O conhecimento e a convivência que tenho com o entrevistado desta edição vêm desde a década de 80, quando eu já atuava publicamente há vários anos na Ufologia e fui convidado por ele para participar de seu programa de rádio. Naquela época eu não tinha a menor idéia de que, no futuro, o militar seria um de nossos principais parceiros na busca da verdade sobre a presença alienígena na Terra, em especial em nosso país, participando e apoiando firmemente a campanha UFOs: Liberdade de Informação Já. Estamos falando do coronel da Força Aérea Brasileira (FAB) Antônio Celente Videira, hoje na Reserva, mas ainda extremamente ativo dentro e fora dos meios militares.
Celente nasceu em 01 de abril de 1947, no Rio de Janeiro, e cresceu no bairro de Marechal Hermes, onde está situada a Vila Militar. Como outras crianças que vivem na região, ele teve seu interesse despertado logo cedo para a possibilidade de seguir carreira nas Forças Armadas. Com a certeza da escolha, preparou-se para os concursos de admissão, passando logo no primeiro, o da Aeronáutica. Já como militar, desempenhou todas as funções relativas à Gestão Logística do Material Aeroespacial em diversas unidades da FAB, área a qual, mesmo na Reserva, continua a prestar relevantes serviços pertinentes ao interesse nacional. Atualmente, Celente é membro do Corpo Permanente da Escola Superior de Guerra (ESG). Sempre interessado em seu aprimoramento intelectual nas diversas áreas do conhecimento humano, passou por todos os cursos de sua carreira até chegar ao posto de coronel. Como civil, Celente é ainda mestre em administração e desenvolvimento empresarial pela Universidade Estácio de Sá.
Pensar que a maioria dos aeronautas avista UFOs em vôo é engano. Porém, admitir a inexistência dos mesmos é postura do tolo adormecido, diante da beleza misteriosa do cosmos. As observações vivenciadas pelos aeronautas do mundo são o suficiente para constatar a presença de ETs em nosso espaço aéreo
Conselheiro e diretor do departamento financeiro da Rádio Rio de Janeiro, o entrevistado é produtor do programa cultural e humanitário Projeto Enterprise, apresentado por sua esposa Leslie Haum, que trata de vários aspectos do saber humano e tem foco em entrevistas com formadores de opinião de várias áreas. O programa está no ar há 18 anos e aborda Ufologia periodicamente. Foi justamente este o motivo de eu ter tido meu primeiro contato com o militar, sendo, posteriormente, entrevistado diversas vezes. Recentemente, Celente se tornou membro do Instituto de Geografia e História Militar Brasileira (IGHMB), passando a ocupar a cadeira número 61, cujo patrono é o padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão, uma honraria merecida por toda a sua atuação na área militar brasileira [Veja seção Mundo Ufológico].
Questão de estratégia
Coronel Celente, como é chamado por seus amigos, é autor dos livros Fragmentos de uma Luta Ecológica [Editora Eapac, 1997] e Nas Asas do Tempo: O Vôo do Pensamento sobre a Vida [Editora DPL, 2003], além de articulista de vários periódicos que tratam de estratégia e logística. Recentemente, aceitou o convite da Equipe UFO para brindar os leitores da edição com seus pensamentos, idéias e análises, tornando-se também membro do Conselho Editorial da Revista UFO. Seu artigo de estréia, A Hora da Verdade: Uma Análise Estratégica do Fenômeno UFO [Veja edição UFO 144], ainda está repercutindo não só no meio ufológico – devido à sua profundidade e abordagem inédita – quanto noutros segmentos. O texto ganhou as páginas da revista Idéias em Destaque, publicada pelo Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica (Incaer), que tem como diretor o brigadeiro Octávio Moreira Lima, ex-ministro da Aeronáutica, conhecido por todos da Ufologia devido ao episódio Noite Oficial dos UFOs no Brasil, ocorrido em maio 1986. O artigo é uma contribuição decisiva do oficial para o estabelecimento da verdade sobre a presença dos UFOs, e chama a atenção da sociedade e do meio militar para a necessidade do surgimento de uma nova visão frente aos desafios de nosso tempo, usando como motivação as recentes descobertas propiciadas pela exploração espacial.
O entrevistado também é conferencista consagrado e vem desempenhando esta função não só dentro das Forças Armadas como em eventos civis em que a temática ecológica, ufológica ou espiritualista se faz presente. Este autor foi responsável por formular vários convites ao coronel – todos aceitos – para que se apresentasse como conferencista em alguns eventos promovidos pela Associação Fluminense de Estudos Ufológicos (AFEU), que ocorrem mensalmente no Rio de Janeiro, além de outros em vários pontos do país, como os XI e XII Diálogos com o Universo, realizados respectivamente em Curitiba, de 22 a 25 de maio de 2008, e em Botucatu, de 05 a 07 de setembro de 2008, organizados pelo Núcleo de Pesquisas Ufológicas (NPU) e pela Estância Nova Era, com o apoio da Revista UFO [Veja informações sobre os eventos no Portal UFO: ufo.com.br].
UFOs EM TREINAMENTO NA AMAZÔNIA
Sua atuação nesses encontros transcendeu desde o início sua participação como palestrante e orador, pois o coronel passou a atuar como ponte de ligação entre a Comunidade Ufológica Brasileira e outros militares simpatizantes à questão, para que pudessem se aproximar da Equipe UFO e da Ufologia. Foi ele o grande responsável, por exemplo, pela presença do astronauta Marcos Pontes no XI Diálogo com o Universo, de Curitiba, e, mais recentemente, propiciou ao público do Rio, em um encontro ocorrido no Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM), dois depoimentos militares referentes à presença dos UFOs sobre território nacional, um deles em meio a uma missão de treinamento na Amazônia [Consulte informações no endereço www.marcopetit.com].
Visão transcendente do Fenômeno UFO
Hoje, como co-editor da UFO desde seu surgimento, este entrevistador se sente honrado e gratificado por ter sido o instrumento, o elo para que o coronel Antônio Celente Videira adentrasse definitivamente a Ufologia como um dos principais protagonistas do momento, e participasse ativamente da Equipe UFO. Mais do que um militar altamente qualificado e especializado, estamos diante de um homem cuja ética, nacionalismo e transcendente visão da realidade são evidentes para todos aqueles que tiveram o privilégio de conviver com ele. Sua postura diante da vida e sua visão do futuro o levaram a mergulhar no processo pelo estabelecimento da verdade da presença extraterrestre em nosso planeta. Sua opinião a respeito deste assunto pode ser sintetizada pelo que ele escreveu como abertura de um dos capítulos do livro de minha autoria UFOs: Arquivo Confidencial. “Pensar que a maioria dos aeronautas avista objetos voadores não identificados em vôo é ledo engano. Porém, admitir a inexistência dos mesmos é postura do tolo adormecido, diante da beleza misteriosa do cosmos. As observações vivenciadas pelos aeronautas do mundo, mesmo que mínimas, são o suficiente para constatar a presença de visitantes extraplanetários em nosso espaço aéreo”. Já está na hora do leitor da UFO conhecer um pouco mais as idéias e a visão de um dos principais personagens da história atual de nossa Ufologia.
Como surgiu o seu interesse pela carreira militar? Tendo sido criado em Marechal Hermes, subúrbio no Rio de Janeiro, nas adjacências da Vila Militar, fui logo cedo influenciado a seguir carreira nas Forças Armadas. Isso ocorre bem mais com jovens residentes em áreas militares do que com outros que vivem mais distantes. Evidentemente, preparei-me para diversos concursos em escolas militares, sendo logo aprovado no primeiro, para a Aeronáutica. Após a minha família, foi a Força Aérea Brasileira que forjou o meu caráter, iniciando-me para a cidadania como “soldado do ar”. O avião e a parafernália que o faz voar, para mim, foram e sempre serão excitantes, motivo de fascínio, já que exigem conhecimento multidisciplinar sobre gestão de tecnologia, estratégia, logística e outros. A aeronave é uma plataforma para o reconhecimento tático, a observação científica e, sobretudo, um elo de aproximação dos povos, tornando-os mais íntimos e quebrando, às vezes, barreiras culturais e geográficas. Isso tudo foi o eixo que me levou à carreira militar, com fulcro na Aeronáutica.
A partir de que momento surgiu seu interesse pela existência de vida inteligente fora da Terra e pelos discos voadores? Talvez esse interesse tenha surgido quando eu ainda era adolescente, ao me deparar com filmes como Flash Gordon [1980] e outros que passavam no cinema, ainda em preto e branco. Depois, a leitura de livros e artigos de autores como o general Alfredo Moacyr de Mendonça Uchôa [Veja entrevista na edição UFO 140], Irene Granchi [Veja entrevista na edição UFO 146], João Martins e Fernando Cleto Nunes Pereira [Veja entrevista na edição UFO 132] foram decisivos para aguçar ainda mais minha curiosidade quanto ao assunto. Mas meu interesse ficou calcado na cultura geral, nunca especificamente na Ufologia, apesar de ter participado de vigílias ufológicas com alguns grupos de pesquisa. Talvez eu não tenha me aprofundado no tema naquela época pelo fato de não ter testemunhado nada de extraordinário. De qualquer forma, o fato de eu nunca ter visto um UFO não é motivo para me tornar cético quanto ao assunto, e muito menos indiferente diante de uma noite límpida e estrelada.
O Hollanda foi meu cadete veterano no Campo dos Afonsos, no Rio. Era um oficial intendente como eu e gozava de prestígio junto aos comandantes. Só fiquei sabendo de suas experiências na Operação Prato após a sua morte. Acredito que se houvesse um compartilhamento de suas experiências comigo, o desfecho do seu destino seria outro
Houve algum caso ufológico que o impressionou naquela época? Não, não houve qualquer impacto que despertasse a minha atenção para o Fenômeno UFO no passado. Mas o que vem me chamando atraindo nos últimos tempos são as informações que obtenho através da Revista UFO e, em última instância, o que tenho observado a respeito de Marte e da Lua, especialmente após assistir suas palestras no IBAM, no Rio de Janeiro, com exposição de fotos das superfícies desses “mundos”, liberadas pela NASA e pela Agência Espacial Européia (ESA), que mostram artefatos artificiais lá [Veja edições UFO 140 e 145]. Realmente, este tipo de informação tem me impressionado a ponto de convidar alguns colegas militares, todos estrategistas, a fim de estimular em meus pares algumas reflexões sobre os novos cenários prospectivos diante do ciclópico avanço tecnológico que vivemos, com base na astronáutica e na astronomia.
O senhor é responsável por um programa de rádio semanal que existe há muitos anos no Rio, sempre abordando Ufologia. Qual foi a inspiração que teve para o lançamento do mesmo e a escolha de sua linha editorial? O programa existe há 18 anos e seu nome é Projeto Enterprise. Ele é cultural, humanitário e vai ao ar todas às quartas-feiras, a partir das 16h00, na Rádio Rio de Janeiro, 1400 AM. A linha editorial que segue é sempre a de entrevistas. Convidamos pessoas das mais variadas áreas. Aliás, volta e meia, os amigos A. J. Gevaerd, Rafael Cury e você, Petit, nos brindam com entrevistas sobre Ufologia tanto pessoalmente quanto por telefone. Minha esposa Leslie Haum é a apresentadora e produtora, e o programa tem um viés universalista que proporciona assuntos diversos sobre ciência, filosofia e religião. O objetivo é o esclarecimento amplo destas questões, já que acredito que a ignorância é a pior doença na face da Terra. O Projeto Enterprise goza de elevado prestígio junto aos ouvintes da Rádio Rio de Janeiro. E não poderia deixar de tecer aqui alguns comentários sobre a emissora, que é dirigida por espíritas e mantida por uma pequena parcela de recursos financeiros da programação comercial – a maior parte dos recursos necessários ao seu funcionamento é originada do movimento espírita. A rádio vem se mantendo em 4º lugar no ranking de audiência, chegando em alguns horários a ganhar a 2ª ou 3ª posição, segundo a pesquisa do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE). Seu alcance é o Rio de Janeiro e algumas áreas de estados vizinhos, além, é claro, de todo o mundo através de internet. Cabe mencionar que a diretoria da rádio não é remunerada, todos são voluntários, e eu me sinto orgulhoso por desempenhar a função de diretor financeiro da instituição.
Antes o senhor era apenas interessado por discos voadores, mas nos últimos anos chegou a abraçar a causa ufológica e sua divulgação. Por quê? Como se sabe, o assunto ufológico ainda é polêmico e motivo de chacota. Percebi, após retomar os estudos, que os pesquisadores atuais, principalmente os que freqüentam os eventos do IBAM e os articulistas da Equipe UFO, são pessoas de elevado nível intelectual – e muito mais do que isso, trabalham suas reflexões em cima da razão. Este é o motivo pelo qual, sempre que possível, tenho divulgado nos meus círculos de relacionamento o trabalho sério de vocês. Cabe dizer que, no passado, a Comunidade Ufológica Brasileira era “apinhada” de pessoas excêntricas. Eu costumava dizer que Flash Gordon era “fichinha” diante dessas criaturas, ao compararmos suas experiências.
O senhor chegou a conhecer pessoalmente o coronel Uyrangê Hollanda, que comandou as investigações da Operação Prato, no final de 1977? O coronel Uyrangê Hollanda foi meu cadete veterano no ainda legendário Campo dos Afonsos, berço da Aviação Militar Brasileira, no Rio. Era um oficial intendente como eu e gozava de prestígio junto aos seus comandantes. Infelizmente, só fiquei sabendo de suas experiências na Operação Prato após a sua morte [Veja edições UFO 114 a 117]. Quando o Hollanda faleceu, confesso que estava afastado da Ufologia em conseqüência da minha atividade profissional e da dedicação a outros tipos de estudos. Acredito que se houvesse um compartilhamento da experiência do Hollanda comigo, sem falsa modéstia, o desfecho do seu destino seria outro. Não digo isso por me achar com poderes para mudar o destino de uma pessoa, mas pelo fato de dividir uma vivência ufológica extremamente forte, quando, talvez, ele tenha se sentido só em um meio em que é pecado falar no assunto. A experiência ufológica é solitária e deve ser tratada com inteligência para que você não caia no ridículo. Este é o motivo pelo qual não se deve embarcar em qualquer empreitada dessa natureza, já que é um assunto delicadíssimo. Foi isso que levou o Hollanda a procurar pessoas sérias, como os membros da Equipe UFO, convidando-os a irem até sua residência e repassando informações e documentos importantíssimos para a pesquisa ufológica brasileira.
Como o senhor analisaria a importância da Operação Prato para a Ufologia civil e militar brasileira? Acredito que a operação tenha juntado uma grande quantidade de evidências concretas sobre UFOs no Brasil, uma vez que gerou documentos oficiais relatando ocorrências inéditas. Aliás, isso foi confirmado pelo brigadeiro José Carlos Pereira, tanto em entrevista concedida à Revista UFO [Veja edições UFO 141 e 142], como em sua palestra no XI Diálogo com o Universo. Não explicar a interrupção abrupta da Operação Prato, que ocorreu por ordem do major Protásio Lopes de Oliveira, na época comandante do I Comando Aéreo Regional (COMAR I), de Belém. Algo deve ter acontecido para aquela tomada de decisão, não sei o que, mas foi de fato alguma coisa que impactou os órgãos de segurança da época, o que ficou bem restrito. Eu mesmo fiquei sabendo disso recentemente, há mais ou menos oito anos, através da Revista UFO. Há pouco tempo, em viagem a Belém, indaguei algumas pessoas sobre o ocorrido e percebi que pouco se fala no assunto hoje, que o mesmo está em processo de esquecimento.
Outro episódio importante da Ufologia Brasileira é o Caso Varginha, que envolveu o Exército, com o qual acredito que o senhor não deve ter tratado desse assunto, certo? De qualquer forma, qual é sua opinião sobre este incidente? Bem, sendo da Aeronáutica, e não do Exército, fica difícil emitir uma opinião exata sobre este tema, mas considero o Caso Varginha muito forte. Todavia, por questões funcionais, sou membro do Corpo Permanente da Escola Superior de Guerra (ESG), e tenho a felicidade de me relacionar com oficiais das três Forças, além de polícias militares, funcionários públicos e da iniciativa privada, por questão dos nossos cursos na ESG e na Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG). Nas vezes que me dirigi a alguns oficiais do Exército, que de certa forma me permitiram, ao indagar sobre o que aconteceu em Varginha, todos me responderam que naquele período estavam ocorrendo exercícios militares. Esse, acredito, seja o motivo pelo qual havia uma grande movimentação de viaturas e tropas naquela semana. Em contrapartida, os ufólogos têm um arsenal de argumentos conclusivos sobre o acobertamento de seres extraterrestres supostamente recolhidos às instalações da Escola de Sargentos das Armas (ESA), da vizinha Três Corações (MG). Portanto, fica difícil ter uma exata posição, daí prefiro comentar somente o que tenho certeza.
Qual é a importância para o senhor da chamada Noite Oficial dos UFOs no Brasil, ocorrida em maio de 1986, quando 21 objetos voadores foram detectados pelos radares e perseguidos por nossos caças? A Noite Oficial dos UFOs realmente foi algo inusitado [Veja edição UFO 099]. Houve depoimento de autoridades, de pilotos e dos controladores de vôo sobre o fenômeno. Por mais que alguns queiram deturpar os fatos, revelando informações diferentes daquelas que foram externadas até em cadeia nacional de televisão. Do ponto de vista ufológico, foi uma vitória, porque se constatou a presença de artefatos voadores em nosso céu, e se determinou que não eram aviões. Sei que até hoje a Comunidade Ufológica Brasileira espera por uma explicação plausível por parte da Aeronáutica. Mas, às vezes, não há resposta para tudo dentro de um contexto temporal. Por outro lado, temos que analisar que as autoridades competentes reagiram corretamente diante de um fenômeno sem explicação. A atitude de deslocar aeronaves para a perseguição dos objetos, com a ausência de uma explicação aceitável por quem deveria ter dado a ordem, acredito ser um fato marcante e que merece ficar nos anais da pesquisa ufológica em nosso país.
Sabemos que o senhor não só conheceu como se tornou amigo do capitão da Aeronáutica Basílio Baranoff, falecido poucos meses atrás, um dos militares que mais divulgou a Ufologia em nosso país. Gostaríamos de ter sua opinião sobre esse oficial? O capitão Baranoff foi um amigo e irmão que perdi. Quando um caso acontecia no meio ufológico eu recorria a ele, porque sabia, devido ao seu afinado espírito de pesquisador, que já estava à frente, obtendo até opiniões de autoridades sobre o assunto. A atuação dele na Noite Oficial dos UFOs no Brasil, por exemplo, foi emblemática. Naquela época eu servia na Academia da Força Aérea (AFA) e, passado um mês do fato, liguei para o Baranoff e ele já tinha um levantamento detalhado do ocorrido [Que foi publicado na edição PSI-UFO 04, de janeiro de 1987, uma série precursora da UFO]. Então não houve alternativa a não ser levá-lo à AFA para proferir uma palestra aos cadetes. Embora morasse em São José dos Campos, nós estávamos sempre fazendo contato telefônico ou nos encontrávamos no Comando Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA). Por ironia da vida, naquele tempo, Baranoff sempre comentava os trabalhos feitos pela Equipe UFO, da qual hoje faço parte. Pelo fato de estar adoentado e não poder mais gozar do convívio dos ufólogos, nos últimos anos de sua vida, agora era eu quem lhe passava as informações sobre o que ocorria. Aos meus amigos ufólogos digo que o capitão Baranoff nutria profundo respeito e carinho por todos. Posso até afirmar, sem medo de errar, que em minhas últimas conversas com ele, dentre tantos assuntos que tratávamos, ele sempre se referia à maneira séria como todos os membros da Revista UFO levam a pesquisa ufológica. Lamentavelmente, em 21 de setembro do ano passado, quando liguei para sua residência, a senhora Nazaré, sua esposa, me notificou seu falecimento. Fiquei profundamente consternado. Acredito que, de onde ele estiver, estará velando para que a fenomenologia ufológica se consagre como uma realidade na interpretação dos desígnios da existência terrestre.
Nas vezes que me dirigi a alguns oficiais do Exército, que de certa forma me permitiram, ao indagar sobre o que aconteceu em Varginha, todos me responderam que naquele período estavam ocorrendo exercícios militares. Esse, acredito, seja o motivo pelo qual havia uma grande movimentação de viaturas e tropas naquela semana
Que momentos ou casos ufológicos o senhor destacaria como especiais no processo de abertura da política de sigilo quanto ao assunto em nosso país, combatida pelo movimento UFOs: Liberdade de Informação Já? Cabe mencionar o elevado grau de cortesia dispensada pelos oficiais e graduados da FAB durante a histórica e inédita visita que os membros da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU) fizeram ao Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra) e ao I Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta I), em 20 de maio de 2005. À medida que adentravam as instalações militares reservadas e questionavam os processos, métodos e operações de vigilância do espaço aéreo nacional, foram prontamente atendidos, o que denota o respeito daqueles militares pelo trabalho dos ufólogos civis. A iniciativa do Comando da Aeronáutica, de convocar os integrantes CBU a comparecerem àqueles órgãos de Brasília é resultado direto da postura do oficialato brasileiro. Dentre estes líderes destacamos, além do coronel João Adil de Oliveira, o brigadeiro Eduardo Gomes, então ministro da Aeronáutica e hoje patrono da FAB, por convocar o jornalista Fernando Cleto Nunes Pereira, ainda em 1954, a comparecer ao Estado-Maior da Aeronáutica, a fim deste prestar informações sobre as ocorrências ufológicas aos seus oficiais.
Pouca gente sabe que Adil de Oliveira e Eduardo Gomes foram militares que, em plenos anos 50, já falavam sobre discos voadores e admitiam sua existência amplamente, fazendo o Brasil ser pioneiro nesta questão. Mas há ainda outros importantes integrantes de nossas Forças Armadas que assumiram posições públicas quanto ao tema, ainda naquela época e hoje? Sim, tivemos também o brigadeiro Gervásio Duncan, chefe do Estado-Maior da Aeronáutica, por ter dado uma entrevista coletiva à imprensa, em 16 de outubro de 1954, sobre ocorrências insólitas nas proximidades da Base Aérea de Canoas (RS). O brigadeiro José Vaz da Silva, então comandante do atual IV Comando Aéreo Regional (COMAR IV), por criar, em 1969, o Sistema de Investigação de Objetos Voadores não Identificados (SIOANI), órgão que nasceu em território paulista, mas que tinha abrangência nacional para pesquisa ufológica. Além deles, temos o brigadeiro Protásio Lopes de Oliveira, já citado, que criou a Operação Prato e colocou como seu coordenador o então capitão intendente Uyrangê Hollanda para investigar as luzes noturnas nos céus do litoral fluvial do Pará. Por último, o brigadeiro Octávio Moreira Lima, então ministro da Aeronáutica que, em maio de 1986, convocou ineditamente a imprensa e admitiu que o país fora sobrevoado por 21 objetos voadores de origem desconhecida naquele memorável maio de 1986.
Como o senhor vê o momento atual da Ufologia em termos mundiais, quando vários governos e forças armadas começam a liberar seus arquivos secretos sobre UFOs? Vejo com bons olhos. É uma medida oportuna e sábia. Não há como esconder ou confundir algo que é notório. Chegou o momento de admitir que existem outras fronteiras além do nosso planeta, não necessitando evidentemente termos explicações coerentes para todas. Mas também não se pode exigir de uma pessoa ou órgão aquilo que ela ou ele não tem para dar. Por exemplo, a Casa Civil da Presidência da República, que determinou, através do Ministério da Defesa, liberar para o Arquivo Nacional os registros sobre UFOs oriundos do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra). Mas os documentos que foram liberados não parecem ser os que estavam sendo aguardados pelos ufólogos [Veja edição UFO 149]. Agora eu pergunto: será que existem outros? Por que, já que houve uma ordem superior para liberação de material acerca do Fenômeno UFO, ela deveria ter sido cumprida.
De fato, houve uma decepção geral quanto ao que foi disponibilizado no Arquivo Nacional, e que a Revista UFO já publicou em seu site, estando agora os documentos à disposição de todos. Bem, eu me lembro que o brigadeiro José Carlos Pereira, em entrevista à Revista UFO e no XI Diálogo com o Universo, revelou que a abertura dos arquivos talvez fosse decepcionar a muitos, já que as informações lá contidas não iriam impactar os ufólogos. Parece-me que é isso que está acontecendo. Se há dúvidas de que nem tudo foi liberado e há vontade em se recorrer a uma instância superior, jurídica, em hipótese nenhuma eu condeno a Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU) por tentar. Eu só presumo que não vão obter muito dados além dos que já foram liberados. Vejam que o Governo está convocando toda a sociedade para entender e participar da Política Nacional de Defesa, que não é mais exclusiva dos militares, mas de interesse de toda a Nação. Por que, então, vai se negar informações ufológicas daqui para frente, se o objetivo é termos nosso espaço aéreo bem vigiado? A Comunidade Ufológica Brasileira pode assumir papel relevante diante desses novos cenários. Portanto, pondero para que haja uma reflexão no sentido da vitória, ou seja, da liberação dos arquivos confidenciais sobre as ocorrências ufológicas.
O senhor destacaria algum movimento paralelo de rompimento no acobertamento ufológico no exterior, que seja de seu conhecimento? No tocante ao debate mundial sobre os discos voadores e a liberação dos arquivos secretos, a edição UFO 137 trouxe cobertura completa de um evento ocorrido em 12 de novembro de 2007, na sede do Clube Nacional da Imprensa, em Washington. Lá se reuniram cientistas, militares, políticos e ex-membros de agências governamentais. Pessoas como o general Wilfried de Brower, ex-chefe de operações da Força Aérea Belga, Fife Symington, ex-governador do Arizona, o capitão-aviador do Exército chileno Rodrigo Bravo Garrido, o general da Reserva da Força Aérea Iraniana Parviz Jafari, John Callahan, ex-chefe da Divisão de Acidentes, Avaliações e Investigações da Agência Federal de Aviação dos Estados Unidos e outros expoentes de nações como o Peru, a França e a Inglaterra. Eles debateram o Fenômeno UFO e a urgente necessidade dos governos divulgarem à humanidade as milenares ocorrências envolvendo estes veículos de origem extraterrestre. Este caso é um bom exemplo do que está sendo feito em termos mundiais [Nota do Editor: A organizadora do referido encontro, a jornalista Leslie Kean, aceitou a sugestão da Revista UFO e integrou ao documento produzido no evento, como signatários, o entrevistado e o brigadeiro José Carlos Pereira, além do ex-comandante da Força Aérea Portuguesa (FAP) Júlio Guerra. Assim, o Brasil e Portugal, que antes estavam fora deste importante movimento, por ação direta da UFO, agora o integram].
Com relação a uma possível interação entre ufólogos civis e o meio militar, o senhor citaria algum exemplo no passado? O Sistema de Investigação de Objetos Aéreos Não Identificados (Sioani) é um bom exemplo, pois foi o esforço de uma aliança perfeita entre os antigos pesquisadores e a Força Aérea Brasileira, através do COMAR IV, no período 1969 a 1972. E exerceu um excelente trabalho de vigilância e elucidação de vetores luminosos estranhos que nos sobrevoavam. Por que não apresentar propostas para o estabelecimento de um órgão análogo ao SIOANI hoje, que proporcionou bons serviços à sociedade? O governo francês não dispõe do Grupo de Estudos e Informações sobre Fenômenos Aeroespaciais Não Identificados [Groupement d’Etude et de Information des Phénomènes Aérospatiaux Non Identifiés, GEIPAN], citado no livro Dossiê Cometa [Código LIV-021 da coleção Biblioteca UFO. Veja no Portal UFO: ufo.com.br/biblioteca]? Será que a Inglaterra, ao admitir a presença de naves extraterrestres, como fez há poucos meses, não vai seguir o mesmo caminho da França? Esse deve ser o novo foco a ser perseguido por todos.
Que importância teve para o Brasil a missão que envolveu nosso primeiro astronauta, o coronel da Força Aérea Brasileira Marcos Pontes, inclusive em termos ufológicos? Nosso astronauta representa a saga da permanência brasileira no espaço, que, a partir daí, está preparada para alavancar o treinamento primário para astronautas no Comando Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA), como exploradores das vantagens do domínio espacial nacional e também prováveis conhecedores do Fenômeno UFO na imensidão do cosmos, como outros astronautas já experimentaram.
Qual é sua posição e visão em relação ao ceticismo que ainda impera em meio a certas “elites” intelectuais e científicas frente ao Fenômeno UFO e a existência de vida em níveis superiores no universo? A verdade é que a revolução científica e tecnológica, que tantos benefícios trouxe para a humanidade, em especial para a astronomia e astronáutica, ainda não foi objeto de revelação sobre a exobiologia. A negação da vida em outros mundos parece estar orquestrada sob o patrocínio de grupos que têm interesse neste estado de alienação. Basta dizer que autoridades de ilibado senso mental, ao fazerem declarações sobre a não explicabilidade de determinados fenômenos, foram motivo de gozo e chacota. Eu, por exemplo, quando estava servindo nos Estados Unidos, ao realizar uma missão para Base Aérea de White-Patterson, em Dayton, Ohio, passei por uma situação assim. Ao perguntar sobre o grau de veracidade das histórias de seres extraterrestres recolhidos no incidente de Roswell, que teriam sido recolhidos àquela base, fui motivos de risos e deboches por parte de colegas militares norte-americanos e brasileiros.
Não se pode exigir de uma pessoa ou órgão aquilo que ela ou ele não tem para dar. Por exemplo, a Casa Civil da Presidência da República, que determinou, através do Ministério da Defesa, liberar para o Arquivo Nacional os registros sobre UFOs oriundos do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra)
O que o senhor fez diante das chacotas de seus colegas? Restou-me levar o caso também na gozação, para a brincadeira terminar por ali. Veja que a ciência nos ofereceu uma nova anatomia do espaço, em relação àquela que aprendemos décadas atrás. Por exemplo, os planetas não existem só no Sistema Solar, mas também em outras estrelas, e o número de luas que gravitam seus orbes aumentou e vem aumentando vertiginosamente. Há 30, 40 ou 50 anos, eram totalmente diferentes dos que conhecemos hoje. Por que presidentes norte-americanos, como Jimmy Carter e Bill Clinton, pediram à CIA para revelar a verdade sobre os discos voadores e não foram atendidos? Será que o general Douglas MacArthur foi visionário ao afirmar, em 1955, após a Segunda Guerra Mundial, que o próximo conflito que houvesse seria com civilizações de outros planetas? E os astronautas Gordon Cooper e Edgar Mitchell, do programa Apollo, como o cosmonauta russo Pavel Popovich, que foram proibidos de revelar terem visto UFOs em suas respectivas missões? Estas são questões de extrema relevância e que poderiam suscitar, pelo menos, indagações nas cabeças dos “céticos planetários”.
O senhor vê alguma modificação, mesmo que não seja admitida pelo governo dos Estados Unidos, no trato da questão da vida extraterrestre com o aprofundamento das pesquisas espaciais? Vejo claramente. Sobre isso é interessante perceber a dialética de uma decisão do governo norte-americano quando se encerrou o Projeto Blue Book, em 1969, quando a corrida espacial acontecia a pleno vapor. As autoridades dos Estados Unidos perceberam que o avanço da astronáutica, levando expedições ao espaço, e o aperfeiçoamento ótico dos espelhos dos telescópios, aumentando a visão do olho humano, proporcionariam frutos superiores à simples pesquisa de campo, analisando material, consultando dados astronômicos e monitorando vôos de aeronaves. “Vida à evolução tecnológica e morte aos depoimentos as vezes psicóticos”, se dizia. Era a nova estratégia no jogo da conquista espacial. Ao olharmos a era das grandes navegações e enxergamos a enorme vontade do homem da renascença em alcançar o Novo Mundo, deparamo-nos com esse mesmo homem, hoje não mais sendo instruído pela Escola de Sagres, mas sim pela NASA e pela Agência Espacial Européia, a viver a época do encontro com inteligências alienígenas.Veja que a parafernália espacial, fruto do espetacular avanço tecnológico, está possibilitando ao homem ampliar o seu conhecimento sobre outros planetas vizinhos.
Durante muito tempo, e mesmo ainda hoje, existe crença na existência de uma espécie de “colégio invisível”, naturalmente sem estrutura formal, que envolveria cientistas, militares e outros notáveis num grupo secreto que não só estudaria a fundo o Fenômeno UFO, como periodicamente se manifestaria na busca da revelação da verdade sobre a presença extraterrestre. Como o senhor vê este tipo de colocação? Se há um elenco de personalidades que negam a existência de inteligências extraterrestres, felizmente existem outras que, através de fatos e posicionamentos, proporcionam o entendimento da questão ufológica. A começar, destaco novamente seu livro UFO: Arquivo Confidencial, em que você, Petit, menciona a palestra do então coronel-aviador Adil de Oliveira na ADESG, em 02 de novembro de 1954. Veja bem, isso ocorreu há mais de cinco décadas. E naquela ocasião, aquele oficial, depois elevado a brigadeiro, já falava para um seleto auditório sobre o fenômeno dos discos voadores e dizia que “deveria ser tratado com seriedade, uma vez que quase todos os governos das grandes potências se interessavam por ele de forma circunspeta e reservada, dado o seu interesse militar”. A obra é um documento de extrema relevância para o esclarecimento de nossas elites interessadas na temática ufológica, principalmente a militar. É uma narrativa apresentando fatos envolvendo as três Forças Armadas.
O que os militares brasileiros envolvidos com a inteligência estratégica pensam e como se manifestam sobre o tema? Dentro da metodologia daquilo que os militares chamam de inteligência estratégica há dados que podem se transformar em conhecimento. Tanto que me senti compelido a ofertar seu livro a algumas organizações da Aeronáutica, para possíveis consultas em caso de montagem de futuros cenários relacionados à presença alienígena na Terra. A obra aborda a investigação ufológica oficial da Aeronáutica em vários casos, todos de extremo significado ao meio militar nacional.
O senhor acredita na teoria, bem popular dentro da Ufologia, de que muitos governantes sabem da realidade da presença alienígena na Terra? Sim, e vale à pena verificar depoimentos de personalidades como os presidentes norte-americanos Carter e Clinton, já citados, e mais ainda Dwight D. Eisenhower e Ronald Reagan, assim como os ministros Nikita Kruchov e Mikail Gorbachov, da extinta União Soviética, que se preocupavam com a defesa planetária, com temor de uma suposta ameaça proveniente do espaço. Neste aspecto, os astronautas Cooper e Mitchell foram implacáveis na afirmação de que assistiram evoluções de UFOs em seus vôos, mesmo contrariando ordens expressas de se calarem. E o que dizer das observações feitas por outros astronautas, como Scott Carter, da Aurora 7, em maio de 1962, Charles Conrad, da Gemini 5, em março de 1964, Frank Borman da Gemini 7, em dezembro de 1965, e muitos outros que viram e fotografaram corpos estranhos acompanhando seus movimentos orbitais?
Certamente estes homens, com suas reputações, não iriam ferir a sociedade científica a que pertencem com relatos fúteis e sensacionalistas. Naturalmente, e nenhum deles precisava de reputações bisonhas associadas a “esquisitices” ligadas a UFOs. Não muito longe no tempo, também mencionaria a figura do saudoso general Alfredo Moacyr de Mendonça Uchôa, militar insigne, professor de cálculo vetorial na antiga Escola Militar do Realengo e professor de mecânica racional da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), ao relatar suas experiências com UFOs na Fazenda Vale do Rio do Ouro, nas cercanias de Alexânia (GO), no fim da década de 60 e nos primeiros anos da de 70. Inclusive em suas palestras ele já abordava a existência informal desse colegiado especial, ciente da importância do estudo do Fenômeno UFO.
Qual é sua visão sobre a maneira com que hoje nossas Forças Armadas vêem o movimento UFOs: Liberdade de Informação Já, liderado pela Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU)? Existe respeito e consideração do Governo por ela, em especial da Aeronáutica, e isto foi conquistado pelo trabalho sério que vocês vêm desempenhando. Esta situação não pode se esvanecer. Na minha percepção, o olhar deve ser de vanguarda, analisando a sucessão dos fatos e estabelecendo uma via de mão-dupla, em que as ocorrências ufológicas que venham a acontecer daqui para frente sejam analisadas em conjunto, envolvendo pesquisadores de UFOs e analistas da comunidade de inteligência. Vejo a abertura dos arquivos secretos como um marco, pois agora os documentos de classificação sigilosa, em vez de serem simplesmente guardados em frios arquivos, se tornaram peças fundamentais para os processos de análise integrada, entre as partes interessadas, e de busca por esclarecimentos que atendam à segurança do país. Acredito essa ser a mais sensata linha de conduta na equação do problema dos discos voadores.
Gostaria que o senhor deixasse uma mensagem final para os leitores da UFO que, com certeza, apreciarão muito esta entrevista. Tenham certeza de que o deboche e zombaria frente o Fenômeno UFO estão chegando ao fim. Estas são posturas dos que estão na contramão da evolução científica. Como devem ter sido escarnecidos os defensores da física quântica pelos ideólogos mecanicistas. Estamos presenciando o desaparecimento do cientista especialista, unívoco na visão de seus estudos, para observar o surgimento do pesquisador com interpretação plural anatômica da natureza. O seu olhar percebe a “teia da vida”. Assim como a matemática admite infinidade de limites na escala dos números reais e imaginários, projetando pontos infinitesimais no plano complexo, na concepção de Gauss, a astronomia, a telescopia e a astronáutica não podem prescindir das fronteiras da abstração mental, que irão nos aproximar de maneira definitiva das entidades inteligentes presentes em outros mundos.