O pesquisador, cientista da computação, astrônomo e ufólogo frances Jacques Vallée, nascido em 24 de setembro de 1939 em Pontoise, França, e desde os anos 60 radicado na Califórnia, Estados Unidos, é uma das figuras mais importantes da Ufologia Mundial. Suas ideias estão muito longe de colher unanimidade, já que afetam conceitos há muito estabelecidos na disciplina, como a de os UFOs serem sempre considerados naves alienígenas. Contudo, Valée é muito respeitado e suas opiniões sempre ouvidas com cuidado.
Sua carreira científica é nada menos que impressionante. Entre os projetos de que tomou parte está o desenvolvimento do primeiro mapeamento computadorizado de Marte para a NASA, e por seu trabalho na SRI International na criação da ARPANET, precursora da moderna Internet. Vallée também é uma figura de destaque no estudo dos UFOs, destacando-se primeiro pela defesa da legitimidade científica da hipótese extraterrestre e mais tarde pela promoção da hipótese interdimensional.
Ele foi entrevistado para a edição 227 da Revista UFO, quando afirmou: “O Fenômeno UFO é como um caleidoscópio com três níveis: um puramente físico e tecnológico, um nível sociológico e, por fim, um nível pessoal e subliminar, que ‘joga’ com as nuances sutis da psiquê humana. Este aspecto é o mais preocupante”. Jacques Vallée, através da rede social REDDIT, participou recentemente de um fórum fechado respondendo algumas perguntas de usuários a respeito do Fenômeno UFO e a possibilidade de vida fora da Terra, que apresentamos a seguir.
Pergunta: Você acredita que possa ter aliens vivendo estre nós?
Jacques Valleé: Teriam que estar estreitamente relacionados a nós no nível genético, ou aqueles que “os envia” teriam que fabricar seus corpos em consonância com a fisiologia humana. Mas existem outras hipóteses. O fenômeno poderia estar criando uma ilusão de realidade virtual mediante a qual distintos seres podem desenvolver-se entre nós.
Pergunta: Acredita que aliens estão visitando este planeta? A partir de minha perspectiva, você sempre tem considerado que há algo fora lá fora, mas não estou convencido de que nos visitam devido a grandes distâncias entre nós e o planeta mais próximo capaz de ter vida.
Jacques Vallée: Não estou seguro que a questão da distância represente um problema. A nova física, tal como os buracos de minhoca, permitiria comunicação muito rápida entre as partes mais remotas do universo, e até quem sabe a transportação. A vida e a consciência devem existir em todas as partes. O Fenômeno UFO tem estado entre nós desde o começo da história. No entanto, não significa que se trata de “aliens” no sentido literal da palavra. Pode haver também uma multiplicidade de dimensões.
Pergunta: Quais avistamentos de UFOs específicos e emocionantes você acredita que merecem investigação? Você tem planos para investigações futuras?
Jacques Vallée: Há vários casos clássicos nos expedientes da força Aérea Norte-Americana (USAF) que merecem muito estudo como as observações realizadas a bordo de aviões de inteligência eletrônica RB-47, que detectaram um UFO visualmente e por radar sobre o Golfo do México, e foram seguidos pelo objeto ao longo do Texas e Oklahoma. A data foi 17 de julho de 1975. O avião era um Boeing Stratojet. O caso é um dos 800 casos que a Força Aérea considera como “não identificado”.
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Pergunta: Como você interpreta o filme “2001: Uma Odisseia no Espaço” de Stanley Kubrick?
Jacques Vallée: O interpreto como o reconhecimento de que o espaço, o tempo e a consciência estão entrelaçados de uma maneira complexa.
Pergunta: Você considera que o espaço é infinito? Por mais, acredita que a missão para aterrissar em Marte representa uma parte essencial da exploração espacial?
Jacques Vallée: Marte será muito mais difícil do que já antecipamos, porque o problema fundamental é a biologia. Há muitos fatores desconhecidos e soluções que ainda estão sendo levadas a prova. O problema sobre a infinidade representa desafios para a física moderna. O Big Bang postula que o universo é uma esfera de quatro dimensões que se expande para um futuro infinito, mas existem modelos alternativos, como o multiverso, teoria das cordas, etc.
Pergunta: Qual a representação de um alien no cinema seria a mais fácil de vencer em uma luta corpo a corpo?
Jacques Vallée: Sempre fui admirador do filme Forbidden Planet (O Planeta Proibido, MGM, 1956), mas a luta não era física. E aí está o problema com os aliens do cinema, seu objetivo pode ser a sua mente!
Pergunta: Quais seriam as possibilidades, na sua opinião, de que o governo sabe sobre os aliens e o está encobrindo? Deveria haver divulgação?
Jacques Vallée: Não posso lhe dar porcentagens, mas devo supor que o governo dos Estados Unidos sabe muito mais que eu ou ao menos têm mais dados do que disponho. O problema reside no que pensam em fazer com os dados, que facilmente podem passar despercebidos. Cada agência trata de lidar com pedaços minúsculos da informação, sem que ninguém possa examina-los globalmente. Assim possivelmente descartariam a maior parte dos dados, como fez a USAF. Em vez da divulgação, preferiria que reconhecessem a existência de um fenômeno desconhecido, convocando uma espécie de reunião entre a comunidade científica para apresentar propostas sobre investigações fundamentais. Assim começou a Internet: muitas equipes apresentaram propostas para a formação de redes, a ARPA selecionou as dez melhores e financiou, repassando os resultados um ou dois anos depois, reembolsando as melhores e assim por diante. Esta é a melhor forma para realizar a investigação, no plano competitivo, alistando as melhores mentes em disciplinas distintas. O que sabemos é que o fenômeno OVNI é extremamente complexo e não se limita a “aliens”.
Pergunta: Me pergunto se você acredita que existem outros mundos muito parecidos ao nosso que possam conter vida. O que aconteceu para que o nosso mundo pudesse abrigar vida? Estaria ocorrendo o mesmo em outros lugares, mas em um tempo diferente, fazendo qu
e o dito planeta se encontre em uma etapa de crescimento diferente da nossa? Obrigado.
Jacques Vallée: Entre os mais de 2.000 planetas identificados até o momento, pode haver vida que não é parecida com a nossa, os planetas são muito grandes ou em órbitas que não fomentariam a vida. Mas a possibilidade de um planeta parecido com o nosso pode se dar entre milhares de milhões de mundo. É claro que um dos desafios consiste em definir o que queremos dizer por “vida”. Pode haver outra forma de consciência, talvez um plasma inteligente que não descobrimos. Sobre a etapa de desenvolvimento, a única coisa que podemos fazer é supor que estamos no meio, significando que existiriam civilizações muito mais adiantadas que a nossa.
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Livro: Guia da Tipologia Extraterrestre
Há séculos a espécie humana assiste à chegada de estranhos seres geralmente bípedes e semelhantes a nós, que descem de curiosos veículos voadores sem rodas, asas ou qualquer indício de forma de navegação. Quase sempre estas criaturas têm formato humanoide e não raro se parecem com uma pessoa comum, mas com um problema: elas não são daqui, não são da Terra. O que pouca gente sabe é que existem dezenas de tipos deles vindo até nós, alguns com o curioso aspecto de robôs, outros se assemelhando a animais e há até os que se parecem muito com entidades do nosso folclore. O Guia da Tipologia Extraterrestre faz uma ampla catalogação de todos os tipos de entidades já relatadas, classificando-as conforme sua aparência e características físicas diante de suas testemunhas, resultando num esforço inédito para se entender quem são nossos visitantes.