Em 1996, a cidade mineira de Varginha ficou nacionalmente conhecida depois que testemunhas contaram ter visto um extraterrestre na região. O caso, que ganhou as páginas do jornal e chamou a atenção pela repercussão na TV, passou a ser chamado de ET de Varginha. Doze anos depois, o ufólogo Marco Antonio Petit lança o livro Um Mergulho na Ufologia Militar Brasileira, em que relata esse e outros supostos casos de extraterrestres, discos voadores e abdução. No livro, o autor pede também que documentos confidenciais sobre casos de ufologia no Brasil e que tenham a participação de militares sejam divulgados.
“Assinamos um documento e protocolado na Casa Civil no dia 26 de dezembro solicitando que os documentos cujos prazos de sigilo expiraram sejam divulgados.” Segundo Petit, há quatro tipos de classificação (reservados, confidenciais, secretos e ultra-secretos), e os prazos de sigilo variam de 10 a 30 anos.
Dois extraterrestres estiveram em Varginha, diz ufólogo
Petit está certo de que Varginha recebeu a visita, não de um, mas de dois extraterrestres. “Me convenci da história no dia 04 de maio de 1996, quando tive a chance de ser o responsável pela gravação em vídeo de um militarda Escola de Sargento das Armas de Três Corações (ESA), que participou diretamente dos fatos e chegou a suas próprias declarações depois de ter contato com uma das criaturas que foi recolhida pelos militares envolvidos pelo caso.”
O ufólogo afirma: “No dia 13 de janeiro de 1996, uma nave se acidentou. Sete dias depois, dois tripulantes foram capturados por missões militares que envolveram, além do Exército, membros do Corpo de Bombeiros de Varginha e da PM de Minas Gerais”.
Segundo ele, uma criatura foi para a ESA e a outra teria passado por dois hospitais da cidade, mas acabou morrendo. O ET morto teria sido retirado do hospital por um comboio militar e também levado para a ESA. De lá, as criaturas teriam sido levadas na madrugada do dia 23 de janeiro para cidade de Campinas. Uma teria, inclusive, passado pela Unicamp.
A pesquisa sobre o caso de Varginha não parou em 1996. Atualmente, o objetivo é tentar descobrir o destino final das criaturas e dos fragmentos da nave que foram recolhidos. “Um militar disse que houve uma forte pressão do governo norte-americano para que todo o material relacionado ao caso fosse levado para os Estados Unidos.”
O ufólogo explica que todos os militares que tiveram qualquer envolvimento com o caso foram transferidos para diferentes pontos do Brasil. “Eles fizeram isso porque não queriam que ninguém soubesse a história por completo”, assegura. O caso de Varginha, segundo ele, o único no Brasil classificado como ultra-secreto, foi amplamente documentado.
Campanha pela quebra do sigilo
Militante da ufologia há 30 anose morador do bairro do Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio, Petit diz que, em 2004, a Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU), da qual faz parte, começou uma campanha nacional contra o sigilo de casos importantes de ufologia.
“Em março de 2004, iniciamos a campanha nacional UFOs: Liberdade de informação já. Publicamos documentos secretos relativosà presença dos objetos voadores não identificados no espaço aéreo brasileiro. Existe um descontentamento por parte de alguns militares que são contrários ao sigilo. Muitos deles começaram a me procurar e a procurar outros membros da CBU para passar informações sobre casos importantes, como também para dar cópias de documentos sigilosos da Força Aérea Brasileira.”
A iniciativa, segundo ele, surtiu efeitos e chegou a Brasília. “Após um ano de campanha, o próprio comando da FAB resolveu fazer um convite para que a comissão fosse a Brasília conhecer as instalações do Cindacta e do Comando de Defesa Aéreo Brasileiro, que são os órgãos que monitoram o espaço aéreo brasileiro”, relata.
Em Brasília, Petit diz que teve acesso a documentos sigilosos e a cerca de 130 fotos de UFOs tiradas por militares da FAB durante uma operação secreta de investigação em 1977 na Amazônia. Segundo ele, as fotos mostravam naves com cerca de 100 m de diâmetro edevárias formas, como objetos esféricos e bolas de futebol americano.
No livro, há depoimentos de militares da ativa e da reserva que são a favor da divulgação. Ele conta, por exemplo, que no dia 19 de maio de 1986, 21 UFOs foram perseguidos por caças da FAB sobre os estados de SP, GO e RJ. O próprio ministro da Aeronáutica na época, Otávio Júlio Moreira Lima, teria prometido que um relatório detalhado sobre o caso seria divulgado 30 dias após o ocorrido. Isso nunca aconteceu.
Contra fraudes, hipnose e detector de mentiras
Depois de abandonar a análise de sistemas para se dedicar à ufologia, Petit, hoje com 50 anos, sabe que discos voadores e extraterrestres são temas polêmicos, mas sustenta que o Brasil temrelatos de casos verdadeiros. “O cuidado que temos é escapar de outra possibilidade antes de classificar como um fenômeno autêntico. Levamos a sério apenas 5% do material que avaliamos. Os outros 95% estão divididos entre erros de interpretações – quando os supostos discos são confundidos com satélites, balões ou planetas – e fraudes propositais.”
Para evitar o engano, Petit diz que são usados hipnose regressiva, quando a pessoa tem a oportunidade de reviver o que está bloqueado na mente, e detector de mentiras.
A primeira vez a gente nunca esquece
O próprio Petit relata que fez mais de 600 vigílias noturnas para observar e diz que já viu discos voadores, mas nunca extraterrestres.
“Foi no dia 08 de maio de 1982, às 22h00, na Serra da Beleza, entre Conservatória e Santa Isabel do Rio Preto, município de Valença. Fui investigar, depois de depoimentos de centenas de moradores que alegaram ter tido contato com discos que perseguiam carros na Serra. Esses discos foram vistos até pousados nos pastos dos sítios ou das fazendas. Entre as testemunhas, há fazendeiros, militares e membros do Exército que montaram um acampamento no local.”
O livro Um Mergulho na Ufologia Militar Brasileira não está à venda em livrarias, mas pode ser encontrado pelo site www.marcopetit.com