Foi confirmado nesta semana o lançamento do foguete dos Emirados Árabes para Marte, uma iniciativa tecnológica conjunta com outras países mas financiada pelos árabes. Não há mais dúvidas de que a exploração espacial será cada vez mais intensa e concorrida, uma vez que sequer a pandemia conseguiu desviar os planos em relação às estrelas
De tudo o que podemos dizer de 2020, algo é inegável: há muito tempo não víamos tanto interesse em missões espaciais como está acontecendo agora. E isso porque muitos projetos foram deixados em ‘banho-maria’ por causa da pandemia.
O calendário de lançamentos do começo do ano, apesar de ajustados às condições atuais, continua a pleno vapor e já incluiu, entre outras coisas, os lançamentos sequenciais da SpaceX para formar sua rede Starlink de satélites e o histórico lançamento da cápsula Drew Dragon, que levou dois astronautas para a ISS.
E ainda veremos muitas outras missões ao espaço, que definitivamente entrou na pauta dos investimentos nacionais de muitos países, para não mais sair. Nesse sentido, os Emirados Árabes Unidos (EAU) darão um passo importante em seu programa de exploração espacial. O país vai lançar uma sonda a Marte, que deve orbitar o planeta durante um ano marciano (687 dias), colhendo informações sobre seu clima.
Aniversário em grande estilo
Dubai, nos emirados Árabes. 50 anos de muito progresso e investimento
Fonte: Enciclopédia Global
Embora muitos possam se surpreender, os Emirados Árabes não são apenas um magnífico local de turismo para ricos e famosos ou um ponto de encontro para grandes negócios. Aos poucos, eles vêm garantindo uma posição importante no cenário de pesquisa espacial: no ano passado, enviaram seu primeiro astronauta à Estação Espacial Internacional (ISS), e agora se preparam para sua primeira missão interplanetária.
A Hope Mars Mission está sendo planejada desde 2014 e agora, já tem data de lançamento: 14 de julho. Se tudo correr bem, a sonda deve seguir por 493 milhões de quilômetros espaço adentro até alcançar a órbita marciana, em janeiro de 2021. A escolha da data não é aleatória: é o aniversário do país que ano que vem completará 50 anos. O avanço servirá como uma comemoração.
A missão não será apenas a primeira exploração de Marte pelos EAU, mas também a primeira vez na história em que o clima do planeta será acompanhado diariamente, com todas as suas oscilações.
A sonda contará com três sensores para avaliar a composição atmosférica do planeta: uma câmera capaz de medir a poeira e ozônio, um espectrômetro infravermelho focado nas camadas mais baixas da atmosfera e um espectrômetro ultravioleta para medir os níveis de oxigênio e hidrogênio.
Agitação e trânsito no Planeta Vermelho
Sonda chegando a Marte Crédito: Revista Galileu
Apesar de a base da missão ter sido desenvolvida pelos árabes, outros institutos de pesquisa auxiliaram na construção da sonda. Participaram do projeto a Universidade do Colorado, a Universidade Estadual do Arizona e o Laboratório de Ciências Espaciais em Berkeley, todas americanas.
Como o país ainda não tem plataforma de lançamento, recorreram ao Centro Espacial Tanegashima, no Japão, para sediar a partida. Lembrando que os japoneses e chineses também estão investindo pesado em seus projetos espaciais.
O ano de 2021 será um ano agitado em Marte. Além de a Hope Mars Mission, lançada pela EAU, a Nasa também deve enviar o rover Mars Perseverance e a China mandará o satélite Tianwen-1.
Fonte: Superinteressante
Veja, abaixo, um divertido documentário sobre a exploração de Marte: