
Algumas cidades nascem com uma aura especial, tornando-se ao longo de sua história centros de grandes acontecimentos e palco de momentos históricos decisivos. Como se diz popularmente, “entram no mapa”. Esse é o caso de Varginha, acolhedora cidade do sul de Minas Gerais, dona de um crescente pólo industrial e uma expressiva produção cafeeira, com boa parte de sua safra voltada às exportações. Varginha possui ainda um importante projeto experimental na área agronômica, conduzido na Fazenda Experimental Procafé, onde grandes avanços contra a ferrugem e pragas cafeeiras foram alcançados. Não bastasse tudo isso, a cidade ainda conta com uma população hospitaleira e alegre, como se vê nas noites varginhenses.
Porém, apesar do orgulho dos habitantes em relação à progressiva cidade, Varginha passou a ser conhecida em todo Território Nacional – e também fora dele – pelos estranhos acontecimentos que lá ocorreram, em 1996, quando três meninas alegaram ter visto uma estranha criatura num terreno baldio. O caso ganhou repercussão nacional através da imprensa e o termo “ET de Varginha”, então cunhado, é hoje amplamente conhecido, tendo feito sucesso inclusive em programas humorísticos. Embora os varginhenses sintam um certo desconforto com o fato e não apreciem que justamente sua cidade tenha sido brindada com esse tipo de ocorrência, foi inevitável que o Caso Varginha ganhasse o mundo e se tornasse o maior fato ufológico brasileiro e um dos mais expressivos de todos os tempos.
Isso se deve não apenas aos acontecimentos recheados de surpreendentes depoimentos, aos avistamentos de UFOs na região ou ao acobertamento militar em relação aos fatos. Deve-se também, e principalmente, ao sério trabalho de pesquisa e levantamento de dados feito pelo pesquisador e advogado Ubirajara Franco Rodrigues, residente na cidade e autor do livro O Caso Varginha [Código LV-08 da coleção Biblioteca Ufo], cuja leitura é imprescindível a qualquer pessoa que se interesse por Ufologia. Rodrigues, tão logo descobriu os fatos, menos de 24 horas após acontecerem, convocou os principais ufólogos do país para auxiliá-lo em sua investigação – entre eles os co-editores de Ufo Marco Petit e Claudeir Covo.
Decorridos pouco mais de oito anos desses misteriosos acontecimentos, Varginha se vê novamente no centro do cenário ufológico, desta vez por causa do encontro que já entrou para a história da Ufologia Brasileira e que foi, sem dúvidas, motivo de orgulho a todos os que lá se encontravam: o I Congresso de Ufologia de Varginha – I UFO Minas –, que contou com a presença de pesquisadores de todas as partes do Brasil. Novamente, a cidade mais famosa do mundo ufológico, que atribuiu a si mesma o título de “a mais visitada do universo”, ferveu.
Vencendo Resistências — Nascido a partir de uma proposta da Revista Ufo à Secretaria Municipal de Turismo, Indústria e Comércio de Varginha, dirigida pelo secretário Sebastião Egídio de Mendonça, o I UFO Minas tornou-se realidade após poucos meses de planejamento e trabalho, sendo executado entre 19 e 22 de agosto de 2004. O evento teve como idealizadores o editor de Ufo, A. J. Gevaerd, e o próprio Rodrigues, e contou com apoio financeiro da Prefeitura Municipal. Tinha logo no início o objetivo de ser um momento marcante para a Ufologia Brasileira e contar com a presença de pesquisadores nacionais de renome, autoridades civis e militares, além de forte participação pública – tanto de Varginha e sul de Minas Gerais, como do resto do Brasil e também do exterior. Nas palavras do editor, “o evento pretendeu revigorar a memória em torno do Caso Varginha e expandir os conhecimentos da população quanto à Ufologia em geral, com informações de grande envergadura para vencer eventuais resistências quanto à aceitação do caso”.
O objetivo adicional do evento foi servir de mais uma firme e decisiva etapa da campanha nacional UFOs: Liberdade de Informação Já, organizada e conduzida pela publicação desde abril deste ano, que tem o propósito de pedir ao Governo a abertura de seus arquivos sobre o Fenômeno UFO e o reconhecimento de sua legitimidade. Alguns desses objetivos foram alcançados e até superados, porém outros não foram atingidos e em novas edições do evento precisarão de melhor planejamento e organização, para que se tornem realidade.
Durante o I UFO Minas o movimento pela liberdade de informações ganhou um reforço extra com a decisão, tomada pela Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU), de incluir o Caso Varginha entre as ocorrências que os ufólogos solicitam às autoridades revelar por completo. O Manifesto da Ufologia Brasileira [Veja na página 05 desta edição], que até então requeria apenas a abertura dos arquivos secretos referentes à Operação Prato e à Noite Oficial dos UFOs no Brasil, agora também solicita ao Governo Federal que apresente à comunidade ufológica e à toda a população as informações pertinentes à captura em Varginha, em 20 de janeiro de 1996, de dois seres não-terrestres pelo Exército.
O caso, como se sabe, foi amplamente documentado pelos pesquisadores e já é do conhecimento de toda a Nação, ainda que superficialmente. Na interpretação dos integrantes da CBU, isso é mais do que suficiente para justificar o requerimento dos ufólogos para que venha a ser definitivamente admitido pelo Governo e pela instituição que procedeu às capturas. “É inadmissível que um fato dessa envergadura, que diz respeito a todos os brasileiros, permaneça sendo negado e ocultado pelas autoridades”, declarou Gevaerd. “Especialmente depois dos depoimentos comprobatórios oferecidos espontaneamente por integrantes do próprio Exército, que ajudaram nas manobras de captura, tratamento e remoção das criaturas”.
Platéia Heterogênea — O I UFO Minas, que reuniu pesquisadores de quase todo o país, teve sua abertur
a oficial no dia 19 de agosto, quinta-feira, com solenidade que contou com a presença do secretário Sebastião Egídio de Mendonça, seguida de explanações feitas por Gevaerd, Rafael Cury, do Núcleo de Pesquisa Ufológica (NPU), e do co-editor Petit, diretor do jornal Vimana, do Rio de Janeiro. Suas apresentações trataram dos objetivos e planejamento do evento, assim como de vários aspectos da Ufologia contemporânea, visando nivelar a heterogênea platéia quanto ao assunto. Em seguida, um documentário em vídeo especialmente preparado pelo pesquisador Rodrigues sobre os melhores momentos do Caso Varginha na imprensa nacional e internacional foi exibido.
Desde a abertura, o I UFO Minas contou com um expressivo número de participantes, mantido até o último dia do evento. Na noite de sexta-feira, 20 de agosto, realizou-se um painel com os ufólogos mineiros Antonio Faleiro, Paulo Baraky Werner, César Vanucci, José Estevão de Morais Lima, Welington Faria e Pepe Chaves. Na ocasião, apresentaram um pouco da intensa casuística de Minas Gerais, oferecendo uma introdução à avalanche de informações que seria passada nos dias seguintes. O ciclo de conferências, em verdadeiro regime de maratona, iniciou-se no sábado, 21 de agosto, às 08h30, com a apresentação do pesquisador Gener Silva, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INAPE), de Araçatuba (SP). Silva falou sobre Arte Ufológica Através da História. Após ele, em blocos de 40 minutos cada, mais de 20 conferencistas se revezaram, encerrando a jornada no domingo, 22 de agosto, às 20h00, com a palestra de Gevaerd intitulada O Contato Definitivo com Seres Extraterrestres.
A proposta do evento era apresentar conferências que tivessem conteúdo variado sobre o Fenômeno UFO, abrangendo desde aspectos comportamentais – apresentados em duas excelentes palestras por Vanderlei D’Agostino e Nelson Vilhena Granado –, até casos baseados puramente em pesquisas científicas, como a onda ufológica do México, de março desse ano, e o próprio Caso Varginha. De maneira contínua, os pesquisadores se sucediam incansavelmente, com horário rigidamente cumprido e intervalos apenas para as refeições.
Entre outras, chamaram atenção as excelentes apresentações do jornalista César Vanucci, de Belo Horizonte, com o tema Os UFOs na Visão de um Jornalista; do professor Carlos Alberto Machado, de Curitiba, com A Relação sobre o Fenômeno Chupacabras e o Caso Varginha; e do pesquisador Reginaldo de Athayde, de Fortaleza, com a palestra Discos Voadores no Nordeste Brasileiro – sendo aplaudido de pé pela platéia. Foram tantos os bons trabalhos que, infelizmente, nem todos cabem nesse texto. Por isso, escolheu-se os casos citados como amostragem do alto nível do conteúdo apresentado no I UFO Minas.
Memória Valorizada — O ponto-alto do evento ocorreu na noite de sábado, quando foi feita uma homenagem da Comunidade Ufológica Brasileira, representada por mais de 30 integrantes da Revista Ufo, aos maiores incentivadores do I UFO Minas: o secretário Sebastião Mendonça; o proprietário do Hotel Caminhos do Sul, Sandro Pereira Mendes – cujo apoio foi imprescindível para a realização das atividades –, e o advogado Ubirajara Rodrigues, verdadeiro responsável pela realização do congresso. Rodrigues não somente foi um dos mentores da idéia, como, com sua postura séria, motivou todos os presentes a superarem as dificuldades técnicas e a mostrarem o melhor de seus trabalhos.
Ainda na noite de sábado ocorreu o momento mais esperado do conclave, quando o co-editor Marco Petit brindou a todos com uma apresentação profunda e detalhada sobre o Caso Varginha, explanando de maneira absolutamente irretocável o assunto, mostrando as novidades mais recentes e em que ponto estão as investigações hoje. Desse momento em diante, a captura de ETs na cidade passou ao centro de atenções. Até hoje, como mostrou Petit, os pesquisadores se engajam no trabalho sempre difícil de levantar mais dados, buscar novas testemunhas e tentar, enfim, desvendar o que realmente aconteceu naquele 20 de janeiro de 1996. Essa rotina investigativa também foi repetida noutras ocorrências mineiras, apresentadas pelos ufólogos do Estado, especialmente convidados para a ocasião. “Mineiro trabalha em silêncio”, lembrou um ufólogo presente, referindo-se à alta qualidade do trabalho e dos expressivos resultados atingidos pelos representantes de Minas Gerais no evento. Além da simpatia e coleguismo com que receberam a todos, estes ufólogos mostraram a farta casuística local e a seriedade dos estudos que desenvolvem em sua investigação.
Avaliação Necessária — Como acontece – ou deveria acontecer – com todo projeto que se idealiza no meio ufológico, o I UFO Minas também está passando pela fase de avaliação de suas conquistas e das dificuldades encontradas para sua realização. Não seria honesto da Equipe Ufo ressaltar apenas os aspectos positivos do evento, sem apresentar suas falhas – pois são elas, mais do que as conquistas, que nos aprimoram e aperfeiçoam. Entre elas, a falta de bons recursos para exposição dos audiovisuais e a precariedade das instalações pesaram bastante.
Planejado inicialmente para ser realizado no confortável Teatro Capitólio, pertencente à municipalidade, o evento acabou sendo transferido para o ginásio coberto do Varginha Tênis Clube (VTC), com controle de iluminação insatisfatório. O fato se deu devido a obras imprevistas no anfiteatro planejado inicialmente. Com a transferência, a forte luminosidade ambiente do ginásio acabou prejudicando alguns expositores que levaram farto material visual, fazendo com que as palestras noturnas fossem melhor aproveitadas. No VTC, as acomodações para os participantes tiveram que ser improvisadas com cadeiras na quadra central, assim como as mesas para venda de material ufológico dos conferencistas, infelizmente mal distribuídas. Essas são falhas que deverão ser reparadas nos próximos congressos. Mas se elas encontram explicação na inadequação do único ambiente disponível para realização do evento na cidade, o mesmo não aconteceu com a composição da platéia. Embora se esperasse maci&
ccedil;a participação da população varginhense no evento, foi curioso notar que menos de 10% dos presentes era da cidade. Muito mais congressistas de outras cidades mineiras compareceram ao I UFO Minas, e um expressivo número de pessoas de outros estados marcou presença. Talvez isso se deva à desconfiança com que a população varginhense ainda vê o caso que deu fama à cidade e assuntos dessa natureza. Mas essa é uma atitude que os ufólogos esperam reverter nas próximas edições do evento, na medida em que a cultura e conhecimento sobre Ufologia forem se instalando na cidade.
Seriedade — Outra ausência sentida foi a das autoridades municipais, que, afinal, abraçaram desde o início a idéia do evento e investiram em sua realização, acreditando que a temática extraterrestre pudesse novamente colocar a cidade no centro das discussões pela imprensa – como de fato aconteceu. A razão expressa por tais autoridades foi o período eleitoral, que impede que administradores em campanha de reeleição tenham certas atividades públicas.
De qualquer forma, as ruas de Varginha enfeitadas com placas alusivas aos ETs, praças com monumentos e esculturas de seres e pontos de ônibus em forma de discos voadores, espalhados pela cidade, demonstram que a administração municipal sabe tirar proveito da “fama extraterrestre” de Varginha de forma lícita e bem-humorada. Isso sem falar na já famosa caixa d’água em forma de nave espacial, situada em ponto central do município e local de romaria de interessados e curiosos, que não resistem à tentação de tirar fotos diante da sugestiva construção.
Fazendo um balanço justo dos resultados do evento, avaliamos que tenham sido muito positivos, apesar das falhas apontadas. Foram quatro dias de pura Ufologia, com ótimos pesquisadores mostrando um excelente nível em seus trabalhos – ainda que limitados ao pouco tempo disponível para cada um. Eventos como o I UFO Minas sempre promovem confraternização e estreitam laços entre os pesquisadores. Porém, o ponto mais marcante do congresso de Varginha foi realmente a extrema seriedade e competência com que a Ufologia foi tratada, num esforço conjunto que deixou em todos os presentes – palestrantes e platéia – um sentimento de “quero mais”. Segundo a avaliação do pesquisador Wallacy Albino, do Grupo de Estudos Ufológicos da Baixada Santista (GEUBS), representando a opinião da maioria dos ufólogos presentes, o I UFO Minas proporcionou uma viagem ao passado aos ufólogos que participaram, oito anos atrás, das investigações do Caso Varginha.
“Na época do episódio, eu e os integrantes do GEUBS nos cotizamos para financiar as despesas de deslocamento até a cidade, em várias viagens, para tomarmos parte nas pesquisas”, disse Albino, saudoso da união de forças que caracterizou as diligências para se apurar os fatos nos meses seguintes a janeiro de 1996. “Fomos à Varginha inúmeras vezes, conforme o caso se tornava mais complexo e emocionante. Hoje, oito anos depois, orgulho-me de ter participado daquela investigação, principalmente por compartilhar a pesquisa com o ufólogo Ubirajara Rodrigues. O I UFO Minas proporcionou uma volta ao passado e ao que de melhor a Ufologia Brasileira produziu”.
Ordem Cultural e Religiosa — Para o ufólogo Rodrigues, principalmente por ter sido a primeira promoção sobre Ufologia acontecida em Varginha, o I UFO Minas foi coroado de sucesso. “Isso emvirtude do público que compareceu em bom número, de interesses heterogêneos e do comportamento maduro dos ufólogos, demonstrando que o tema torna-sea cada dia mais aceito”, declarou. Rodrigues avaliou a repercussão do evento no município como significativa e destacou o maciço apoio dos veículos de comunicação locais, que continuaram comentando diariamente as palestras durante toda a semana seguinte à sua realização. “O pequeno comparecimento do público varginhense já era de se esperar, pois as opiniões na cidade sobre o Caso Varginha variam entre os que o desprezam, poucos verdadeiramente interessados e uma maioria envergonhada”, disse, complementando que atribui a isso inúmeros fatores de ordem cultural e religiosa.
O I UFO Minas teve o condão de mostrar à população que o Caso Varginha está vivo, numa tentativa de estimular novas testemunhas a apresentarem seus depoimentos. “Houve de fato o surgimento de pessoas que procuraram os pesquisadores para confirmar alguns pontos gerais – como a movimentação militar na época – e outros aspectos aindaa serem checados”, acrescentou Rodrigues. Ele avalia que, no entanto, as novidades ainda não significam algo de muito importante. Para ele, foi interessante comprovar que, após oito anos de pesquisas em torno do caso, muitos ufólogos e curiosos que na época não tiveram oportunidade de participar das investigações puderam se informar melhor das ocorrências e visitar os principais palcos dos acontecimentos – hoje, infelizmente, quase todos descaracterizados.
Perguntado se a Ufologia Brasileira, através do evento, estaria redescobrindo o Caso Varginha, Ubirajara Rodrigues foi categórico: “Sem dúvida, o congresso serviu para reativar a memória da própria comunidade ufológica em torno do caso”. Ele estimou, no entanto, que a grande maioria dos ufólogos do país apenas interessou-se pelos fatos durante a grande repercussão que recebeu na imprensa nacional mundial, entre 1996 e 1997. “Os ufólogos não se preocuparam em fazer uma crítica mais aprofundada do episódio, por exemplo, com base nas obras que já foram publicadas, dentre elas a minha”.
12 Mil Assinaturas — Entre os objetivos propostos pelo evento – o fortalecimento da campanha UFOs: Liberdade de Informação Já – o saldo foi ainda
mais positivo. O movimento ganhou grande divulgação e colheu inúmeras novas adesões, chegando à marca de 12 mil assinaturas. Boa parte desse trabalho foi coordenado pelo pesquisador brasiliense Fernando de Aragão Ramalho, consultor de Ufo e integrante da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU). Ramalho levou à Varginha os formulários e reuniu expressiva quantidade de assinaturas para a campanha. Agora, a Equipe Ufo trabalha nos próximos passos do movimento e já planeja – para o período de 19 a 23 de janeiro de 2005 – o II UFO Minas. Mas encara o desafio de maneira um tanto diversa.
Os ufólogos avaliam que, para que haja uma mudança de posicionamento ou de ponto-de-vista sobre qualquer assunto, e para que se supere preconceitos arraigados e se atinja um novo patamar de entendimento sobre qualquer coisa, é necessário antes de tudo que sementes desse objetivo sejam plantadas. E, claro, que se cuide para que elas germinem e cresçam. Da mesma forma, para que uma nova idéia seja aceita, há necessidade de se formar uma cultura em torno dela. Esse foi o objetivo básico do I UFO Minas: levar cultura ufológica à região sul de Minas Gerais, palco constante de instigantes acontecimentos.
O florescimento ou não de tal cultura dependerá basicamente de estudos, esforços e dedicação das pessoas diretamente envolvidas na tarefa, da mesma maneira que dependerá da sensatez e equilíbrio de seus participantes. O primeiro passo foi dado em agosto passado. Talvez não tenha sido tão firme quanto gostaríamos, porém nos deu segurança suficiente para continuar caminhando na direção escolhida. É importante que as pessoas tenham conhecimento do que acontece à sua volta, é importante que esclarecimentos sejam dados para que a ignorância sobre algo como o Caso Varginha não se transforme em riscos futuros. Assim, é obrigação de quem pratica Ufologia esclarecer, mostrar e responsavelmente dividir os conhecimentos que possui.
Formar opinião na área ufológica é uma tarefa das mais delicadas e a responsabilidade sobre aquilo que diz e se faz tem que estar sempre presente nas palavras e nas atitudes de quem abraça essa proposta. Justamente por reconhecer o tamanho e a importância desse desafio, o II UFO Minas, que já está em fase de planejamento, poderá não ser perfeito, mas concretizará mais um passo decisivo em direção ao objetivo maior da Ufologia Brasileira, que é o desenvolvimento da consciência humana.
“De tudo o que ocorreu, deve-se desacatar o importantíssimo papel da Revista Ufo no processo. Este veículo é, sem dúvida, o grande arauto da Ufologia em nosso país”, completou o consultor Ubirajara Franco Rodrigues. Para o secretário Sebastião Mendonça, a missão foi cumprida – e bem. “Varginha está mostrando amadurecimento com relação à Ufologia, e ainda que esse processo seja lento, com a persistência da Revista Ufo, isso deverá acontecer. Por isso, a Prefeitura Municipal está satisfeita com o I UFO Minas e pretende apoiar a realização das próximas edições”.
I UFO Minas
Carlos Alberto Machado
Chupacabras e Varginha – Qual a Relação?
A década de 90 ficou marcada por um fenômeno inusitado, o popularmente conhecido Chupacabras, que vem assolando as comunidades até nossos dias. Pulando de país em país, deixa suas vítimas inertes e sem vida. Com técnicas diferenciadas dos predadores naturais, retira sangue das vítimas com perspicácia. Durante o Caso Varginha, em 1996, várias testemunhas avistaram a criatura, mas haveria alguma ligação entre os fatos?
Claudeir Covo
A Noite Oficial dos UFOs no Brasil
Avistamentos de objetos nos céus de São Paulo marcaram a noite de 19 de maio de 1986. Foram horas de alerta para as instituições aeronáuticas, tendo os militares emitido absurdas explicações para o caso. O evento apresentou evidências suficientes para as autoridades considerarem seriamente a realidade dos UFOs. A palestra do autor fez uma amostra em detalhes do que aconteceu naquela noite.
Marco A. Petit
Novas Revelações sobre o Caso Varginha
O caso mais importante da Ufologia Brasileira é também o mais acobertado pelos militares. Essa foi a reavaliação do conferencista, que apresentou novos fatos sobre a ocorrência e os inseriu no imenso quebra-cabeça do Caso Varginha. Foram extraordinárias revelações sobre as manobras comandadas pelo Exército no sul de Minas.
Carlos Airton Albuquerque
Nem Todo UFO é Extraterrestre
Longe de ser apenas uma questão aeronáutica, o Fenômeno UFO exige muito mais do que mera paixão daqueles que pretendem desvendá-lo. Muita pesquisa e coleta de informações consistentes são atitudes fundamentais dos estudiosos. Nessa palestra, o autor abordou alguns equívocos que podem confundir e desacreditar a pesquisa ufológica, como forma de prevenir a perda de sua credibilidade.
Welington Faria
Ocorrências Ufológicas no Paraná
O palestrante fez análise de cinco casos ufológicos de grande significado ocorridos naquele Estado, incluindo uma comparação de fotos de UFOs obtidas por universitários. Ele também apresentou um filme de alguns segundos produzido por um fazendeiro na região de Vila Velha, em Ponta Grossa (PR), onde se vêem objetos voadores não identificados à baixa altitude e à curta distância dos observadores.
Antonio P. S. Faleiro
Discos Voadores no Folclore Brasileiro
Para o estudioso, há uma íntima ligação entre as lendas e mitos brasileiros com observações de UFOs e contatos com seus tripulantes. Engenhos ETs estão presentes no Território Nacional desde datas que antecedem o seu descobrimento. Fantasmas ou assombrações seriam, na realidade, frutos de avistamentos de naves tripuladas, de sondas teleguiadas e de seres inteligentes oriundos de outros planetas.
José Estevão M. Lima
Discos Voadores e ETs na História Mundial
Uma coletânea de evidências da presença extraterrestre no passado de nosso planeta, através de pinturas rupestres, petroglifos, pinturas renascentistas, tapeçarias medievais, monumentos de civilizações antigas, fósseis, artesanatos milenares etc. O palestrante mostrou que fomos e somos visitados por seres extraterrestres desde os primórdios da humanidade, e apontou as mais importantes evidências científicas dessa afirma&
ccedil;ão.
Reginaldo de Athayde
UFOs no Nordeste
O autor abordou a atuação de ETs no Nordeste e levantou as questões: por que os ETs vêm a Terra e o que querem aqui? Para ele, talvez ainda estejamos longe de conhecer as respostas, mas algumas conclusões podem ser obtidas ao analisarmos a casuística brasileira, uma das mais ricas do planeta. E de todas as regiões do Brasil, nenhuma é tão exótica quanto a do Sertão nordestino.
César Vanucci
Os UFOs na Visão de um Jornalista
O autor fez uma avaliação do Fenômeno UFO à luz de observações, leituras edepoimentos colhidos por ele ao longo de sua atividade profissional como jornalista e, notadamente, em função de informações reunidas num programa de televisão por ele produzido, com abordagem de temas de natureza transcendental, nas quais predominantemente aparece o tema disco voador.
Eustáquio A. Patounas
UFOs e Espiritualidade
Para o conferencista, é necessário que pesquisemos a Ufologia de forma holística, usando para tal todos os instrumentos que possam ajudar-nos, sejam eles de ordem científica, espiritual, parapsicológica e até mesmo anímica. Holismo não é sinônimo de misticismo e a Ufologia deve ser encarada de maneira diferenciada…
Fernando de Aragão Ramalho
APresença Alienígena na Bíblia
A Bíblia pode ser considerada uma fonte confiável para a história da humanidade? Esta palestra tentou responder a isso tendo como conteúdo principal algumas evidências pré-históricas doVelho Testamento. Foi feito um estudo dos preparativos para o advento de Cristo, sua vinda e partida. E uma análisedos Evangelhos ao Apocalipse. As conclusões sugerem o envolvimento da Terra numa trama galáctica milenar.
Nelson Vilhena Granado:
Discos Voadores, Alienígenas e Física
A partir de conceitos trazidos das ciências acadêmicas, o autor tentou apresentar um modelo científico que permite compreender o Fenômeno UFO e relacioná-lo com diversos campos do conhecimento, como a filosofia, as religiões, a psicologia e ciências sociais. Pretende-se com isso criar condições de se entender a Ufologia como um dos aspectos da experiência humana que sempre esteve vinculada à história terrena, desde os tempos mais remotos de que se tem conhecimento. O autor apresentou uma visão holística da Ufologia.
A. J. Gevaerd
O Contato Definitivo com ETs
É cada dia mais inegável a realidade de que estamos sendo meticulosamente observados
por seres de outras civilizações do universo. Alguns deles, como que seguindo um plano
bem traçado, vêm mantendo um processo de gradativa aproximação da Terra. Ao que tudo indica, esses seres já nos observavam há milênios e agora, com o desenvolvimento da humanidade planetária, é quase certo que planejem se dar a conhecer de
maneira ampla e aberta.
Ausências e mudanças
Infelizmente, não puderam comparecer os conferencistas Reinaldo Stabolito, que falaria sobre a Tipologia dos Huma-nóides Extraterrestres; Marcos Malvezzi Leal, que faria a palestra Discos Voadores na História Brasileira; e Carlos A. Reis, com o tema Novos Rumos para uma Velha Ufologia. Rafael Cury, que abordaria o tema ETs que Curam e que Matam, teve sua palestra cancelada. No lugar desses oradores tivemos, voluntariamente, o pesquisador português Nuno Silveira [Foto], que tratou das Aparições Marianas na Ilha dos Açores; e o professor da USP Rubens Junqueira Villela, que apresentou Casos de Contatos com Discos Voadores na Antártida.
Agradecimentos
A comissão organizadora deseja agradecer também às seguintes instituições e pessoas, pela inestimável colaboração oferecida ao I UFO Minas: Felis Comunicação e Eventos, Faculdade Cenecista de Varginha, Prefeitura Municipal de Varginha, Secretaria de Turismo, Indústria e Comércio, Varginha Tênis Clube (VTC). Hotéis Caminhos do Sul, Affinity, Carajás, Castelar, Fenícia, Jaraguá, Jari e Zanatta. Jornais Correio do Sul, Correio Popular e O Estado de São Paulo. Rádios Vanguarda e Melodia. Televisões EPTV (Globo), Alterosa (SBT) e TV Princesa do Sul (Rede Minas). Distribuidora Espaço Livre, Copasa, Serviço Nacional do Comércio (SENAC), Fotografia Digital Pedro e Caixa Econômica Federal. Século 21 Celulares e Ponto Tim. Restaurantes UFOs, Castelli Romanni, Anonimato, Cantinho do Enio, O Churrascão.
Bares Caldo de Feijão e Balacobaco.
Merecidas homenagens em Varginha
Durante o I Congresso de Ufologia de Varginha, muitos momentos ficaram marcados na memória dos participantes e cada um guardará consigo aquilo que mais lhe chamou a atenção em uma palestra ou nas acaloradas conversas de bastidores. Porém, o momento que atingiu a todos de maneira mais intensa foram as homenagens feitas pela Comunidade Ufológica Brasileira – representada por mais de 30 integrantes da Equipe Ufo – a pessoas que ajudaram de maneira decisiva a realização do I UFO Minas.
A cerimônia aconteceu na noite de sábado, 21 de agosto e foi comandada pelo editor de Ufo. Num clima de confraternização e agradecimento, foram entregues placas comemorativas ao secretário de Turismo, Indústria e Comércio de Varginha, Sebastião Egídio Mendonça, e ao proprietário do Hotel Caminhos do Sul, Sandro Pereira Mendes. Mendonça, que recebeu a homenagem do co-editor Marco Petit, em nome da Prefeitura Municipal, proporcionou a infra-estrutura para realização do evento, abraçando a idéia desde o início e propiciando os recursos para que fosse executado. E Mendes, que recebeu sua placa do consultor Wallacy Albino, é um caso raro de empresário que apóia iniciativas na área ufológica. Ele cedeu seu hotel e o Restaurante UFOs – o primeiro temático no Brasil – aos ufólogos durante o longo planejamento e a realização do congresso.
O momento de maior emoção da festa e que comoveu a todos, porém, foi a entrega da homenagem, feita pelo co-editor Claudeir Covo, ao pesquisador varginhense Ubirajara Franco Rodrigues, descobridor do Caso Varginha e grande motivador do evento. Ele recebeu sua placa comemorativa em nome de toda a comunidade ufológica brasileira, como reconhecimento por seus esforços e seriedade em seu trabalho. O homenageado tocou a todos com sua reação emocionada e recebeu da platéia merecidos e calorosos aplausos. A. J. Gevaerd também foi homenageado pelos ufólogos mineiros, numa demonstração de apreço pela realização do evento.