A galáxia tem pelo menos 100 bilhões de planetas semelhantes à Terra, afirmou um cientista dos Estados Unidos durante a conferência anual da AAAS (Associação Americana para o Progresso da Ciência), em Chicago. Alan Boss, do Carnegie Institution of Science, de Washington, disse ainda que muitos desses astros podem ser habitados por formas de vida simples. Até hoje, os telescópios disponíveis conseguiram detectar pouco mais de 300 planetas fora do nosso Sistema Solar. No entanto, apenas alguns deles seriam capazes de abrigar a vida. A maioria são “gigantes de gases“, como Júpiter, enquanto outros orbitam tão perto de seu Sol que qualquer organismo teria que sobreviver a temperaturas elevadíssimas. Baseado na quantidade limitada de planetas descobertos até agora, Boss estimou que todos os corpos celestes semelhantes ao nosso Sol têm, em média, em sua órbita, um astro com características semelhantes às da Terra.
“Há uma dúzia de sistemas solares comparáveis com o nosso a uma distância de uns 30 anos-luz ou menos, e acho que um bom número destas estrelas, talvez a metade, tem planetas como a Terra orbitando em torno delas. Não só esses planetas são habitáveis, como também eles provavelmente serão habitados“, disse o cientista à BBC. “Mas creio que o mais provável é que essas \’Terras\’ próximas de nós sejam habitadas por seres que eram mais comuns por aqui há três ou 4 bilhões de anos, como as bactérias.” Segundo Boss, a missão Kepler da NASA, prevista para ser lançada em março, deve começar a encontrar alguns desses planetas dentro de poucos anos. “Acho que por isso há boas chances de que encontremos planetas como o nosso em distâncias entre 10, 20 ou 30 anos-luz“, acrescentou.
Raymond Jeanloz, professor de ciência planetária e astronomia da Universidade da Califórnia, falou no mesmo sentido. “Concebemos a vida em função da compreensão que temos da genética, no sentido de que a vida é inevitável se os mesmos elementos necessários para sua existência na Terra também estão presentes em outro lugar“, explicou. A respeito de eventuais civilizações extraterrestres, Alan Boss comentou que se trata “de uma busca interessante e importante, ainda que as probabilidades de encontrar uma sejam muito poucas. Mas se encontrarmos algo será uma descoberta tão gigantesca que faz com que valha a pena que continuemos buscando“, concluiu. Recentemente, um estudo da Universidade de Edimburgo, na Escócia, tentou quantificar quantas civilizações inteligentes viveriam no espaço e chegou à conclusão de que pode haver milhares delas.