Inteligência artificial dá novo avanço, trazendo luz na busca por sinais de vida alienígena
Descobertas recentes publicadas no Proceedings of the National Academy of Sciences descrevem um método inovador baseado em IA, capaz de detectar a distinção entre origens orgânicas e inorgânicas em amostras biológicas com uma precisão surpreendente de 90%.
Robert Hazen, um dos principais investigadores, observa com entusiasmo: “A integração da IA nas nossas investigações não só aprofunda a nossa compreensão da origem da vida na Terra, mas também abre caminho para a utilização de sensores sofisticados em expedições extraterrestres.” Curiosamente, a tecnologia de ponta pode iluminar a nossa compreensão das enigmáticas rochas antigas da Terra e possivelmente elucidar amostras examinadas pelo instrumento Sample Analysis at Mars (SAM), do rover Curiosity.
Jim Cleaves, redator principal do Laboratório Terra e Planetas, aponta as implicações primordiais da pesquisa: distinguir as complexidades entre a química orgânica bioquímica e abiótica, desenterrar os mistérios da antiga Terra e Marte e discernir formas de vida alternativas distintas da biosfera da Terra.
Em vez de apenas reconhecer uma molécula específica, a IA distingue amostras bióticas de abióticas através da análise de padrões moleculares intrincados. Este processo é conseguido utilizando análise de cromatografia gasosa de pirólise e subsequente espectrometria de massa. Os extensos dados das análises moleculares foram fundamentais no treinamento da IA. Impressionantemente, o modelo foi capaz de diferenciar entre amostras biológicas contemporâneas, vestígios de vidas antigas e amostras abióticas.
Hazen expõe: “A química única da vida a diferencia do mundo não-vivo, orientando nossa busca na detecção de traços sutis da vida em outros lugares.” A metodologia assistida por IA é promissora na resolução de debates controversos em torno de amostras antigas de carbono, com investigadores como Hazen a implementar avidamente estes métodos para descobrir a verdade.
Andrew H. Knoll, da Universidade de Harvard, vê esta técnica como um farol para os astrobiólogos e um potencial recurso futuro para as explorações marcianas. Otimismo semelhante é ecoado por especialistas como Emmanuelle J. Javaux, da Universidade de Liège, e Karen Lloyd, da Universidade do Tennessee.
Com um método que transcende as limitações do reconhecimento de biomoléculas específicas da Terra, essa investigação fornece um caminho promissor para a detecção de vida dentro e fora do nosso sistema solar. Daniel Gregory, da Universidade de Toronto, resume o sentimento, enfatizando a adaptabilidade da técnica em missões espaciais, ampliando nossos horizontes na busca por vida extraterrestre.