Na primeira parte dessa entrevista, publicada na edição passada, UFO 187, ouvimos do doutor David Jacobs revelações espantosas sobre como ocorrem as chamadas abduções alienígenas. “Nossos abdutores não nos dão informações sobre sua origem ou objetivos, não querem compartilhar conosco os aspectos técnicos de seus procedimentos, não desejam ser descobertos e muito menos interrompidos no que estão fazendo”, declarou o professor de história americana e cultura do século XX na conceituada Universidade de Temple, na Filadélfia. Mas se isso já foi suficiente para fazer o leitor ver que estava diante de uma entrevista única — pois, afinal, ninguém em todo o mundo tem mais experiência com o tema do que ele —, o que vem nessa segunda parte do material vai deixá-lo ainda mais surpreso. Para Jacobs, que tem título de Ph.D., as abduções são um processo que pode ter começado há décadas, ou mesmo séculos, e que vem ocorrendo 24 horas por dia, sete dias por semana, ano após ano. “Isso teve um começo e está em franco desenvolvimento, com aliens monitorando ininterruptamente milhares de pessoas que abduzem. Mas não temos ideia da razão que os levam a fazer isso e muito menos quando esse processo vai parar”.
A controvérsia do assunto
Para o especialista, a comunidade acadêmica precisa urgentemente abrir os olhos para a questão, mas ele não acredita que isso ocorrerá. Ousado em suas afirmações, pela enorme experiência adquirida em décadas de pesquisas, Jacobs teve sua atenção despertada para a questão com a clássica abdução de Barney e Betty Hill, nos anos 60. E foi o primeiro a atingir o título de doutor por uma universidade dos Estados Unidos com um trabalho sobre o Fenômeno UFO, em 1973.
Sua tese de doutorado tratou da polêmica a respeito dos UFOs naquele país e o levou, apenas dois anos depois, a ter o também primeiro livro sobre a presença alienígena na Terra lançado por uma universidade, The UFO Controversy in America [A Controvérsia dos UFOs na América, University of Indiana, 1975]. Mas foi apenas nos anos 80, com o gradativo fortalecimento de uma intensa amizade com o também estudioso de abduções alienígenas Budd Hopkins, falecido em agosto de 2011 [Veja edição UFO 182], que David Jacobs aperfeiçoou seu conhecimento do tema. O entrevistado, que hoje dedica a maior parte de seu tempo e energia à pesquisa dos sequestros por extraterrestres, já conduziu mais de 900 sessões de regressão hipnótica em cerca de 1.400 abduzidos.
A influência de Hopkins sobre seu estilo é marcante. “Fiquei impressionado com seu trabalho pioneiro, apresentado no livro Missing Time [Tempo Perdido, Berkley Press, 1981]. Budd investigou grande número de pessoas que tiveram experiências de abdução, e o que mais me chamou a atenção foi sua pesquisa cuidadosa”, disse. Para ele, Hopkins foi o pioneiro que abriu o fenômeno para uma análise mais sistemática, encontrando vários padrões nelas. De fato, mas, infelizmente, isso não foi suficiente para atrair um maior número de estudiosos para o tema, especialmente cientistas. “Há poucos pesquisadores de abduções em atividade atualmente, e quem se dedica a elas tem que ter atributos e qualidades específicas, que são raras”, lamenta Jacobs.
Eles são bons ou maus?
Considerado de longe o aspecto mais complexo, controverso e delicado da Ufologia, as abduções estão longe de ter uma resposta. “Como tudo começou, não sabemos. E como vai acabar, muito menos. Mas temos que encarar esse fenômeno de frente e começar a pensar seriamente o que fazer a respeito”, diz. Jacobs sabe do que fala, amparado por uma pesquisa que realizou com mais de 1.200 alunos da Universidade de Temple, durante a qual se descobriu que cerca de 5% deles podem ter tido experiências de abdução. Mas, afinal, nossos abdutores são bons ou maus? E representam uma ameaça à raça humana? “Nem uma coisa, nem outra. Eles estão aqui realizando um programa bem delineado, que visa selecionar e abduzir o máximo de pessoas, das quais invariavelmente extraem sêmen e óvulos para geração de uma espécie híbrida, meio humana, meio extraterrestre”, diz o especialista.
Nossos problemas são nossos
Autor de A Vida Secreta: Relatos Cientificamente Documentados de Casos de Sequestros por Alienígenas [Rosa dos Tempos, 1992], A Ameaça: Objetivos e Planos dos Alienígenas [Rosa dos Tempos, 2002] e UFOs and Abductions: Challenging the Borders of Knowledge [UFOs e Abduções: Desafiando os Limites do Conhecimento, Kansas University Press, 2000], ainda não publicado no país, David Jacobs é pragmático quanto ao objetivo dos ETs. Para ele, a ideia de que estariam aqui para salvar o planeta ou a humanidade é utópico — eles estariam aqui por suas próprias razões, e não por algum tipo de bondade para com a raça humana. “Nossos abdutores não estão interessados em nossos problemas, não transferem sua tecnologia para nos ajudar, não transmitem conhecimentos e não nos alertam quanto a problemas no futuro”.
Embora uma incógnita para boa parte da Comunidade Ufológica Mundial e uma bizarrice para o meio acadêmico, os sequestros por extraterrestres são uma realidade inquestionável, com características já claramente definidas — como o fato de serem um fenômeno genético e familiar, ou seja, se um pai, mãe ou ambos são levados, seus filhos ou netos também serão. “E tem mais: não importa a classe social, a cultura, a religião ou a cor da pele do cidadão. Se a abdução começou com alguém da família, ela vai perdurar para sempre”, diz David Jacobs, que é consultor da Revista UFO desde 2005 e apresenta aos leitores fatos inéditos e estarrecedores sobre as abduções na segunda parte dessa entrevista.
Após décadas de pesquisa das abduções, o senhor desenvolveu seu próprio método para conduzir uma hipnose cuidadosamente e sem influências. Poderia nos dar algumas dicas sobre como fazê-las? Bem, no começo, fazer uma regressão hipnótica em um abduzido é bastante difícil, pois você deve aprender a reconhecer o que é verdadeiro e o que é falso em suas reações. Eu faço uma hipnose, digamos, light, ou seja, realizo o que chamo de indução relaxante. Algumas pessoas acham que não podem ser hipnotizadas ou não conseguem entrar em transe profundo para serem hipnotizadas, mas isso realmente não importa.
As abduções tiveram um começo e estão em franco desenvolvimento, com aliens monitorando ininterruptamente milhares de pessoas que abduzem. Mas não temos ideia da razão que os levam a fazer isso e muito menos quando esse processo vai parar.
Como assim? A pessoa não tem que estar totalmente em transe para que a hipnose tenha efeito? Nem sempre. Algumas vezes eu refaço a indução novamente, mas o mais importante é como você faz as perguntas ao abduzido, quais perguntas você faz a ele e em que respostas dele você pode acreditar.
Gostaria de tratar desse ponto, das perguntas que devem ser feitas, pois é aí, acredito, que a indução na memória dos abduzidos pode ser realizada. Deve-se ter o máximo de cuidado quando se chega nesse ponto, não? Exato. Quando você faz uma indução, a pessoa vai responder às suas perguntas e irá consultar suas memórias sem muita dificuldade. Mas depois de um determinado número de sessões hipnóticas, eu mudo o andamento do processo para algo mais casual — um estilo mais de conversação, que permite um contato mais confiável entre pesquisador e abduzido. Para chegar a esse ponto, posso desafiá-lo ou aceitar tudo o que ele disser durante a sessão. Ou seja, nesse ponto eu não o interrogo, mas discuto suas experiências com ele. Entretanto, cada pergunta que eu faço ao abduzido é baseada em uma linha de raciocínio, sem conduzir seus pensamentos.
Ou seja, o senhor vive no limite entre o que o abduzido diz e o que ele poderia dizer. Não é estar no limiar do que pode ser realidade e fantasia? Sim, é verdade. Se o abduzido me diz durante uma sessão alguma coisa que eu nunca ouvi antes de outros, tenho extrema cautela para continuar o procedimento, pois isso pode me levar a fazer perguntas que me distanciariam do fato real. É importante que se diga que o indivíduo tem noção perfeita do que está ocorrendo durante o processo, pois não está em um estado inconsciente. Por exemplo, no meio de uma sessão os abduzidos pedem para ir ao banheiro ou para parar por uns momentos, porque estão muito cansados. Eles conversam comigo em algumas oportunidades e, portanto, sabem que mesmo recordando de suas experiências pela primeira vez, são eles que estão no controle do trabalho.
Esse trabalho parece requerer muita concentração, atenção e conhecimento real sobre como lidar com o assunto. O que um pesquisador iniciante nessa área deve saber para começar suas investigações? Tudo o que eu aprendi ao longo desses anos foi baseado em erros e acertos — não existe um guia para esse trabalho e a maioria dos hipnólogos não consegue estabelecer um padrão único. A primeira coisa que o pesquisador iniciante precisa é saber o máximo possível sobre as abduções. Sem isso ele não saberá o que o abduzido está falando. Outra coisa extremamente importante é que a pessoa sob hipnose nem sempre relata exatamente o que aconteceu a ela — é como se aquilo estivesse acontecendo naquele instante, revivendo a experiência. Se o pesquisador interpretar instantaneamente o que o abduzido estiver dizendo, estará cometendo um erro incorrigível. O hipnólogo deve aprender a compreender quando a pessoa se distancia da verdade e começar a fantasiar, e como lidar com isso. Também é relevante interpretar qual é o assunto que está sendo discutido e, especialmente, fazer as perguntas corretas — tudo isso deve ser aprendido pelo candidato a investigador de abduções. Após tantos anos de estudos, estou colocando toda a minha metodologia em um livro, e quem estiver interessado poderá tê-lo como uma ferramenta a mais.
Após tantos anos de pesquisas, o senhor acha que descobriu o motivo pelo qual os aliens nos abduzem? Literalmente, o que os alienígenas estão fazendo atende a um programa estabelecido de sequestros de seres humanos que está em andamento há muito tempo. Quando os pesquisadores do tema passaram a entender mais sobre esse fenômeno, concluiu-se que os abdutores tinham o objetivo de nos investigar, que estavam capturando pessoas para fazer experimentos científicos e depois devolvê-las à Terra, e que por isso o processo estaria ocorrendo repetidamente. Enfim, os ufólogos concluíram que nossos visitantes estariam conduzindo um estudo de longa duração e coletando dados — crença que dava à sociedade uma falsa sensação de conforto, pois isso sugeria uma intenção científica, não hostil. Mas…
Eles não são bonzinhos
Mas o que, doutor Jacobs? Parece que o senhor tem algo sério a dizer… Sim, tenho. Esse “mas” quer dizer que os propósitos de nossos abdutores são sim científicos, mas não têm nada de amigáveis — eles não são bonzinhos, como pensamos. Quando aprendemos mais sobre os procedimentos que são administrados nos abduzidos, sobre todos os eventos que ocorrem a bordo dos UFOs, muita coisa mudou em nossas opiniões a respeito do tema. Budd Hopkins, em seu trabalho, concluiu que eles estão criando seres híbridos com o uso de esperma e óvulos humanos — e juntos descobrimos também que o aspecto reprodutivo das abduções é de suma importância para as espécies que fazem os sequestros. Claro que também esclarecemos muitas outras coisas sobre esses processos, mas a derradeira pergunta que temos que fazer é: por que eles estão nos abduzindo? Isso, no entanto, permanece um mistério.
Então, podemos acreditar que tais avançadas espécies estão aqui para criar híbridos a partir de nós, gerando novos seres? Mas para que, para nos substituir na Terra ou para povoar outros planetas? Bem, sim e não novamente. Eu acredito que esse seja um fenômeno reprodutivo planejado cuidadosamente, e que os aliens estão aqui para produzir seres com aparência humana, ou seja, que possam viver entre nós sem serem notados. Sei que essa afirmação é impactante e fico até um tanto sem jeito de dizer isso, mas todas as evidências que encontrei durante meus anos de pesquisas me levam a concluir exatamente isso. Porém, não sei por que razão eles querem integrar a nossa sociedade — ou se querem mesmo nos dominar.
Tudo o que eu aprendi ao longo desses anos foi baseado em erros e acertos — não existe um guia para esse trabalho e os hipnólogos não conseguem estabelecer um padrão único. O pesquisador precisa saber o máximo possível sobre as abduções.
O senhor disse que não sabe a razão desse processo estar ocorrendo, mas acha que tenha também a finalidade de criar híbridos para colocá-los em outros mundos? Talvez, mas em minhas sessões de hipnose, quando consigo saber através dos abduzidos o que híbridos e alienígenas falam sobre o futuro, é sempre sobre a Terra — nunca sobre outro orbe ou mesmo sobre seu planeta de origem ou algum lugar utópico que estariam criando em alguma parte do universo. É sempre sobre a Terra. Gostaria que não fosse assim, mas ouço isso há mais de 25 anos. No início das minhas pesquisas eu pensava que os aliens estavam fazendo isso porque precisavam de alguma coisa nossa, material genético humano, por exemplo, para sustentá-los ou para manter sua espécie. Talvez os híbridos estejam sendo gerados para trabalhar em outros planetas, não sei. Evidências disso nunca surgiram, mas as demonstrações de que eles estão aqui na Terra são enormes.
Esse é um assunto muito sério e controverso, além de fascinante. Também já se falou que os ETs teriam úteros artificiais para cuidar dos fetos híbridos, isso é verdade? Sim. O núcleo do seu programa de abdução é o processo de reprodução, quando os aliens coletam esperma e óvulos humanos, produzem fetos e os incubam em mulheres — sem que elas saibam, é claro — para produzir seres que são parte humanos, parte aliens. Eles também passam a manter contatos mentais e físicos com esses híbridos, após nascerem, para avaliar seu desenvolvimento na Terra. Muitos abduzidos falam sobre aparelhos que chamo de “unidades de gestação extrauterina”, mas somente após anos de pesquisa e centenas de relatos foi que eu entendi os procedimentos e razões para isso.
E como o senhor chegou a compreender esse processo? Isso ocorreu ao longo de muitos anos, entrevistando mulheres abduzidas que relatavam misteriosos procedimentos ginecológicos que ocorriam durante sua gravidez. Algumas descreveram sentir algum tipo de pressão, como se os abdutores estivessem colocando ar na área ao redor de seus órgãos reprodutores — elas diziam que parecia que seus órgãos estavam sendo movidos de um lugar para outro para se criar mais espaço dentro da cavidade uterina ou em algum lugar na área pélvica. Várias abduzidas relataram o mesmo procedimento e sensação. Por exemplo, Barbara Archer, em 1988, Lucy Sanders, em 1989, e Belinda Simpson, em 1991, são abduzidas que narraram ter passado por tais procedimentos.
Manipulação de genitais
Mas quando essas mulheres iam aos seus ginecologistas, os profissionais não notavam nada de anormal? Diversas delas me contaram que, quando seus médicos comentavam sobre a posição de seus ovários, eles pareciam ter sido empurrados para um lado ou pressionados em direção às trompas de falópio. Algumas relataram ter seus ovários cicatrizados, o que é consistente com a teoria de que em algumas situações os óvulos são retirados diretamente deles. No entanto, um dos mais importantes indícios de que algum procedimento está ocorrendo é a dor ginecológica.
Como assim, doutor Jacobs? Como já disse, a minha primeira paciente foi Melissa Bucknell, cujo caso teve início em março de 1987, quando acordou com uma terrível dor ginecológica que mal a deixava sentar. Essa dor continuou por algum tempo e ela acreditava que era causada por implantes que haviam sido inseridos em seu corpo. Em minha pesquisa, descobri que tais aparelhos — como microchips — são colocados nos abduzidos geralmente através do nariz ou das orelhas. Em uma dessas crises, eu levei Melissa — que não estava grávida — a um ginecologista para ver o que estava havendo com ela. Era o doutor Daniel Treller, que verificou que sua área pélvica estava muito sensível e requisitou um exame de ultrassom, logo descobrindo uma anomalia.
Que estranha anomalia era essa? Poderia detalhar? Em seu ovário direito havia alguma coisa estranha, algo pequeno e que parecia orgânico, mas que logicamente não deveria estar ali. Ninguém jamais havia visto algo parecido no corpo de alguém. Suspeitando de que poderia se tratar de uma gravidez, o doutor Treller pediu um hemograma, mas o resultado foi negativo. Melissa insistia que aquela “massa” em seu corpo era um implante e que não queria removê-lo ou mexer nele, pois estava bastante desequilibrada naquele momento. Então, o médico pediu que ela retornasse em uma semana para analisar a evolução do quadro. Mas, ao sair do consultório, Melissa disse que jamais voltaria e que não queria que o implante fosse “perturbado” — mesmo apesar de continuar sentindo muita dor.
Qual foi o desfecho de seu quadro? Por várias semanas eu tentei persuadi-la a fazer um novo ultrassom, e quase um mês após a primeira consulta eu finalmente consegui convencê-la a realizar o exame. Mas, para surpresa de todos e espanto do doutor Treller, o espaço onde estava aquela “massa” ainda estava no corpo de Melissa, mas a coisa em si havia sumido — restou o que parecia ser a cavidade onde algo tinha sido colocado.
O senhor está querendo dizer que abdutores usaram uma parte de seu corpo para manter um feto, ou seja, que ela estava tecnicamente grávida, mas que depois o retiraram de Melissa? Não posso afirmar isso com total certeza, mas o caso dela permaneceu um mistério por muitos anos. Tive que investigar várias ocorrências similares para traçar uma teoria lógica do que havia ocorrido com Melissa, e isso passou pelo fantástico caso de Lydia Goldman, que em março de 1992 me contou um episódio extraordinário.
Sensação de gravidez
O relato de Lydia está no seu livro A Vida Secreta [Rosa Dos Tempos, 1998], e é muito interessante. Poderia nos dizer alguma coisa a respeito? Sim, isso mesmo. Desde 1989 eu fiz sete sessões de hipnose com essa senhora, hoje com 60 anos, pois ela sabia que vinha sendo abduzida durante toda a sua vida. Em 1992, Lydia acordou com a sensação de que estava grávida, uma emoção bem comum às mulheres, mas que era impossível para ela — não apenas por causa de sua idade, mas devido ao fato de ela não estar tendo relações sexuais com ninguém e, ainda, por ter feito uma histerectomia [Retirada do útero]. Mesmo assim, Lydia desenvolveu os sintomas normais de uma gravidez: começou a reter líquido, seus seios cresceram e tinha enjoos matinais. Eram as mesmas sensações de quando tinha ficado grávida de sua filha. Poucas semanas depois, o lado direito de seu abdome apresentou um leve aumento e, então, para seu horror, começou a sentir algo se movendo dentro de si, como se tivesse um feto. Ou ela estava ficando louca ou algo estava ocorrendo com Lydia, mas a senhora relutava em ir ao ginecologista porque temia que ele dissesse que iria perder o feto, caso estivesse mesmo grávida. Ela acabou marcando uma consulta, mas, uma semana antes, acordou diferente, sem inchaço e sem os sintomas de gravidez, que haviam simplesmente sumido.
O núcleo do programa de abdução alienígena é o processo de reprodução, quando eles coletam esperma e óvulos humanos, produzem fetos e os incubam em mulheres para produzir seres que são parte humanos, parte extraterrestres.
O que o senhor pensa ter ocorrido à Lydia Goldman? Bem, quando ela me contou o que se passou, fiquei muito curioso, porque naquela época já sabíamos que os ETs pegavam óvulos e esperma humanos, os fertilizavam in vitro, adicionando aos fetos algum material genético alienígena, e depois colocavam os embriões híbridos em úteros de mulheres já previamente selecionadas. Até aí, “normal”. Mas eu estava diante de uma mulher em plena menopausa, sem útero ou ovários, e isso era incrível. Lydia e eu concordamos em realizar uma sessão de hipnose regressiva, e foi aí que toda a história veio à tona. Durante o processo fomos vendo que ela teve uma abdução convencional, e logo depois começou a contar que foram feitos exames internos em seu corpo, pelos abdutores.
Que tipos de exames eram aqueles? Ela me dizia: “Eles estão segurando alguma coisa, como se segura um bebê, mas não é um bebê, e sim algo que se parece com uma lagosta. Minhas pernas estão levantadas e eles estão na minha frente”. Isso me fez rever seu caso, o que levou à conclusão de que o implante do qual ela falava não era um aparelho tecnológico, um microchip, como Lydia havia pensado, mas um implante fetal extrauterino próximo do ovário. Assim, sua preocupação em não removê-lo naquela época fazia sentido — ela poderia, inconscientemente, saber que qualquer interferência iria prejudicar o feto. Agora tudo se encaixava, como o sentimento de introdução de ar acompanhado por uma sensação de “estar cheia” e de que seus órgãos foram mudados de local.
Ao que parece, tudo isso era uma preparação do espaço abdominal para Lydia receber uma unidade gestacional extrauterina, como o senhor diz. Mas quais são as implicações disso? Sim, e as implicações são impressionantes. A começar pelo fato de que não importa se as mulheres estejam férteis ou não, e nem mesmo se tenham ainda úteros e ovários, porque elas podem gerar bebês híbridos nelas introduzidos pelos abdutores. Ou seja, eles conseguem colocar nas mulheres implantes fetais uterinos assim como unidades gestacionais extrauterinas — e tais unidades podem servir de camuflagem para o processo no organismo, pois, além de tudo, não ativam o hormônio humano gonadotropina, que é registrado em testes de gravidez. Assim, a conclusão é de que, na teoria, os aliens já produziram centenas de milhares de híbridos.
Mas o que acontece com todos esses bebês? Para onde vão quando crescem, viram crianças, adolescentes e depois adultos? Essa é a pergunta central do fenômeno das abduções. A título de exercício mental, consideremos que esse processo de fertilização esteja ocorrendo há pelo menos cinco décadas, o que significa que hoje os primeiros híbridos teriam 50 anos. Mas onde estão eles, se não há indícios de que estejam na Terra? Podemos deduzir que estejam sendo levados para outros planetas? Talvez, pois, como eu disse, eles podem estar sendo usados como mão de obra em algum outro mundo — algumas mulheres abduzidas acreditam que seriam usados para povoar outros planetas. A respeito disso, um caso bem interessante é o de Karen Morgan, que disse, durante uma regressão hipnótica, ter ouvido uma voz em sua cabeça que a orientou para olhar as crianças do futuro, quando ela viu três crianças brincando juntas. Hipnotizada, disse que ouviu em sua cabeça a frase: “Observe as crianças brincando. Essas são as crianças do futuro. Juntos nós as fizemos, construímos alguma coisa”. Mas, na verdade, não sabemos o que isso significa e nem qual será o desfecho das abduções.
Como se sabe, em uma gravidez sempre há o risco de um aborto espontâneo, tanto que durante os três primeiros meses de gestação esse é o maior perigo. Então, como os aliens protegem “seus” fetos inseridos em abduzidas humanas para que isso não ocorra? Ou mesmo para que seus ginecologistas não descubram a unidade gestacional? Após anos de estudos, ficou bem claro que os alienígenas impedem isso removendo qualquer tipo de evidência crítica antes que as abduzidas tomem alguma atitude, como ir ao médico, por exemplo. Em muitas situações, elas relatam ter marcado uma sessão para a realização de um aborto, mas quando chegam a se submeter a um, não há mais nada em seus corpos — os abdutores agem antes e removem os fetos, que, estima-se, podem ter sua gestação continuada in vitro.
Monitoração dos abduzidos
Como eles sabem que “suas” abduzidas vão fazer aborto e em determinada data? Pelo monitoramento constante que fazem delas. Esse é o caso de Claudia Negron, por exemplo, que criou duas crianças antes de voltar à faculdade e se formar. Ela descreveu o processo de remoção de um embrião que ocorreu em uma de suas abduções. Disse que primeiro viu um instrumento longo que os alienígenas inseriram nela. “Nunca tinha visto nada igual aquilo, mas sei que era para eles fazerem bebês”, disse Claudia. Segundo a abduzida, os seres removem os fetos inseridos em mulheres gestantes de híbridos antes de eles ficarem grandes e detectáveis. Ainda de acordo com Claudia, e outras mulheres que me relataram o mesmo fato, os aliens monitoram os pensamentos das gestantes para proteger sua gravidez.
Mas isso implica em que eles observem todos os pensamentos de incontáveis abduzidos durante 24 horas por dia, sete dias por semana. Ou teriam um sistema de monitoramento seletivo? Se a monitoração é contínua, então tudo o que um abduzido ou abduzida pensa é registrado por eles, é gravado, avaliado e talvez descartado se não tiver importância. Mas parece que esse monitoramento não tem um padrão fixo — os alienígenas apenas ficariam atentos a qualquer coisa que pudesse ocorrer com suas “hospedeiras”. Por exemplo, se uma delas sofre algum arranhão, um machucado, muda a cor do cabelo, faz uma tatuagem etc, eles inspecionam a área atingida durante uma nova abdução e perguntam para a pessoa qual o significado daquilo ou como ocorreu. Se estivessem observando seus abduzidos 24 horas por dia, sete dias por semana, então deveriam saber a resposta, não é certo? Por isso, penso que eles devem monitorar suas vítimas de forma seletiva — e fazem “filtros” relacionados a assuntos específicos. Se uma abduzida pensa em ir a um shopping, eles não se interessam, mas se ela pensa em tomar algum remédio, um sinal de alerta é ligado.
Interessante. E com Melissa, eles não tiveram tempo de agir? Provavelmente, não. Quando corri com ela para o ginecologista, para realizar os exames, os abdutores não tiveram tempo suficiente para fazer qualquer coisa, pois foi uma decisão inesperada para eles — mas não sei por que deixaram o feto nela mesmo após o exame apontar algo.
Tendo Melissa rejeitado qualquer ação que fosse retirar a “massa” de seu corpo ou algo que a prejudicasse, será que os abdutores não deram uma ordem a ela, inconscientemente, a fim de fazê-la impedir a remoção do feto híbrido? O embrião poderia ser ainda muito jovem e, se retirado pelos ETs antes de sua descoberta pelos médicos, poderia morrer. Excelente raciocínio. Especialmente se levarmos em consideração que os aliens monitoram nossos pensamentos através de implantes — a maioria dos abduzidos tem um em seus corpos, quase sempre inserido através do nariz ou da orelha. É comum também registros de implantes nas pernas, braços e pescoço. Claudia contou que, quando teve um objeto implantando em seu nariz, o abdutor lhe disse que precisavam saber como ela via o mundo, como interpretava as coisas enquanto elas ocorriam. “Eles queriam saber como eu reagia a qualquer situação, pois isso é importante para sua pesquisa e para saber o que esperar da criancinha que vai nascer, quando ficar mais velha”, disse-me ela.
Então o senhor defende que os implantes, tema tão controverso na Ufologia, são mesmo reais? Sim, eles existem, mas suas funções exatas permanecem sob especulações. Sabemos que são aparelhos multifuncionais complexos, que servem para monitorar ou afetar os níveis de hormônio para lactação, menstruação, ovulação e gravidez — e também devem servir para rastrear os abduzidos. Os implantes inseridos pelo nariz e orelha devem ter vários propósitos, que merecem discussão. O certo, no entanto, é que os aliens vão até as últimas consequências para proteger uma gravidez, e se uma abduzida pensa em aborto, eles interferem no ato.
Por que a mídia não dá atenção aos resultados de análises de implantes retirados de corpos de abduzidos, um trabalho muito bem feito, por exemplo, pelo doutor Roger Leir [Consultor da Revista UFO]? Se eles são microchips extraterrestres, isso seria a prova de que precisamos para afirmar e comprovar que outras espécies cósmicas estão aqui abduzindo pessoas, não é verdade? Sim, é verdade, mas ainda não foi provado que os implantes são extraterrestres. Eu sei que o doutor Leir tem feito um trabalho fantástico nessa área, mas embora os resultados sejam interessantes, eles não foram suficientes para persuadir a comunidade científica a olhar tais microchips com interesse. Eu acho que temos que pegar um implante e mostrar como funciona — só assim teríamos sucesso em acordar os meios científicos. Mas o principal empecilho para tudo isso é que os cientistas se recusam a estudar tais artefatos e até mesmo as abduções, pois não acreditam em alienígenas e acham bobagem dizer que seres de outros mundos estariam aqui abduzindo pessoas e implantando aparelhos nelas. Mas, enfim, como J. A. Hynek uma vez disse, “nem sempre os cientistas fazem ciência”.
Não importa se as mulheres já não tenham úteros e ovários, porque elas podem gerar bebês híbridos nelas introduzidos pelos abdutores. Os implantes fetais são uma realidade.
Mesmo assim, se é como o doutor Leir afirma, que análises de alguns implantes mostraram que são feitos de materiais desconhecidos na Terra ou tão puros que seriam impossíveis de reproduzi-los com nossa tecnologia atual, por que ainda é tão difícil um cientista se interessar em estudá-los? Isso certamente lhe daria um prêmio Nobel. Bem, o problema é que todas as coisas no universo são feitas dos mesmos materiais, algumas com mais ou menos pureza — os elementos químicos gasosos, líquidos ou metálicos que temos na Terra estão por todo o cosmos. E se algo com extrema pureza é descoberto, isso não significa necessariamente que tenha vindo de outro planeta. Enfim, creio que o doutor Leir está fazendo um ótimo trabalho e que logo sua pesquisa vai encontrar algo que despertará a atenção da comunidade científica, mas, até lá, não temos nada concreto…
Relações sexuais com humanos
Dentro da literatura ufológica também temos casos em que seres extraterrestres mantiveram relações sexuais com humanos buscando uma fecundação direta. Entretanto, há situações bem menos conhecidas em que humanos são obrigados a ter relações com outros abduzidos a bordo de UFOs. Por que isso ocorre? Há anos os abduzidos que entrevisto vêm relatando terem sido forçados a manter relações sexuais com outros seres humanos a bordo de naves. Esses casos são extremamente inquietantes, já que os abdutores — que forçam tais atos — têm tecnologia para retirar esperma, óvulos e depois inserir o embrião em mulheres terrestres. Assim, não tem muito sentido que forcem seres humanos a fazer sexo entre si em seus veículos. Para explicar isso, a melhor teoria é a que estariam interessados no aspecto emocional do ato sexual, algo que vai além da geração de embriões.
Como assim, doutor Jacobs? Os abdutores querem saber o que os humanos sentem quando fazem sexo? Parece que sim e penso ter descoberto o que pode ser a razão disso. Para entender o processo é importante saber que o sexo ocorre após os aliens terem feito uma análise completa dos indivíduos que passarão pelo ato. Eles colocam o homem e a mulher juntos em um local para fazerem sexo, mas antes que o homem chegue ao orgasmo, separam o casal para que ele ejacule dentro de um recipiente. Durante sessões de hipnose, os abduzidos apresentam as mais diferentes formas de estado emocional. Alguns são neutros, outros até gostam do que lhes ocorre — mas muitos se sentem culpados ou humilhados. Uma de minhas pacientes, Lucy Simpson, disse sob hipnose que o homem que fez sexo com ela pediu desculpas quando os aliens os separaram. A via alternativa a esse processo, digamos assim, é quando os abdutores coletam esperma através de aparelhos colocados no pênis, uma técnica que aparentemente não é à prova de falhas. Mas os abdutores parecem não dar atenção exclusiva às reações emocionais dos humanos — eles querem também conhecer as reações fisiológicas do homem, isso é, como se dá a ejaculação.
Esse processo sempre dá certo? Será que o estado psicológico do indivíduo não afeta sua libido e consequentemente atrapalha o ato? Sim, existem evidências de que mesmo com certas técnicas o homem pode falhar nesse momento — como também de que pode ter uma performance excepcional. Joel Samuelson, 40 anos, empresário na Pensilvânia, relatou um caso bizarro em que aliens colocaram um aparelho em seu pênis para recolher o esperma. Mas, logo depois do orgasmo, ele foi levado a uma sala onde havia uma mulher e manteve relação com ela também. Enquanto eu ouvia seu relato, me ocorreu que eles são capazes de fazer um homem ejacular duas vezes em curto espaço de tempo, ou será que na primeira vez ele teria falhado? Seja como for, o estado psicológico do indivíduo seria afetado se estivesse sob controle da pessoa, mas não está — os abdutores a comandam como querem, para que tenha relações sexuais com outra pessoa.
Consideremos que esse processo de fertilização esteja ocorrendo há pelo menos cinco décadas, o que significa que hoje os primeiros híbridos teriam 50 anos. Mas onde estão eles, se não há indícios de que estejam na Terra? Estariam sendo levados para outros planetas?
E como se dão tais situações de sexo a bordo de naves alienígenas? Geralmente a mulher entra em um quarto e lá já está um homem nu deitado, e os abdutores então ordenam que ela suba sobre nele. Em vários relatos, as mulheres dizem que os homens não esboçam qualquer ação — se o importante com os homens nesse experimento é a coleta do esperma, com as mulheres é o momento do orgasmo. Várias abduzidas afirmaram que, quando estão chegando a ele, um dos extraterrestres olha diretamente em seus olhos, de muito perto — como se quisesse sentir aquela sensação.
Deve ser estarrecedor. Certamente, quem passa por uma situação com essa fica com algum trauma, ou não? Seria o que chamamos de síndrome da pós-abdução [Post abduction syndrome, PAS]? Sim, as PAS é uma série de problemas desenvolvidos em abduzidos, em decorrência de suas experiências. Por exemplo, eles passam a ter medo de dormir à noite, adquirem um pânico surreal por médicos e dentistas, sofrem de depressão, problemas sexuais e temor ao assistir programas na TV sobre alienígenas etc. Resumindo, eles apresentam vários problemas que antes de serem abduzidos não existiam — mas nem sempre quem tem um ou mais desses sintomas é um abduzido.
Levados sem vontade alguma
Pode-se dizer que algumas vítimas sofrem da PAS, porém, mesmo assim, como gostaram da experiência por que passaram, fantasiam outras abduções para terem a mesma sensação? Nunca encontrei um caso assim. A maioria dos abduzidos quer que a série de abduções por que passam cesse — como se sabe, elas são sempre inúmeras na vida de alguém. Há elementos nos sequestros por extraterrestres que causam enormes problemas aos indivíduos, como disse há pouco. Em alguns casos, os aliens são até gentis e fazem suas vítimas se sentirem bem. Entretanto, a maioria deles segue uma rotina que deixa os abduzidos extremamente cansados e, com isso, acumulando vários reflexos negativos. Há casos em que eles não são levados contra a sua vontade, mas são levados sem ter vontade alguma.
O senhor criou o Centro Internacional para a Pesquisa da Abdução [International Center for Abduction Research, ICAR]. Com qual propósito? Eu criei a entidade para poder receber relatos de abduções vindos de todo o mundo e, assim, gerir uma rede de hipnólogos capacitados para investigar esses casos. Entretanto, assim como ocorre com muitos projetos e sites, o ICAR ficou reduzido a mim e ao meu computador… Recebi milhares de relatos de abduções de todo o globo, perguntas vindas dos mais variados lugares e milhares de e-mails de pessoas pedindo a minha ajuda. Mas, infelizmente, são poucos os profissionais competentes para lidar com a hipnose em abduzidos. Confesso que me sinto impotente perante a situação. Mas, talvez, o livro que estou escrevendo sobre técnicas de hipnose, baseado nos meus muitos anos de estudos do tema, possa produzir mais frutos. Deixe-me acrescentar que o problema em realizar esse trabalho é que ele leva muito tempo e exige comprometimento.
O senhor tem que ter com ele uma verdadeira dedicação integral, não é? Sim, as pessoas em geral têm carreiras profissionais que passam longe desse tipo de assunto — e a maioria da sociedade nem sabe que as abduções alienígenas acontecem. Também temos que lamentar que a comunidade científica trate desse tema de forma ridícula — quase a totalidade dos cientistas nunca colocará em risco o seu trabalho ou a sua carreira para estudar o fenômeno. Eu pensei que o ICAR pudesse aliviar esse problema, mas acabei vendo que isso é algo impossível para uma organização ainda tão pequena.
As vítimas passam pela chamada síndrome da pós-abdução, ou seja, passam a ter medo de dormir, adquirem pânico surreal por médicos e dentistas, sofrem de depressão, problemas sexuais e temor ao assistir programas na TV sobre alienígenas etc.
Como professor universitário e também cientista, o senhor esperava uma posição diferente de seus colegas? Isso o frustra? Sim, o meio acadêmico deveria ter uma atitude totalmente oposta à que tem hoje, deveria tentar entender o que está acontecendo em vez de fazer piadinhas — e isso está ocorrendo há décadas. Infelizmente, no entanto, nós não temos a prova derradeira, a evidência definitiva das abduções, exceto um monte de pessoas contando o que está lhes acontecendo. Para a ciência, isso é insuficiente. São memórias humanas resgatadas por meio de hipnose e administradas geralmente por amadores, e os cientistas riem disso. Mas o que eles não sabem é que a primeira coisa que analisamos em uma pessoa que alega uma experiência é se o que ela relata não tem uma causa psicológica — quando concluímos que é impossível sua experiência ter sido gerada internamente, começamos a olhá-la com mais cuidado.
O fato de a hipnose também ser uma técnica muito discutível e polêmica, e sendo ela a principal ferramenta na pesquisa das abduções alienígenas, não ajuda muito a mudar esse cenário, não é? O que se pode fazer a respeito? Não mesmo. E não podemos nos esquecer também de que muitos hipnólogos erram ao aceitar que tudo o que o hipnotizado fala é real. Assim, quando a comunidade científica olha para o fenômeno da abdução, ela não vê uma regularidade, uma sistemática — o problema é que os métodos de hipnose em abduzidos não são padronizados. Assim, sendo coerentes, não há como culpar os cientistas por não aceitarem os sequestros por extraterrestres. Eles podem, sim, ser culpados quando vão à imprensa e afirmam que as abduções são problemas psicológicos ou são causadas por coisas como a paralisia do sono, ou ainda por um processo sociológico decorrente da moderna cultura popular.
Para terminar, como o senhor definiria o fenômeno da abdução para quem nunca ouviu falar dele? Eu diria que se trata de uma invasão de nossos corpos. Não de uma ocupação, mas de uma invasão literal, e não podemos fazer nada quanto a isso. Os alienígenas têm um poder e uma tecnologia muito mais avançada do que a nossa e isso nos deixa em tremenda desvantagem, pois eles fazem com nossos corpos o que bem entendem. Agora, o que vai acontecer no futuro quanto a isso? Não sei, assim como também não sei quais são os objetivos de nossos abdutores. Porém, não restam dúvidas quanto ao efeito devastador que um sequestro acarreta na vida de alguém. Quando ouço uma pessoa dizer que adoraria entrar e viajar em um UFO, logo penso que o indivíduo realmente não sabe do que está falando. O contato entre a raça humana e outras espécies cósmicas não está ocorrendo como os cientistas imaginariam — aquele cenário de dois mundos independentes fazendo aproximações visando benefícios iguais, recíprocos. O que acontece é exatamente o contrário e parece mais a exploração de uma espécie pela outra. Como começou, também não sabemos. E como vai acabar, muito menos. Mas temos que encarar esse fenômeno e começar a pensar seriamente sobre o que fazer a respeito.