mesmo tempo em que alertavam para o perigo dessa fanatização, denunciavam excessos absurdos gerados em torno de um mito improvável. Na mesma oportunidade em que mostrávamos essa situação, apresentamos ao nosso público leitor – e ao Brasil – outro personagem envolvido direta e indiretamente nessa história, porém com uma participação completamente diferente, sendo bem mais uma vítima do que um dos beneficiados pelos eventos.
Esse personagem é Lúcio Barbosa, um sujeito franzino, bastante sincero e muito humilde que foi, digamos, o pivô do movimento criado por Urandir. Hoje com 38 anos, Lúcio é uma pessoa bastante falante que tem um repertório imenso de histórias ligadas ao Fenômeno UFO que espanta até ufólogos tarimbados. Ex-professor e sitiante. Lúcio goza de uma reputação bastante considerável em Campo Grande e na Colônia Boa Sorte – palco dos acontecimentos que serão descritos por nosso entrevistado nesta edição. E amigo de todos e por todos é admirado.
Os moradores da Colônia são a mais rica prova disso. Envolta por mistérios seculares, a Colônia Boa Sorte é uma comunidade exclusivamente de negros descendentes de escravos fugidos ou alforriados encravada num local chamado Furnas, de difícil acesso na Serra de Maracaju, a cerca de 120 km de Campo Grande. Mais de 300 moradores da Colônia ainda vivem como se estivessem no século passado. É lá que os fenômenos que Lúcio garante que o acompanham desde sua infância se intensificaram. É lá que, apenas há alguns anos, foi procurado por Urandir, que lhe prometeu riqueza em troca de ensinamentos sobre extraterrestres.
Vida tranqüila – O local é encantador, com uma beleza sem igual que, ao contrário de Bonito, por exemplo, não facilita seu vislumbre por turistas, de tão remoto. E para tal lugar que, há 14 anos, dirigiu-se Lúcio em busca de uma vida mais tranqüila, optando por isolar-se da sociedade e viver da roça que tinha em uma pequena propriedade (para os padrões locais) de uns 100 hectares, banhada pelo Rio São Jerônimo e no sopé de vários morros. Aos poucos, sendo vizinho da Colônia Boa Sorte e vendo que os meninos de lá (assim como adultos) não sabiam ler e escrever, decidiu lecionar e ajudar de alguma forma aquela comunidade.
Viveu 11 anos na área, sem rádio ou TV, realizando um trabalho comunitário junto aos colonos que é elogiado até na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Lá teve inúmeras experiências com luzes misteriosas e seres não terrestres que, conforme narra, já vinham alterando o rumo de sua vida há muito tempo. Vivendo numa tapera no meio do mato, sem água encanada ou luz elétrica, e religioso de pai e mãe, Lúcio gostava de subir nos morros em volta de sua propriedade e rezar por horas a fio.
Os fenômenos que viu lá, no entanto, são apenas parte de fatos que se paralelam à sua vida desde que se entendeu como gente neste mundo. Conta, por exemplo, que sua mãe testemunhou um fato insólito quando Lúcio tinha apenas 2 anos – fato esse que se repetia constantemente, para desespero da senhora. Sua infância foi a mais incomum de todas: era perseguido por bolas de luz que entravam em sua casa a todo instante. Aos 13 anos, conta, teve um contato com uma figura que desceu de uma grande nave alienígena.
O fato foi, até então, o mais marcante de sua vida, mas não o único. Da nave, que Lúcio viu quando estava em cima de um morro em Sidrolândia (MS), a 70 km de Campo Grande, surgiu um ser que o jovem pensou imediatamente tratar-se de Jesus. Não era! \”Sou Ashtar Sheran\”, disse a criatura a Lúcio, ao que se seguiu um longo diálogo que transformou sua vida. Os anos se passaram e Lúcio voltava a encontrar aquele ser, além de muitos outros que lhe procuravam com insistência. Foi um tormento, como se verá nesta entrevista.
Apesar de tentar levar sua vida normalmente, Lúcio não conseguia. Até que um dia largou tudo e foi para a Colônia, pois, segundo os seres que o visitavam, \”lá seria o local ideal para a continuidade dos contatos\”. E foi, segundo nos contou nesta entrevista, feita em 26 de abril passado, durante 3 horas de gravação. Tudo ia bem em seu sítio, com ele levando sua vidinha dividido entre roceiro e professor, até que suas experiências \”vazaram\” e Lúcio passou a ser procurado por uma série de pessoas.
Lúcio foi acumulando – mas nunca relatando a ninguém fora de seu círculo íntimo de amizades – uma sucessão de experiências ufológicas que atraiu a atenção de curiosos, e passou a ser assediado por vários deles. Fez amizades com muitos e se decepcionou com alguns em quem confiou e a quem transmitiu tudo o que sabia, tudo o que havia conhecido a partir de sua fantástica – se real – convivência com alienígenas que estariam buscando meios para ajudar os seres humanos. Quem mais o desapontou foi Urandir.
Pensei que aquele ser fosse Jesus Cristo, mas não era. Ele me falou em alto e bom tom: \’Eu sou Ashtar Sheran\’. Eu não tinha nem idéia de quem poderia ser aquele homem, mas isso mudou minha vida
UFO tem acompanhado a trajetória de Lúcio desde o momento em que suas experiências tornaram-se conhecidas, há cerca de 5 anos. Isso é quase um ano inteiro antes de Urandir aparecer no cenário nacional, época em que este propôs amizade e benefícios a Lúcio. A amizade Lúcio aceitou, e até demais. Os benefícios, no entanto, jamais conseguiu ver, pois se afastou de Urandir quando percebeu que seus reais interesses eram exclusivamente financeiros com os fenômenos. Este suposto paranormal viveu um ano e meio alojado no sítio de Lúcio e compartilhou de sua vida, mas o que queria era algo que o ex-professor não pôde dar-lhe: um contato com UFOs.
Apesar disso, Urandir teve uma notória ascensão no cenário ufológico nacional, ainda que pela porta dos fundos, apresentando-se como contatado e contando estórias mirabolantes que são cópia carbono de todas as experiências que Lúcio teve – as quais já eram de conhecimento público antes do aludido paranormal sequer sonhar que tudo isso iria acontecer. Até mesmo o contato que Lúcio afirma ter mantido com Ashtar Sheran, com os mesmíssimos detalhes, é hoje relatado por Urandir como se fosse seu, como se tivesse ocorrido consigo, quando também tinha 13 anos! Essas inverdades têm levado a trajetória meteórica de Urandir a um retrocesso.
No entanto, esta não é a tônica da entrevista. Este é apenas um resumo da situação para posicionar o leitor antes que veja a matéria a seguir. Como é do conhecimento geral, a Revista UFO tem por norma manter-se neutra com relação a fatos que ainda requeiram confirmação – exceto em casos de flagrantes inverdades, que a publicação denuncia com rigor. No caso das experiências de Lúcio, a Equipe UFO decidiu publicá-las, sem no entanto endossá-las, até porque esse não é nosso papel. O leitor deve tirar suas próprias conclusões.
O que podemos afiançar, no entanto, é a seriedade e a sinceridade com que Lúcio trata dos fatos que vai expor a seguir, há anos narrando-os sem aumentar ou diminuir uma vírgula de seu vasto repertório. Às vezes o entrevistado mistura os fatos que viveu com a interpretação que faz deles, sempre com uma tendência visivelmente religiosa. Mas isso não altera a essência de suas experiências e, no decorrer da entrevista, tentamos deixar isso claro. Sendo assim, a Revista UFO apresenta agora o que pode ser uma das mais extraordinárias e apaixonantes, se confirmadas, histórias de interação entre um humano e extraterrestres.
Como começou o seu interesse por discos voadores? Bom, começou quando eu era criança. Desde cedo notei algumas coisas estranhas na minha vida. Eu gostava muito de olhar para o céu, para as estrelas. Depois eu passei a me interessar por Deus e orava muito. Nasci na igreja católica, mas hoje eu não faço distinção entre as religiões. Acho que todos na Terra são irmãos e que Deus é um só.
Você acha que isso o influenciou a se interessar por UFOs? Aos seis anos de idade comecei a me interessar muito pelo criador do Universo. Isso se deu depois que fiquei internado num hospital durante seis meses. Lá aconteceu uma coisa muito estranha comigo. Eu estava em coma há 90 dias e os médicos haviam dito que eu estava desenganado. Minha mãe, muito aflita, pediu para Deus que me tirasse a vida logo. Enquanto orava, ela observou uma luz dourada que adentrou o quarto pela janela e entrou no meu corpo. Passados 30 minutos que isso aconteceu, para espanto dela e dos médicos, eu acordei e pedi água! Eu simplesmente me curei da doença e estou bom até hoje. A partir de então, estas luzes inusitadas começaram a me perseguir. Depois, outros fenômenos luminosos passaram a se manifestar também na minha casa.
Como esses fenômenos aconteciam e o que eram? Eram luzes de todas as cores que entravam na sala, na cozinha e nos quartos, vindas de todos os lugares. Às vezes entravam pela janela, outras vezes pela porta. Quase sempre vinham do céu. Uma vez, eu devia ter uns sete anos, estava com meu irmão tomando banho num tonel de água que ficava embaixo de uma ramada. Nisso, de repente, veio uma tocha imensa de luz que entrou no tonel e nos jogou no terreiro. A luz caiu de uma vez dentro do tonel, dando-nos um susto e arremessando a gente para fora. Depois, aquilo saiu flutuando, voando entre as árvores.
O que sua mãe e seus familiares pensaram disso tudo? Minha mãe era muito religiosa e não entendeu nada daquilo. Ela pensou que a luz poderia ter sido algo enviado por Jesus Cristo, como um milagre, um anjo, alguma coisa assim. Ela só viu uma luz dourada entrando no meu corpo. Poucos minutos depois, eu me levantei e já saí andando. Nem mesmo os médicos que me acudiram entenderam aquilo. Eu praticamente passei minha juventude toda envolvido com esse tipo de fenômeno. Mas depois que essas luzes começaram a aparecer, eu comecei a me sentir sozinho, como se nem a minha casa fosse aqui neste mundo… Um sentimento muito estranho para um menino. Era como se eu fosse um adulto.
Por que você acha que sentia essa solidão, tristeza? Eu me preocupava com o mundo, com as pessoas, com a injustiça social, com a questão humana. Muita coisa me entristecia, à medida em que os fenômenos aconteciam. Certa vez, ainda quando era menino e junto a um irmão meu que é muito cético, que hoje é militar, tive a oportunidade de encontrar um homem misterioso. Esse encontro eu lembro até hoje e sei que tem um significado muito grande. Eu e meu irmão fomos apanhar água num riacho, e o homem, completamente diferente de um homem normal, apareceu para nós. Ele veio do meio da mata e tinha os movimentos lentos. Meu irmão até hoje não gosta de lembrar disso…
O que você achou que fosse esse homem? Ele era parecido com um sapo, com a pele amarronzada, mas de forma humana. Era completamente diferente, mas eu não sabia o que ele era porque naquela época eu só convivia com o fenômeno das luzes entrando na minha casa, procurando-me, rondando-me. Eu não tinha idéia do que seria aquele ser, pois ainda não tinha noção do que estava acontecendo comigo. Eu só sentia muita solidão. Pensava que aqui não era minha casa. Queria ir para outro lugar, onde Deus estivesse. Mas tive que conviver com isso, pois quando minha mãe via uma luz chegar perto, fechava-me dentro do quarto para ela não me perseguir.
Nessa ocasião, você morava numa fazenda com seus pais e irmãos? Nós sempre moramos em fazenda. Fui menino da roça, lutava com muito sacrifício e meu pai tinha esta fazenda a uns 6 km da cidade. A minha infância foi só trabalhando; ajudava meu pai a sustentar a casa – o que me dava uma certa responsabilidade. Durante minha infância, eu tinha esse sentimento de solidão e estava envolvido com luzes que, naquela época, com seis ou sete anos, não entendia de onde vinham nem por que. Eu deduzia que elas vinham do próprio Cristo e que ele estava me mandando alguma mensagem ou um aviso. Nunca tinha lido a Bíblia, pois não tinha estudo. Para ter uma idéia, eu entrei na primeira série com 11 anos de idade…
Durante os primeiros dez anos de sua vida, qual foi o episódio de que você se lembra, envolvendo essas luzes ou estranhos seres, que mais chamou sua atenção? Creio que foi aquela luz que entrou no tonel de água, quando estava com meu irmão. E o outro foi esse ser estranho, que eu não sabia o que era, do que se tratava, que encontrei à beira do rio. A única coisa que sabia, em minha ingenuidade, era que ele não podia ser um homem terrestre.
Passada essa fase, o que aconteceu em sua vida? Aos 13 anos de idade aconteceu uma coisa fantástica comigo, mas ao mesmo tempo aterrorizante. Nessa época eu ia para a mata e ficava nos morros, sentado e orando. A minha oração não era o Pai Nosso ou outra reza de igreja. Eu conversava direto com Deus, pedindo a ele para ajudar minha família, meus amigos, as pessoas. E aquilo era o que mais me realizava na vida. Gostava muito de ficar sentado no topo do Morro Canastrão, que fica no município de Sidrolândia (MS), perto da fazenda que tínhamos [Editor: 70 km a sudoeste de Campo Grande, a capital do Estado].
Como foi essa sua experiência nessa ocasião? Eu estava sentado no morro, ouvindo os ruídos dos bichos, olhando o céu e orando. Era uma noite de lua clara e já deviam ser umas dez da noite. Nisso, notei que uma estrela estava vindo em minha direção. Era uma luzinha redonda que caía do alto. Quando me toquei, a estrela estava quase encostada em mim, pertinho do morro. E numa velocidade espantosa ela cresceu, ficando mais ou menos do tamanho de um estádio de futebol. Levei um susto!
Eu estava em coma no hospital e desenganado pelos médicos. Nisso, minha mãe orou e entrou uma luz dourada pela janela. Aquela luz penetrou meu corpo e, ninguém sabe como, eu me curei e estou vivo
O que você pensou que pudesse ser aquilo? Até então, eu não fazia idéia. Foi uma coisa tão repentina que não deu para pensar em nada. Eu só fui imaginar o que era quando notei que dentro daquela luz, no meio dela, tinha uma espécie de um disco voador quase do mesmo tamanho. Foi aí que eu comecei também a ficar com medo. Quase entrei em pânico, pois tive certeza de que aquilo era um disco voador mesmo. E como eu ouvia falar que esses discos levavam as pessoas, achei que ele fosse me levar também.
A nave ficou parada em cima da sua cabeça? Ela parou bem na minha frente. Em cima de um outro morro, porém bem próxima de onde eu estava, a uns 40 ou 50 metros. Eu achei que o disco voador tinha vindo me raptar, que estava ali por minha causa. Quando ele se aproximava mais eu sentia um cheiro de enxofre no ar e parecia que meu corpo ia mudando. Parecia que aquilo mexia com meu estado energético, com meu pensamento. Eu senti que meu cérebro crescia, senti como se eu fosse uma pessoa completamente estranha naquele momento. Mas não era dor nenhuma, era apenas uma transformação muito estranha dentro de mim, que até hoje eu não sei descrever.
Enquanto isso a nave estava parada à sua frente, sobre o Morro Canastrão? Sim, estava parada. Eu olhava aquilo com medo e sentia que estava me transformando. Parecia que uma energia estranha entrava dentro de mim. Então eu notei que tinha aberto uma janela redonda embaixo do disco, de onde saiu um feixe de luz como o de farol de carro. Aquela luz ia em direção do solo, não sobre mim. Era uma luz branca, mas logo em seguida começou a sair de dentro dela uma outra luz, agora dourada e com uns respingos iguais à purpurina. Era como se alguém estivesse despejando purpurina por aquela janela. Nesse instante, começou a tocar uma música que me transformou e me acalmou, deixou-me numa paz profunda.
Essa música vinha do UFO? Como era? Vinha do objeto voador. Era uma música orquestrada que não tem como descrever. Ela entrou em mim e parecia que ia me explodir em mil pedaços, de tanto amor e energia positiva que ela inspirava. E no momento em que eu a ouvi, comecei a ver cidades que eu nunca tinha ido. Era como se estivesse flutuando por diversas cidades do mundo, onde nunca estive. Eram tão grandes quanto Nova York ou Tóquio.
Você acredita que tenha sobrevoado esses lugares mesmo ou que isso tenha sido criação da sua mente? Acho que foi coisa da minha cabeça. Acho que eu não fui realmente a esses lugares. Mas esse momento foi bem curto, no máximo uns 5 ou 10 minutos. Enquanto isso, a luz dourada que saía do UFO permaneceu ali. E como se eu estivesse viajando por aquelas cidades, mas também estivesse presente ali. Num instante, ao olhar para o chão, notei que quando tocava a música a pedra em que eu estava sentado estava longe de mim, lá embaixo. Só não sei se eu flutuei mesmo ou se era impressão minha.
E depois, o que aconteceu? Comecei a sentir muita paz interior. Foi quando notei que sobre aquela luz de purpurina descia um ser com um manto branco, como uma bata de padre. Aí eu vi que era um homem semelhante a nós na forma física. Era loiro, com o cabelo cacheado, rosto fino e tinha os braços meio abertos, como que esticados. A manga do manto era larga e ele tinha movimentos muito serenos. Ele ficou o tempo todo dentro daquela luz.
Ele tocou o solo? A que distância você estava desse ser? Ele veio descendo lentamente, mas não chegou a tocar o solo. Creio que estava no máximo a uns 40 m de mim, porque era a distância que estava o outro morro, e ele estava sobre ele. Mas eu o vi como se ele estivesse bem próximo de mim, a uns 5 metros. Ele estava bem embaixo da luz daquele objeto voador.
Deu para ver como ele era? Ele era normal. Era uma pessoa com dois braços e duas pernas, e tinha o rosto fino como o de homem. Ele tinha um olhar sereno e a pele bem branca. Seus cabelos eram loiros e dourados e, quando não havia luz em seus olhos, eles eram bem azuis e muito bonitos. Aquele olhar dele, meigo, manso, penetrava-me. Era como se eu fosse o mundo inteiro ao mesmo tempo, como se eu fosse todas as coisas do mundo naquele momento.
Você quer dizer que aquele fenômeno fez com que você conseguisse sentir a energia que vinha das pessoas, dos seres vivos? Sim, Era como se eu fosse todas as pessoas do mundo, todos os animais, o mar, as árvores, tudo que existe. Era como se eu fosse também responsável por tudo isso, de alguma forma. Eu tive a impressão de que era responsável por algo superior na Terra.
O que o leva a crer nisso? Hoje eu tenho certeza de que tenho que transmitir uma mensagem às pessoas, pois aquele ser me pediu isso. Quando eu tive aquela experiência, eu pensei: \”Estou defronte ao Mestre Jesus, que esteve aqui na Terra\”. Ele me falou numa voz suave que ecoava por toda a região, oralmente, mexendo a boca como qualquer pessoa.
O que ele falou? Ele falou que eu não precisava ir até ele, pois era ele quem viria falar comigo e me dizer qual era minha missão nesse planeta. Ele disse: \”Você foi escolhido para falar para as pessoas. Você vai falar para homens importantes, para toda a Humanidade. E muitas pessoas vão te ouvir\”. Ele disse também que eu ia ser chamado de louco, que eu ia sofrer muito e que iriam passar muitos dias em que ia sentir vontade de não ter nascido.
Ele falou isso com a boca e não telepaticamente? Falou com a boca, em alto em bom tom. Se tivesse outra pessoa no morro, ou próxima dali, ela também ouviria e veria todos os seus movimentos. No meio de suas palavras ele me falou que não era Jesus.
Você perguntou isso a ele? Não. Eu simplesmente pensei em perguntar e ele me disse que não era Jesus, mas Ashtar Sheran. Ele disse: \”Sou um querubim e fui enviado por Sananda\”. Usou essa palavra, que eu também não conhecia. Oras, eu nunca tinha ido à escola, nem tinha lido isso em livros. Só de uns tempos para cá eu vim descobrir o que significa a palavra Sananda. Na Bíblia, ela quer dizer o próprio Jesus. Ou seja, aquele ser que foi enviado por Jesus.
O que mais ele falou a respeito de sua origem? Ele me disse que comandava muitas naves que virão resgatar a Humanidade da Terra. Que nosso planeta iria sofrer uma grande catástrofe e que os cientistas e os homens terrestres estavam estudando uma forma de evitar que isso acontecesse. Mas o próprio homem, com a sua ganância e com a energia do mal que está infiltrada aqui, iria destruir a Terra.
Lúcio, falar de uma catástrofe iminente na Terra é algo muito sério. Esse ser disse quando seria essa catástrofe ou como ela seria? Ele me disse que o mundo não vai acabar no ano 2000, como muitos pensam. Não sei ao certo por que ele usou esse referencial do ano 2000. Ele apenas disse que nos dois primeiros milênios a Terra não iria acabar. Ele também falou que a Terra vai sofrer uma transformação e que há outros planetas onde há gente responsável por nos ajudar. Por fim, o ser ainda disse que existe um mundo que está sendo preparado para receber as pessoas escolhidas aqui da Terra.
Escolhidas por quem? Por eles. Pelo Ashtar e por todos os seus comandados e aqueles que estão envolvidos com isso. Acho que são pessoas de bom coração, que só fizeram o bem e conseguiram evoluir em seus mundos. Devem ser pessoas puras de alma, que permaneceriam imunes à contaminação das coisas más aqui da Terra. Essa conversa, sobre o Morro Canastrão, foi muito estranha e eu calculo que deva ter durado no mínimo meia hora. Durante todo esse tempo o disco ficou parado. A luz que emanava dele imantava o ser, que não tocou o solo.
Realmente, parece uma conversa muito esquisita. Mas o que aconteceu depois? O ser me disse que seria muito difícil nós nos encontrarmos de novo. Disse que ele só voltaria a falar comigo em momentos de grande necessidade para mim. De fato, ele só voltou depois de muito tempo.
Gostaria que você falasse sobre isso, mas antes nos conte como aconteceu o fim desse seu primeiro contato, lá em Sidrolândia. Aquele ser, o Ashtar, falou-me que iria enviar seres de outros planetas habitados para se encontrarem comigo. Estes teriam que me orientar e se identificariam quando chegassem. Ashtar disse que eles viriam na forma de luz, mas que não era para eu me preocupar porque estariam sendo enviados com um propósito superior. Eles me orientariam sobre como me comportar e o que falar para as pessoas.
Era um ser com o rosto fino como o de homem. Seu olhar era sereno e sua pele bem branca. Seus cabelos eram loiros e dourados. Quando não havia luz em seus olhos, eles eram bem azuis e muito bonitos
O que mais você lembra de sua juventude, depois desse contato no morro? Eu notei que havia me transformado. Depois desse contato, eu passei a ser muito emotivo. Mas também notei outra coisa estranha: quando pensava nas pessoas com quem eu tinha amizade ou carinho, eu podia ver como elas estavam, mesmo que estivessem muito longe de mim.
Você quer dizer que desenvolveu algum tipo de dom paranormal? Era o dom de ver as pessoas e de adivinhar como elas estavam. Funcionava como se fosse uma tela passando na minha cabeça. Eu pensava em alguém e, de repente, eu via essa pessoa onde quer que estivesse, comendo, andando, conversando etc. Eu via a cor da camisa, o tipo do sapato, em que lugar elas estavam etc. Só que eu duvidava que estivesse realmente tendo esse dom. As pessoas falavam que eu era vidente.
Você podia perceber o que as pessoas estavam pensando? Em determinados momentos e conforme o tipo da pessoa. Havia algumas das quais eu não conseguia adivinhar nada e nem conseguia chegar perto. Eu me sentia mal com a energia delas. Mas quando a pessoa era calma, tranqüila, conseguia ver o que ela pensava. Às vezes, eu estava tão inspirado que só de chegar perto das pessoas conseguia ajudá-las.
Tudo isso depois do contato. Mas você disse que esses fenômenos continuaram perseguindo sua vida, durante a adolescência. As pessoas que estavam à sua volta também sentiam a presença dos fenômenos? Depois desse primeiro contato, os fenômenos que me rodeavam não foram mais como antes. Antes do contato eu não sabia do que se tratava, mas depois eu já sabia o que ia acontecer. O próprio Ashtar tinha me falado que seria assim. Ele me avisou que as luzes iriam vir cada vez mais e que eu poderia senti-las se aproximar.
Mas como é que acontecia isso? Você sentia uma energia, ou algo assim, e as luzes se aproximavam? Em qualquer lugar que eu estivesse, parado ou fazendo alguma coisa, sentia uma coisa estranha no corpo, como se eu me transportasse para longe dali. Nesse processo eu sentia uma energia estranha dentro de mim, como se eu não fosse terrestre. Aí era só olhar para os lados e via as tais luzes, que muitas vezes não vinham do céu, mas dos arredores. O processo era assim: elas apareciam como luzes, mas iam perdendo seu brilho até se transformarem em discos.
Ou seja, diminuía a imensidade da luz e você percebia que atrás dela, ou dentro dela, havia um objeto estruturado como uma nave? É, a luz envolvia o disco. E quando ela se apagava ficava só o disco, que era bem claro e nítido. Isso aconteceu inúmeras vezes. Tinha épocas que acontecia uma vez por semana. Noutras, eram cinco vezes por mês. Enfim, variava. Minha vida virou uma loucura! Depois que eu me mudei da fazenda para Campo Grande, as coisas continuaram. Não importava onde eu estivesse, as luzes continuavam me perseguindo. Uma vez eu estava na Avenida São João, em São Paulo, mais de dez horas da noite, quando apareceu uma luz para mim numa esquina, perto de uma casa lotérica.
Quando essas naves apareciam para você, elas pousavam e saíam seres de dentro delas? Você teve contato com esses seres? Quase todas as vezes eu via apenas a luz e, depois, o disco. Ocasionalmente eles abaixavam três pezinhos e pousavam no solo. Noutras eles ficavam flutuando mais ou menos a um metro de altura. Mas todas as vezes saíam seres das naves que pisavam no chão. A primeira vez que eles vieram, estenderam a mão para mim. Eu não queria estender a minha, mas meu braço foi automaticamente estendido, e eles colocaram as duas mãos em cima das minhas.
Quantos anos você tinha nessa época? Estava quase completando 14 anos. Isso aconteceu uns três meses depois do primeiro contato, lá no Morro Canastrão.
Lúcio, você está nos contando que tinha contatos com discos voadores até cinco vezes por semana, desde sua infância. Isso quer dizer que você já deve ter tido contato com esses seres muitas centenas de vezes. É certo? Sim, tive contatos inúmeras vezes. Mas a forma dos seres que apareciam variava. Durante uns dois anos, somente um tipo de ser vinha me visitar. Por isso eu achava que só existia aquele tipo de extraterrestre, até porque eles falavam só deles mesmos. Eles nunca me falaram o nome do lugar de onde vinham, mas diziam que estavam preocupados não só com as pessoas da Terra, mas com o planeta em si. Eles diziam que se utilizavam de nossos recursos minerais e naturais para emprego em sua tecnologia. Eles um dia falaram para mim que \”… a mente do homem não pode imaginar como manipulamos sua energia\”.
Cada vez que eles apareciam, era que forma? Eles nunca conversaram comigo como o Ashtar Sheran, assim de forma falada, usando a boca. Estes seres chegavam perto de mim e simplesmente dominavam a minha mente, falavam por telepatia. Era como se eles fossem eu e eu fosse eles. Falavam por pensamento, pois assim a gente entende mais claro do que se fosse oralmente. Era como se o cérebro deles, o pensamento deles, entrasse em minha cabeça.
Você disse que isso acontecia em qualquer lugar que estivesse. Mas ninguém via esses seres? Geralmente eles não apareciam no meio de pessoas, mas só quando as ruas estavam desertas, já tarde da noite. Às vezes as pessoas passavam por perto, mas eram muito poucas e acho que elas nem percebiam o que estava acontecendo. Com certeza, se tivessem visto aqueles seres de perto, elas iriam se alarmar, contar para todo o mundo que tinham encontrado seres estranhos… Mas eu também nunca me atinei para que as pessoas vissem os seres, pois era uma coisa muito particular minha. Eu não queria falar a respeito disso porque eu não entendia o que se passava muito bem. Na verdade, eu tinha medo, e tinha a intenção de guardar aquilo só para mim, para sempre. Mas quando pensava assim, eles apareciam e me explicavam que eu tinha que falar sobre o assunto. Diziam que quanto mais eu tentasse me esconder, mais eles me encorajariam a não desistir, a continuar.
Depois dessa fase, os seres mudaram ou continuaram sendo sempre os mesmos? Depois dos dois primeiros anos, já em Campo Grande, eu me trancava dentro de casa, mas eles apareciam assim mesmo, foi então que passaram a aparecer outros caras, um pouco maiores que os primeiros. Eles não se identificaram dizendo seus nomes, mas sim que estavam aqui porque eram enviados para me ajudar em minha missão. Sempre conversavam telepaticamente comigo, nunca oralmente.
Entre os seres que apareciam havia algum ou alguns que voltavam sempre, que você pudesse reconhecer? Eles eram todos do mesmo grupo, mas geralmente não eram os mesmos. Apenas de vez em quando vinham os mesmos, mas era uma raridade. Acho que eram da mesma origem, da mesma procedência, não sei. Esses seres, depois dos dois primeiros anos, eram magros, com mais ou menos um metro de altura, braços e pernas finas e corpo bem magrinho. A cabeça deles era grande e ovalada, de queixo fino e com uma boca bem pequenininha. Não observei dentes ou língua, pois nunca os vi abrindo a boca. Tinham olhos grandes, amendoados e puxados, uma espécie de castanho. Não tinham pêlos nem cabelos – pelo menos eu não vi. A pele deles era acinzentada e eles ainda tinham umas orelhas grandes. Seus movimentos eram muito lentos.
Você sentia algum tipo de hostilidade neles ou eram bem atenciosos e amistosos? O que pude perceber é que eles não se prendem ao amor como os terrestres, por uma pessoa só. Eles estão preocupados com o todo, com a totalidade.
Por que você acha que eles estavam procurando você? Eles me falavam que estavam me usando como se estivessem passando uma energia para mim. Não eram as minhas palavras que iam fazer efeito nas pessoas e sim a própria energia deles que estava em meu corpo. Era a energia deles através de mim. Eles me orientavam sobre como proceder diante de todas as pessoas que eu encontrasse, pois conforme a pessoa, ao invés da energia beneficiá-la, eu poderia prejudicá-la. Do mesmo jeito que eles me procuraram, eles procuraram outras pessoas na Terra. E são muitas pessoas que eles contatam no mundo inteiro.
Baseado em que você concluiu tudo isso? Eu sei disso porque eles me falaram e em determinados momentos eu tive a oportunidade de ver, através de sua mente, até o tipo de pessoa que está ligada a eles.
Eu recebi visitas de vários tipos de seres, além de Ashtar Sheran. Todos falavam telepaticamente,exceto Ashtar, que se comunicou comigo de forma oral. Às vezes, os contatos eram semanais
Você algum dia chegou a encontrar outra pessoa dessas? Encontrei uma, em uma reunião religiosa em Campo Grande. Era um escritor de livros espíritas que uma vez presenciou uma luz ao meu lado. Quando eu o vi, de imediato senti que já sabia quem ele era, e ele sabia quem eu era. Eu nunca havia visto aquele senhor antes, pelo menos não nesta vida… Mesmo assim, ao descobrirmos memórias que tínhamos em comum, senti que aquele era mais um reencontro do que um encontro.
Vamos voltar aos fenômenos luminosos. Eles o acompanharam por toda a sua vida, até hoje? Sim. Após os dois primeiros anos, como já falei, os seres mudaram. Foi quando começaram a surgir aqueles que eram um pouco mais altos e tinham a pele mais clara. Mas,depois de mais alguns anos, vieram outros que eram ainda mais altos, cada um de um local diferente. Eu sabia disso, embora eles nunca me dissessem de onde vinham.
Você ficou esse tempo todo contatando seres e eles nunca disseram de onde vinham? Nunca. Só os últimos que surgiram me disseram alguma coisa. Eles falaram que eram do oitavo Sistema Solar, o que eu não entendi bem… Há poucos anos, já residindo numa propriedade rural na Colônia Boa Sorte, em plena Serra de Maracaju, eu vi um quarto tipo de seres, que eram mais comunicativos e quase da minha altura ou até mais altos – eu tenho 1,70 m e eles deviam ter entre isso e 1,80 m.
Como foi seu contato com esse grupo de seres? Meu contato começou de surpresa, numa determinada tarde em que estava à beira do Rio São Jerônimo, que banha minha propriedade, meditando, como sempre faço. O que me atraiu a atenção foi a nave que os trazia, que era bastante interessante. Ela veio como uma luz sobre as árvores, sobrevoando o riacho até parar sobre ele. Era uma luz branca que se transformou em um triângulo, mas não ficou totalmente materializado, permanecendo entre matéria e energia. Era como luz misturada com matéria, como se a luz estivesse refletindo-se mais à frente do objeto, deixando a imagem turva. Mas dava para perceber que era um triângulo, sendo que de cada um de seus cantos desceu um pé. Quando os três pés encostaram na água, ela ferveu. E onde esses pés encostaram na pedra que existe no fundo do riacho, parece que ela também ferveu. Os sinais estão lá até hoje, todos em forma triangular.
Como eram esses novos seres que passaram a visitá-lo? Eles eram grandes e sua cabeça não era da mesma forma que as dos anteriores, mas era quase humana. Tinham braços e pernas compridas e movimentos bastante serenos. Eu logo vi que era gente diferente que agora vinha me visitar, mas sabia que era tudo parte do mesmo processo.
Nessa época você era casado e morava com sua família no sítio, não? Eles nunca presenciaram os fenômenos que o rodeavam também naquela localidade? Eu tinha muito cuidado para evitar que eles observassem as luzes, pois sabia o que poderia acontecer com eles. Mesmo assim, meus filhos [Editor: uma menina de 18 anos, uma de 17 e dois gêmeos com 11] e minha ex-mulher, com quem vivi por 16 anos, viram alguma coisa.
O que poderia acontecer com eles, se vissem os UFOs? Eu sabia que eles iriam entrar em pânico. Minha ex-mulher não tinha estrutura nem para pensar em ver uma luz, que dirá ver um ET ou outra coisa mais grave. Eu sempre tive muito cuidado e consegui esconder tudo isso que me acontecia por cerca de 12 anos de casamento, ou mais. No entanto, depois de um certo tempo morando na Colônia Boa Sorte, tornou-se impossível que eles não soubessem o que se passava ou que vissem as estranhas luzes. Oras, os fenômenos apareciam em todos os lugares. Meu pai e meus irmãos, que moravam junto de nós, também viam muita coisa estranha. Uma vez, de madrugada, meu pai viu luzes imensas em cima de nossa casa.
Sua ex-mulher e filhos chegaram a ter algum contato com os seres? Não. Nem ela, nem as crianças. Mas minha ex-mulher passou a observar algumas luzes perto de nossa casa. Uma vez as luzes entraram na sala, forçando-a e as crianças correram pelo quintal. Tentei ficar na frente de meus filhos, para que a luz não passasse aquela energia para eles. Eu tinha medo de que se a luz encostasse neles, pudesse acontecer alguma coisa. Eu sabia das conseqüências que isso poderia trazer, porque eles não tinham estrutura para se aproximar dos fenômenos.
As crianças perguntavam o que eram aqueles fenômenos? Demais. Elas falavam: \”Olha lá, pai. Já está passando a luz!\” Eles ficaram a infância toda lá no sítio e viram aquilo tudo acontecer. Mas eu nunca conversei muito com eles sobre isso. A minha atual companheira é a pessoa que mais sabe de minhas histórias. Dos meus filhos, a minha menina mais velha foi a que mais viu as luzes lá em Boa Sorte. Só que ela ainda não está madura o bastante para se aprofundar nesse tema. Ela tem uma profunda ligação comigo e, no futuro, querendo ou não, ela vai ter um contato direto com uma nave. Um dos meninos também terá…
Como é que você tem certeza disso? Porque a energia dos extraterrestres está ligada à deles.
Além de sua família, outras pessoas observaram essas luzes? Quase todos os moradores da Colônia Boa Sorte observaram comigo esses fenômenos [Editor: a Colônia Boa Sorte tem perto de 300 integrantes e a Revista UFO confirmou que um grande número deles teve experiências ufológicas], além de funcionários da Fundação Nacional de Saúde e alguns membros da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), que prestavam algum tipo de serviço lá, viram luzes. Essas pessoas não tiveram qualquer contato com ETs, mas viram luzes descendo e aproximando-se do solo. Numa certa ocasião, surgiram luzes sobre a minha casa, o que foi visto por algumas pessoas. O meu irmão estava acordado dentro do barraco, que era de pau-a-pique, e eu estava conversando telepaticamente com os seres. Nisso meu irmão começou a olhar aquilo e acordou meu pai, dizendo que a Lua tinha caído na Terra… Meu pai cobriu a cabeça e não quis falar sobre o assunto, mas, no outro dia, fomos olhar o local e o capim estava todo queimado. Ele permaneceu assim por dois anos, sem nascer qualquer sinal de grama. Meu pai achou que tinha ouro ali.
Você quer dizer que seu pai imaginou tratar-se da Mãe d\’Ouro, como na lenda? Isso. Meu pai foi lá e cavou no local, pois dizia que a luz tinha saído do chão e tinha queimado o capim para indicar que ali era um lugar que tinha ouro ou outro minério valioso. Essa é uma lenda comum por aquelas bandas. Mas eu sabia que ela não tinha saído do chão, e sim vindo do céu. Porém não podia contar isso ao meu pai, porque ele não iria entender.
Já que estamos falando da Colônia Boa Sorte, que é um local muito bonito, na Serra de Maracaju, diga-nos o que o levou a ir morar lá no meio do mato, longe da civilização e num lugar tão remoto? No final de 1982 eu era diretor de teatro em Campo Grande, mas os meus contatos com os extraterrestres estavam se tornando muito difíceis. Eu não tinha mais sossego. Então, abandonei meu grupo teatral e todo o resto de minha vida e fui isolar-me lá nas Furnas. Até então, eu estava mantendo os contatos numa área aberta próxima à minha casa, um terreno da Base Aérea [de Campo Grande]. Numa dessas visitas, apareceu o próprio Ashtar e me disse que iria me enviar para um outro lugar, onde fosse mais fácil ver as naves e receber os seres.
Quer dizer que quando ainda morava em Campo Grande, você tinha um local para manter contatos? Sim. Era fora de minha casa que eu tinha contatos, quase sempre escondido numa área próxima à Base. Nos finais de tarde ou à noite, eu ia para aquele local e lá podia me encontrar com os seres. Lá em casa aconteciam só alguns fenômenos. Mas uma vez o pessoal da Base avistou um disco voador e aí ficou complicado continuar a ter contatos por lá. Essa nave também foi vista por um amigo chamado Aírton, que estava comigo e a quem mostrei o disco voador prateado, como metal, e redondo.
Você não achava arriscado que esses contatos acontecessem perto de uma base aérea? Sim, mas era o lugar mais viável para mim. Tinha receio que o pessoal da Base visse, e de fato isso um dia aconteceu. Nesse dia, ao ver o UFO, disse para o Aírton: \”Amanhã vai estar escrito em todos os jornais que um disco voador apareceu na Base\”. Dito e feito, a notícia realmente se espalhou e foi publicada num jornal. Dessa vez, aliás, não teve contato, mas somente pudemos observar a nave. Além disso, estava cada vez mais difícil manter contato porque eu não tinha carro para ir a um lugar mais distante e seguro. Foi nessa ocasião que Ashtar falou que iria me enviar para um local apropriado.
Minha ex-mulher e meus filhos também viam as luzes. Mas eu tentava protegê-los, pois sabia que poderia ser perigoso. Depois de um tempo, ficou impossível eles não saberem a verdade
Ashtar Sheran falou isso para você em sua casa? Mas sua mulher não viu o ser? Sim, ele me disse isso em minha casa, mas ela não estava lá naquela hora. Ele falou que tinha que me enviar para um outro lugar e que lá eu teria uma experiência especial. Disse que eu ia ser preparado para começar a falar sobre isso para todo o tipo de pessoa. Eu perguntei a ele onde era aquele local, mas ele só me respondeu que não era para eu me preocupar com isso. Disse que em breve eu estaria nesse lugar…
Nessa fase de sua vida você não estava mais fugindo da situação? Você tinha assumido a sua condição de contatado? Assumi totalmente, pois não tinha como voltar atrás! Então aconteceu uma coisa incrível. Eu encontrei casualmente um senhor na rua e ele me ofereceu um sítio. Eu não tinha dinheiro para comprá-lo, mas meu irmão chegou até a pensar nisso, quando um oficial do Exército chegou na nossa frente e ficou com a propriedade. Foi tudo muito rápido, mas ainda mais estranho do que parece. Aquele militar me procurou e disse que sabia que eu queria o sítio, de forma que, se eu achasse outro que ele gostasse, ele o compraria e me venderia aquela propriedade. Ele foi muito legal e eu me identifiquei na mesma hora com aquela pessoa. Ele me disse que não iria precisar visitar o local antes de comprar o sítio porque confiava em mim. Depois nós acabamos por comprar a terra toda juntos e cada um ficou com uma parte. Foi incrível!
Daí você foi para a Colônia Boa Sorte. Você sabia como eram as coisas por lá? Mais ou menos. Chegando na Colônia, eu me deparei com um lugar maravilhoso e cheio de morros. Senti a presença dos seres extraterrestres naquele local, na mesma hora. Mas eu nem sonhava que existia um lugar como aquele. Oras, há treze ou quatorze anos, quando fui para lá, não havia nem acesso para carros. Eram 40 km da cidade mais próxima até a Colônia, que só podiam ser vencidos a cavalo! Quando adoecia alguém, tínhamos que andar pelo menos 30 km para chegar num local onde pudéssemos pegar uma condução. O isolamento era enorme, tanto que lá eu fiz parto, fui benzedeiro, fundei uma escola e ajudei a comunidade de todas as formas. Nunca tinham ido padres, médicos ou políticos em Boa Sorte.
Além de tudo isso, você ainda lecionava lá? Eu fundei a única escola que a Boa Sorte já teve, porque havia 39 crianças em idade escolar na Colônia. Eram crianças que não estudavam, pois a Colônia vivia num regime de 150 anos atrás, sem nenhuma escola durante todo esse período. Desde a época da Abolição da Escravatura os moradores da Colônia se refugiaram naquele lugar e não quiseram mais sair. Na verdade, o local era praticamente um quilombo. Nenhuma das três gerações que já moraram lá havia assistido sequer a um dia de aula.
Quando você chegou, tomou um susto com tudo isso? Claro. Mas também houve uma reação negativa por parte dos moradores, pois a Colônia era muito fechada. Branco não entrava lá, já que era formada exclusivamente de negros. Eles não me receberam muito bem e eu senti certa rejeição na hora. Porém, os moradores passaram a me conhecer e a me respeitar, pois viam a forma como eu os ajudava. Por exemplo, quando alguém chegava com dor de cabeça, eu benzia a pessoa e isso aliava a dor na hora.
Você conseguia fazer curas? Como? Podia fazer algumas curas pequenas. Isso começou a acontecer comigo a partir daquele meu primeiro contato no Morro Canastrão. Não sei como, mas eu desenvolvi um dom que aliviava a dor. Não digo cura porque isso seria curandeirismo. O que acontecia é que eu desejava que passasse a dor da pessoa e era atendido.
Bem, você tornou-se amigo dos moradores da Colônia, e o que aconteceu? Muita coisa. Eu consegui construir uma escola, levei para lá a lavoura mecanizada, fiz com que pessoas da UFMS se interessassem em ajudar a comunidade, fazendo um projeto de pesquisa etc.
Você viu aquelas crianças sem aula e sentiu vontade de lecionar para elas? Quando eu cheguei na Colônia Boa Sorte, vi que aquela gente era muito pobre, muito carente. Como eu sempre estive envolvido com a questão humana, senti vontade de fundar uma escola lá e fui procurar o prefeito de Corguinho [Editor: cidade 70 km a noroeste de Campo Grande, em cuja área está localizada a Colônia Boa Sorte]. Ele me disse que eu era a primeira pessoa que ia até seu gabinete para pedir algo para a Colônia. Mas o prefeito também me disse que não havia como levar material escolar e outros insumos para local, e como eu não tinha cavalo e nem carro, tinha que caminhar 40 km para levar medicamentos e o material escolar necessário. Fiz isso muitas vezes, debaixo de sol escaldante! Após seis meses, o prefeito de Corguinho ficou sensibilizado e passou a me pagar um terço do salário mínimo, o que durou cerca de 3 ou 4 anos. Mas durante esse tempo todo eu continuei carregando o material nas costas…
Lúcio, você via isso como uma obstinação? Via isso como a minha missão, que me realizava como ser humano. Afinal, poucos seres humanos têm a oportunidade de viver uma vida maravilhosa como essa, em prol do próximo. A minha maior alegria era ajudar aquelas pessoas, aquelas crianças, vê-las alfabetizadas.
Que outras benfeitorias conseguiu para a Colônia Boa Sorte? Durante a minha gestão de nove anos como professor, nunca tive menos do que 40 alunos na sala de aula. Aos poucos, consegui transformar a escola, que era um rancho de palha, numa construção de alvenaria com banheiro, televisor, vídeo, antena parabólica etc. Para ter idéia, o primeiro projeto de energia solar brasileiro em colônias indígenas e comunidades rurais foi implantado lá em Boa Sorte. Também conseguimos 80 hectares de terra mecanizada gratuitamente, além de horta comunitária, sementes, assistência técnica da Empaer [Editor: Empresa de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural de Mato Grosso do Sul] e de vários órgãos do governo. Depois tivemos assistência da Fundação Nacional de Saúde para a construção de latrinas, poços caseiros, poços artesianos e até para a construção de 12 casas.
Ou seja, você revolucionou a Colônia! Sim, acho que, mesmo não sendo negro, eu faço parte da história da Boa Sorte. Consegui tudo o que ela tem até hoje graças a Deus e também ao meu trabalho. E durante todos esses anos, os contatos iam acontecendo normalmente, atingindo não só a mim, mas aos moradores de lá também, que viam luzes, tochas de fogo e outros fenômenos. Não fui eu quem levou as luzes e os discos voadores para lá! Isso já acontecia bem antes de mim e os moradores respeitavam os fenômenos.
O que eles achavam que eram essas luzes? Eles não tinham a menor noção do que era e acreditavam que se tratasse de mistérios da natureza ou do sobrenatural. Como acreditam em lendas folclóricas, achavam que as luzes eram a Mãe d\’Ouro, assombrações, o Boitatá e outras coisas desconhecidas. Os moradores encaravam tudo pelo lado folclórico. Mas depois que cheguei, fui explicando a eles a origem das luzes e aceitaram que aquilo não estivesse relacionado ao Folclore.
Qual foi a experiência mais chocante que você teve nesse período em que morou na Colônia Boa Sorte? Certa vez tive contato com uns ETs que me mostraram duas pessoas dentro de um disco voador. Eram dois humanos: uma menina de uns 7 ou 8 anos e um senhor de 40 ou 45 anos. Eles tinham uma espécie de gelatina branca no nariz e os seres me disseram telepaticamente que era aquilo que fazia com que eles ficassem vivos. De acordo com os extraterrestres, os dois estavam sendo levados para serem preparados para manterem contatos.
Por favor, descreva essa experiência em detalhes. Acho que isso aconteceu em 1995, num fim de tarde em que estava à beira do Rio São Jerônimo, bem próximo de casa. Eu estava ali me preparando para ter um contato, pois pressentia que eles viriam. Nisso, apareceu uma luz que veio na minha direção, como sempre acontecia. Ela cresceu um pouco e se transformou num disco voador, que baixou os três pés de pouso e aterrissou no solo. Em seguida, abriu-se uma porta pequena e dois ETs desceram por ela, falando-me telepaticamente que queriam me mostrar uma coisa.
Você já tinha visto aqueles seres antes? Sim. Eram os mesmos que já tinham aparecido algumas vezes para mim.
Entrou na nave? Nesse dia não.
Como é que você viu as pessoas, então, se estava do lado de fora? A portinhola por onde desceram os ETs permaneceu aberta e dava para aquelas pessoas deitadas, cada um em uma espécie de maca. Os seres me disseram que iriam desenvolver um trabalho comigo, mas tanto a menina como o senhor estavam inconscientes, deitados e imóveis. Eles estavam corados, saudáveis, parecia que estavam dormindo, e não que estivessem sofrendo.
Quando vi o Urandir, senti uma coisa negativa e até aterrorizante. Ele chegou na Boa Sorte e disse: \’É esse mesmo. Cheguei onde queria. É você que eu quero\’. Ele propôs que fizéssemos uma parceria
Você pôde ver como era o interior da nave? Era todo branco, parecia de cetim. Não havia luzes, mas era todo claro. Tinha algo como um pequeno painel de computador. Foi uma visão muito bonita e bastante diferente das que tinha tido até então. Como esse fato ocorreu em 1995, eu estava numa nova fase da minha vida, já mais preparado para conviver com isso tudo.
Foi nessa nova fase de sua vida que você conheceu e fez amizade com o Urandir? Não, eu fiz amizade com ele um pouco antes disso, uns dois anos antes. Ele apareceu na Colônia atrás de mim, mas eu nem o conhecia. O engraçado é que eu previ a vinda dele… Cheguei a comentar com minha mãe que estavam vindo para a Boa Sorte dois homens, da direção de São Paulo. Um não tinha nada a ver com o que iria acontecer, mas o outro eu sentia como se tivesse uma energia muito negativa. Era o Urandir. E sabia que ele precisava de mim.
O que você sentiu com relação ao Urandir? Senti uma coisa negativa, muito ruim e até aterrorizante. Era algo que ia me afrontar e pela primeira vez em minha vida senti que alguém ia me fazer mal. O Urandir apareceu na Colônia Boa Sorte carregando um papel nas mãos que tinha meu rosto desenhado e disse: \”E esse mesmo. Cheguei onde queria. É você que eu quero\”. Ele falou que era paranormal e que eu tinha que me unir a ele, pois eu tinha contatos com discos voadores. Disse ainda que eu tinha condições de ajudá-lo a ter também contato com seres extraterrestres.
Foi assim que ele entrou na sua vida? Sim. Ele é um paranormal que tem um grande poder mental, capaz de entortar garfos e coisas assim. Isso era comum para ele, segundo me disse, pois fazia tais coisas desde criança, assistindo ao Uri Geller na tevê. Mas ele queria mais. Urandir disse que entortar metal era uma coisa banal e que o que ele procurava era algo que fosse além disso. Foi aí que ele me fez uma