
A ficção científica só se tornou possível pela ascensão da ciência moderna, sobretudo pelas revoluções operadas na astronomia, na física, química e na biologia. Filmes sobre viagens intergaláticas, expedições a outros planetas, homens voando e guerras espaciais sempre fascinaram adultos e crianças. Porém, apesar de toda a fantasia envolvida nas tramas, a física da nossa realidade está bem diferente do que nos filmes.
O filme Armageddon (1998) retrata a possibilidade do uso de uma bomba nuclear enterrada no interior de um asteroide de proporções gigantescas em rota de colisão com a Terra. Com isso, a proposta do roteiro é a de dividir o asteroide em dois e assim salvar o planeta de uma destruição catastrófica. A palestra será realizada no anfiteatro do Observatório, que fica no campus 1, acesso para pedestres e a entrada é gratuita.
Vamos pensar um pouco?
O filme, que inclui na trilha sonora a música da banda Aerosmith (para recordar: “I don’t wanna close my eyeeeees…”), foi um sucesso inegável, porém, de acordo com a ciência, ele não faz sentido algum. Mesmo se o plano de detonar um meteoro à caminho da Terra desse certo, isso não evitaria o fim do mundo.
Com a explosão, pedaços enormes do meteoro cairiam na Terra e causariam terremotos devastadores. Além disso, as duas metades do meteoro que se separaram na explosão passariam muito próximas à Terra e seus campos gravitacionais causariam enormes marés e furacões.
Star Wars
O filme Guerra nas Estrelas – ou Star Wars, como preferirem – foi lançado em 1978 e dirigido por George Lucas. Sucesso indiscutível de bilheterias em todo o mundo, o filme, que tem como protagonista Luke Skywalker apresenta muitos conflitos com a realidade da física.
No filme, é comum ouvirmos grandes estrondos, vindos de explosões no espaço. Mas isso seria realmente possível? As leis da física dizem que não! O som é uma onda mecânica e precisa de um meio material para se propagar. O espaço é constituído de vácuo, ou seja, ausência de matéria, o que impossibilita a propagação do som. Os únicos tipos de ondas que se propagam no vácuo são as ondas eletromagnéticas.
Superman
O primeiro Superman foi lançado em 1948 e colocou o jornalista Clark Kent para voar acima dos prédios. Como isso seria possível em nossa realidade? Para isso acontecer, Kent deveria, no mínimo, ter um sistema de propulsão como motores de aviões e uma aerodinâmica completamente diferente, que possibilitasse sua permanência no ar. Portanto, para que o Superman pudesse voar, seria necessário que ele tivesse asas no lugar da capa.
Além disso, o homem de aço usa sua visão de raios-x para enxergar através das paredes. Produzir raios-x exige que se aplique uma grande diferença de potencial para produzir uma onda eletromagnética. Como o Superman não tem nenhuma fonte de alta voltagem em sua cabeça, não poderia ser capaz de enxergar através de meios de propagação opacos.
Mas não fiquemos desiludidos. Podemos continuar apreciando os filmes fantasiosos da ficção científica. Eles apenas se baseiam na ciência, mas não têm a obrigação de serem fiéis à realidade. Aliás, a graça está mesmo em viajar…
(Reportagem: Fernanda Vilela, da Agência CiênciaWeb)