No final de 1995 circulou entre as agências jornalísticas de todo o mundo a notícia de que o filantropo Laurance Rockefeller, bilionário então com 85 anos de idade e falecido em 2004, estava financiando um dossiê especial sobres UFOs destinado à Casa Branca e a outros líderes mundiais. Michael Luckmann, diretor do Centro de Estudos Ufológicos (CUFOS), de Nova York, antecipou que o dossiê “disporia da melhor evidência possível sobre a existência de UFOs, com testemunhos de funcionários de governo, astronautas, militares, enfim, tudo o que contradiz as negativas históricas da Força Aérea Norte-Americana (USAF) sobre pousos extraterrestres”.
Apesar de ser amigo do presidente Bill Clinton e financiador de seu projeto político, isso não foi suficiente para que Rockefeller pressionasse o mandatário para uma abertura dos arquivos secretos do Governo Norte-Americano. Segundo ele mesmo admitiu, Rockefeller estava fervorosamente convencido de que um UFO havia caído em Roswell, no estado do Novo México. Mas a pergunta que nos devemos fazer é: sabendo da participação da dinastia Rockefeller no histórico concerto dos Illuminati, ele era somente um bilionário buscador da verdade ou havia motivos mais sinistros por trás de seu interesse em revelar a realidade ufológica?
Estamos falando de uma das famílias mais ricas e influentes do mundo. Seu irmão, David Rockefeller, era o presidente histórico do Citibank, estrutura financeira responsável pelas maiores lavagens de dinheiro do século XX e desses primeiros anos do século XXI, e do Citigroup, decano da bolsa de valores de Manhattan. Foi política da família se inserir em instituições supranacionais como a Comissão Trilateral, o Conselho de Relações Exteriores (CFR) e o Clube Bilderberg. Se há alguma dúvida do impacto dos Rockefeller nos assuntos internacionais, lembremos o escrito pelo pesquisador Martin Malachi, que declarou que “David Rockefeller é hoje o representante mais vivível dessa classe predominante, essa fraternidade multinacional que formam a economia global e dirigem os fluxos de capital”.
Rockefeller e movimentos sociais
Uma revisão rápida da história nos ensina que a família Rockefeller tem uma longa e infame ação em suas implicações com causas sociais. Há 30 anos, na época dos radicais movimentos estudantis, essa dinastia era assombrosamente rápida na hora de oferecer fundos, mas com suas próprias condições. Como relata o ex-líder estudantil dos anos 60 James Simon Kunen em sua autobiografia, os Rockefeller ofereciam recursos econômicos e colocavam advogados para defender os mais radicalizados sempre que no pacote de ajuda fosse incluída sua própria “agenda”, ou seja seus interesses escusos.
Eles financiaram as demonstrações massivas de Chicago, sendo que Laurance Rockefeller estava por trás daquela ação, e foi nessa época que Eldridge Cleaver, o então líder do grupo Panteras Negras, escreveu que “essas pessoas [Os Rockefeller] são um perigo para a revolução norte-americana. Tentam agir sobre nós, não para que diminuamos seu potencial perigo corporativo, mas para pareçam ser um perigo maior do que realmente são”. Mas por que um grupo de industriais e banqueiros poderosos iria querer parecer mau ao invés de melhorar sua imagem junto ao público?
O jornalista Frank Capell escreveu que “os radicalizados não assumirão nunca o controle deste governo, mas se aparecem como fanatizados contra um grupo específico de pessoas, darão a eles, como necessária contrapartida, a desculpa para se vitimar e justificar o investimento de meios para o controle mental das pessoas”. Sempre nos solidarizamos com as vítimas. O dinheiro dos Rockefeller comprou a revolução dos anos 60 e a direcionou para onde convinha ao poder norte-americano. E hoje nada mais existe daquela revolução.
Mas o problema é que as operações escusas dos Rockefeller, suas manipulações financeiras multimilionárias e seu peso na política internacional fariam com que cedo ou tarde a opinião pública os percebesse como aquilo que são — parte do poder das sombras, parte dos Illuminati. Era imperativo começar uma megaoperação filantrópica, não apenas de assistência aos pobres e apoio às vítimas de desastres naturais, cujo dinheiro gasto sempre pode se deduzir de impostos e serve para fazer propaganda. Era necessário corromper o que era verdadeiramente revolucionário. O que mudaria as pessoas de dentro para fora, o alternativo, o espiritual. A Era de Aquário era a inimiga mais perigosa.
“Pessoas se rendem com docilidade”
Nos anos 70, Laurance Rockefeller escreveu que “nossos sonhos são tão ilimitados quanto nossos recursos. As pessoas se rendem com docilidade e nos permitem moldá-las quando, por exemplo, fazemos campanhas de proteção veterinária dos animais domésticos”. Para ele, as então convenções educativas eram tão difusas e permeáveis que resultava simples para Os Rockefeller trabalhar a vontade de pessoas que são basicamente rurais, agradecidas e passivas. “A tarefa que nos temos proposto é dar a essa gente uma vida perfeitamente ideal e justa, que é exatamente a que têm. E ainda mais, trabalharemos as crianças para que cheguem a fazer de forma perfeita aquilo que seus pais já estão fazendo, mesmo que imperfeitamente, no lar, no comércio, no campo”. E essas crianças dos anos 70 são os adultos que hoje votaram em Donald Trump, ícone de um antissistema que é absolutamente funcional ao próprio sistema.
Rockefeller, o vilão usurpador, foi assim transformado em Rockefeller, o civilizador e humanitário — um pai protetor de crianças às quais ensinava o caminho correto. Quando, nos anos 20, John Rockefeller, fundador da dinastia, advogava que a higiene racial era necessária como uma maneira de se fazer o humanismo, ele discutia o melhoramento da esterilização total das raças “geneticamente inferiores”. Lembram da Alemanha dos anos 30? Pois bem, eram os Estados Unidos nos anos 20. De fato, Hitler dizia ter sido diretamente influenciado pelas “pesquisas científicas” dos Rockefeller, já que por meio deles havia obtido “legitimidade científica” para as leis raciais nazistas.
O problema é que as operações escusas dos Rockefeller, suas manipulações financeiras e seu peso na política internacional fariam com que cedo ou tarde a opinião pública os percebesse como aquilo que são — poder das sombras, parte dos Illuminati
De qualquer forma, isso não impediu que os Rockefeller
procurassem apoiar financeiramente os movimentos negros, como já haviam feito em 1941 com o reverendo Irwin Divine e sua Missão de Paz, que então já contava com mais de um milhão de membros e ganhava rapidamente a atenção pública. A viúva do reverendo escreveu que seu marido pode manter a liberdade de pensamento e de ação ao recusar o apoio dos Rockefeller, mas outros não foram tão afortunados — o método empregado era simples: ou aceitavam a ajuda e a “agenda” dos benfeitores ou os Rockefeller destinavam parte da soma que seria destinada ao ataque e ofensa contra quem, semanas antes, tentavam ajudar.
O caso mais emblemático foi o do médico, psicanalista e cientista Wilhelm Reich, que, segundo os psicólogos forenses da prisão onde morreu misteriosamente em 1957, reclamava permanentemente de não haver aceito “ser uma ferramenta dos Rockefeller”. A Associação Médica Americana, que de fato havia tido problemas com Reich por décadas, começou a receber, quando este foi encarcerado para morrer, subvenções substanciais. O gestor dos primeiros contatos com Wilhelm Reich e depois com a Associação Médica Americana havia sido Laurance Rockefeller. Coincidência?
Os Rockefeller e os UFOs
A partir dos anos 60, Laurance Rockefeller decidiu apadrinhar ufólogos selecionados a dedo. Talvez seu mais conhecido afilhado financeiro tenha sido o doutor John Mack, psiquiatra da Universidade Harvard famoso por suas pesquisas sobre abduções. Mack sustentava a teoria de que os abduzidos se achavam em uma situação comparável à de um animal que é hostilizado e debilitado para ser oportunamente transladado a uma reserva, submetido a intervenções veterinárias etc. O animal sente-se acossado, perseguido, mas ignora que é tudo para seu bem, e daí se deduz uma obviedade. Para Mack, as intervenções de alienígenas nos seus processos invasivos e traumáticos durante as abduções “são para nosso bem e devem ser toleradas e aceitas”.
Ou seja, para John Mack, se nossa espécie está em perigo, os extraterrestres intervêm, ainda que seja à força, para nos salvar. E assim ele expôs suas ideias em congressos da Mutual UFO Network (MUFON), entre outros, sempre com apoio financeiro dos Rockefeller — as primeiras edições de seus trabalhos, transporte para suas pesquisas, subsídios para despesas pessoais, tudo também bancado pelo bilionário. Mas por que interessava a Laurance Rockefeller que as abduções fossem socialmente aceitas? A primeira ideia que vem à mente é que esse posicionamento frente às intervenções e abduções voltam a posicionar os extraterrestres, e agora os grays [Cinzas], no papel de “irmãos cósmicos”, expressão tão agradável aos ouvidos da corrente da Nova Era e tão paralisante em termos de reação psicológica.
É importante lembrar que Mack lutou para estabelecer vínculos entre extraterrestres e a ecologia em muitos de seus textos, sendo essas reflexões, mais até do que as pesquisas, particularmente apoiadas pelos Rockefeller. Aqui lembremos que outro membro da família, Nelson Rockefeller, foi quem mais lutou pela internacionalização da Amazônia brasileira, sob um argumento pseudojurídico que pleiteava pôr sob a responsabilidade mundial a “proteção e salvaguarda” da Amazônia como o pulmão da humanidade. Isso, segundo ele, porque já é sabido que os brasileiros são latinos e certamente sozinhos não dão conta de oferecer tal proteção ao mundo. Na verdade, Nelson queria que se entregasse a Amazônia e todas as suas riquezas e segredos a quem verdadeiramente dirige o mundo, ou seja, Os Rockefeller.
Pode-se argumentar que as reações liberais de Laurance Rockefeller foram expressões de rebeldia perante os atropelos quase cósmicos e históricos de sua família. É uma explicação mais psicológica do que fundamentada, e, como tal, simplista. No livro Ecopsychology [Ecopsicologia, New Press, 1999], de John Mack, igualmente patrocinado pelos Rockefeller, o autor explica “como criar uma nova psicologia para reinventar nosso relacionamento com a Terra”. E diz que a ideia é alinhada ao “pensamento verde” das massas. Isso, que é sadio e válido, está, precisamente por essa razão, infectado por grupos de poder com fins nem tão bons e nem tão sadios. O leitor acredita na honestidade de Douglas Tompkins, empresário, filantropo e conservacionista norte-americano que se empenhou, até a sua morte, em comprar mais e mais hectares de terra na Argentina e no Chile para “preservar a natureza” ao mesmo tempo que expulsava os habitantes autóctones das terras compradas? As pessoas comuns são ingênuas, mas nós não podemos nos dar a esse luxo.
Contatos telepáticos com aliens
Na frente ecológica, Laurance Rockefeller financiou também a Fundação Verde, dirigida por Terence McKenna. Ele viajava, de exploração em exploração, pesquisando plantas psicoativas e estabelecendo cultivos massivos no Havaí — uma das teorias de McKenna é a de que as substâncias permitem estabelecer contatos telepáticos com culturas alienígenas. Mas, sustenta McKenna, as culturas primitivas falharam na missão, e ele, o patriarca, deveria liderar um retorno ao estado de aceitação mágica, como havia nos primórdios da Terra, 15 mil anos atrás, para recuperar esses contatos, mas de uma perspectiva alegadamente mais sofisticada.
Outras atividades interessantes de Laurance Rockefeller têm a ver com seu estreito vínculo com o Group Saucer Watch [Grupo de Observação de Discos (GSW)], criado nos anos 70 por Ray Stanford para estabelecer unidades com equipamento tecnológico distribuídas sobre todo o território norte-americano, tentando entabular contato com as inteligências por trás dos UFOs. O grupo era dirigido depois por importantes homens de negócio, como Sandra Wright Houghton e Bootsy Galbraith, e pela Fundação do Potencial Humano (HPF), fundada pelo senador Claiborne Pell. A instituição se ergueu abarcando igrejas evangélicas em dispersão, que foram reunificadas sob seu comando e com os 700 mil dólares doados diretamente por Laurance Rockefeller.
Segundo Dick Farley, que trabalhou durante três anos para a organização, o interesse de Rockefeller parecia ser integrar, em um único pensamento, os paradigmas religiosos e interesse em UFOs, procurando um discurso mais afinado com as crenças populares. O presidente da HPF, de 1991 até 1994, foi o ex-oficial da Inteligência e coronel aposentado Scott Jones, que completou doutorado em física e também foi consultor contratado da Agê
ncia de Defesa Nuclear, antes de ser assessor do senador Pell — aparentemente, Jones se dedicava aos supostos poderes paranormais de Pell, nunca confirmado.
Reunião cósmica de culturas
Naquele período se convocou uma tal Reunião Cósmica das Culturas, um evento particular ao qual compareceram, além de Rockefeller, Mack, Jones e Pell, a jornalista e pesquisadora Ruth Montgomery, o psicólogo e autor de livros sobre UFOs Leo Asperjan, o psicólogo transpessoal Charles Peterson, o autor Zecharia Sitchin, o psicólogo clínico Richard Boylan, o redator especial da revista Omni Keith Ferrell, e o diretor da Universidade Jerome Glenn Funaro. O próprio nome esotérico da reunião, mesmo sendo informal, pressupunha subordinar as discussões no âmbito do contato com civilizações não humanas e dar por certo que o contato seria pacífico.
É necessário, aqui, fazer uma ressalva. Não é que não aceitemos a eventual benevolência de nossos visitantes extraterrestres. Mas o que falamos, em primeiro lugar, é que muitos pesquisadores qualificados chamam a atenção não apenas para as atitudes hostis, como também para os processos empregados pelos extraterrestres, que parecem ser indiferentes à segurança humana e de onde, em diversas ocasiões, testemunhas presenciais feridas e até mortas.
É sugestiva tamanha insistência de Rockefeller em realizar uma verdadeira campanha de relações públicas em favor da hipotética bondade dos seres extraterrestres. Mas devemos questionar que interesses escusos não estariam nesta ideia
E, em segundo lugar, é sugestiva a insistência de Rockefeller em realizar uma verdadeira campanha de relações públicas em favor de sua hipotética bondade, quase como um relações públicas de uma usina nuclear em construção, que tenta convencer com um falso sorriso e muitos presentes os rudes habitantes de uma cidade próxima dos muitos benefícios e nenhum risco que terão ao serem vizinhos de uma massa importante de plutônio moderadamente resfriado.
Joan D’Arc, pseudônimo de uma jornalista do semanário Newspeak que assistiu à tal Reunião Cósmica como ouvinte, assinalou que durante a conferência o público ouvinte recebeu um questionário no qual, entre outras coisas, era perguntado à qual órgão governamental ou militar as pessoas achavam que devia ser dada a tarefa de administrar o primeiro contato massivo com outras inteligências cósmicas.
Não fazia tanto tempo, Ronald Reagan, amigo pessoal de Laurance Rockefeller, havia dito, em um discurso proferido em 21 de setembro de 1978 perante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que “em nossa obsessão com os antagonismos do momento, esquecemos com frequência o quanto une a todos os membros da humanidade. Quiçá necessitemos um certo perigo exterior, uma ameaça universal, para fazer com que realizemos uma aliança comum. Penso, de vez em quando, como nossas diferenças desapareceriam rapidamente se fizéssemos frente a uma ameaça extraterrestre, de fora deste mundo”.
“Leve-nos até seu líder”
Na citada reunião, algo mais foi colocado em manifesto — o consenso entre os presentes de que, se esse contato massivo fosse realidade, talvez os visitantes extraterrestres não dissessem simplesmente “nos leve até seu líder”, mas que tentassem iniciar as tratativas com algum grupo ou família de influência mundial. O tal grupo ou família deveria, claro, ter uma predisposição manifesta para uma Nova Ordem Global, além de ser capaz de comunicar-se com organizações intermediárias de impacto popular. Os Rockefeller, Claro! E verdade seja dita: o poder neste mundo não está nas mãos de governos, mas reside nas grandes corporações transnacionais.
Então, caso os extraterrestres seguissem o roteiro imaginado por eles, Laurance Rockefeller faria bem o seu papel de mediador entre a imagem pública dos extraterrestres e o controle do pensamento de alguns pesquisadores — e no meio disso tudo reside o controle mental da humanidade perante uma revelação que chocará suas mentes, sem dúvida alguma. Se esta teoria é correta, deve impor-se gradualmente às massas essa imagem. Tal gradualismo seria, assim, um condicionamento social dirigido pela classe dominante, pela sociedade Bilderberg e pela Comissão Trilateral.
O pesquisador Glenn Campbell escreveu que “o acobertamento sobre os UFOs existe, mas o verdadeiro responsável não é o governo. O impacto da transmissão radiofônica de A Guerra dos Mundos, em 1938, convenceu as classes superiores de que o populacho não estava preparado, e não está ainda”. Para Campbell, daí em diante foi dedicada muita atenção sobre como produzir uma repercussão social mínima, e se convencionou que o mais sensato seria filtrar a informação gradativamente, em prazos muito longos. Eles sabem que não podem admitir nenhum contato, por mínimo que seja, sem acabar sendo forçados a revelar tudo. Ou você pode imaginar a imprensa de todo o planeta exigindo menos informação?
Como ocorreu a queda do comunismo, uma vez que a parede trinque, desmoronará de uma única vez, sem oportunidade posterior para se controlar a informação. Esse lançamento gradativo consistiria, então, em aclimatar gradativa e emocionalmente a população à forma e às ideias da presença alienígena, o que provavelmente pode ser feito com mais eficácia por fábulas seletivas do que pela verdade, pois as fábulas podem ser controladas. Ou seja, apresentar situações novelescas que contenham somente uma parte da verdade — o resto pode ser pura dramatização, pronta para ser distribuída comercialmente.
Eficácia dos resultados
Com essa fórmula se obtêm dois resultados, o efeito psicológico desejado e resultados financeiros. Em um antigo texto sobre os Illuminati, assinalei que a eficácia dos resultados está em que, sejam as manipulações políticas e militares bem-sucedidas ou não, elas sempre demandam grandes despesas e nenhum resultado material aproveitável imediatamente, enquanto que as manipulações da corporação Illuminati satisfazem ambos os planos, o que as torna autossustentáveis e autopotenciáveis.
Para levar mais longe essa teoria, em um final de semana de março de 1995, a companhia Walt Disney lançou uma transmissão simult
ânea de televisão, um suposto documentário ufológico nos estados de Connecticut, Tennessee, Alabama, Flórida e Califórnia. Essa surpreendente produção foi acompanhada por declarações públicas do presidente da Disney, Michael Eisner, também membro do proeminente clã Rockefeller, fazendo afirmações como “a humanidade está em meio ao acontecimento mais importante da sua história, ou seja, um contato real com vida alienígena de outros planetas”. E também que “inteligências de galáxias distantes estão tentando fazer contato conosco”. Eisner complementou com esta frase: “Além de nossas opiniões pessoais, seres inteligentes estão convidando a espécie humana a nos somarmos aos seus planos galácticos”. Surpreendente!
Rockefeller foi o financista da espetacular aparição pública do Projeto Disclosure, promovido pelo desacreditado Steven Greer [Acima] em 2001. O que planejava o bilionário com esta extravagância midiática de repercussão mundial?
Suas outras declarações incluíam coisas como “nos últimos anos, naves alienígenas estão chegando em ondas à Terra, provocando um tsunami de avistamentos”. E mais: “Em 1947, grandes naves extraterrestres cruzaram o espaço, graças à sua avançada tecnologia, e se bem alcançaram nosso planeta, algumas delas colidiram contra nosso solo”. E, para encerrar, disse: “Mostraremos tudo sobre o acidente de Roswell e a recuperação da nave e dos corpos de três viajantes não humanos, tudo oculto pelo governo de Truman e sua comissão dos 12”, referindo-se ao controverso Majestic-12.
A isso devemos acrescentar que, em 1996, o ufólogo Richard Boylan, presente na citada conferência de HPF, escreveu que existe uma estratégia de quatro passos para revelar a presença extraterrestre. “Primeiro, ao que parece, estão aumentando a frequência dos aparecimentos, assim como a exposição dos mesmos”. Ou seja, não apenas eles aparecem mais, mas o fazem em regiões cada vez mais populosas. “Segundo, um número crescente de abduzidos e contatados aparecem para comentar suas experiências com psicoterapeutas, pesquisadores e público”. Sobre isso, muitos pesquisadores e terapeutas estão divulgando cifras que indicam como aumenta, de forma significativa, o número de testemunhas. “Terceiro, muitos contatados em particular e ufólogos em geral sentem-se na obrigação de trazer o assunto extraterrestre a debate público, e os relatos provenientes de todo o mundo indicam que são muitas as pessoas que estão experimentando a urgência deste propósito”. Por fim: “Quarto, a mudança de atitude de muitos governos ou líderes políticos, deixando filtrar informação até então sigilosa, ou propondo abertamente o debate”.
ETs e Illuminati
Paremos um instante este texto e repassemos os comentários. Se a afirmação de Boylan é correta, o que é necessário para que esse plano seja levado a cabo na ordem proposta? Que ambas as partes — extraterrestres e alguns humanos — estejam de acordo, porque esse plano não funcionaria se uma das partes não trabalhasse com a outra. Então, se o plano realmente está em marcha, realmente há um contato encoberto entre extraterrestres e poderosos humanos.
Boylan também sugere que fontes bem informadas nos comités nacionais dos partidos Republicano e Democrata tentaram determinar se os UFOs, e particularmente um alegado governo secreto, poderiam ser um elemento de legítimo interesse eleitoral em algumas das últimas eleições presidenciais. Entenderam porque desde Henry Ford até hoje todos os candidatos à presidência prometem revelar os segredos dos UFOs se chegarem ao poder e nenhum deles o faz quando é eleito? Hillary Clinton repetiu a estratégia, mas acabou não levando a Casa Branca.
Incidentalmente, lembremos que Laurance Rockefeller foi o financista da espetacular aparição pública do Projeto Disclosure, promovido pelo polêmico Steven Greer em maio de 2001. Logo após as explosivas declarações dessa festejada conferência de imprensa, quando cientistas, militares e ex-funcionários governamentais palestraram advertindo algo assim como “se o governo não admite, nós o faremos”, e sem manchas na credibilidade ou nas credenciais dos ali convocados, o certo é que 15 anos depois desse evento, com suas declarações registradas em cartório, os integrantes do projeto apresentaram nem uma só evidência física de suas afirmações.
Essa falta de provas e evidências concretas fez com que, mesmo com o bom nome e honra dos autoconvocados palestrantes, grande parte da imprensa reagisse com ceticismo — ceticismo esse que só faz crescer conforme o tempo passa. Não era de fundos nem de influência política que precisava o Disclosure para reunir evidências, pois isso não faltou. Então, o que aconteceu? Ninguém percebeu que provocaram exatamente o efeito contrário do que diziam procurar? Mas, e se fosse precisamente isso o que desejavam conseguir?
Outra história de Laurance
A esta altura creio que ficou óbvio que este autor desconfia das sadias manifestações de Laurance Rockefeller. Porque, se por um momento se pensou que poderia haver uma ovelha desgarrada na dinastia mundial dos Rockefeller, um membro transgressor e rebelde que ia contra o império dominante, bem, procurando, se encontram estas coisas. E eu encontrei.
Em 1969, Henry Kissinger tomava o controle do Conselho Nacional de Segurança e do Departamento de Estado. A seu pedido, o então presidente Richard Nixon estabeleceu uma comissão para o crescimento demográfico, cuja direção foi confiada a Laurance Rockefeller. Em um informe de 1972, a comissão pedia um crescimento demográfico zero, tanto nos Estados Unidos como no resto do mundo. Paralelamente, o Escritório de Assuntos Demográficos do Departamento de Estado começara, em 1970, a publicação de uma série de pesquisas que antecipavam diretamente um documento chamado Informe Global 2000.
Em seguida, Kissinger tomou duas medidas para institucionalizar essa política de genocídio dentro do Conselho Nacional de Segurança e reorganizou o Departamento de Estado, acrescentando um novo departamento, o Escritório de Oceanos e Assuntos Internacionais, Científicos e do Meio Ambiente. Esse escritório tinha a missão de supervisionar as transferências de tecnologia para o então chamado Terceiro Mundo. Por iniciativa de seus assessores John Brzezinski e David Vance, o presidente Jimmy Carter encarregou esse escritório de preparar e redigir o Informe Global 2000. Participaram na elaboração do documento vários movimentos anglo-americanos, atuando como advogados do “pensar o impensável”, para reduzir a populaç&at
ilde;o do planeta. Entre eles estavam o braço norte-americano do World Wildlife Fund, do Draper Fund e do Population Crisis Committee.
O Informe Global 2000 nada mais era do que uma projeção e um incentivo sobre a necessidade de se diminuir drasticamente a população mundial e o controle dos recursos naturais, a manipulação psicológica das massas — antes e depois da diminuição demográfica — e a organização social para o futuro. Para isso, se incentivava outras formas de controle populacional, visto que as guerras, apesar de efetivas, geram muita destruição natural e deixam uma população sobrevivente que necessita de assistência. As soluções apontadas eram as doenças controladas, como a AIDS. E era nisso que trabalhava Laurance Rockefeller, o amante da natureza, da ecologia e dos UFOs.
Rockefeller e o Caso Ummo
O assunto dos Illuminati é de preferencial interesse para nós, ufólogos. Um dos pontos que mais intrigam, devemos admitir, é a por enquanto hipotética relação que pode ter existido, ou pode ainda existir, entre os membros deste governo das sombras e os extraterrestres. Sabemos claramente que se procurarmos evidências demoraremos anos até obtê-las — se é que conseguiremos e se é que existem, mas nos interessa ir colocando algumas desconfianças.
Há anos este autor pesquisa o assunto e complementarmente vai desempoeirando uma antiga e nostálgica questão, a dos visitantes de Ummo. Ummo seria um hipotético planeta extraterrestre de onde haveria chegado, no começo dos anos 50, um certo número de habitantes que fundaram colônias e mantiveram um periódico e escorregadio contato via cartas com terrestres das mais variadas classes sociais. A questão é que a procura especificamente por “contatos ummitas” na Argentina, comentados pelos principais pesquisadores mundiais, entre ele Antonio Ribera e Ignacio Darnaude, foi além das eternas referências às cartas ummitas do falecido sacerdote jesuíta Segundo Benito Reyna, as que teria recebido nos finais dos anos 60 da extinta revista argentina 2001.
Exatamente no número 16 da citada publicação há uma entrevista com um contatado espanhol protagonista do célebre caso Francisco Atienza, escondido pelo pseudônimo de F. Sinod. Ribera, mais tarde, revelou a verdadeira identidade do já falecido indivíduo, que seria Francisco Donis Ortiz, um empresário espanhol. O dado extra que acrescentamos é que Donis Ortiz era o representante comercial na Espanha do bilionário norte-americano Laurance Rockefeller. “Mas, e daí?”, pode perguntar o leitor. Bem, pode se tratar apenas de uma coincidência, mas sabendo-se qual é o papel dos Rockefeller no grupo dos Illuminati, independentemente da veracidade dos UFOs, não deveria ser Laurance quem devia seguir o caminho de pesquisador para se inteirar de alguma novidade.
Em outras palavras, sua posição de poder econômico e político lhe permitiria, sem dúvidas, conhecer as respostas de muitas e instigantes perguntas, sem necessariamente ter que apoiar pesquisadores que se aproximam de regiões de pouso para recolher amostras do solo. A menos que sua participação tivesse a ver com financiar pesquisas pontuais sobre as quais pouco sabemos e incentivar a publicação daquelas que sejam só uma máscara. Isso seria, sim, uma conspiração. Ele também poderia querer intoxicar economicamente a correta pesquisa ufológica. De qualquer forma, não achamos aleatória essa relação entre um poderoso
banqueiro e financista e esse contatado. Todo cuidado é pouco.