A tão anunciada e controversa invasão da Área 51, evento criado no Facebook em junho com mais de 2 milhões de “confirmados”, finalmente chegou ao fim. E não foi nem perto do desastre esperado por autoridades locais: entre quinta-feira (19) e sábado (21), não mais que 3 mil pessoas de fato foram até as proximidades da base ultrassecreta da Força Aérea dos Estados Unidos.
“As pessoas têm sido muito legais, vêm aqui, fazem o que têm que fazer, e é isso”, disse Dan Gordon, da Divisão de Investigação da Polícia do Estado de Nevada na sexta-feira (20). “Acho que era tudo mais pela diversão de dizer que estiveram aqui, e esse tipo de coisa”, completou. Ele confirmou somente uma prisão na madrugada de sexta-feira, mas não por invasão, e sim por “indecência pública”. No fim das contas, o número de prisões não passou de 5.
Pessimistas dirão que o evento foi um desastre total. Afinal, o público ficou bem longe dos 50 mil esperados pelo governo, que chegou a bolar planos emergenciais para os visitantes — a cidade mais próxima de um dos portões, Rachel, onde um dos eventos estavam programados, tem cerca de 40 habitantes. Foi tão pouca gente, que um dos eventos, o Storm Area 51 Basecamp, em Hiko, teve o segundo dia cancelado por vender somente 500 dos 5 mil ingressos previstos.
Mas quem dirigiu as mais de duas horas pelo deserto ao norte de Las Vegas, em terrenos completamente inóspitos e inabitados, repetia incansavelmente que foi divertido. Parece ter havido uma espécie de seleção natural para concentrar somente os realmente apaixonados por teorias da conspiração e alienígenas no local. Uma “fauna” composta por adolescentes fantasiados de personagens de anime, famílias curiosas, garotos solitários com máscaras de alienígenas e cinquentões hippies que pareciam nunca ter saído de uma viagem de ácido. Uma espécie de Burning Man de nerds malucos.
Palco com shows em evento perto da Área 51 (Foto: Marília Marasciulo)
Poeira
É que chegar até o portão da Área 51 foi quase como vencer uma missão de videogame, em que cada evento era uma fase para eliminar candidatos. Começou na quinta-feira (19), com uma festa rave em Las Vegas organizada pelo criador do evento original, o californiano Matty Roberts, que reuniu a maior quantidade de entusiastas da invasão. Continuou na sexta-feira (20), no Alien Research Center, em Hiko, a cerca de 100 quilômetros ao norte de Vegas, onde algumas centenas pararam para comprar parafernálias de alienígenas (que tal um saquinho com “cocô de alien”?) e ver palestras, entre elas a do produtor do documentário Bob Lazar: Área 51 e Discos Voadores.
Souvenir de “cocô de alien” à venda em Hiko (Foto: Marília Marasciulo)
Quem aguentou dirigir por mais meia hora chegou a Rachel, onde um palco minúsculo na imensidão do deserto tinha apresentações de bandas ainda desconhecidas na Terra. E as cerca de 500 pessoas que seguiram firmes na missão dirigiram por mais 10 minutos em meio à poeira só para ver o tal do portão.
“Estou hoje na Área 51 demandando que eles divulguem todos os documentos do que acharam aqui”, disse Kevin Almeida, de 23 anos, filho de brasileiro que veio de Boston só para o evento. “Eles estão escondendo muitas coisas aqui dos cidadãos americanos, porque eles acham que nós não aguentamos saber a verdade, mas a verdade é que aqui tem extraterrestre.”
Kevin Almeida, filho de brasileiros, foi até o portão da Área 51 (Foto: Marília Marasciulo)
Se for, vá na paz
Com ou sem extraterrestres, o clima foi de tamanha descontração e piada que até os policiais do outro lado da cerca (eram entre 8 e 12 que se alternaram em turnos, e vale lembrar que, por se tratar de um espaço militar, eles também não podiam cruzar o portão; só estavam ali para alertar as pessoas das consequências do outro lado) batiam papo com a galera. A teoria da conspiração do momento era de que o militar do outro lado não era de verdade, e sim uma versão alienígena criada na Área 51 para espantar os visitantes.
Policiais no portão da Área 51 (Foto: Marília Marasciulo)
Jamais saberemos. A invasão da Área 51, afinal, não ocorreu. E ainda que ocorresse, dificilmente alguém chegaria de fato lá dentro: passado o portão, são mais 50 quilômetros até alcançar um terreno com duas vezes o tamanho do estado de Delaware. Quem trabalha na base mora no local ou pega a ponte aérea Las Vegas-Área 51 (é sério, isso existe).
Com o mistério preservado, alguns dos visitantes já falam em uma segunda edição no ano que vem. Talvez o maior sucesso do evento, no fim, tenha sido mostrar que às vezes terráqueos também vêm em paz.
Fonte: Galileu
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