O Japão lançou na sexta-feira, 14 de setembro [Ainda noite de quinta-feira no Brasil], a sua primeira missão de prospecção lunar, que partiu do centro espacial Tanegashima, na província de Kagoshima [oeste do país], informou a Agência de Prospecção Aeroespacial do Japão (Jaxa, em inglês). O objetivo do Kaguya é sintetizar informações sobre a origem e composição da Lua, além de estudar a eventual possibilidade de uma base humana permanente.
O lançamento pôde ser acompanhado pela internet. O foguete H-IIA, construído pela Mitsubishi Heavy Industries, decolou às 22h31 de quinta-feira (horário de Brasília) e tudo transcorreu dentro do previsto. O programa Kaguya, que leva o nome de uma princesa lunar, personagem de um conto infantil japonês, custou US$ 480 milhões. Parte desse total foi financiada pela iniciativa privada.O observador orbital tem três toneladas, 2,1 metros de comprimento, 2,1 de largura e 4,8 de altura, além de dois pequenos satélites de 50 quilos. São 14 instrumentos científicos que colherão informação sobre a superfície lunar, como a sua composição mineral, estrutura e geografia, além do campo gravitacional e dos vestígios de seu campo magnético.
O Kaguya vai se separar do foguete e girar na órbita da Terra duas vezes antes de viajar rumo à Lua. A previsão é que chegue dentro de 20 dias, para orbitar a cem quilômetros da superfície lunar. Os dois pequenos satélites, Relay e VRAD, vão se desacoplar da estação para observar a superfície da Lua de diferentes órbitas elípticas.
Segundo a agência japonesa Kyodo, a missão de dez meses de observação deve começar em dezembro. A Jaxa considera o Kaguya a missão lunar mais importante desde o programa Apolo (1963-1972), responsável pelo único passeio lunar de um astronauta.A China e a Índia anunciaram missões lunares para 2007-2008. A Nasa também lançará um novo explorador orbital no próximo ano, como parte de seu plano de voltar a enviar uma nave tripulada à Lua.