O Controverso Chupacabras
As histórias acerca do Chupacabras no Brasil multiplicam-se ciclicamente. Em tais ocasiões, alguns pesquisadores, como nós, têm afirmado que as ocorrências podem ser atribuídas em sua maioria a ataques de predadores conhecidos, como onças (notadamente a suçuarana, que abate animais para lamber o sangue, principalmente para que o filhote se alimente), gatos selvagens e até lobos. Por outro lado, sempre consideramos a hipótese de que grande parte das agressões a ovelhas, galinhas e novilhos tem sido praticada por cães. O interessante é que, conforme já tivemos oportunidade de afirmar em periódicos e entrevistas de rádio e televisão, algumas das incursões do Chupacabras são atribuídas a cachorros domésticos. Esses animais têm sido soltos em fazendas, após serem apanhados por carrocinhas e serviços de saúde pública de determinados municípios, ao invés de serem sacrificados. Isto ocorre mais do que se imagina.
Porém, poucas evidências concretas e provas temos conseguido. Recentemente, no entanto, uma notícia muito interessante foi levada ao ar pela EPTV de Varginha (MG), emissora associada à Rede Globo. No município de Três Corações, a cerca de 25 km daquela cidade mineira, ocorreu durante alguns dias um pequeno número de ataques, aparentemente inexplicáveis, a bezerros de certas fazendas. A incidência crescente fez com que os proprietários se pusessem à postos para tentar evitar maiores prejuízos e extirpar o causador das mortes dos quadrúpedes. Desse modo, em três fazendas o suposto Chupacabras foi flagrado e morto. No entanto, tratava-se de uma matilha de seis ou sete cachorros – alguns dos quais possuíam até coleira, o que demonstra terem sido capturados e libertados no mato.
Esta hipótese sempre foi alegada por alguns ufólogos. Sem generalizar, certos cães, inclusive domésticos, ao serem soltos em estradas ermas ou se embrenharem pelos meios rurais, acabam se tornando ferozes – uma espécie de retorno ao seu estado primitivo. Isto logicamente é devido à ausência de alimento e água, ainda mais em épocas de seca como a que recentemente atravessamos. A mesma notícia veiculada pela emissora de Varginha disse que um fazendeiro, ao aproximar-se da matilha que atacava um bezerro, chegou a sofrer o bote de um dos cachorros, que o feriu seriamente numa das pernas. Uma novilha teve o rabo e uma orelha arrancados, sem que os cães tivessem interesse em comer a carne. Não se pode afirmar que isso aconteceu devido à falta de experiência dos agressores ou em virtude deles terem sido previamente domesticados.
Em resumo, a matéria veiculada pela EPTV enfatizou que na maioria dos ataques realmente os cães, vistos e espantados pelos fazendeiros e seus empregados, não comiam a carne, agindo simplesmente pelo ímpeto de caçar e matar – o que é compreensível devido à natureza agressiva de alguns animais. A reportagem mostrou ainda que em certas carcaças as feridas causadas pelas mordidas dos cães espalhavam-se pelas espáduas, abdomes e próximas aos órgãos genitais. Acredito, portanto, que essa notícia seja um valioso dado para a hipótese de ataque de cachorros, em casos classificados preliminarmente como sendo ação do controvertido Chupacabras. Lembro aos leitores que, no início deste ano, Claudeir Covo, do Instituto Nacional de Investigação de Fenômenos Aeroespaciais (INFA), e eu estivemos na cidade mineira de Pouso Alegre para registrar o ataque a três ovelhas – na época, uma ainda se encontrava viva, mas agonizante –, ocorrido num sítio. Através das pesquisas, averiguamos que possivelmente a agressão tenha sido feita por um cão da raça rusk siberiano que vive na propriedade.
Ubirajara Franco Rodrigues,
Av. Oswaldo Cruz 191, Novo Horizonte,
37026-020 Varginha (MG)
Agressor Esporádico Intruso
Aguardei a publicação das duas matérias sobre Chupacabras e somente após a leitura e análise de ambas decidi fazer alguns comentários construtivamente. Em primeiro lugar, desejo cumprimentar mais uma vez a Equipe UFO pelo excelente nível alcançado nas matérias publicadas. Realmente, a revista tem a cara de uma publicação do primeiro mundo em todos os aspectos, inclusive com relação ao conteúdo. Quanto ao texto do ufólogo paranaense Carlos Alberto Machado [UFO 66], gostaria de dizer que não tinha conhecimento de sua experiência neste campo, mas percebi que o mesmo realizou um excelente trabalho de pesquisa in loco, com uma grande quantidade de informações, dados estatísticos, gráficos, farta documentação fotográfica, etc, concluindo haver estreita relação do Chupacabras com o Fenômeno UFO.
Já a matéria dos irmãos Mondini [UFO 67], também bem elaborada e repleta de informações (como a que mostra que somente nos EUA ocorreram mais de 15 mil ataques, além das ocorrências em Porto Rico, Brasil, etc), concluiu que em 97% dos casos foram encontradas explicações para os incidentes – apenas 3% da ocorrências foram consideradas inexplicadas. Pelo exposto nas duas reportagens, observa-se que realmente os fatos e os animais encontrados mortos em grande número são ocorrências concretas e reais. Mas, entretanto, surgem algumas questões que merecem destaque. Por exemplo, por que apesar de toda tecnologia que dispomos atualmente e de um elevado número de animais mortos, estranhamente, em vários países, até hoje, não foi possível identificar o tal Intruso Esporádico Agressivo (IEA), como Machado prefere intitular o agressor? Talvez falte vontade política. Friso ainda que prefiro chamar a estranha criatura de Agressor Esporádico Intruso (AEI), por considerar mais técnico do que IEA.
Esclareço também que, em meu entendimento, é muito cedo para relacionarmos o Chupacabras com o Fenômeno UFO, pois faltam evidências, dados técnicos e científicos concretos. Trata-se realmente de um tema polêmico e obscuro. E, portanto, é mais prudente continuar se registrando todas as ocorrências inusitadas que se encaixem nesse aspecto até que surja algum fato notável e confiável, para assim obtermos conclusões definitivas. Por enquanto, podemos apenas chegar a resultados parciais. Desejo ainda parabenizar Carlos Machado e Eduardo e Osvaldo Mondini pela excelente pesquisa de campo que realizaram. Realmente, os três possuem vasto know how neste assunto.
Capitão Basílio Baranoff,
Rua Euclides Miragaia 581/42, Centro,
12245-550 São José dos Campos (SP)
Morcegos Chupacabras
Realmente, trata-se de um excelente trabalho o realizado pelo colega Carlos Alberto Machado sobre o fenômeno Chupacabras [UFO 66]. Entretanto, o estudioso Mário Nogueira Rangel e eu não podemos concordar com o depoimento da bióloga Kátia Cassaro, que afirma que morcegos simplesmente lambem a ferida por onde escorre o sangue do animal ferido. Em 1977, no auge das ocorrências no Brasil, Rangel e eu fizemos inúmeras consultas em várias enciclopédias e descobrimos que há dezenas de morcegos hematófagos, sendo o pior deles o Vampiro de Azara (Desmondus rotundes), que faz parte da família dos desmondotídeos (Desmondotidae). Alguns destes chegam a ter um metro de envergadura, bebendo até a metade do seu peso de sangue de uma única vítima. Ele tem dois incisivos superiores com bordas cortantes como navalha, e sua saliva tem efeito anestésico. Ao pousar no solo, ele dobra as asas e anda de quatro, para alcançar a presa em total silêncio. Assim, a vítima, dormindo, nem percebe que está sendo sugada pelo inimigo.
Claudeir Covo, co-editor,
São Paulo (SP)
O Primeiro Contato Oficial
Quando haverá o primeiro contato generalizado e oficial com os extraterrestres? Esta questão vem sendo discutida há várias décadas e muitas respostas têm sido dadas. Pois o primeiro contato oficial ocorrerá quando a Humanidade tiver o controle efetivo da gravidade. De posse dessa tecnologia, a raça humana entrará no seleto grupo de civilizações que fazem viagens interestelares e poderá alcançar outros planetas habitados, porque será possível viajar a velocidades superluminares – isto é, acima da velocidade da luz. A dobra espacial deixará de ser uma ficção e muitas das coisas consideradas assombrosas observadas nos UFOs poderão ser realizadas, como a eliminação da inércia, viagem no tempo, criação de campos de força, etc.
Se o controle da gravidade ocorrer antes, obviamente a Humanidade poderá ter um primeiro contato antecipado. Já existem experiências preliminares envolvendo supercondutores rotativos, em que se consegue anular o peso de objetos em mais de 2%. O interessante é que essa tecnologia parece estar no caminho certo, pois as naves extraterrestres possuem geralmente partes móveis giratórias e campos magnéticos intensos. Mas esta primeira relação será inevitável e independente dos dogmas que a raça humana poderá possuir à época. É uma questão de tecnologia. O primeiro contato oficial não ocorrerá via radiotelescópio, porque os alienígenas já devem ter abandonado as ondas eletromagnéticas há muito tempo. Desde o advento das explosões nucleares e das viagens espaciais, as aparições de UFOs têm crescido bastante, ano após ano. Podemos dizer que estamos quase tendo um contato oficial devido ao avanço tecnológico. No entanto, somente com o domínio da gravidade é que o contato se efetivará.
Elio Batista Porcelli,
ebporce@ibm.net