Nossa Identidade Planetária
O ritmo da caminhada científica tem se acelerado. A quantidade de descobertas e invenções também. Mas parece que quanto mais esse ritmo se intensifica, mais se apressa a expectativa em torno do que vem por aí. Qual será a descoberta seguinte? Qual o seu impacto sobre as mentes humanas? O que mudará, afinal, em função da próxima invenção? Conforme matéria recente da revista Veja, de 16 de julho de 2002, os cientistas do Programa e Busca por Inteligências Extraterrestres (SETI) crêem que em 25 anos deve ocorrer o primeiro contato entre seres humanos e extraterrestres. Qual será o impacto desse acontecimento para a sociedade que se condiciona cada dia mais aos hábitos de consumo? No mínimo, este acontecimento fará surgir algumas “bugigangas” interessantes, para satisfazer os freqüentadores do mercado, sejam eles produtores ou consumidores.
Os produtores já deram conta da oportunidade de se criar algum bem de consumo relacionado ao evento. Afinal, o mercado sempre se antecipa. Ganha-se mais durante a expectativa do consumidor em relação a determinados fatos sociais do que quando estes fatos se concretizam. Os consumidores, já treinados, estarão ansiosos para experimentar a primeira versão da nova sensação do momento. A maioria deles, no entanto, sabe que o acesso às novidades do mercado sempre lhes chega um tanto tardiamente. Para estes, só lhes resta esperar que as boas novas se tornem, também, bugigangas. Mas não me parece ser este o aspecto mais importante. O impacto social de um contato com alienígenas atingirá, inevitavelmente, todos os seres humanos. O certo é que, ao afetar todas as mentes, provocará mudanças imprevisíveis nos referenciais individuais e coletivos.
Novos e desconhecidos horizontes se abrirão para todos aqueles que vivem segundo algum modelo, visão de mundo ou padrões historicamente construídos. Ainda que sejam estes padrões apenas os do mercado. Ou seja, surgirá outro espaço, outro tempo, outra história, enfim, um “outro” com mesma base orgânica ou diferente. A Genética, talvez, o dirá. Todavia, para efeito de afirmação de nossa identidade social planetária, isso pouco importa. Independente das semelhanças e diferenças genéticas, ou de quaisquer efeitos de mercado, o acontecimento afetará a identidade de cada ser humano. Romperá com a solidão terrena e permitirá que nossa civilização se afirme como tal em relação a este “outro”. O simples mas importante fato de anunciarem cientificamente a probabilidade de existência de criaturas alienígenas já nos apontará esse caminho: o de nossa identidade planetária.
Quanto ao conhecimento humano, segue-se numa perspectiva cumulativa. O episódio não representará nem induzirá a um salto. Poderá haver mudanças paradigmáticas, quase uma revolução, mas não exatamente um avanço. Há algum tempo temos ouvido falar em conquistas espaciais, UFOs e alienígenas. A ficção tem contribuído para fazer algumas antecipações, minimizar os impactos das descobertas e promover a acomodação gradativa dessas variáveis ao novo modelo. Além disso, muitos dentre nós, por mais absurdo que possa parecer essa constatação, acreditam ter vivido experiências de contato com criaturas de outros planetas. Suas narrativas ganharam o mundo através do movimento ufológico, apesar do ceticismo das instituições científicas, religiosas e de organismos estatais.
Se todo movimento social tem o seu tempo, este último meio século pode ter sido a vez do movimento ufológico, que, juntamente com tantos outros eventos sociais, afirmaram o seu valor histórico. Hoje, uma das teses desse movimento se configura como uma suspeição da Ciência, uma probabilidade com tempo previsto para acontecer. Amanhã, os pioneiros terão o seu mérito reconhecido pela mesma Ciência que duvidara de sua credibilidade e pela mesma sociedade que os vira como loucos e visionários. Por outro lado, a Ciência também fora vista por eles como excessivamente cética, preconceituosa e ultrapassada, marcando assim um tempo de relações conflituosas. Reconheçamos o valor das instituições sociais e as singularidades do momento – repleto de instabilidade, incertezas e tensões transitórias. Os julgamentos apressados deverão ser, necessariamente, superados pelos fatos, pelo alcance de novos referenciais e pela afirmação – esperemos que positiva – de nossa identidade planetária terrestre.
Wilson Geraldo Oliveira,
Brasília (DF)
Implantes: Reais ou Mito?
Falar sobre abduções é saber antecipadamente que pisaremos em terreno difícil. Afinal, seu principal objeto de estudo é a mente do abduzido, e isso é muito subjetivo. O fato que comprovaria a existência de tais experiências está vinculado a uma das partes mais sombrias da Ufologia: os implantes alienígenas. Esses objetos seriam colocados por seres extraterrestres em humanos que foram levados a bordo de UFOs, os abduzidos. Entre os casos mais famosos, está o da norte-americana Betty Andreasson Luca, hoje com 64 anos, descrito no livro Os Observadores, de Raymond Fowler [Esta obra pode ser adquirida através do encarte Suprimentos de Ufologia, desta edição]. Os primeiros implantes recebidos por ela eram tão minúsculos que foram colocados atrás de um dos globos oculares, após removerem seu olho para isso.
“Os alienígenas pegaram uma longa agulha de luz que possuía pequenas coisas de vidro na extremidade. Colocaram aquele aparelho na minha cabeça, através do lugar do meu olho”. Betty ainda descreve que as criaturas possuíam algumas agulhas de aço compridas e que as seguravam contra sua cabeça. Aparentemente, tais implantes cumpriram funções semelhantes às das câmeras de televisão em miniatura, retransmitindo para os monitores extraterrestres todas as imagens que ela via. Algumas análises realizadas nestes objetos revelaram que eles têm em comum o fato de geralmente não aparecer nas radiografias.
Além disso, a maioria deles é composta por materiais orgânicos, como silicone, carbono, oxigênio etc. Outros apresentam traços de berílio e titânio, que costumam aparecer também em outros objetos relacionados ao Fenômeno UFO. Entre as descobertas biológicas a respeito dos implantes estão a ausência de reação inflamatória nos tecidos adjacentes, o que seria impossível em seres humanos, além de uma grande quantidade de neurônios propriceptores [Sensores naturais que captam toques, paladar, pressão etc], todos fora do lugar de onde deveriam estar. Esses sensores foram achados em grande número em volta dos objetos implantados, conectados aos nervos dentro do corpo. Isso explica porque um abduzido, mesmo anestesiado, reage violentamente ao toque de um cirurgião que tenta extirpar o objeto. Outras análises mostraram que os objetos parecem ter origem meteórica, ou seja, possuem substâncias que compõem os meteoros – embora estes contenham ferro com 6% ou mais de níquel. Creio que o estudo dos implantes é um dos aspectos mais polêmicos da Ufologia e somente os resultados de testes físicos não são suficientes para resolver este enigma.
Daniel C. Carneiro,
daniel.fry@bol.com.br,
Perguntas e Respostas
A rota dos UFOs se cruza com a da Transcomunicação Instrumental (TCI)? José Souza Melo, Maceió (AL).
Resposta do Editor: A questão é delicada e merece longa discussão. A TCI busca a comunicação efetiva com desencarnados através de instrumentação muitas vezes simples – equipamentos de som e até computadores. E tem obtido brilhantes resultados, às vezes contestados pela Ciência. Mas, por analogia, estudiosos dessa disciplina têm buscado também obter contato com ETs, visto que para eles, aparentemente, os mundos espiritual e material seriam contíguos. Alguns resultados ainda tímidos já foram obtidos, mas carecem de maior comprovação.
Quem passa pela Área 51 corre risco de vida? Jonathan Willian Franz, Curitiba (PR).
Resposta do Editor: A mera aproximação da Área 51 não trará problemas ao curioso. Pode-se observá-la de longe, escalando-se as montanhas ao seu redor, no Deserto de Nevada, EUA. Pesquisadores de todo o mundo se reúnem em vários lugares estratégicos para tentar ver o que se passa dentro da área. No entanto, há placas sinalizadoras em muitos locais alertando para o fato de que tais pontos não devem ser ultrapassados, sob pena de prisão ou multa, que pode chegar a 10 mil dólares. Nos anos 80, enquanto vigorava determinada lei de restrição de acesso a áreas de atividades militares secretas, quem desobedecesse os sinais poderia ser fuzilado pelos guardas de plantão ou a partir de helicópteros de patrulhamento.