Uma parte desses e-mails divulgados pela FOIA, foi publicada inicialmente pela Popular Mechanics em 2020, e mais tarde vista como parte de uma reclamação do Inspetor Geral (IG) do Departamento de Defesa (DoD) apresentada por Elizondo em 2021, e posteriormente publicada pelo NY Post em 2022
Mas na versão mais recente da FOIA, as referências à AATIP, juntamente com um memorando escrito sobre a AATIP e a transferência de funções, foram ocultadas e editadas pelo DoD, apesar dos e-mails não classificados já serem de domínio público há anos. Elizondo está no centro da polêmica desde que afirmou publicamente ter dirigido o AATIP, programa supostamente focado no estudo de fenômenos aéreos não identificados (FANI). As suas afirmações foram consistentemente refutadas pelo Pentágono, que nega que Elizondo tenha alguma vez sido atribuídas responsabilidades dentro da AATIP.
No entanto, a cadeia de e-mails em questão, enviada por Elizondo a Tipton no mesmo dia em que a sua primeira carta de demissão foi apresentada quando se aposentou do Pentágono, pretendia esclarecer funções e transferir responsabilidades dentro da AATIP. Isto aparentemente contradiz a posição do Pentágono sobre a AATIP, Elizondo, e o papel que ele pode ter desempenhado no programa.
Através da divulgação pública da reclamação de Elizondo sobre IG pelo NY Post, é bem sabido que o e-mail de Elizondo afirma que um memorando anexo, “…ajuda [Tipton] a assumir melhor as novas responsabilidades da AATIP.” Esse memorando também foi escrito por Elizondo. Porém, na divulgação oficial dos e-mails já de domínio público, a referência à AATIP no corpo do e-mail é redigida sob isenção FOIA (b)(5), juntamente com todo o memorando que Elizondo escreveu transferindo as responsabilidades da AATIP para Tipton.
Conforme transmitido pela carta de divulgação da FOIA, a isenção (b)(5) abrange “memorandos inter e intra-agências que são de natureza deliberativa; esta isenção é apropriada para documentos internos que fazem parte do processo de tomada de decisão e contêm avaliações, opiniões e recomendações subjetivas”.
A linha redigida no e-mail é crucial para a história da AATIP, pois faz referência direta à AATIP de uma forma que apoia as afirmações de Elizondo de algum nível de envolvimento no esforço. Embora a decisão do Pentágono de redigir a linha seja uma surpresa, uma vez que a linha não é de “natureza deliberativa” nem se enquadra nas outras áreas que (b)(5) isentaria. A redação seletiva por parte do governo levanta questões sobre a transparência por trás do que a AATIP foi e não foi.
Também acompanhando o e-mail estava o rascunho do memorando que Elizondo havia escrito, embora ainda não esteja claro se foi endereçado diretamente ao Secretário Adjunto de Defesa (DepSecDef) ou escrito em nome do DepSecDef. A totalidade deste documento foi redigida, obscurecendo conteúdo significativo que poderia potencialmente esclarecer ainda mais o discurso interno sobre o papel da AATIP e de Elizondo.
Embora Luis Elizondo tenha afirmado ter interesse em divulgar informações sobre UFOs e AATIP ao público sem violar seu NDA, suas declarações foram frequentemente recebidas com ceticismo e negação total por parte do Pentágono. Esta última divulgação através da FOIA, com as redações que contém, pode sugerir uma tentativa deliberada de obscurecer as contribuições de Elizondo e a existência da AATIP. Apesar do acesso do público a estes documentos, as supressões servem como uma barreira à total transparência. A razão para isso, neste caso, permanece desconhecida.
O Pentágono manteve uma postura de divulgação mínima em relação às investigações da AATIP e dos UFOs, muitas vezes citando a segurança nacional e a proteção de informações sensíveis quando se refere a estas últimas. Em resposta às redações, The Black Vault interpôs recurso, contestando a justificativa para reter partes do e-mail e todo o memorando.