Um intenso clarão, seguido de grande estrondo, ocorrido na madrugada do dia 27 de julho, trouxe medo e especulação aos moradores das cidades de Palmas e Paraíso, no Tocantins, onde várias pessoas observaram o fenômeno. A comerciante Célia Soares Afonso disse que, por volta das 04h30, ao se dirigir ao frigorífico Santa Marina, em Paraíso, com algumas funcionárias do local, viu uma luz intensa em sentido horizontal passando sobre o veículo em que estavam. “É impossível descrever, mas era como um enorme fogo de artifício ou uma grande estrela cadente. Ela foi passando em direção à serra, era muito bonita”, disse. Célia conta que outro funcionário acompanhou a trajetória da luz e viu quando ela desapareceu na Serra do Estrondo. Em Palmas, o contabilista Adenilson Almeida Quirino conta que estava na cozinha de sua casa, por volta das 05h10, quando viu uma luz forte no quintal. Ele diz que, na hora, o susto foi tão grande que chamou a esposa e foi até o quintal para ver o que era. “Entre 20 e 30 segundos depois, houve uma grande explosão com eco”, diz ele, acrescentando que até ligou para a Empresa de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) para se informar do que havia acontecido.
A operadora de caixa Osvaldina Abreu de Oliveira também observou o fenômeno. Ela diz que, por volta das 05h00, viu, pela janela do banheiro, uma luz forte seguida de pancada, como um trovão. O som, segundo Osvaldina, vinha em direção de Paraíso. “Fiquei apavorada, não sabia o que fazer”, comenta. O jornalista Gilvan Nolêto disse que mesmo com as persianas, que têm cor azul escuro, fechadas, percebeu uma intensa luz e, posteriormente, um forte impacto, como se algo caísse provocando um estrondo. Outras pessoas, de várias partes da cidade, também ligaram ontem para a redação do Jornal do Tocantins afirmando ter visto o fenômeno. Técnicos de meteorologia da Infraero acompanharam o ocorrido, mas não puderam registrá-lo, já que os equipamentos do Aeroporto de Palmas não são adequados para esse tipo de fenômeno. Segundo a Infraero, o fato causou medo entre passageiros que embarcariam num vôo da empresa Gol, mas apesar do susto, o embarque não foi cancelado. A Polícia Militar e Corpo de Bombeiros também receberam inúmeras ligações sobre o ocorrido.
A Defesa Civil Estadual está em busca de informações. Sinais não identificadosSinais acústicos de um fenômeno ainda não identificado foram registrados por uma Estação de Infração do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB). O professor Vasile Marza, confirmou que sinais anormais foram captados às 06h04, em Brasília, porém, não foi possível localizar de onde surgiram. Ele explica que, considerando velocidade e distância, o horário seria às 05h30. Embora os sismógrafos não tenham registrado os tremores e outros sinais, o professor explica que não está eliminada a possibilidade da ocorrência. O professor disse que as informações de pessoas que acompanharam pode sugerir a queda de um meteorito, provocando ondas sísmicas. Ele disse ainda que os fragmentos podem se desintegrar chegando a bater na atmosfera causando grande impacto. Se for comprovado o meteorito, o especialista diz que é um caso muito raro. De acordo com ele, o último impacto conhecido foi o Tungaska, que ocorreu em 30 de julho de 1908, na Sibéria. Marza disse que um resultado mais preciso sobre o ocorrido só será possível quando forem analisadas as informações da estação do observatório, que fica no município de Lajeado. Segundo o professor, isso só será possível dentro de dois dias, quando as informações devem ter chegado a Brasília.