
Abdução é o termo que designa o rapto de humanos por supostas entidades extraterrestres. Os chamados abduzidos dizem que foram retirados de seus veículos ou de suas casas contra sua vontade e levados a lugares desconhecidos, onde pequenas criaturas humanoides os examinaram e colocaram implantes em seus corpos. Essa experiência vívida não pode ser recordada sem ajuda. A mídia costuma chamar essas pessoas de sonhadoras ou doentes mentais, embora demonstrem estar psíquica e emocionalmente equilibradas.
Incluindo as implicações extraterrestres, ainda cabe apresentar uma abordagem inovadora e original, que inclui fenômenos transculturais e estados extraordinários de consciência, mas não necessariamente patológicos. As experiências de abdução poderiam representar uma resposta a certo fenômeno, provavelmente de natureza eletromagnética — coincidente com as pesquisas do doutor e professor Kenneth Ring, da Universidade de Connecticut, uma autoridade nas experiências de quase morte —, nas quais as formas que adotam dependem da cultura na qual se encontram imersos os indivíduos afetados. Assim, as respostas aos episódios de abduções nos Estados Unidos são diferentes das respostas encontradas na América Latina, por exemplo.
Os detalhes observados nas diferentes investigações de casos de abdução em meu país, a Argentina, evidenciam uma inteligência direcionada, sobre cuja natureza pouco ou nada sabemos. O fascinante da experiência está na fonte primária de todos os fenômenos de aparição, desde as visões religiosas até os encontros com UFOs, que são as experiências de quase morte (EQM), assim fantasmas, poltergeists etc. A manifestação desse tipo de fenômeno implica na experimentação de uma profunda mudança na cultura humana.
Consciências abduzidas
Talvez o escritor Whitley Strieber explique ainda mais fielmente essa linha investigativa e as respostas dos abduzidos, quando comenta sua visão do fenômeno, no livro Comunhão [Record, 1987]: “Por acaso poderia ser que a própria vida seja um mecanismo pelo qual alguma realidade interna está tateando e abrindo caminho em direção ao mundo físico? Será que somos o veículo de intercâmbio, um meio de comunicação, uma extraordinária construção destinada a salvar o abismo existente entre o mundo físico e algo mais?”
As experiências de abdução parecem nos mostrar o caminho de acesso a uma nova forma de entender a realidade e as formas pelas quais tal realidade se relaciona com a consciência — e esse reencontro com o estranho não seria outra coisa do que o reencontro com aquilo que perdemos ao longo de nossa evolução como indivíduos e como sociedade tecnológica. Atualmente há cada vez menos dúvidas de que as vítimas de abdução sofrem uma experiência psicologicamente real. Os resultados de pesquisas mais aprofundadas poderiam mudar nossa concepção sobre a realidade e sobre o universo.
A questão é que esses fatores não pertencem somente àquilo que a vítima crê ser a realidade, mas também são parte de uma construção interna muito mais vasta e complexa do que imaginamos até hoje, na qual inteligências não humanas poderiam talvez participar. Ainda se ignora se estamos falando de um fator exógeno em jogo, sobre qual é o elemento desencadeante do processo, e se algo se esconde por trás das experiências.
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