Durante algumas semanas de 2020, Marte e a Terra se alinharão e a distância entre ambos será de apenas 54 milhões de quilômetros. Aproveitando essa proximidade, teremos em 2020 o lançamento de quatro missões robóticas ao Planeta Vermelho, três delas lideradas pelas principais potências espaciais – Estados Unidos, Europa e China –, que pretendem ser os primeiros a encontrar indícios de vida.
Às três missões mencionadas se junta o módulo de órbita Hope, dos Emirados Árabes, desenvolvido graças à colaboração de cientistas dos Estados Unidos, e todas têm janelas de lançamento muito parecidas: de meados de julho a meados de agosto. As missões demorarão sete meses para chegar ao destino e as aterrissagens estão previstas para fevereiro de 2021.
Marte é um enorme cemitério de naves acidentadas: uma em cada duas missões espaciais, fracassa. Pousar ali requer frear, em apenas sete minutos, de uma aceleração de 21.000 km/h para a zero. E fazer isso praticamente sem contar com a ajuda da atmosfera marciana, muito mais fina do que a terrestre, e à mercê do clima do dia, cuja temperatura, não raramente, chega a 100 ° abaixo de zero.
Para os norte-americanos, os objetivos são procurar rastros de vida no planeta. Não vida atual, mas a que talvez tenha existido há 3,5 bilhões de anos e para isso vão pousar em um antigo lago, hoje seco. Também é objetivo do país preparar o terreno para mandar astronautas ao planeta vermelho. Nisso a Espanha tem protagonismo importante, pois lidera a estação meteorológica a bordo do veículo de exploração, e que servirá para estimar a habitabilidade do planeta aos futuros astronautas.
Já a China surpreendeu a todos com seu progresso super-rápido em relação às missões espaciais. “Se fosse qualquer outro país pensaria que não eram capazes, mas da China acredito em qualquer coisa. É só pensar que em 2019, pelo segundo ano consecutivo, é o país que mais fez lançamentos espaciais em todo o mundo”, diz Jorge Pla-García, astrofísico do Centro de Astrobiologia, em Madri.
Na mente dos três países está a ideia de trazer à Terra um pedacinho de Marte. O Rover norte-americano leva um instrumento que poderá encapsular as amostras e preservá-las para que uma futura missão possa recolhê-las e trazê-las de volta à Terra. Tanto os Estados Unidos como a China querem tentar realizar tal coisa antes do final da década e os europeus e os norte-americanos colaboram em uma missão desse tipo que seria lançada em 2026. Todos sabem que nessas amostras podem viajar os primeiros marcianos conhecidos.
Fonte: El Pais