
A Região Nordeste do país é uma das mais ricas do mundo em ocorrências ufológicas, embora muitas vezes UFOs e seres alienígenas sejam vistos como superstições populares ou figuras folclóricas. É inegável, porém, a quantidade de casos de avistamentos, abduções e perseguições por UFOs que acontecem na área. Segundo o coronel José Welliston Rodrigues de Paiva, que pesquisou mais de 90 acontecimentos na região, a ação dos extraterrestres se dá principalmente à noite e com pessoas sozinhas, em trânsito por estradas afastadas do ambiente urbano. Ainda segundo o militar, os alienígenas prefeririam indivíduos que residem em localidades rurais e isoladas, em virtude da ausência de poluição do ar, barulho e ondas eletromagnéticas emitidas por torres de telecomunicações. Outra razão seria o fato de essas pessoas serem “mais puras” biológica e espiritualmente.
No Nordeste, estados como Ceará e Bahia parecem atrair um maior número de incidentes ufológicos, mas talvez isso se deva principalmente à falta de registro e pesquisas em outros estados da região. Dos casos ocorridos no Ceará, grande parte se concentra na cidade de Quixadá, uma área que é, além de bela, misteriosa. Sua fama é tão grande que virou filme em 2011. O Caso Oliveira, um dos casos famosos de Quixadá, ocorreu em março de 1992, às margens do Rio Palhano e envolveu o então soldado Luís Ribeiro Oliveira e seu amigo Pedro Rodrigues da Silva, técnico em eletrônica. Por volta das 18h00 do dia 05 daquele mês, os dois amigos estavam caçando paturis [Uma espécie de pato selvagem] às margens do rio.
Estavam deitados na relva olhando para o céu e esperando pela chegada das aves, quando Oliveira observou uma “estrela” que brilhava mais do que as outras e mostrou para o amigo. De repente a “estrela” começou a descer e pairou sobre os rapazes, que, assustados, começaram a correr. Silva correu para dentro do rio e com o corpo submerso escondeu-se sob algumas plantas. Já Oliveira correu em direção à estrada e foi atingido por um foco muito forte de luz que o levou para dentro da nave, que, em seguida, desapareceu no céu.
Sem a espingarda
Ao ver a cena, Silva ficou desesperado e sem saber o que fazer decidiu voltar para a cidade. A espingarda do soldado Oliveira ficou no local da abdução. Silva estava nervoso e com medo de contar ao delegado o que havia acontecido ao amigo, pois achava que o delegado não iria acreditar nele e julgar que havia matado e enterrado o parceiro. Então decidiu ir a um bar beber para se acalmar. Depois de muito tempo, já por volta das 21h00, resolveu voltar ao local da abdução. No meio do caminho, a aproximadamente a dois quilômetros da cidade, Silva deparou-se com Oliveira, que caminhava apressadamente, carregando a espingarda.
Ao se encontrarem, Oliveira relatou ao amigo que no momento em que a luz incidiu sobre ele, sentiu suas pernas dormentes e, sem forças, desmaiou. Quando acordou estava no centro de uma sala e dentro de uma bolha transparente com vários seres à sua volta. Nervoso, perguntou aos “estranhos” o que queriam dele e ouviu que buscavam os restos mortais de amigos seus que tinham vivido na Terra há mais de 350 mil anos, que foram soterrados por inúmeras erupções vulcânicas ocorridas na época.
Pirâmides e cristais
Os alienígenas contaram ao soldado que seus templos eram o que chamamos hoje de pirâmides. E, como que para demonstrar o que falava, um dos extraterrestres abriu a mão e mostrou a Oliveira uma pequena pirâmide transparente girando em sua palma. Ele também revelou que no futuro nós iríamos usar um combustível feito à base de cristais, parecido com o usado por eles. Abrindo novamente a mão, mostrou ao rapaz um cristal vermelho e outro azul, que começam a girar entre si. Ao fechar a mão, a imagem desapareceu.
Eles contaram que vinham de um planeta chamado Catandorius Decnius e pediram ao homem que se acalmasse, pois não lhe fariam mal. As comunicações entre Oliveira e o extraterrestre eram mentais, mas em um idioma estranho. Em seguida, o ET lhe disse que era hora de partir e o soldado desesperou-se, acreditando que seria levado com eles. Mas o que aconteceu foi que ele adormeceu e quando acordou estava de volta ao local de onde fora abduzido. Como a espingarda ainda estava lá, ele a pegou e tratou de ir em direção a cidade, que fica a uns cinco quilômetros de distância.
Os dois fizeram um acordo para não contarem nada a outras pessoas sobre o caso. Oliveira revelou ao amigo que os seres, de olhos grandes e pretos, tinham aproximadamente um 1,2 m e vestiam um macacão colado ao corpo, de cor cinza. A única pessoa para quem o militar contou o caso foi sua esposa, que, por sua vez, passados três meses, contou o ocorrido para sua irmã, que trabalhava em uma empresa jornalística em Fortaleza. A notícia se espalhou e o caso se tornou público. Atualmente o subtenente Oliveira, ainda morador de Palhano e na reserva da Polícia Militar do Ceará, evita falar sobre o caso.
Caso Barroso
Entretanto, o acontecimento mais famoso ocorrido na região de Quixadá, e que foi até tema do filme Área Q [2011], é aquele conhecido como Caso Barroso. Para o coronel Paiva, trata-se de um dos episódios mais importantes do mundo por sua complexidade e consequências. Leonardo Barroso, um dos filhos do senhor Luís Fernandes Barroso e de dona Teresinha Barroso, atualmente reside em Quixadá, na fazenda de que seu pai lhe deixou. E foi ele quem contou o que aconteceu na manhã de 03 de abril de 1976.
Todas as manhãs, por volta das 05h00, Luís Fernandes Barroso viajava de charrete de sua fazenda, na localidade de Timbaúba, a 14 km de Quixadá, seguindo pela rodovia CE-265, na direção da cidade de Morada Nova. Um dia, nas proximidades da localidade de Serrote de São Francisco, quase chegando a Quixadá, ele ouviu um zumbido esquisito, como se fosse um enxame de abelhas. De repente, uma bola de luz de aproximadamente de quatro metros de diâmetro passou por cima dele. Barroso parou a charrete e observou o aparelho, que pousou 30 m à sua frente. Segundo a testemunha, o UFO lembrava “uma tartaruga bem grande”. Seu cavalo se espantou, mas um facho de luz vindo do aparelho paralisou Barroso e o animal que puxava a charrete.
Apesar de imóvel, o homem podia perceber o ouvir o que se passava à sua volta e viu quando uma porta se abriu no aparelho e dois seres pequenos, com aparência humana, desceram carregando um instrumento parecido com uma lanterna. Em seguida, lançaram um facho de luz sobre o rosto do pobre homem, que perdeu completamente os sentidos — Barroso acordou duas horas depois, a 500 m de onde se encontrava inicialmente, embora a charrete tenha permanecido no local original. Ele estava nervoso, tonto, com calor no rosto — seu corpo estava vermelho no lado esquerdo.
Sintomas sérios
Naquele exato momento passou por ali um vaqueiro velho conhecido de Barroso, que, ao saber da ocorrência com o amigo, levou o amigo para casa, pois ele não tinha condições físicas para ir sozinho. Chegando na residência de fazenda, a testemunha contou o que havia acontecido à sua esposa e pediu que o levassem ao médico, pois não se sentia bem. O doutor Antônio Moreira Magalhães, médico da cidade, acompanhou de perto o quadro de Barroso. Mas, mesmo medicado, as dores no corpo continuaram a impedi-lo de trabalhar em seu comércio e na fazenda.
Poucos dias depois seus familiares começaram a notar que os cabelos de Barroso começaram a ficar grisalhos e ele a ficar desnorteado, aéreo, indisposto, com lapso de memória. Diante do agravamento do quadro clínico, o homem foi encaminhado para atendimento em Fortaleza, onde foi acompanhado pelo neurologista José Pelegrino Alves
e pelo psiquiatra Glauco Lobo. Como não conseguiram chegar a um diagnóstico preciso, Barroso foi medicado com tranquilizantes e encaminhado de volta à Quixadá, onde deveria ficar em repouso absoluto.
Diante da piora diária de seu quadro clínico, Leonardo Barroso, que morava em São Paulo, teve que retornar para Quixadá, com o objetivo de cuidar de seu pai e dos negócios. O senhor Barroso ainda retornou à Fortaleza, pois seu estado só piorava. Lá, passou por cerca de 16 especialistas sem que lhe dessem um diagnóstico preciso ou uma medicação que lhe trouxesse alívio. Seu organismo começou a acumular água e sua memória foi se perdendo aos poucos — ao final, Barroso regrediu para a idade mental de uma criança de um ano. Ele perdeu o controle motor e fazia suas necessidades fisiológicas na cama. Pronunciava apenas três palavras — mamãe, dá e medo.
O que espantou a todos foi que sua pele começou a rejuvenescer — seu rosto ficou rosado, sem rugas ou manchas e com músculos rígidos. Ele tinha muito medo das luzes das câmaras fotográficas e filmadoras. Entrava em pânico diante delas. Estudiosos de várias partes do Brasil e do exterior o visitaram com o objetivo de estudar seu caso. Barroso faleceu 17 anos após seu contato com o UFO. Sua aposentadoria foi dada em função de “doença causada por ataque de um disco voador”. É o único caso com tais características no mundo.