O princípio do nosso Sistema Solar é considerado pelos astrônomos uma época turbulenta, com mundos precursores dos planetas, protoplanetas, colidindo e se desintegrando entre si. Estudos comprovam que nessa época, há 4,5 bilhões de anos, a Terra sofreu o impacto de um grande corpo de tamanho similar ao de Marte. Os destroços desse evento cataclísmico então se aglutinaram e formou-se a Lua.
Sempre se considerou que os planetas gasosos, especialmente Júpiter e Saturno, também tivessem tomado parte nessa “limpeza”, engolindo corpos que de outra forma poderiam ameaçar os mundos menores. Júpiter de fato tem feito isso ao longo de bilhões de anos, de certa forma protegendo a Terra e a evolução da vida sobre esta.
Acaba de ser divulgado um estudo, assinado pelo cientista Shu Lin Li, da Universidade de Pequim, que ao lado de colegas realizou simulações das condições iniciais do Sistema Solar. Os cientistas pesquisavam as causas de Júpiter possuir um núcleo rochoso relativamente pequeno, estimado de duas a 10 vezes a massa da Terra. Saturno, por seu lado, tem um núcleo equivalente a 15 ou 30 massas da Terra.
Os chineses calcularam o efeito que teria o choque contra Júpiter de uma super-Terra, planeta com massa equivalente a 10 vezes a de nosso mundo. Esse corpo se achataria assim que atingisse a atmosfera do gigante gasoso, e pouco tempo depois atingiria o núcleo, com uma energia que poderia vaporizar boa parte dele no processo.
Elementos pesados se misturariam então com a atmosfera jupteriana, e restaria somente uma fração do núcleo anterior. As conclusões de Li e seu grupo explicariam o pequeno tamanho do núcleo de Júpiter, e a presença em sua atmosfera de elementos mais pesados.