Implantar microchips de silicone no cérebro das pessoas, ampliar a memória e melhorar o desempenho intelectual de cada uma seria “um sonho digno do escritor inglês George Orwell”, é o que preconiza o cientista Colin Humphreys, da Universidade de Cambridge, Inglaterra. Para biólogos e zoólogos, implantes não são novidades, muito pelo contrário. Há décadas eles capturam, examinam, imobilizam, catalogam, etiquetam e implantam minúsculos transmissores em animais – mormente naqueles mais ameaçados de extinção –, com vistas a seguir seus rastros e acompanhar o desenvolvimento. Desde que os abduzidos surgiram em cena, os ufólogos vêm atribuindo aos tripulantes dos UFOs o mesmo modus operandi, manifestando o temor de que nossas vidas estejam sendo igualmente controladas e manipuladas. Esses equipamentos funcionariam tanto como uma sonda ambulante transmissora de sons, imagens e dados físicos internos e externos, quanto como um receptor que acionaria determinadas áreas do cérebro do implantado, instando-o a cumprir certas tarefas. Suspeita-se também que seriam agentes biológicos capazes que provocar alterações substanciais na cadeia de DNA.
O médico norte-americano Roger Leir, autor de Implantes Alienígenas – Somos Cobaias de ETs [Código LV-11 da Coleção Biblioteca UFO. Veja na seção Suprimentos de Ufologia desta edição], tornou-se um especialista na detecção e remoção desses, que considera, “mecanismos de controle”, embora admita não possuir provas para afirmar categoricamente que os implantes sejam de origem extraterrestre. Os que removeu, conforme garantiu, estavam ligados aos nervos, o que sugeriria o monitoramento das funções corporais. Em 1996, Leir encontrou em Bete, moradora do Novo México, Estados Unidos, uma espécie de agulha atravessada na narina que ia até os olhos e provocava o bloqueio de algumas funções do hemisfério direito de seu cérebro. Eletroencefalogramas indicaram leituras cerebrais anormais e a existência de um implante inserido pelo nariz. Durante o procedimento, a abduzida permanecia consciente, embora em estado de paralisia física e mental. Para a retirada dos implantes, detectados por meio de radiografias, Leir emprega técnicas cirúrgicas regulares. Em 1995, removeu artefatos dos corpos de dois pacientes. Eram peças no formato de agulhas, de cor preta-acinzentada. O cirurgião as enviou ao National Institute for the Discovery of Science [Instituto Nacional para Descoberta da Ciência, NIDS], que atuou em parceria com o laboratório da empresa New Mexico Tech. Um ano depois, Paul Fuierer, professor assistente do Departamento de Engenharia de Materiais daquela instituição, emitiu um laudo técnico atestando que as peças haviam sido fortemente magnetizadas ao longo de seu eixo.
Uma era composta de metais carbonados e tinha a dureza do quartzo, e a outra, mais macia, apresentava uma mistura complexa de materiais com a rigidez da calcita. Um ex-funcionário da Central Intelligence Agency [Central de Inteligência Norte-Americana, CIA] declarou: “Posso dizer que a CIA mantém segredos ufológicos. E se quisermos continuar estudando nossos visitantes, temos que respeitar as regras das agências de inteligência”.
No livro Seqüestros Alienígenas: Investigando Ufologia com e sem Hipnose [Código LV-07 da Coleção Biblioteca UFO], o ufólogo e hipnólogo Mário Nogueira Rangel, um dos maiores especialistas em casos de abdução no Brasil, contou que teve oportunidade de ver pessoalmente os implantes e confessou que os achou “feios, parecendo mal acabados”. Ao repassar suas anotações, Rangel deu-se conta de que “Bete, além de ter recebido um implante através da narina, sentiu também dor no dedo do pé. Sarita, outra pessoa que teria um chip em seu corpo, além do implante introduzido pela orelha, sentiu algo espetando uma de suas pernas. Já Marilu, tinha os dedos das mãos doloridos, como se tivessem lhe enfiado agulhas”. Em conversas com o doutor Max Berezovsky e Claudeir Covo, Rangel considerou a hipótese de que essas peças estariam em lugares fáceis de se extrair. No dia 30 de setembro de 2000, em reunião com abduzidos em sua residência, o hipnólogo percebeu o primeiro fruto dessa pesquisa. “Bete trouxe o raio X do pé direito com dois objetos bem visíveis no dedo. O atestado médico dizia: Pé ou quirodáctilo. Pequenos corpos estranhos em partes moles no halux, o polegar”.
Agulhas que aparecem transpassadas em vários órgãos do corpo, sem que tenham sido introduzidas e sem deixar cicatrizes ou sinais externos visíveis, constituem fenômenos bastante conhecidos da parapsicologia. Nos chamados apports [Aportes], a telergia – energia humana – exteriorizada atuaria nos objetos fazendo-os desaparecer, ou se desintegrar de um local para reaparecer em outro instantânea e inusitadamente. No final dos anos 60, a imprensa divulgou o caso de Lucrécia Januário, 45 anos, dona-de-casa, separada do marido, que era operário da Fábrica Presidente Vargas, em Piquete (SP), mãe de seis filhos. Vivia miseravelmente num casebre da Rua Goiás, no Bairro Industrial, em Lorena, interior de São Paulo. Desde os 15 anos expelia agulhas de aço pelo corpo todo. Nos braços via-se sinais de agulhas que por vezes ela mesma retirava com o auxílio de uma tesoura. Houve época em que foram extraídas 60 agulhas num só dia. Invocando o testemunho de Américo Ranieri, ex-delegado regional de Polícia de Guaratinguetá, autor de um livro sobre esse fenômeno, Lucrécia contou que vários médicos, embora a tenham operado, extraindo várias agulhas, não conseguiram explicar a razão e a procedência do material e chegaram mesmo a insinuar que ela mesma teria introduzido as agulhas no corpo. Seus “irmãos de fé”, do centro espírita que freqüentava desde 1964, acreditavam que “espíritos sem luz” habitavam seu corpo e produziam esses fenômenos para chamar à atenção das pessoas.
Em meados da década de 80, a dona-de-casa Laura Maria de Souza, 32 anos, de Laguna (SC), reportou algo semelhante: agulhas, alfinetes e pedaços de metal surgiam misteriosamente dentro de seu corpo. Quando sentia dores, Laura ia ao médico, que retirava os objetos por meio de pequenas cirurgias. Tempos depois, no entanto, os mesmos reapareciam. George Alves dos Santos, com 1 ano e 8 meses, foi internado na noite de 12 de abril de 1993, no Hospital São Paulo, com fortes dores na barriga. Radiografias mostraram agulhas enfiadas em seu pescoço, tórax e abdômen. “Só alguém com noções de anatomia – ou muita sorte – enfiaria 13 agulhas em uma criança sem provocar dor ou ferimentos”, afirmou um acupunturista que preferiu não se identificar. O cirurgião Sérgio Schettini optou por não retirar os materiais, a menos que futuramente viessem a causar problemas. O endocrinologista e acupunturista Luiz Cláudio Menon assinalou que a retirada de agulhas é uma operação difícil, que se faz com a ajuda de um imã. A polícia trabalhava com a hipótese de que a criança tivesse sido ví
tima de magia negra.
Nos rituais iniciáticos, o implante simboliza a mudança de personalidade e de posição social de um indivíduo. O historiador romeno das religiões, Mircea Eliade, em seu livro O Conhecimento Sagrado de Todas as Eras [Editora Mercuryo, 1995], relata o caso de um pajé da tribo dos Wiradjuris, sudeste da Austrália, que lhe contou como foi iniciado por seu pai Yibai-dthulin. “Quando eu era um menino bem pequeno ele me levou para o sertão para me instruir e fazer de mim um Wulla-mullung. Colocou dois grandes cristais de quartzo contra o meu peito e eles desapareceram dentro de mim. Não sei como isso aconteceu, mas senti que entravam em mim junto com o calor”.
A maneira pela qual “poderes” contidos nos implantes são transferidos ao abduzido aliam-se aos princípios lógicos da feitiçaria formulados pelo antropólogo britânico James George Frazer, na obra O Ramo de Ouro [Editora Guanabara Koogan, 1982]. As magias homeopática ou imitativa e simpática supõem a interação por meio de uma participação secreta. Entre 1926 e 1930, o antropólogo inglês Edward Pritchard, por sugestão de seu professor C. G. Seligman, realizou três expedições à terra dos azande, povo negro que vivia no sul do Sudão anglo-egípcio e nordeste do Congo, na vertente do rios Nilo e Congo. Estava numa área de grande extensão, que abarcava regiões sob três administrações européias: anglo-egípcia, francesa e belga. Financiado pela Royal Society e Função Rockefeller, Pritchard residiu ali durante quase dois anos e empreendeu um profícuo trabalho de campo. Como resultado, publicou na segunda metade da década de 30 um dos livros mais importantes da antropologia: Bruxaria, Magia e Oráculos entre os Azande [Editora Zahar, 1937]. Desde então, os povos primitivos da África passaram a ser estudados.
O que Pritchard constatara naquela tribo era fantástico demais para ser inteiramente compreendido pelas teorias sociológicas com as quais estava tão bem familiarizado, ainda mais porque o Fenômeno UFO só surgiria oficialmente duas décadas depois. Ele disse não ter enfrentado dificuldades em descobrir o que os azande pensavam sobre bruxaria ou o que faziam para combatê-la, já que essas informações eram acessíveis a qualquer um que vivesse entre eles durante algumas semanas. Nem sequer havia necessidade de perguntar-lhes, pois a informação surgia espontaneamente nas diversas situações da vida social, bastando, portanto, escutar e observar.
Qualquer infortúnio entre os azande era comumente atribuído à feitiçaria, que eles consideravam como um estado orgânico interno, inerente e hereditário, embora sua atuação decorria, segundo pensavam, por meios psíquicos. O bruxo enviava o que eles chamavam de alma ou espírito da sua feitiçaria – mbisimo mangu – para provocar danos à saúde e às propriedades alheias. O prejudicado consultava então os oráculos, que eram de variados tipos, ou um adivinho, com a finalidade de descobrir quem o estava prejudicando. O processo podia ser muito demorado e complicado, e, uma vez descoberto o culpado, pedia-se a ele que cessasse a influência maligna. Se fosse num caso de doença e o bruxo não interrompesse a atividade maléfica, e o atacado acabasse morrendo, os parentes do morto podiam levar o assunto até seu príncipe e exigir vingança ou uma compensação. A outra possibilidade seria destruir o feiticeiro por meio de magia letal. Os azande não só conheciam esse tipo de feitiço como também possuíam um vasto repertório de técnicas. Para ter acesso a algumas delas era preciso pertencer a associações mágicas especiais, que serviam principalmente para proteger seus membros e atividades dos encantamentos.
Pelo que sabemos hoje, é inquestionável que os implantes servem como mecanismo de rastreio e até de controle de seres humanos. Mas ainda não sabemos como operam, se usam ondas de rádio, microondas ou outra forma de transmissão
– Roger Leir
Bruxaria, oráculos e magia formavam assim um complexo sistema de crenças e ritos que só tinham significado se fossem considerados como partes interdependentes de um todo, com cada uma contribuindo para a manutenção do mesmo, que possuía uma estrutura lógica. Se os integrantes aceitassem certos postulados, as deduções e ações nelas baseadas estariam inteiramente corretas. A alma da bruxaria podia deixar seu local de origem – a casa do bruxo – a qualquer momento, mas os azande, por regra geral, acreditavam que o mago as enviava mais à noite, aproveitando o momento em que a vítima estava dormindo. Durante o dia só os feiticeiros e os exorcistas podiam ver a essência da magia, que percorria o céu emitindo uma luz brilhante. Qualquer um podia vê-la à noite. Os que a viam, para quebrar o infortúnio e evitar que viessem a sofrer alguma desgraça, costumavam colocar um pedaço de carvão debaixo de suas camas.
Pritchard confessou que em certa ocasião chegou a observar a alma do feitiço: “Havia permanecido em minha choça [Típica casa da região feita de tijolo, com teto em forma de cone] até tarde, tomando notas. Por volta da meia-noite, antes de deitar, peguei uma lança e saí para meu habitual passeio noturno”. Ele caminhava pela horta atrás da choça, entre as bananeiras, quando notou uma luz brilhante que passava por trás das outras casas em direção a de um homem chamado Tupoi. Como parecia uma investigação promissora, ele acompanhou a trajetória daquela luz até que a vegetação encobriu sua visão. “Passei rapidamente para o outro lado de minha choça para ver para onde ela ia, mas não logrei voltar a vê-la. Sabia que só uma pessoa, um membro de minha casa, tinha uma lâmpada que podia produzir uma luz tão brilhante, mas na manhã seguinte ele me disse que não havia saído à noite nem utilizado sua lâmpada”. Não faltaram informantes dispostos a dizer que haviam visto bruxaria. Depois, na mesma manhã, morreram um velho parente de Tupoi e um morador de sua casa. Para Pritchard, esse fato explicava por completo a luz que havia visto. Ele nunca descobriu a verdadeira origem da mesma, “que possivelmente seria um feixe de galhos acesos por alguém que saiu para defecar, mas a coincidência da direção em que se movia e o posterior falecimento enquadrava-se nas idéias dos azande”.
Essa luz não é propriamente a pessoa do bruxo acossando a vítima, senão uma emanação de seu corpo. So
bre esse ponto, conforme apurou Pritchard, a opinião azande é categórica. O bruxo estaria em sua cama, mas despachou a alma de sua magia para arrancar a parte psíquica dos órgãos da vítima, seu mbisimo pasio, a essência de sua carne, que devorou junto com seus companheiros. Todo o ato vampiresco é incorpóreo e arranca a alma do órgão. Contudo, o mais incrível é que os azande crêem que o feitiço consiste em uma substância dos corpos dos bruxos, crença essa que se encontra em muitos outros povos da África Central e Ocidental, lembrando que Zandeland está no limite nordeste da zona de distribuição. A matéria de bruxaria é chamada de mangu e sua existência é comprovada mediante uma técnica que vem sendo empregada muito antes que a medicina ocidental a adotasse: a autópsia! Já em uma pessoa viva os veredictos dos oráculos ditam sobre esse tema. Nos mortos se descobre abrindo seu ventre, geralmente fazendo duas incisões.
Um nativo disse certa vez a Pritchard que “os azande crêem que a magia está dentro do homem. Quando matavam alguém no passado, abriam-lhe o ventre para buscar ali a matéria da bruxaria. Se esta estava no ventre, diziam que o homem era bruxo. Os azande acreditam que tal matéria seja um objeto redondo que se encontra no intestino delgado”. Ela teria vários centímetros de comprimento e muitas vezes se alojaria perto do fígado ou da vesícula biliar. O major Larken descreveu-a como sendo uma “bola peluda que às vezes possui dentes e apresenta um aspecto aterrorizante”. O major Brock achou parecida a uma “boca com grandes dentes pontiagudos”.
Uma equipe de antropólogos australianos encontrou em 1996 um estranho objeto no interior do crânio de homem Neanderthal, com pelo menos 100 mil anos. Confeccionado com material desconhecido e percorrido por fios de material anticorrosivo, sugeria um componente elétrico ou eletrônico. O fóssil foi batizado de Godet pelo historiador e antropólogo australiano Morton Sorrel, chefe da expedição. “Nós desenterramos o crânio de uma rocha, onde vários outros esqueletos foram encontrados antes dele”, explicou Sorrel. Quando o crânio foi tirado da pedra, notou-se que havia um objeto implantado na seção pré-frontal, pouco acima dos buracos dos olhos, praticamente fundido com os ossos. “As análises revelaram que se tratava, provavelmente, de um sofisticado mecanismo que transmitia ondas de rádio”. O pesquisador admitia abertamente a hipótese de visitas extraterrestres e especulou que o equipamento foi implantado naquele homem para monitorá-lo.
Caso se comprove que desde os tempos primitivos a humanidade vem sendo acintosamente vigiada, controlada e manipulada por extraterrestres, por extensão se confirmarão também as teses mais assustadoras de que não passamos de cobaias ou gados para essas entidades, para as quais a Terra constituiria uma autêntica “granja humana”, uma fonte de recursos para suprir suas próprias necessidades biológicas.