Halloween: A celebração tem suas raízes no festival celta do Samhain, realizado há mais de dois mil anos nas regiões que hoje correspondem à Irlanda e à Escócia. Para os celtas, o Samhain marcava o fim do verão e o início do inverno, um período liminar em que o véu entre o mundo dos vivos e o dos mortos se tornava mais fino. Nessa noite, acreditava-se que espíritos, deuses e entidades de outros planos podiam cruzar a fronteira e visitar o mundo humano. Fogueiras eram acesas para afastar forças negativas e os druidas realizavam rituais de adivinhação. Essa ideia de portais que se abrem entre dimensões é um dos pontos que chama a atenção dos estudiosos do fenômeno ufológico, já que muitos acreditam que os UFOs e seus tripulantes também se manifestam por meio de janelas interdimensionais que se abrem de forma cíclica ou em locais específicos.

Com a expansão do cristianismo, o Samhain foi reinterpretado e incorporado como o All Hallows’ Eve, a véspera do Dia de Todos os Santos, que mais tarde daria origem ao nome Halloween. Ao longo dos séculos, a data foi ganhando novos elementos, como as histórias de bruxas, fantasmas e demônios, até se transformar na celebração popular que conhecemos hoje. Mas mesmo em sua forma moderna, o Halloween manteve viva a simbologia da travessia entre mundos e da presença de seres misteriosos que descem dos céus, conceitos que se aproximam de maneira surpreendente das narrativas ufológicas contemporâneas.
Pesquisadores como Jacques Vallée, John Keel e Whitley Strieber observaram que os fenômenos ufológicos apresentam características muito semelhantes às manifestações sobrenaturais descritas em antigas tradições. Vallée sugeriu que as aparições de UFOs seguem padrões culturais e psicológicos comparáveis aos relatos de fadas, anjos, demônios ou deuses. John Keel, em suas investigações sobre os casos de Mothman e luzes misteriosas nos Estados Unidos, também notou uma interligação entre o folclore e os encontros modernos com entidades não humanas. A partir dessas observações, muitos passaram a considerar a hipótese de que o fenômeno ufológico não seria apenas extraterrestre, mas interdimensional, manifestando-se de acordo com o contexto cultural de cada época.

Curiosamente, existem registros de observações de UFOs ocorridas exatamente na noite de Halloween. Durante a onda ufológica norte-americana de 1973, diversos relatos mencionaram luzes anômalas nos céus no final de outubro. Casos semelhantes surgiram em diferentes países, inclusive no Brasil, especialmente em Minas Gerais e no Sul, onde pessoas relataram luzes intensas e objetos silenciosos pairando sobre campos e cidades. Embora alguns associem esses avistamentos ao fato de haver mais pessoas observando o céu durante as festas, outros acreditam que a data coincide com períodos de maior atividade energética ou cósmica, facilitando a abertura de portais e a manifestação de inteligências não humanas.
O uso de máscaras e disfarces, símbolo característico do Halloween, também encontra paralelos curiosos com relatos de abduções e encontros com extraterrestres. Muitas testemunhas descrevem seres de aparência mutável, como se usassem uma “máscara” para ocultar sua verdadeira forma. Para alguns estudiosos, isso pode indicar que o cérebro humano interpreta o desconhecido através de imagens arquetípicas e culturais. Assim, as figuras mascaradas das festas podem ser vistas como um reflexo simbólico dessa interação entre o humano e o mistério, uma dramatização inconsciente do contato com o “outro”.
O Halloween, portanto, pode ser interpretado como uma celebração da fronteira entre mundos, entre o conhecido e o desconhecido, o sagrado e o profano, o físico e o espiritual. É exatamente nesse espaço ambíguo que a ufologia se manifesta. A noite das bruxas, sob essa ótica, não é apenas uma festividade folclórica, mas uma lembrança ancestral de que existe algo além do que os olhos humanos conseguem ver. Quando as luzes das casas se apagam e apenas as lanternas de abóbora continuam a brilhar sob o céu de outubro, talvez o que se mova na escuridão não sejam apenas sombras do passado, mas também visitantes de outras realidades, observando discretamente a humanidade repetir um ritual que ecoa há milênios.

O verdadeiro significado do Halloween pode ir muito além das fantasias e das histórias de terror. Ele representa o fascínio e o medo diante do mistério, a mesma emoção que impulsiona a busca por respostas no campo da ufologia. Talvez, em essência, tanto o Samhain dos antigos druidas quanto os modernos avistamentos de UFOs sejam expressões de um mesmo fenômeno: o eterno diálogo entre o homem e o desconhecido, entre a Terra e o cosmos, entre o visível e o invisível.




