A questão sobre a existência de vida em Marte tem ocupado a imaginação humana há mais de um século. A partir dos anos 60, quando sondas espaciais começaram a ser enviadas ao planeta vizinho, a busca por evidências nesse sentido tem se ampliado, com o envio de um número cada vez maior de missões a esse mundo. As recentes descobertas apontam que Marte possuía rios, lagos e mares há bilhões de anos, e condições mais favoráveis à vida surgiram antes ali do que na Terra. Hoje a superfície do mundo vizinho é árida e fria, e sua atmosfera extremamente fina. Contudo, os cientistas defendem que, no gelo ainda presente na superfície e imediatamente abaixo dela podem existir locais onde micro-organismos ainda sobrevivem em Marte.
A vida existe em praticamente qualquer local da Terra onde exista água e um número crescente de cientistas defende que organismos similares aos extremófilos de nosso planeta poderiam ainda viver em Marte. Seres vivendo nos depósitos de gelo imediatamente abaixo da superfície estariam protegidos dos altos níveis de radiação ultravioleta recebidos em Marte. Contudo, existe um problema, pois a pressão atmosférica de Marte é muito baixa, de um centésimo a um milésimo da que experimentamos aqui. Isso faria a água ferver mesmo às baixíssimas temperaturas reinantes, e mesmo extremófilos teriam seu DNA danificado.
Entretanto, um experimento conduzido por uma equipe liderada por Rebecca Mickol e Timothy Kral, astrobiólogos do Centro de Ciências Espaciais e Planetárias da Universidade do Arkansas, demonstra que certos tipos de micro-organismos terrestres poderiam sobreviver nas condições marcianas. Eles utilizaram no experimento metanógenos, seres do reino dos archea extremamente simples e resistentes, das espécies Methanothermobacter wolfeii, Methanosarcina barkeri, Methanobacterium formicicum, e Methanococcus maripaludis. Metanógenos convertem hidrogênio em metano sem utilizar oxigênio, gerando energia em um processo chamado respiração anaeróbica.
EXPERIMENTO APONTA PARA A FORTE POSSIBILIDADE DE VIDA EM MARTE HOJE
Esses seres existem em todo lugar, pântanos, florestas, até no estômago de mamíferos como gado e mesmo seres humanos, e utilizam dióxido de carbono como principal fonte de energia. Cultivados em tubos de ensaio, os micróbios foram depois colocados em uma câmara simulando o ambiente marciano, com água misturada ao solo e pressões extremamente baixas, a temperaturas no ponto de congelamento. Com hidrogênio misturado à água e quase nada de oxigênio, as quatro espécies sobreviveram por 21 dias sem qualquer problema. De acordo com Mickol: “Esse experimento comprovou que para algumas espécies as baixas pressões não são um problema para a sobrevivência do organismo”.
As medições do metano comprovaram que os micróbios mantiveram seu metabolismo, lembrando que metano igualmente foi detectado em Marte recentemente. Mickol afirma que a experiência não comprova que de fato exista vida em Marte, mas é mais uma evidência que aponta nessa direção: “Com a abundância de vida na Terra, em todos os ambientes extremos onde a encontramos, é muito possível que exista vida, como micro-organismos ou bactérias, em muitos outros lugares no Universo”. O estudo, intitulado Tolerância à Baixa Pressão por Metanógenos em Ambientes Aquosos: Implicações para a Vida na Subsuperfície de Marte, publicado no periódico Origins of Life and Evolution of Biospheres.
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