A. J. Gevaerd deu a largada nos trabalhos da 20ª edição do International UFO Congress Convention and Film Festival [Congresso Internacional de Ufologia e Festival de Filmes, IUFOC], que ocorreu até domingo em Phoenix, Arizona (EUA). Com uma variada gama de palestrantes, incluindo os entrevistados da UFO Paul Hellyer, Stanton Friedman [Correspondente internacional da UFO], Jim Marrs, Nick Pope [Consultor da UFO] e vários outros importantes pesquisadores, também fez parte do congresso o renomado festival de filmes ufológicos. O IUFOC acontece desde 1991 e é organizado pela mesma equipe da revista Open Minds.
Gevaerd apresentou a palestra de abertura do evento às 15h00 de quarta-feira (horário local) e falou por 90 minutos, fazendo um apanhado da Ufologia Brasileira e mostrando nossos principais casos. Ele nos contou com exclusividade alguns detalhes:
Como foi a abertura de quarta-feira, que esteve sob sua responsabilidade? Mostrei os principais casos, desde José Higgins, em Pitanga (PR), em 1947. Falei de Villas-Boas, Trindade, João de Freitas Guimarães, Caso Vasp Vôo 169, Caso Morenão etc, detendo-me mais na Noite Oficial dos UFOs no Brasil (1986), na Operação Prato (1977) e em Varginha (1996). Minha intenção foi mostrar um longo histórico de interação e intimidade que os brasileiros têm com o Fenômeno UFO. Pouca gente sabe – mesmo entre os brasileiros – que temos os melhores e mais contundentes casos do mundo em todas as modalidades, das aterrissagens às abduções, dos contatos diretos às observações de massa etc.
Qual foi o objetivo ao abordar tantos casos excepcionais e credíveis da nossa Ufologia? O objetivo de expor esta cronologia da Ufologia Brasileira foi mostrar que tal intimidade dos brasileiros com os UFOs gerou o ambiente para o processo de abertura que temos hoje, inédito no planeta em sua forma, naturalmente como resultado da campanha UFOs: Liberdade de Informação Já. Sobre isso, falei que o Brasil foi – e foi mesmo – o primeiro país do mundo a reconhecer a materialidade do Fenômeno UFO, o que ocorreu em 1954 com o coronel João Adil de Oliveira, que reuniu militares das três armas, imprensa e celebridades na Escola Superior de Guerra, no Rio, pra fazer tal declaração. Fiz uma timeline em cada um dos 35 slides animados com a marcação das datas dos casos e sua progressão. Nesta linha de raciocinio, mostrei que a tendência dos militares da Aeronáutica brasileira sempre foi favorável à pesquisa séria e oficial dos UFOs, o que aconteceu de forma concreta com o Sioani, em 1969, com a Operação Prato, em 1977, e outras iniciativas menores. Sobre ambos os tópicos, me detive em certos casos pesquisados pelo Sioani nos anos 60 e 70 e fiz um longo apanhado da Operação Prato, naturalmente expressando o entendimento dos ufólogos brasileiros de que ela nunca foi encerrada, mas continuou após dezembro de 1977 com outro comando, sem o Uyrangê à frente, e muito mais secreta. Pior, controlada pelos americanos.
Exatamente enquanto os norte-americanos terminavam seu Blue Book Project, negando os UFOs, aqui no Brasil a situação era totalmente inversa, certo? Quando falei sobre o Sioani, não pude deixar de mencionar que, em 1969, enquanto os EUA gastavam dinheiro com o Blue Book negando os UFOs, no Brasil eles eram levados a sério numa complexa e muito bem organizada entidade oficial da FAB. Isso é fato. Quem conhece o funcionamento que tinha o Sioani fica de boca aberta com a infraestrutura que o órgão possuía, além da seriedade e da tenecidade dos militares que o compunham, junto a civis, na condução de investigacões ufológicas. À frente, claro, estavam o brigadeiro José Vaz da Silva e o major Gilberto Zani, homens a anos-luz de seu tempo. E durante os anos 70, enquanto os EUA tentavam derrubar UFOs, a Operação Prato buscava contatar seus tripulantes.
Realmente há uma diferença notória entre as formas de encarar a presença alienígena na Terra pelos militares aqui e os de lá. Como foi recebida sua apresentação, logo assim, na abertura do Congresso? A palestra foi extremamente bem recebida pelas quase 800 pessoas da platéia, uma das maiores num evento nos EUA. O tema a e forma como ele foi apresentado, em slides bem produzidos com animações legais do PowerPoint, foram muito elogiados de noite no coquetel de confraternização, recebi uma quantidade inédita de cumprimentos, tanto em número quanto pela forma como foram feitos. Me senti exultante com o sucesso e agradeci a oportunidade que o evento deu, mais uma vez, à Ufologia Brasileira. Jantei com Nick Pope, Roger Leir, Bob Dean, Stanton Friedman, George Filer, Leslie Kean, Yvonne Smith, Richard Dolan e um monte de gente quente aqui. Nesta manhã tive um agradável papo com o ex-ministro Paul Hellyer e o Steve Bassett, além de outros membros do Exopolitics, com quem estou tramando uns eventos no Brasil. Está sendo tudo muito proveitoso.
Veja algumas das fotos do IUFOC na galeria de fotos do Portal da Ufologia Brasileira.
Incansável
Gevaerd tem divulgado mundo afora as conquistas da Ufologia Brasileira, graças especialmente à campanha UFOs: Liberdade de Informação Já e a Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU). Sua participação foi uma das mais comentadas e elogiadas em março de 2010 na Cidade do México, na Primeira Cúpula Ufológica Mundial, organizada pelo conhecido jornalista e correspondente internacional da UFO Jaime Maussán. Igualmente, recebeu nos EUA uma homenagem especial em maio, na X-Conference 2010, através do Paradigm Research Group (PRG), com o The Hall Of Ufology Fame Lifetime Achievement, entregue antes a grandes personalidades do meio, como os astronautas Edgar Mitchell e Colin Andrews.
O editor também viajou até a Itália, San Marino, Portugal, Estados Unidos, México, Chile, Argentina e Uruguai no ano passado, ampliando a participação brasileira nesses importantes eventos, principalmente na questão da liberação de documentos governamentais antes classificados como sigilosos sobre discos voadores, setor onde o Brasil é um dos líderes mundiais. A abertura brasileira, que terá
todos os detalhes esmiuçados por Gevaerd, é mais impressionante pelo recente anúncio da Portaria 551/GC3, editada pelo comandante da Aeronáutica tenente-brigadeiro Juniti Saito, assunto que será abordado por ele na apresentação.