por Carlos A. Reis
Próxima parada: Júpiter
Demorou, mas aconteceu o que se esperava. Bastou a NASA divulgar as primeiras fotos da superfície de Marte e já teve gente vendo (ou querendo ver) coisas estranhas. Objetos, marcas, sombras, estranhas formações rochosas… Pior mesmo é que insinuam sobre possíveis fotos não divulgadas e segredos não revelados, ou quando se sentem frustrados quando as imagens mostram exatamente aquilo que se espera: terra nua, pedras, montanhas, sulcos, um cenário árido e monótono. Fico imaginando o que vem por aí quando começarem a sair fotos de Saturno, Júpiter…
Vamos à edição Ufo 97. A matéria de Vanderley D’Agostino, Repensando a Ufologia, não mostrou a que veio. O melhor do texto está no início, e poderia ter ficado por aí: “Se não são identificados, como podemos afirmar que sejam naves, e ainda mais de origem extraterrestre?” Brilhante, mas repensar, que é bom, nada. D’Agostino limitou-se a discorrer sobre uma série de casos e a enunciar alguns dos pensamentos que se perpetuaram ao longo dos anos. Só. Repensar significa pensar sob um novo ângulo, abordar sob um novo prisma, mas isso não aconteceu, infelizmente. Por que os UFOs Preferem a Noite?, de Alexandre Borges, também nada acrescentou à questão. Pior: nada explicou. E, na verdade, nem poderia. É óbvio demais que estas supostas naves sejam vistas mais à noite que de dia. Mas a matéria Amigo de Alienígenas, de Eloir V. Fuchs, é de deixar os cabelos em pé! Me abstenho de comentar. E a chamada de capa para a matéria Skinwalker alega exclusividade, o que não é verdade, pois o texto, segundo a própria revista, foi extraído e adaptado de outro periódico, o Las Vegas Mercury.
E vamos aos leitores. Ao Sebastião Albuquerque, de Florianópolis, informo que não tinha a menor intenção de atender sua sugestão: pesquisar o caso Dino Kraspedon. Mas acabei de receber, em 16 de março, um dossiê a respeito de Kraspedon. Pelo teor do conteúdo, vejo-me na obrigação de preparar, em caráter extraordinário, um texto sobre o caso. Sua publicação deverá ocorrer na próxima edição. Ainda sobre esse assunto, ao leitor Oswaldo Mucca devo dizer que não me lembro de ter abordado esse caso “com rigor” e muito menos ter dito que possuo “domínio e conhecimento” sobre a questão. Não desmereço o caso só porque “ouvi dizer” (também não escrevi isso em lugar algum). O caso foi investigado por pesquisadores sérios e a fonte de informação era absolutamente fidedigna. Também não pesquisei o Caso Ilha da Trindade e nem por isso o invalidei. E me referi ao ombudsman (no singular) de Ufo, que não tem plural no mundo e que absolutamente não foi debochado, mas sincero. Não fosse assim, a Ufologia estaria para lá de Marrakesh. Para o leitor Arnaldo Russi Neto, por coisas menos importantes muita gente foi perseguida pelo autoritarismo militar, e se Dino Kraspedon foi apenas mais um deles, vai se saber por quê.
O amigo Wallacy Albino tentou esclarecer sobre a premiação do seu Prêmio Cindacta e acabou por piorar as coisas. Repito que a premiação não obedece a qualquer critério válido de pesquisa. Qualquer um vota no que quiser, mesmo que não faça a menor idéia em que ou em quem está votando! No próximo evento ufológico, se alguém se apresentar falando sobre A Evolução Neural Ascendente Crisostélica dos Chimpanzés, pronto, estará apto a concorrer ao prêmio. Que Ufologia é essa? Na seção Busca de Respostas, o leitor Hellington Silva apresentou (mais) uma teoria de funcionamento dos UFOs, cheia de termos técnicos. Perfeito. Pela explicação, qualquer mortal pode construir uma engenhoca dessas e sair por aí fantasiado de disco voador. Eu disse qualquer mortal, porque um ET pode não fazer a menor idéia do que o leitor está falando. Campo ressonante, bobinas bifilares, ondas escalares… Sobre esse e outros assuntos escabrosos, digamos assim, preparamos uma matéria especial para a centésima edição da revista, de maio. Ao leitor Fagner Cardeal, nessa mesma seção, sugiro ler a citada matéria de Eloir Fuchs, que fala de curas. Falta pouco para a ressuscitação, Fagner!
Aos leitores que consideram o ombudsman excessivamente crítico, peço que leiam com muita atenção os alvos das críticas. Talvez acabem me dando razão. E olhem que faço vistas grossas a muita coisa. De qualquer forma, independente da qualidade gráfica excepcional da publicação, motivo justo pelos elogios que vem recebendo no exterior, Ufo errou ao omitir do índice as seções Espaço do Ombudsman, Encontros Cósmicos e Perguntas & Respostas.