A REGIÃO – Descrevendo elegante curva na direção oeste, após desaguar no oceano, à altura do paralelo 10, o rio São Francisco ruma para o sul, em busca de suas nascentes, até pulverizar-se em seus afluentes que brotam dos contrafortes da Serra da Canastra, já tá nos grandes arrabaldes dr Belo Horizonte, a capital mineira.
Este semicírculo fluvial isola, entre o Planalto Central e o Atlântico, vasta região cujo relevo se caracteriza por um espigão central que se inicia ao sul pela Serra do Espinhaço e se prolonga até os confins do norte pela famosa Chapada Diamantina. Região mágica de altas montanhas e profundos vales, muita água e belas formações rochosas, foi o polo que magnetizou os antigos mineradores, que para ali rasgavam trilhas em busca de diamantes e esmeraldas. Recentemente, fascinadas pela beleza natural de suas matas. das belas cachoeiras, riquíssima Hora e variada fauna, as autoridades federais criaram o Parque Nacional da Chapada Diamantina, que forma o coração de um triângulo em cujos vértices se localizam as cidades de Morro do Chapéu, ao norte, Guanambi, a oeste, e Jequié, no lado leste. E é dentro dessa área que vamos localizar, também, um “quentíssimo” sítio ufológico, não sendo à toa que o Projeto Alvorada1 aí localizou duas de suas Estações, cuja função precípua era o estabelecimento de contato com o elemento alienígena.
A principal ocorrência ufológica, por aqui, caracteriza-se pelo avistamento de luzes noturnas em torno das quais já se criou, entre a população, verdadeiro folclore, sendo diversificadas as opiniões, que vão desde fenômenos atribuídos à existência de minérios, até a designação de “planetas”, “aparelhos” e “discos”, entre os mais esclarecidos.
Diversos casos foram pesquisados por mim nos últimos anos e selecionei, aqui, os mais interessantes, os quais passo a narrar.
INTRUSO – Em fins de 1981, regressava para casa, cedo da noite, o pecuarista Roque Santana de Araújo, levando no Corcel novo em que viajava alguns parentes e amigos. Seguiam por uma estrada de barro que liga o município de Utinga ao Morro do Chapéu, cidades distantes de Salvador cerca de quatrocentos quilômetros.
De repente, acompanhando o seu carro, notam uma forte luminosidade deslocando-se por dentro de um matagal que margeava a estrada. Intrigado com o fato, pois desconhecia a existência de qualquer estrada secundária que permitisse o trânsito de caminhões ou tratores por ali, continuaram a viagem especulando sobre a estranha luz que os seguia. Subitamente, num brusco movimento, a luz se aproxima pelo lado direito, inundando tudo com fortíssima claridade. O Sr. Roque Santana, num impulso rápido, toma o volante do filho e pisa fundo no acelerador. O carro dispara na estrada, aos trancos e barrancos, sempre acossado pela luz que parecia estar a poucos metros acima do seu veículo. No interior do carro estabelece-se terrível pânico, com gritos, choro, invocações a Deus e exclamações de pavor.
Nessa altura, conta o Sr. Roque Santana, seu único pensamento é chegar até o povoado de Lagoa Nova, alguns quilômetros à frente, na esperança de que o “intruso” se afastasse. Realmente, tão logo despontam as primeiras luzes do casario, a luz que o persegue sobe verticalmente, em alta velocidade, desaparecendo na escuridão do espaço.
Atropeladamente entra no povoado e, diante do espanto de alguns moradores locais, conta o ocorrido, deixando incrédulos os ouvintes, apesar do evidente pavor que manifestam os demais passageiros.
Após se refazerem do susto, embora contra a vontade de alguns, o Sr. Roque Santana retoma a viagem, olhando apreensivamente para o céu. Tão logo se encobre numa curva da estrada, a mesma misteriosa luz desce como num relâmpago sobre o carro, desencadeando o mesmo pânico de antes.
Conforme esclarece o entrevistado. “aquela luz. ou fosse o que fosse, pairava a poucos metros sobre o carro, sempre do lado direito, e acompanhava as subidas e descidas da estrada como se a ele estivesse presa por fios invisíveis”.
Temendo voltar para o povoado, pois teria que parar o carro para fazer manobras, o Sr. Roque Santana imprime alta velocidade rumo à cidade de Morro do Chapéu, distante 23 quilômetros, sendo seguido pela luz até as sua proximidades, quando novamente se eleva para o céu, desaparecendo entre as estrelas.
NAVE – Anos depois, no final de novembro de 1986, regressava de sua fazenda, na região denominada Bonito, o Sr W„ funcionário de um estabelecimento bancário desta região. Eram cerca de 19hs e dirigia sozinho o seu Fiat, cobrindo a distância de 60 quilômetros que separa a sua propriedade da cidade de Morro do Chapéu, onde mora com seus familiares.
Ao chegar no mesmo local em que aparecera a luz do caso anterior, eis que surge, no extremo oposto de um longo trecho retilíneo da estrada, uma fortíssima luminosidade. Julgando tratar-se de outro veículo que trafegava com luz alta, o Sr. W. pede insistentemente luz baixa, acionando os respectivos interruptores de sinalização, sem obter, porém, qualquer resposta.
Já ofuscado e temendo perder a direção, pára o carro no acostamento e aguarda que o pretenso veículo se aproxime, para. então, continuar a viagem. Após certo tempo, sem que a forte luz altere a sua intensidade e já pensando tratar-se de um UFO, nos quais acreditava, saiu do carro e tentou observar com cuidado os detalhes daquela estranha luminosidade. Nota, então, que, fosse o que fosse, estava acima da linha do horizonte, pairando sobre a estrada.
Nesse exato momento, aquilo começa a se aproximar, com certa velocidade, dirigindo-se diretamente para o local onde se encontrava.
Sem qualquer temor, segundo confessa e algo excitado, tenta emitir uma mensagem mental para que aquela “nave” pousasse ali junto, estabelecendo um contato.
A luz se aproxima até passar justo sobre a sua posição, dando asas a que pudesse observar minuciosamente o fenômeno. “Numa altura aparente de uns 100 metros, a luminosidade era tanta que se podia enxergar uma agulha no chão”, conforme conta o protagonista. Sem contornos definidos face à intensa luminosidade, podia-se, no entanto, distinguir alguns focos de maior intensidade, não se notando o menor sinal de ruído, vibração ou fumaça. O silêncio era absoluto.
Sem parar, ou sequer diminuir a velocidade, aquele estranho UFO, ao atingir o ponto em que se encontrava o observador, executa uma suave curva de 90 graus e dirige-se para a região de Cafarnaum, a poente.
O terceiro caso ocorreu recentemente, no final do mês de maio de 1988, numa remota região montanhosa à 22 quilômetros ao sul da cidade de Mucugê, em plena Chapada Diamantina.
Cerca das 19:30h, uma luz vermelha piscando em rápidos intervalos, surge por trás de alguns maciços rochosos e passa por cima da casa de fazenda do Sr. S.R., que cultiva imensa área de batatinhas e morangos. Um dos trabalhadores da propriedade, de nome Antônio da Silva Bonfim, ao perceber a luz, chama o dono da fazenda e sua esposa, os quais observam o
UFO pousar no chão, a uns 500 metros dali, sempre piscando com luzes agora visíveis de diversas cores.
Após alguns instantes de observação e vendo que nada ocorria, o moço que primeiro observou a luz teve a idéia de manobrar o carro e dirigir os faróis para o lugar onde continua pousado o estranho objeto. A seguir liga a luz alta, cortando-a em seguida, no que é imitado pela “coisa” que lá está. Repete o sinal algumas vezes, sempre com a pronta resposta por parte do objeto não identificado.
Passado o primeiro momento de expectativa, o Sr. S.R. resolve aproximar-se do UFO, juntamente com o Sr. Antônio da Silva, porém a intervenção da esposa, que suplica com veemência para que desistam do intento, finda por frustrar o plano da tentativa de contato.
Após exatamente 40 minutos, a nave se eleva no ar e pousa novamente a uns 200 metros, em outro recanto do campo cultivado, para finalmente apagar as luzes e desaparecer.
No dia seguinte, os componentes do grupo procuraram o local onde pousara a nave e observam no chão algumas marcas com aprofundamento do solo, causado pela pressão do trem de pouso, evidência que, infelizmente, não foi preservada face aos trabalhos posteriores de preparo e plantação da área.
Pesquisando na região e procurando informações com os moradores do local, inclusive da cidade, é comum ouvir-se a afirmação de que nas “Gerais” (região deserta e plana que se estende entre as montanhas) aparecem constantemente luzes e “coisas” que amedrontam a população, furtando-se muitos de transitarem, à noite, por aquelas paragens.